2 Tm 4.6-17
INTRODUÇÃO
Nos versículos
finais da segunda epístola escrita por Paulo a Timóteo, vemos o apóstolo
relatando ao jovem obreiro que a sua
morte era certa. No entanto, apesar de estar ciente disso, o servo do Senhor se
comporta de forma confiante e esperançosa. Nesta lição definiremos a palavra
morte; destacaremos qual a postura do apóstolo diante do iminente martírio;
pontuaremos quais foram os seus sofrimentos em Roma; e, por fim, que apesar
destes o Senhor Jesus esteve sempre ao seu lado.
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA MORTE
“No sentido
físico, é o término das atividades vitais do ser humano sobre a terra. É vista
nas Sagradas Escrituras como a consequência primordial do pecado (Rm 6.23)”
(ANDRADE, 2006, p. 270). A morte é também a separação da alma e espírito do
corpo (Tg 2.26), pela qual o homem é introduzido no mundo invisível. A morte
acontece apenas uma vez para cada ser humano (Hb 9.27) e, embora seja certa (Jó
14.1,2), ninguém sabe quando ela chegará (Tg 4.13-15); mas ela é universal para
a humanidade (Gn 3.19; Rm 5.12; 1 Co 15,22). Essa experiência descreve-se
biblicamente como: “dormir” (Dt 31.16; Jo 11.11); “o
desfazer da casa terrestre” (2 Co 5.1); “deixar este tabernáculo”
(2 Pe 1.14); “descer ao silêncio” (Sl 115.17); “expirar”
(At 5.10); “tornar-se em pó” (Gn 3.19); e “partir” (Fp
1.23). Abaixo destacaremos algumas cosmovisões equivocadas sobre a morte e as
devidas refutações bíblicas:
COSMOVISÕES
SOBRE
A MORTE
|
DEFINIÇÃO
E REFUTAÇÃO
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Sono da alma |
Segundo alguns
segmentos religiosos, é o repouso proporcionado por Deus ao indivíduo entre a
sua morte e ressurreição corporal. Eles não acreditam que, no estado
intermediário, a alma permaneça consciente. É fato que a Bíblia denomina a
morte física como um sono (1 Co 15.51; 1 Ts 4.13). No entanto, ela também nos
ensina que, quem dorme é o corpo, e não a alma (Lc 16.20-25; Ap 6.9-11).
|
Aniquilação |
Sustenta esta
doutrina estarem todas as almas sujeitas à extinção após a morte física. Tal
doutrina não leva em consideração as verdades bíblicas e teológicas referentes
à imortalidade da alma e à ressurreição dos mortos que, de forma tão clara, é
exposta pelos profetas, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelos apóstolos (Dn
12.2; Jo 5.28; 1 Co 15.58).
|
II. A POSTURA DE PAULO ANTE A
CHEGADA DA MORTE
Paulo em 2 Tm
4.6-8 apresenta a sua mensagem final ao jovem cooperador Timóteo. O nobre
apóstolo estava para ser martirizado por causa de Cristo logo depois de ditar
essas palavras. No entanto, apesar de estar prestes a morrer, a postura do
apóstolo nos mostra que ele não enxerga tal fato iminente como uma derrota.
Suas palavras não são de um cristão frustrado ou deprimido, senão de um
cooperador que está concluindo a sua vida física e seu ministério com intensa alegria
e fervor. Abaixo destacaremos como o apóstolo reage ante a chegada da morte.
Analisemos:
2.1 Ele via seu
martírio como um tributo a Deus (2 Tm 4.6). A expressão “eu já estou
sendo oferecido por aspersão de sacrifício”, “no grego é “spendomai”,
vocábulo esse que indica “oferta de libação oferecida a Deus”. A
libação era uma oferenda por si mesma, derramada no chão, em reconhecimento a
Deus. Ou então era usada como parte do sacrifício, em que o líquido era
derramado sobre o próprio holocausto, mas igualmente em honra a divindade a
quem o sacrifício estava sendo oferecido (Lv 9.4; 2 Rs 16.13)” (CHAMPLIN, 2006,
p. 401 – acréscimo nosso). O presente versículo nos mostra que o apóstolo
encarava a sua morte, pela causa do evangelho, como um tributo a Deus. Pois ele
o fazia de forma voluntária por amor ao Senhor e sua causa, como já havia dito
em outra ocasião (At 20.24). “Paulo sofreu o martírio em Roma. De acordo com
certa tradição, foi decapitado” (CHAMPLIN, 2004, p. 125 – acréscimo nosso).
2.2 Ele estava
convicto de que tinha realizado a vontade divina (2 Tm 4.7). Ao fazer um
retrospecto da sua vida e ministério, Paulo faz a seguinte declaração:
2.2.1 Combati o
bom combate (2 Tm 4.7a).
“Para o apóstolo Paulo a verdadeira vida cristã é
pintada aqui como uma luta, como uma competição atlética, como uma experiência
árdua e testadora, embora o seu propósito seja elevado, pois há uma coroa a ser
obtida. Mas essa coroa só pode ser conquistada por aqueles que lutarem de
conformidade com as regras, e assim se saírem vencedores. Ora, isso exige a
aceitação do verdadeiro Cristo, conforme é este exposto no evangelho e na
doutrina de Paulo; e, por outro lado, exige a negação e a oposição contra os
ensinamentos contrários. Também envolve o cumprimento fiel dos deveres cristãos
e do ministério da Palavra, em que o crente observa todas as exigências
próprias da vida cristã” (CHAMPLIN, 2006, p. 401 – acréscimo nosso).
2.2.2 Acabei a
carreira (2 Tm 4.7b).
“No grego, o substantivo é 'dromos', que significa 'pista de corrida', onde é efetuada a competição. A vida cristã é retratada como uma longa carreira, como uma maratona, repleta de obstáculos e dificuldades que esmagam aos homens que não possuem a força conferida por Cristo. Nisso não pode haver vitória a menos que o corredor prossiga até a linha de chegada. Esta carreira exige dedicação e coragem, bem como o poder espiritual do Espirito Santo, pois, de outro modo, será inteiramente impossível concluí-la com êxito. Sabemos, com base de tudo quanto encontramos e sofremos, que correr com sucesso a carreira cristã não é coisa fácil. Cristo exige a total dedicação de nossas almas, a outorga da própria vida as suas mãos” (CHAMPLIN, 2006, p. 402 – acréscimo nosso).
“No grego, o substantivo é 'dromos', que significa 'pista de corrida', onde é efetuada a competição. A vida cristã é retratada como uma longa carreira, como uma maratona, repleta de obstáculos e dificuldades que esmagam aos homens que não possuem a força conferida por Cristo. Nisso não pode haver vitória a menos que o corredor prossiga até a linha de chegada. Esta carreira exige dedicação e coragem, bem como o poder espiritual do Espirito Santo, pois, de outro modo, será inteiramente impossível concluí-la com êxito. Sabemos, com base de tudo quanto encontramos e sofremos, que correr com sucesso a carreira cristã não é coisa fácil. Cristo exige a total dedicação de nossas almas, a outorga da própria vida as suas mãos” (CHAMPLIN, 2006, p. 402 – acréscimo nosso).
2.2.3 Guardei a
fé (2 Tm 4.7c).
A palavra guardar no grego é “tereo” denota: (a) “zelar ou velar por, cuidar de, preservar, guardar, vigiar”; (b) “observar, dar atenção a” (VINE, 2002, p. 685). “Portanto a expressão “guardei a fé” significa que Paulo guardou e preservou a mensagem do Evangelho. O apóstolo tinha convocado Timóteo para guardar o depósito que lhe havia confiado (1 Tm 6.20). Ele tinha permanecido fiel à mensagem que lhe tinha sido confiada; ela também tinha sido confiada a Timóteo. Paulo nunca tinha vacilado na sua fé e tinha a confiança de que em breve viveria todas as promessas nas quais tinha baseado a sua vida e o seu ministério” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 541). A Bíblia exorta os cristãos a guardarem a fé, afim de de não perderem a salvação (1 Tm 1.19; 2 Tm 1.13).
A palavra guardar no grego é “tereo” denota: (a) “zelar ou velar por, cuidar de, preservar, guardar, vigiar”; (b) “observar, dar atenção a” (VINE, 2002, p. 685). “Portanto a expressão “guardei a fé” significa que Paulo guardou e preservou a mensagem do Evangelho. O apóstolo tinha convocado Timóteo para guardar o depósito que lhe havia confiado (1 Tm 6.20). Ele tinha permanecido fiel à mensagem que lhe tinha sido confiada; ela também tinha sido confiada a Timóteo. Paulo nunca tinha vacilado na sua fé e tinha a confiança de que em breve viveria todas as promessas nas quais tinha baseado a sua vida e o seu ministério” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 541). A Bíblia exorta os cristãos a guardarem a fé, afim de de não perderem a salvação (1 Tm 1.19; 2 Tm 1.13).
2.3 Ele estava
cheio de esperança (2 Tm 4.8). Prestes a ser morto, Paulo nutria a
esperança do encontro com o Senhor e da recompensa que receberia dEle por ter
sido um servo fiel “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada”.
“Sem dúvida alguma esta convicção iria servir de ânimo para Timóteo suportar as
dificuldades como um bom soldado de Jesus Cristo, que há uma coroa da vida para
ele, a glória e a alegria que abundantemente compensarão todas as dificuldades
e privações do combate presente. Ela é chamada de 'coroa da justiça',
porque será a recompensa dos nossos serviços, que o Senhor não esquecerá,
porque não é injusto para esquecer (Hb 6.10). Essa coroa da
justiça não era somente para Paulo, como se pertencesse somente aos apóstolos,
aos ministros e aos mártires, mas para todos os que amarem a sua vinda” (HENRY,
p. 2008, p. 720 – acréscimo nosso).
III. OS SOFRIMENTOS DE PAULO EM
ROMA
3.1 Males
físicos (2 Tm 2.9; 4.13).
“Em 67 d.C. Paulo foi preso em Trôade e levado de
volta a Roma algemado, acabando outra vez no chão frio de uma cela romana. O
lugar é um buraco escuro e sinistro, impróprio para ser habitado por qualquer
pessoa. Ela não só é pouco atraente, mas também os odores fortes de suor e de
sangue seco, comuns em tais câmaras de tortura, ofendem qualquer visitante”
(SWINDOLL, 2009, p. 362 – acréscimo nosso).
3.2 Males
emocionais (2 Tm 4.10; 14-16).
Além de sofrer fisicamente por estar
preso, Paulo também estava padecendo emocionalmente. Alguns dos seus
cooperadores o haviam abandonado, talvez por temerem sofrer ao lado do apóstolo
(2 Tm 4.10,14). Dos que estavam com Paulo, somente Lucas permaneceu com ele (2
Tm 4.11). Por isso nesta carta ele solicita com urgência a presença de Timóteo
e também a vinda de João Marcos (2 Tm 4.9,11).
IV. A PRESENÇA DO SENHOR AO LADO
DE PAULO
4.1 O Senhor o
assistiu (2 Tm 4.17a).
“No grego é 'paristemi', que
significa 'pôr ao lado', palavra que faz alusão ao advogado ou
testemunha que se põe ao lado de um acusado qualquer e o defende. Era isso que
os amigos de Paulo temiam fazer; e isso era o que Jesus, embora invisível aos
seus olhos, vinha fazendo” (CHAMPLIN, 2006, p. 408). Como sempre, o Senhor
Jesus Cristo nunca desampara aqueles que lhe são fiéis (Mt 28.20; Hb 13.5).
4.2 O Senhor o
fortaleceu (2 Tm 4.17b).
Além do Senhor estar fazendo companhia ao apóstolo
naquela horrenda prisão e no seu julgamento, Paulo assevera que o Senhor o
fortalecia. A Paulo foi dada coragem interna a fim de nada temer na presença de
seus julgadores; e isso se tornou manifesto em sua palavra e em seu testemunho
ousado. Semelhante força em meio as mais árduas tribulações nos prometeu o
nosso Senhor (Cl 1.11; 1 Pe 5.10).
4.3 O Senhor o
guardou para si (2 Tm 4.18).
“O apóstolo não esperava agora um livramento
físico; pois sabia que seu tempo de partir era chegado (2 Tm 4.6,8). Por isso
mesmo, olhou para além dos perigos e das vicissitudes terrenas, contemplando o
reino celeste, ciente de que Deus o tomaria para si” (CHAMPLIN, 2006, p. 409 –
acréscimo nosso).
CONCLUSÃO
Para o
verdadeiro cristão, a morte é lucro, pois é partindo para a eternidade que
podemos estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.21-23). A
Bíblia nos ensina que não devemos enxergar a morte como uma derrota, pois o
evangelho ressalta a esperança da ressurreição em Cristo quando a morte será
vencida (1 Co 15.51-54).
REFERÊNCIAS
Ø APLICAÇÃO
PESSOAL, Comentário do Novo Testamento. CPAD.
Ø ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
Ø CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø HENRY,
Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento: Atos a Apocalipse. CPAD.
Ø SWINDOLL,
Charles. Paulo: um homem de coragem e graça. MUNDO CRISTÃO.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil de
Comunicação.
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