Gn 9.1-13
INTRODUÇÃO
Estudaremos
nesta lição sobre o concerto de Deus com a geração pós-diluviana. Depois que o
patriarca Noé saiu da arca com a sua família, Deus os abençoou, deu-lhes
domínio sobre os animais e também instruções sobre questões alimentares. Além
disso, Deus delegou aos homens o governo humano e fez um novo pacto com Noé,
onde ele prometeu que não mais destruiria a terra com o dilúvio e deixou um
sinal no céu como um memorial.
I. UMA NOVA CIVILIZAÇÃO
Após a corrupção
da geração antediluviana, que resultou na execução do juízo divino por
intermédio das águas do dilúvio, o patriarca Noé e sua família saem da arca com
a missão de dar início a uma nova civilização. O Senhor, então, apareceu, mais
uma vez a Noé. Vejamos:
1.1 A bênção de
Deus.
Como ocorreu com
os nossos primeiros pais, no Éden (Gn 1.28), Deus abençoou a Noé e a seus filhos,
e lhes deu a ordem de frutificar e encher a terra (Gn 9.1). Sendo que, dessa
vez, não havia apenas um casal, e sim, quatro casais (Gn 7.13) para dar
continuidade ao repovoamento da terra. Noé tornou-se, então, o segundo pai da humanidade.
O desejo de Deus era que aquela nova geração não se corrompesse, como ocorreu
com a anterior, mas, que os homens vivessem em paz e em harmonia com os seus
semelhantes.
1.2 O domínio
sobre os animais.
Assim como Adão
havia recebido a ordem de dominar sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu
e sobre os animais da terra (Gn 1.28), O Senhor deu a Noé o domínio sobre a
criação (Gn 9.2). Isto nos ensina que, mesmo após a Queda e a depravação da
geração antediluviana, os propósitos de Deus permanecem. O homem foi criado
capaz de dominar a criação, e, como resultado desse domínio, o ser humano é
capaz de domar animais ferozes e utilizar animais para o trabalho, transporte e
lazer.
1.3 A nova
dieta.
Ao sair da arca,
Deus instruiu a Noé sobre questões alimentares (Gn 9.2-5). O homem que outrora alimentava-se
apenas de frutas, verduras e cereais, a partir de então, passou a alimentar-se
também de animais (Gn 9.3). No entanto, Deus proibiu que o homem se alimentasse
do sangue. “A proibição acerca do uso do sangue na alimentação tem sido uma
constante na história dos hebreus. Presume-se que ela tenha começado quando foi
permitido que a carne animal viesse a fazer parte da alimentação humana. Ver
(Lv 7.27; 17.10,14; 19.26; Dt 12.16,23; 15.23; Ez 33.25). Essa dieta foi
imposta aos gentios, por fazerem eles parte do pacto com Noé, e não meramente
por parte da lei mosaica” (At 15.20; 21.25) (CHAMPLIN, 2002. vol. 1. p. 99).
II. A ALIANÇA DE DEUS COM NOÉ
Após a saída da
arca, Noé se aproximou de Deus levantando o altar, com sacrifício de sangue (Gn
8.20). Deus recebeu aquela oferta e fez uma aliança com Noé (Gn 9.9-13).
Vejamos como se deu esta aliança:
2.1 Deus
prometeu não mais destruir a terra com um dilúvio.
Por causa da
maldade e da corrupção da raça humana, o juízo divino por intermédio do dilúvio
foi necessário (Gn 6.5-7), e, inevitavelmente, trouxe consequências drásticas
para os homens, animais e também para a natureza. Mas Deus prometeu que não
haveria outro dilúvio na terra (Gn 8.21; 9.11). A partir de então, os homens
deveriam ver a chuva como uma bênção de Deus (Lv 26.4; Dt 11.13,14; 28.12; Sl
68.9; Mt 5.45), e não como a execução de um juízo divino.
2.2 Deus
prometeu a perpetuação dos processos regulares da natureza.
Quando Deus
criou a terra, estabeleceu leis que regulariam a natureza, tais como: dia e
noite; inverno e verão (Gn 1.14; Sl 74.17; Zc 14.8; Lc 21.30). Mas, com o dilúvio,
as leis da natureza foram afetadas. No entanto, Deus prometeu a Noé que “Enquanto
a terra durar, sementeira e sega, frio e calor, verão e inverno, e dia e noite
não cessarão” (Gn 8.22). O que significa dizer que enquanto houver homens
na terra, haverá continuamente plantação e colheita, dia e noite, inverno e
verão.
2.3 Deus deixou
um sinal no céu.
Ele disse: “O
meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a
terra” (Gn 9.13). Desde então, o arco não representa apenas um fenômeno
da natureza, e sim, um sinal que nos lembra a promessa de Deus, bem como a sua
misericórdia para com a humanidade. O arco-íris, quando eleva-se no céu, nos
faz lembrar o pacto de Deus com o patriarca Noé, e, consequentemente, com todos
os homens. É o sinal e a garantia que o mundo nunca será destruído por outro
dilúvio.
III. A INSTITUIÇÃO DO GOVERNO
HUMANO
“Antes
do dilúvio não havia nenhum governo humano. Todo homem tinha liberdade para
seguir ou rejeitar qualquer caminho [...] Mas, após a saída da arca, Deus
instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos dos
homens. A ordem divina foi esta: “Se alguém derramar o sangue do homem,
pelo homem se derramará o seu” (Gn 9.6). A pena capital é a função de
maior seriedade do governo humano, e uma vez que Deus concedeu ao homem essa responsabilidade
judicial, automaticamente todas as demais funções de governo foram também
conferidas. O governo humano, assim constituído, exercendo a prerrogativa da
pena capital, foi e é sancionado pelo próprio Deus como um meio de deter os
desobedientes (Rm 13.1-7; I Tm 1.8-10). A investidura dessa autoridade e
responsabilidade no homem foi uma novidade do novo pacto de Deus com os homens
após o Dilúvio” (OLSON, 2004, p. 69). Vejamos os aspectos humanos e divinos
neste governo:
3.1 O governo
humano.
É Deus quem dá
ao homem o fôlego de vida e somente Ele tem o direito legal de pôr fim à vida. A
vida é um dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la (Gn 9.6). Somente
Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida humana
(Gn 1.26,27; Dt 32.39), e como dádiva de Deus, só ele tem autoridade para toma-la.
Porém, mesmo antes de dar um código de leis a Israel (Êx 20.1-17; Dt 5.1-21),
Deus ordenou a pena capital (Gn 9.6), visando a preservação da vida. Como os
antediluvianos tinham enchido o mundo com violência e derramamento de sangue
(Gn 6.5-7, 11,12), Deus instituiu a pena de morte para garantir à humanidade a
preservação da vida.
3.2 A
intervenção divina.
Embora Deus haja
delegado o governo do mundo ao homem, continua Ele a comandar todas as coisas.
A Bíblia registra diversos exemplos de intervenções divinas na história das
nações, como interveio em Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-30); no Egito (Êx 7.19 a
14-31); na Babilônia (Dn 4.32-34; 5.21); na Assíria (II Rs 19.35); e, principalmente,
na história de Israel.
IV. A DISPENSAÇÃO DO GOVERNO
HUMANO
4.1 Definição de
Dispensação.
“Período de
tempo durante o qual a humanidade é moralmente responsável diante de Deus em
relação à consideração, respeito e obediência demonstrada para com a sua
palavra. Trata-se de um período moral ou período probatório da história humana
ou angelical. Cada dispensação tem o seu próprio começo e fim. Em cada dispensação
Deus tem um propósito específico e definido. Porém, o grande projeto e
propósito de Deus através das várias dispensações, é libertar a humanidade e o
universo de todas as rebeliões, de tal forma que os agentes dotados de livre-arbítrio,
estejam voluntária e permanentemente sujeitos a Deus, a Cristo, e ao Espírito
Santo” (OLSON, 2004, p. 35).
4.2 A
Dispensação do Governo Humano.
Esta dispensação
é assim chamada por causa das leis humanas, e governos que foram instituídos,
para regular a vida dos homens após a longa era de liberdade de consciência.
Deus deu a Noé determinadas leis para que tanto Noé quanto sua família e todos
os seus descendentes fossem governados por elas. O homem passou a ser
responsável pelo seu próprio governo (Gn 9.1-19).
4.3 O início e a
duração da Dispensação.
Esta dispensação
teve uma duração de 427 anos. Iniciou-se logo após o dilúvio e estendeu-se até
o chamado de Abraão (Gn 8.15-19; 9.18-19; 11.10-32; 12.1-3). Após o dilúvio a
nova vida da raça humana sobre a terra, começa com um ato de adoração (Gn
8.20). Esta é a primeira referência a um altar nas páginas das Escrituras. Após
o dilúvio as bênçãos de Deus são dirigidas ou impetradas sob Noé e seus filhos,
que surge agora como segundo cabeça da raça humana (Gn 9.1). Novas leis foram
dadas, nova aliança, promessas de bênçãos, domínio da terra e responsabilidade
sobre si mesmo para sempre (Gn 8.15,22; 9.3, 8-12).
4.4 A
necessidade.
Os governos
humanos fazem parte de um governo moral de Deus e são necessários para a
preservação da sociedade humana na terra (Rm 13.1-7; I Pe 2.13-14). Na
dispensação do governo humano, várias leis foram dadas e o governo foi estabelecido
por Deus, com o homem agora sendo responsável por reinar ou administrar para o
bem de todos. Sem a existência, execução de leis e punição, nenhum governo pode
durar muito tempo. Elas são necessárias para punir criminosos sejam indivíduos
ou nação (Rm 13.3-4).
CONCLUSÃO
Após o dilúvio,
Deus deu início a uma nova geração por intermédio da família do patriarca Noé.
Deus prometeu que nunca mais destruiria a terra com um dilúvio e deixou um
sinal no céu, como memorial do seu pacto com a humanidade. Deus também
estabeleceu o governo humano, visando a preservação da vida e a não
proliferação do pecado.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor de. O Começo de Todas as Coisas. CPAD.
Ø CHAMPLIN,
R. N. O AT Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
Ø HOFF
Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø OLSON,
Laurence. O Plano Divino Através dos Séculos. CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário