terça-feira, 29 de dezembro de 2015

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2015







   O COMEÇO DE TODAS AS COISAS –
Estudos sobre o livro de Gênesis




Lição 13

Para Refletir
A respeito do livro de Gênesis:


Quem foi José?
José era bisneto de Abraão, amigo de Deus. À semelhança de seu pai, Jacó, e do avô, Isaque, era um homem de profundas experiências com o Senhor. José era filho de Raquel, a esposa amada de Jacó (Gn 29.18-20,30).

Qual o significado dos sonhos de José?
Que ele dominaria sobre seu pai e seus irmãos.

Como você descreveria o caráter de José?
Como um caráter ilibado.

Que lição traz-nos as tribulações de José?
Quem serve a Deus prospera em qualquer circunstância (Sl 1.3). Se fizermos a vontade de Deus, até as adversidades redundarão em bênçãos e livramentos aos que nos cercam.

O que representou a região de Gósen para Israel?
Distante da influência dos cananeus e dos egípcios, os hebreus puderam desenvolver-se até se tornarem uma grande e poderosa nação. Aquele isolamento seria benéfico a Israel.

sábado, 26 de dezembro de 2015

LIÇÃO 13 – JOSÉ, A REALIDADE DE UM SONHO

  



Gn 45.1-8  


INTRODUÇÃO
O livro do Gênesis encerra falando de José - um dos personagens bíblicos mais admirados pelo seu bom caráter. Nesta lição, traremos importantes informações a respeito deste nobre hebreu; destacaremos os motivos que levaram seu pai a tê-lo em grande estima acima dos outros filhos; veremos também algumas virtudes que compunha a índole de José; pontuaremos que apesar dos sofrimentos, Deus tinha um propósito sublime com ele; e, por fim, elencaremos sua profecia acerca da visitação divina para conduzir o povo de Israel a terra prometida.


I. INFORMAÇÕES SOBRE JOSÉ
“José, cujo nome provavelmente significa: 'que Deus acrescente' (Gn 30.24), foi o décimo primeiro filho do patriarca Jacó com a sua esposa Raquel. Seu nome reflete o papel de sua vida na nação de Israel. Foi o agente de Deus na preservação e na prosperidade de seu povo no Egito, durante o período de fome na terra de Canaã” (GARDNER, 1999, p.377 – acréscimo nosso). O livro do Gênesis contém cinquenta capítulos, sendo que treze são dedicados a história de José, igualando-se até mesmo a história do patriarca Abraão. “A sua história é tão notavelmente dividida entre a sua humilhação e a sua exaltação, que podemos ver nela alguma semelhança com Cristo, que primeiro foi humilhado e depois exaltado. Em muitos casos, José tipificou o Senhor Jesus” (HENRY, 2010, p. 178).

1.1 O filho predileto de Jacó (Gn 37.3). É bom destacar que a frase: “Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos” não significa dizer que Jacó não amava os outros filhos, apenas acrescenta que em relação a José o seu pai Jacó tinha um amor maior. A Escritura parece nos indicar o porquê deste amor diferenciado, eis alguns motivos:

CAUSAS DO AMOR DISTINTO DE JACÓ POR JOSÉ

EXPLICAÇÃO E REFERÊNCIAS





NATURAIS

A Bíblia nos mostra que os filhos de Jacó tinham comportamentos inadequados que revelavam um caráter defeituoso. Simeão e Levi, por exemplo, tramaram a morte dos habitantes de Siquém (Gn 34.25; 49.5). Os filhos de Bila (Dã e Naftali) e Zilpa (Gade e Aser) enganavam o pai (Gn 37.2). Rúben, apesar de ser o primogênito de Jacó e, portanto, o herdeiro de tudo quando este viesse a falecer, pecou contra o seu pai, ao deitar-se com a sua concubina, o que o levou a ser deserdado (Gn 49.3,4). Os demais filhos eram igualmente maus, com exceção de Benjamin, pois tramaram a morte de José (Gn 37.20-27). Sem dúvida, o bom caráter de José em relação ao dos seus irmãos, conquistava a afeição de Jacó (Gn 37.2).


EMOCIONAIS

Era filho de sua esposa favorita, Raquel, gerado quando ele já estava em idade avançada. Jacó tinha esperado, por vinte e sete anos, um filho da parte de sua amada Raquel. Assim, quando José nasceu, isso constituiu um acontecimento especial (Gn 30.22-24).



 ESPIRITUAIS

Sem sombra de dúvida, Jacó tinha percepção espiritual para perceber que de todos os seus filhos, José tinha sido escolhido para uma obra específica que traria bênçãos para toda a família. Isto podemos depreender a partir do presente que ele deu a José (Gn 37.3). “A túnica especial que José ganhou de seu pai significava uma posição de autoridade e predileção” (WALTON, et al, 2003, p. 68).

   
II. VIRTUDES DO CARÁTER DE JOSÉ DESTACADAS PELA BÍBLIA
2.1 Obediente ao pai (Gn 37.2).
O presente versículo nos mostra que diferente dos filhos de Bila e Zilpa, José se mostrou obediente ao seu pai, ao ponto de observando e relatando para Jacó as atitudes erradas dos seus irmãos, quanto ao que eles de fato faziam com as ovelhas de seu pai. “Não se sabe quais seriam as denúncias, mas podemos entender que se deixavam envolver em alguma conduta inconveniente. Autores judeus, dizem-nos que eles negligenciavam seus rebanhos, praticando atos abomináveis de imundícia, comendo criaturas que eles mesmos haviam mutilado ou que as feras tinham atacado, ou porções proibidas das ovelhas” (CHAMPLIN, 2001, p. 235 – acréscimo nosso). A Bíblia nos mostra que honrar os pais se constitui num princípio moral tanto para o AT quanto para o NT (Êx 20.12; Ef 6.1; Cl 3.20).

2.2 Bom funcionário (Gn 39.1-5).
Ao ser vendido para o Egito, José foi comprado pelo superintendente de Faraó, chamado de Potifar. A Bíblia nos mostra que José foi um excelente funcionário deste egípcio, ao ponto de achar graça diante dos seus olhos. Ganhando a confiança do patrão com um excelente e próspero trabalho, José foi promovido a ser mordomo de tudo quanto era de Potifar. Assim como José, todo aquele que trabalha é exortado pelas Escrituras a servir de forma agradável aos seus superiores como ao Senhor (Ef 6.5,6; Cl 3.22; I Tm 6.1; Tt 2.9; I Pe 2.18).

2.3 Fidelidade (Gn 39.7-12).
Após o relato da prosperidade de José na casa do seu senhor, a Bíblia nos mostra que a mulher de Potifar se sentiu atraída por ele (Gn 39.7). A concupiscência dos olhos: “pôs os seus olhos em José”; a concupiscência da carne: “Deita-te comigo”; e, a soberba da vida: “a mulher do seu senhor” inflamaram-na ao ponto de querer relacionar-se sexualmente com o escravo hebreu (Gn 39.7). Todavia, a sutil e ardilosa proposta desta mulher, sofreu recusa do jovem José “porém ele recusou” (Gn 39.8a). Sua fidelidade a Deus e ao seu patrão eram o suficiente para ele não ceder à tentação (Gn 39.8,9). Ela insistiu em convidá-lo a pecar, mas ele resistiu “[...] falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvido [...]” (Gn 39.10). Não se dando por satisfeita, a mulher de Potifar tramou ficar sozinha com ele em determinada ocasião e foi ao seu encontro para forçá-lo a coabitar com ela, mas a resolução de José o fez fugir daquela investida (Gn 39.12b). A mulher ardendo em ira acusou-o diante de seu marido e funcionários que José havia tentado estuprá-la. Ele foi sentenciado à cadeia por este tão grande mal (Gn 39.14-20). “A punição menor, dada a José, de acordo com os intérpretes judeus, significou que Potifar acreditou em José, mas, a fim de poupar sua esposa de maior embaraço, sacrificou-o, embora por meio de um castigo mais brando do que seria de se esperar” (CHAMPLIN, 2001, p. 246). Sejamos fiéis a Deus custe o que custar (Pv 3.3; Dn 3.17,18; 6.3,4,22; Ap 2.10).

2.4 Homem de confiança (Gn 39.20-23).
José foi sentenciado à prisão. O trecho do salmo 105.18 indica que os pés de José ficaram presos com grilhões de ferro. No entanto, ele não entrou sozinho lá, o Senhor estava com ele e estendeu sobre a ele a sua graça. Mesmo acusado de tentar violar a esposa do seu patrão, José destaca-se por ser um homem leal ao ponto de ganhar a confiança do carcereiro. A confiança que José conquistou por parte do carcereiro era tão grande que ele outorgou a administração do cárcere ao jovem hebreu. Sejamos homens em quem se pode confiar (Pv 28.20; Tt 2.10).

2.5 Humildade (Gn 41.33-36).
Após dois anos na cadeia, José foi chamado por Faraó para interpretar o sonho que este monarca teve. José, quando interpelado por Faraó se tinha a habilidade de interpretar sonhos respondeu humildemente: “Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó” (Gn 41.16). Após dar a interpretação, José sugere que Faraó escolha um homem sábio e inteligente para ser levantado no Egito como administrador da prosperidade dos sete anos de abundância a fim de que o Egito possa durante os anos de fome tivesse o que comer. José não diz que este homem é ele. No entanto, o imperador egípcio reconheceu que este era o homem que ele estava precisando, por isso o nomeou como governador de todo o Egito (Gn 41.37-46). A humildade está associada a uma consciência de que tudo que temos ou somos vem do Senhor. Provérbios nos exorta a trilhar o caminho da humildade (Pv 15.33; 18.12; 22.4).

2.6 Perdoador (Gn 45.1-5).
Os sete anos de abundância sobrevieram à terra do Egito como fora predito, e agora, os sete anos de fome começavam a chegar. Segundo o que estava previsto a fome foi tão grave que superou os anos de prosperidade. Ela atingiu não somente o Egito, como também todas as terras (Gn 41.57). Segundo o Dr. Norman Champlin (2001, p. 257), “Não o globo terrestre inteiro, mas a terra conhecida pelo autor do livro de Gênesis, ou seja, o Egito, a Arábia, a Palestina e a Etiópia, as nações que pediriam socorro ao Egito”. É nesse momento que a descendência de Jacó vem ao Egito a fim de pedir socorro a Faraó, sem saber que José era o seu administrador. José reconhece os seus irmãos, beneficia-os e depois de prová-los revela-se como seu irmão e os perdoa por sua maldade (Gn 45.1-5). O perdão é uma característica presente na vida daquele que tem o amor de Deus em seu coração (Mc 11.25; Ef 4.32; Cl 3.13).


III. O PLANO DE DEUS ATRAVÉS DE JOSÉ
José deve não ter entendido o porquê de logo após ter recebido de Deus dois gloriosos e proféticos sonhos, sua vida ter sido acometida de vários sofrimentos. Deus havia mostrado apenas o final do caminho, no entanto, o Senhor não mostrou o caminho, que incluía: ser invejado (Gn 37.11); maltratado (Gn 37.23,24); vendido como escravo (Gn 37.28); tentado a pecar (Gn 39.7-10); e, prisioneiro em um cárcere por dois anos (Gn 41.1). Treze anos haviam se passado entre o sonho e cumprimento (Gn 37.2; 41.46), e, somente quando se viu exaltado como governador do Egito, José pode compreender que o plano de Deus com a sua vida era para: (a) livrar o povo de Israel da fome que viria (Gn 45.5-7); (b) trazer o povo de Israel para o Egito (Gn 45.9-11); e, (c) cumprir a promessa feita a Abraão (Gn 15.13,14; Êx 3.16).


IV. O CUMPRIMENTO DA PROMESSA DE DEUS COM A NAÇÃO DE ISRAEL
Apesar de ter abrigado Jacó e seus descentes confortavelmente em Gósen no Egito, José sabia que o seu povo não ficaria ali para sempre. Já próximo da sua morte, José deu duas declarações que merecem ser destacadas: (a) a profecia de José (Gn 50.25a). Este servo do Senhor conscientizou os hebreus que no tempo certo Deus iria intervir no Egito tirando-os de lá, para conduzi-los de fato a uma terra permanente; e, (b) a esperança de José (Gn 50.25b). José deixou o mundo dando testemunho de sua fé na promessa de que Israel voltaria a Canaã, pois ordenou que seu corpo fosse embalsamado a fim de ser levado para a Palestina. Seu pedido fora realizado anos mais tarde por Moisés e Josué (Êx 13.19; Js 24.32).


CONCLUSÃO
Deus tem o homem certo para cumprir seus propósitos. É o que podemos afirmar a partir da história de José. A despeito das incompreensões e sofrimentos que teve de passar, Deus em todo tempo, conduziu de forma sábia a sua história, a fim de livrar o seu povo da aniquilação cumprindo a promessa que fez a Abraão, Isaque e Jacó.



REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
Ø  HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  WALTON, John, et al. Comentário Bìblico Atos: Antigo Testamento. ATOS. 


Por Rede Brasil de Comunicação.


domingo, 20 de dezembro de 2015

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2015






   O COMEÇO DE TODAS AS COISAS –
Estudos sobre o livro de Gênesis




Lição 12

Para Refletir
A respeito do livro de Gênesis:


O que representou Isaque para Abraão?
Representou o cumprimento da promessa divina.

O que significou o Moriá para Isaque?
Significou a oportunidade de ter um encontro pessoal e fortemente experimental com o Deus de seu pai.

Quais as principais qualidades de Rebeca?
Espiritualidade, gentileza, disposição e amor ao trabalho.

O que fez Isaque em relação à esterilidade da esposa?
Ele orou e buscou a ajuda de Deus.

Em que sentido Isaque foi profeta?
Ao impetrar a bênção sobre seus filhos.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

LIÇÃO 12 – ISAQUE, O SORRISO DE UMA PROMESSA

  



Gn 21.1-8 



INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição, a definição da palavra “promessa” e pontuaremos a diferença entre a promessa incondicional e a condicional. Estudaremos sobre a Aliança que Deus fez com o patriarca Abraão prometendo-lhe um filho em sua velhice. Veremos Isaque e Ismael como um tipo da natureza espiritual e carnal e concluiremos analisando a tipologia que existe entre o “filho unigênito” de Abraão e o “filho unigênito” de Deus.


I. DEFINIÇÃO DE PROMESSA
A palavra promessa deriva do latim “promittere” que significa: “obrigar-se verbalmente ou por escrito a fazer ou dar alguma coisa; comprometer-se; dar esperanças ou probabilidades; fazer promessa” (FERREIRA, 2004, p. 1640). Já no grego é a palavra “epangelia” que significa: “empreendimento para fazer ou dar algo, presente dado graciosamente” (VINE, 2002, p. 905). No contexto desta lição trata-se da promessa de Deus ao patriarca Abraão em lhe dar um filho com Sara.


II. DIFERENÇA ENTRE AS PROMESSAS CONDICIONAIS E INCONDICIONAIS
O Senhor prova a sua soberania ao ser fiel no cumprimento de suas promessas (Dt 7.9). Ele é absolutamente digno de confiança, pois suas promessas são infalíveis, portanto, o seu povo pode descansar nele. A fidedignidade de Deus é absoluta por causa daquilo que Ele é (Dt 32.4; Sl 89.8; 1 Ts 5.23,24; Hb 10.23). Quando Deus faz uma aliança com alguém, a sua promessa é um selo e garantia suficiente de sua imutável natureza e propósitos (Hb 6.17; 10.23). No entanto, precisamos entender que existem promessas condicionais e incondicionais. As promessas condicionais são aquelas que o seu cumprimento depende da participação humana, e que estão baseadas em determinadas condições ou pré-requisitos estabelecidos por Deus. As promessas condicionais, geralmente, aparecem na Bíblia com a conjunção “se” (Êx 19.5; 2Cr 7.14; Dt 28.1,2; Rm 10.9). As promessas incondicionais são aquelas que independem da participação humana, ou seja, que dependem unicamente da soberania de Deus para a sua realização (1 Ts 4.17; Hb 9.28; 1Co 15; 1 Ts 4.16; Jo 3.16,36; 1 Jo 2.25).


III. ABRAÃO, ISAQUE E A PROMESSA
O Senhor recompensou grandemente a fé que Abraão demonstrou durante os vinte e cinco anos de sua peregrinação a Canaã. Também interveio milagrosamente para dar-lhe um filho. Deus escolheu o nome específico: Isaque “ele riu” (Gn 17.15-19), em alusão aos risos de incredulidade de Abraão (Gn 17.17) e de Sara (Gn 18.12,15) e da alegria posterior pelo nascimento de Isaque (Gn 21.6-7). Deus determinou a época exata: “na primavera” (Gn 18.10-15; 21.1-3) do cumprimento desta promessa. Vejamos:

3.1 O nascimento de Isaque mostra que Deus é fiel nas suas promessas
Durante muitos anos Sara havia carregado consigo um fardo extremamente pesado, pois, naquela cultura e época, era o da esterilidade. As pessoas deviam sorrir quando ouviam que o nome de seu marido era Abraão que significa: "pai de uma grande multidão", pois Deus já havia lhe feito uma promessa há 25 anos e até aquele momento era pai de apenas um filho, Ismael (Gn 12.4; 21.5) e Sara jamais havia dado à luz. Mas, agora, toda a sua vergonha havia se extinguido, e Abraão e Sara estavam se regozijando com a chegada de seu filho, Isaque do hebraico “riso; ele riu” (Gn 21.6), nome esse dado pelo próprio Deus (Gn 17.19). O nascimento de Isaque envolvia muito mais do que a alegria dos pais, pois significava o cumprimento da promessa de Deus (Gn 12.2, 13.16; 15.4; 17.1-7; 21.1,2). O nascimento deste filho lembra que, a seu modo e a seu tempo (Gn 18.10, 14; 21.1), Deus sempre cumpre suas promessas (Hb 11.8-11) (WIERSBE, 2010, p. 128).

3.2 O nascimento de Isaque mostra que há recompensa pela paciência. 
Abraão e Sara tiveram de esperar vinte e cinco anos pelo nascimento do filho, pois, "pela fé e pela longanimidade, [herdamos] as promessas" (Hb 6.12; 10.36). Confiar nas promessas de Deus não apenas nos propicia uma bênção no final, mas também nos concede uma bênção enquanto esperamos. A fé é uma jornada, e cada destino feliz é o início de uma nova caminhada. Quando Deus deseja desenvolver nossa paciência, ele nos dá promessas, nos manda provações e nos diz para confiar nele (Tg 1.1-8).

3.3 O nascimento de Isaque mostra a revelação do poder de Deus
Esse foi um dos motivos pelos quais Deus deu tanto tempo. Ele queria que Abraão e Sara estivessem "amortecidos" (sem forças) para que o nascimento de seu filho fosse um milagre de Deus e não algum tipo de maravilha da natureza humana (Rm 4.17-21). Abraão e Sara experimentaram o poder de ressurreição de Deus em sua vida, pois se entregaram a ele e creram em sua Palavra. A fé nas promessas de Deus libera o poder divino (Ef 3.20, 21). Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas (Gn 18.14; Lc 1.37).

3.4 O nascimento de Isaque mostra o plano de Deus para redenção do mundo. 
A futura redenção de um mundo perdido encontrava-se no nascimento de Isaque, que geraria Jacó; Jacó daria ao mundo as doze tribos de Israel; e de Israel nasceria o Messias prometido (Gn 12.1-4; Mt 1,2; Lc 3.34). Deus cumpre suas promessas não importa quanto tempo demore (WIERSBE, 2010, p. 128).


IV. ISAQUE E ISMAEL - UM TIPO DA NATUREZA ESPIRITUAL E CARNAL
A vida de Abraão é uma história da dádiva da aliança numa série de seis encontros com o patriarca e Deus. Vejamos: 1º) Deus estabeleceu a aliança (Gn 12.1-3); 2º) Deus confirmou a aliança (Gn 12.7); 3º) Deus ampliou a aliança (Gn 13.14-17); 4º) Deus ratificou a aliança (Gn 15.8-18); 5º) Deus simbolizou a aliança (Gn 17.10); e 6º) Deus acrescentou o juramento da aliança (Gn 22.16-18). Apesar de parcialmente cumprida esta promessa na história de Israel, e espiritualmente na primeira vinda de Cristo, o cumprimento absoluto de todos os seus elementos aguarda a segunda vinda do Senhor, que é o “descendente” de Abraão (Gl 3.16). Analisemos os símbolos desta aliança:

4.1 Isaque e Ismael como símbolos da natureza carnal e espiritual. 
Em Gálatas 4.28, 29, Paulo deixa claro que Ismael representa o primeiro nascimento do cristão (a carne) e que Isaque representa o novo nascimento (o Espírito). Ismael foi "nascido da carne", pois Abraão ainda não estava "amortecido" e ainda podia gerar filhos. Isaque foi "nascido do Espírito", pois, quando foi concebido, seus pais estavam "amortecidos", e só o poder de Deus seria capaz de concretizar sua concepção e nascimento. Isaque não nasceu pelo poder da providência comum, mas pelo poder de uma promessa especial.

4.2 Isaque e Ismael como símbolos da natureza carnal vindo antes da espiritual (1 Co 15.46). 
Quando se crê em Jesus Cristo, passa-se por um nascimento miraculoso que vem de Deus (Jo 1.11-13; 3.1-8). Abraão representa a fé e Sara representa a graça (Gl 4.24-26), de modo que Isaque nasceu "pela graça […] mediante a fé" (Ef 2.8, 9). Essa é a única maneira de um pecador entrar para a família de Deus (Jo 3.16-18). Ao que parece, Ismael era um filho obediente até que Isaque entrou na família. Então, a "carne" começou a opor-se ao "Espírito" (WIERSBE, 2010, p. 129).

4.3 Isaque e Ismael como símbolos da natureza livre e da natureza escrava (Gl 4.22). 
A liberdade é um dos principais temas de Gálatas (5.1) e uma das maiores bênçãos da vida cristã (Gl 4.31). É claro que a liberdade cristã não é sinônimo de anarquia, uma vez que esse é o pior tipo de escravidão. A lição é, simplesmente, que os filhos de Deus devem viver sob as bênçãos da liberdade da graça e não sob a escravidão da Lei. Agar deu à luz um escravo, e quando se decide viver sob a Lei, torna-se filho de Agar, um escravo, pois ela gera escravidão e não liberdade (WIERSBE, 2010, p. 131).

4.4 Isaque e Ismael como símbolos da escolha de Deus. 
Assim como aconteceu com de Ismael (Gn 16.11), o nome de Isaque foi dado pelo próprio Deus (Gn 17.19). É importante observar que, no registro bíblico, em várias ocasiões, Deus rejeitou o primogênito e aceitou aquele que nasceu depois. Rejeitou Caim e escolheu Abel (Gn 4.1-15); Ismael, o primogênito de Abraão, e escolheu Isaque (Gn 21.1-21). Deixou de lado Esaú, o primogênito de Isaque, e escolheu Jacó (Rm 9.8-13). Escolheu também Efraim em vez de Manassés (Gn 48.16-20) (WIERSBE, 2010, p. 129).

4.5 Isaque como símbolo que Deus cumpre as promessas que faz. Os quatro elementos da promessa feita a Abraão (Gn 12.1-3) começam a cumprir-se em Isaque: 1º) A terra – Isaque permanece em Canaã após a morte de seu pai aprofundando ali as raízes familiares em obediência a Deus; 2º) A descendência – Isaque continua a linhagem através de Jacó, após o qual a multiplicação de descendentes acelerou; 3º) A relação especial com Deus – Isaque foi temente a Deus e por ele grandemente abençoado; 4º) A bênção às nações – Isaque durante o tempo que viveu em Gerar surgiram pequenos sinais de bênção para as nações. Enfim, embora não tão proeminente quanto seu pai Abraão ou seu filho Jacó na narrativa de Gênesis, Isaque foi um elo fundamental no desenvolvimento da nação de Israel e no cumprimento da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes.


V. ABRAÃO, ISAQUE E CRISTO
No AT são poucos os que vieram ao mundo com tantas expectativas como Isaque. Nesse aspecto ele foi um modelo de Cristo, a “semente” que o Santo Deus prometera há muito tempo. Essa promessa é chamada de “aliança abraâmica”, e é o fundamento de todo o futuro programa divino para a humanidade. Deus prometeu a Abraão que traria bênçãos pessoais, nacionais, territoriais e espirituais através da sua “semente” que começou com Isaque e tem seu pleno comprimento na pessoa de Cristo (Gl 3.7-9, 16; At 3.25). Isaque é um tipo de Cristo em sua morte, pois, como ele carregou em seus ombros a lenha para o holocausto até o Monte Moriá; Cristo carregou a sua cruz ao Calvário, local próximo a Moriá. Orígenes comentou que levar a lenha para o holocausto era dever do sacerdote. Portanto, Isaque foi ao mesmo tempo vítima e sacerdote, prefigurando o trabalho de Cristo na cruz. Embora Abraão tenha tido um filho com a serva Agar (Ismael), encontramos em Gn 22.15-16 uma alusão a “um único filho”, assim como, também, o autor do livro de Hebreus se refere a Isaque como o “filho unigênito”, que significa único filho gerado por seus pais (Hb 11.17). Da mesma forma, Cristo é chamado de “filho unigênito” de Deus (Jo 3.16; 1Jo 4.9) (ELLISEN, 1993, p. 23).


CONCLUSÃO
As Escrituras descrevem centenas de promessas divinas, algumas já se cumpriram no passado, outras estão se cumprindo nos dias atuais, e outras, hão de se cumprir no futuro. Em se tratando das promessas divinas, podemos confiar em sua veracidade, pois Deus, não promete com falsidade, nem promete qualquer coisa que não possa cumprir (Is 55.11). Deus é fiel para cumprir suas promessas (Hb 10.23); Ele nunca se esquece de suas promessas (Sl 105.42; Lc 1.54,55); Suas promessas não hão de falhar (Js 23.14; Is 40.8) e elas se cumprem no devido tempo (Jr 33.14; At 7.7; Gl 4.4).



REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
KELLY, J.N.D. Introdução e Comentário. MUNDO CRISTÃO.
ELLISEN, Stanley A. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA



Por Rede Brasil de Comunicação.

UMA PROMESSA DE PODER




Objetivo:
Despertar o interesse em buscar o batismo no Espírito Santo.

Material:
Quatros copos, etiquetas, caneta hidrográfica, jarra com água e bacia.

Procedimento:
Escreva nas etiquetas as palavras: "salvo", "buscar em oração", "perseverança" e "acreditar". Cole uma etiqueta em cada copo. Comece falando que o primeiro copo (escrito "salvo") representa que nos somos filhos de Deus, alcançados pela promessa da salvação em Cristo Jesus. Enquanto fala, derrame a agua até a metade do copo. Em seguida, derrame um pouco de água no copo "acreditar" e explique que o primeiro passo para receber o batismo é crer nessa promessa. Vá para o terceiro copo ("buscar em oração") e derrame mais um pouco de água. Diga que é importante pedir a Deus o batismo para poder recebê-lo. Por fim, coloque um pouco de água no copo "perseverança" e explique que esse é o ultimo passo para alcançar a promessa do revestimento de poder. Termine a dinâmica colocando o copo "salvo" dentro da bacia. Despeje o liquido de cada um dos copos dentro dele (que ira transbordar) e encerre dizendo que quando o crente salvo em Jesus busca o batismo no Espirito Santo, se aproxima mais de Deus, transborda em sua presença ao receber o batismo. Pergunte quem ainda não recebeu e gostaria de receber o batismo. Ore com eles para que sejam batizados no Espirito Santo.

Por Luciana Gaby
Adaptado pelo Amigo da EBD

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2015






   O COMEÇO DE TODAS AS COISAS –
Estudos sobre o livro de Gênesis




Lição 11

Para Refletir
A respeito do livro de Gênesis:


Quem foi Melquisedeque?
Melquisedeque era rei de Salém e sacerdote do Senhor. É um tipo de Cristo.

Qual o significado de seu nome?
Melquisedeque traz este glorioso significado: rei de justiça (Hb 7.2).

Descreva o sacerdócio de Melquisedeque.
Melquisedeque foi o primeiro personagem da História Sagrada a receber o título de sacerdote. No texto bíblico, ele é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18). Ao contrário do ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada hereditariamente, o de Melquisedeque é eterno. Com um único sacrifício, o seu ministério plenificou-se. 

Faça um breve resumo da biografia de Abraão.
Abraão era gentio, quando Deus o chamou a formar o povo escolhido (Dt 26.5). No entanto, pela fé, tornou-se pai da nação hebreia e de todos os que creem. Abraão era semita. Sua escolha evidenciou-se por uma fé inabalável em Deus (Rm 4.3). Nele, seriam abençoadas todas as nações da terra, com a proclamação do Evangelho de Cristo (Gn 12.3).

Por que Jesus é sacerdote, de acordo com a ordem de Melquisedeque?
Porque Jesus é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles. Melquisedeque serve como tipo de Cristo, cujo sacerdócio e jamais terá fim.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

LIÇÃO 11 – MELQUISEDEQUE ABENÇOA ABRAÃO

  



Gn 14.12-20 



INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a ocasião em que Abraão junto com os seus servos, entrou numa guerra com o intuito de libertar seu sobrinho Ló, que havia sido levado cativo. Ao retornar da peleja, ele encontrou-se com Melquisedeque, que era rei de Salém, a antiga Jerusalém, e que também exercia o sacerdócio antes mesmo da instituição da Lei. Abraão recebeu dele pão e vinho, foi abençoado por ele e deu-lhe os dízimos dos despojos. O sacerdócio de Melquisedeque é uma figura ou tipologia do sacerdócio de Cristo.


I. QUEM FOI MELQUISEDEQUE
“Melquisedeque é a transliteração, para o português, do termo hebraico “Malkisedeq”, que significa “rei da justiça”. Ele era rei de Salém (a antiga Jerusalém) e sacerdote de El Elion (Deus Altíssimo), o que o tornava um rei-sacerdote, o que serviu mui apropriadamente para ilustrar o mesmo oficio, ocupado em forma muito mais significativa, pelo Senhor Jesus Cristo” (CHAMPLIN, 2001, p. 210). A história de Melquisedeque é mencionada nas Escrituras na ocasião em que ele encontrou-se com o patriarca Abraão (Gn 14.18-20); no Salmo 110; e também na Epístola aos Hebreus (caps. 5-7). Vejamos, ainda, outras informações sobre ele:

1.1 Rei de Salém (Gn 14.18a).
Salém é a forma abreviada de Jerusalém e é encontrada pelo menos cinco vezes nas Escrituras (Gn 14.18; 33.18; Sl 76.2; Hb 7.1,2). Este título dado a Melquisedeque significa “rei de paz”. A cidade de Jerusalém recebeu no passado diversos outros nomes, tais como: Sião (II Sm 5.7); a cidade de Davi (I Rs 2.10); Santa Cidade (Ne 11.1); a cidade de Deus (Sl 46.4); A cidade do Grande Rei (Sl 48.2), dentre outros. Esta cidade tinha um significado especial para o povo de Deus no AT, pois era o lugar onde o Senhor reinava sobre Israel (Sl 99.1,2; 48.1-3,12- 14). Nela, reinou Melquisedeque (Gn 14.18) e Davi (I Rs 2.11) no passado, e dela Cristo reinará sobre o mundo, no futuro (Is 2.3; Mq 4.2).

1.2 Sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18b).
Esta é a primeira menção do termo “sacerdote” na Bíblia. “Melquisedeque era cananeu, e, como Jó, é um exemplo de um não israelita, servo de Deus. Melquisedeque é um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo, que é sacerdote e rei (Sl 110.4; Hb 7.1,3)” (STAMPS, 1995, p. 54). O sacerdócio de Cristo é “segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 6.20), porque é anterior ao sacerdócio de Arão e da tribo de Levi, que só foi instituído na Lei (Êx 28.1-29). Abraão não só reconheceu a autoridade desse sacerdote, a ponto de lhe entregar o dízimo (Gn 14.20), como também foi abençoado por ele (Gn 14.19).


II. QUEM FOI ABRAÃO
Abraão é um dos personagens mais marcantes da história bíblica. Ele foi chamado por Deus para ser o pai dos judeus (Gn 12.1,2), povo de onde viria o Messias (Gn 12.3; Mt 1.1). Sua vida de fé (Hb 11.8-10), obediência (Gn 12.4), fidelidade (Gn 14.14; 23.2), compaixão (Gn 18.23) e coragem (Gn 14.14-16), fez com que ele alcançasse, não só o título de “pai dos judeus” (Sl 105.6) e “pai da fé” (Rm 4.16); como também, se tornasse o único personagem da Bíblia denominado de “amigo de Deus” (Is 41.8; Tg 2.23). Vejamos o que a Bíblia diz sobre a sua chamada:

2.1 A chamada de Abraão e seus propósitos.
“A chamada de Abraão, conforme a narrativa de Gênesis 12 dá início a um novo capitulo na revelação do AT sobre o propósito divino de redimir e salvar a raça humana. A intenção de Deus era que houvesse um homem que o conhecesse e guardasse os seus caminhos. Dessa família surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias doutras nações, para fazerem à vontade de Deus. Dessa nação viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher (Gn 3.15; Gl 3.8,16,18). Vários princípios importantes podem ser deduzidos da chamada de Abraão” (STAMPS, 1995, p 50). Analisemos abaixo:

      ü  A chamada de Abraão levou-o a separar-se da sua pátria, do seu povo e dos seus familiares (Gn 12.1,2), para tornar-se estrangeiro e peregrino na terra (Hb 11.13);
   ü  Deus prometeu a Abraão uma terra, uma grande nação através dos seus descendentes e uma bênção que alcançariam todas as nações da terra (Gn 12.2,3);
          ü  A chamada de Abraão envolvia, não somente uma pátria terrestre, mas, também, uma celestial (Hb 11.9-16);
     ü  A chamada de Abraão continha não somente promessas, como também compromissos. Deus requeria de Abraão obediência para receber aquilo que lhe fora prometido (Gn 15.1-6; 18.10-14);
         ü  A promessa de Deus a Abraão estende-se, não somente aos seus descendentes físicos (os judeus), pois, todos os que são da fé como Abraão, são "filhos de Abraão" (Gl 3.7) e são abençoados juntamente com ele (Gl 3.9);
            ü  Por Abraão possuir uma fé em Deus, expressa pela obediência, dele se diz que é o principal exemplo da verdadeira fé salvífica (Gn 15.6; Rm 4.1-5,16-24; Gl 3.6-9; Hb 11.8-19; Tg 2.21-23).


III. O ENCONTRO DE ABRAÃO COM MELQUISEDEQUE
O capítulo 14 de Gênesis registra uma guerra envolvendo nove reis (Gn 14.1-17). Nessa batalha, Ló, sobrinho de Abraão, foi levado cativo (Gn 14.12). Ao saber disso, Abraão, então, armou seus criados e entrou na peleja para libertar seu sobrinho. Ao retornar da batalha, ele encontrou-se com Melquisedeque.

3.1 Melquisedeque trouxe pão e vinho (Gn 14.18).
Ao retornar da batalha, o patriarca Abraão recebeu do rei de Salém pão e vinho. Sem dúvida, este alimento serviu não só como uma refeição para o patriarca, mas, também, uma figura da Santa Ceia, que foi instituída por Cristo, milênios depois (Mt 26.26-30; Mc 14.22-26; Lc 22.16-20). “Melquisedeque traz pão e vinho a Abraão na qualidade de sacerdote, e não como rei de Salém. Era, pois, uma refeição sacramental, não um banquete oficial” (ANDRADE, 2015, p. 118,119).

3.2 Melquisedeque abençoou Abraão (Gn 14.19).
Quando Melquisedeque abençoou Abraão demonstrou ocupar uma posição superior ao patriarca (Hb 7.6,7). “A bênção aqui referida não é a simples expressão de um desejo relativo a outrem, o que pode ser feito de um inferior para um superior. Mas, é a ação de uma pessoa ‘autorizada’ a declarar intenções de Deus, conferindo boas dádivas de prosperidade a outrem. E, tal ação somente tem validade quando é feita por alguém que é superior” (SILVA, 2002, pp. 122,123). Nesta ocasião, Melquisedeque, que também adorava ao Deus de Abraão, declarou que o Deus Altíssimo é o possuidor dos céus e da terra, e que foi Ele quem entregou os adversários nas mãos de Abraão (Gn 14.19).

3.3 Abraão dá os dízimos a Melquisedeque (Gn 14.20).
O patriarca Abraão deu os dízimos ao sacerdote Melquisedeque dos despojos da guerra. “Os despojos eram repartidos entre os guerreiros vitoriosos, e em ocasiões especiais repartia-se também com aqueles cuja autoridade era considerada superior. Em alguns casos, estes eram compostos não só de bens materiais, mas também de pessoas (Is 42.24). Mas, neste episódio, somente está em foco os despojos dos bens materiais” (SILVA, 2002, p. 120). Esta é a primeira menção de dízimo na Bíblia, o que nos leva a crer que já existia esta prática entre os servos de Deus (Gn 28.22), antes mesmo da instituição e formalização da Lei (Lv 27.32; Nm 18.21,24,26,28; Dt 12.6,11,17; 14.22,23,28).


IV. O SIGNIFICADO PROFÉTICO DE MELQUISEDEQUE
O escritor da epístola aos Hebreus declara que o sacerdócio de Melquisedeque era uma figura do sacerdócio eterno de Cristo, como veremos a seguir:

 üJesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.6,10; 6.20). O que significa que Cristo é anterior e superior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes do Antigo Pacto (Jo 8.56-58);
       ü Melquisedeque, como protótipo de Cristo, estava revestido de grande dignidade. Por isso, abençoou Abraão e recebeu dele o dízimo (Hb 7.1,2). Melquisedeque é superior a Abraão, pois recebeu dízimo até mesmo de Levi, representado figuradamente pelo patriarca (Hb 7.4-10);
        ü Melquisedeque é descrito como não tendo genealogia, não que ele não tivesse, mas sim, que ele não foi registrado nas Escrituras (Hb 7.6). Serve como um tipo de Cristo, que é eterno (Jo 1.1; Hb 13.8);
   ü Melquisedeque era mais importante que Levi e seus descendentes, cujo sacerdócio era temporário (Hb 7.4-10). Mas, o sacerdócio de Cristo é eterno (Hb 7.3,17);
       ü A superioridade de Melquisedeque é vista no fato que ele apresenta uma ordem sumo sacerdotal mais elevada que a do sacerdócio levítico, que era imperfeito (Hb 7.11-14);
      ü Cristo, tipificado no AT por Melquisedeque é o nosso sumo sacerdote santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime que os céus não precisou oferecer sacrifícios por si mesmo (Hb 7.26-28).


CONCLUSÃO
O encontro de Abraão com Melquisedeque não foi um fato comum, e sim, um evento de um profundo significado profético, pois demonstra que já existiam homens que desempenhavam o ofício sacerdotal antes mesmo da instituição da Lei e da escolha de Arão e seus filhos para exercerem o ministério sacerdotal, prefigurando o sacerdócio eterno de Cristo. 



REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. O Começo de Todas as Coisas. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  _______________. O AT Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
Ø  HOFF Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  OLSON, Laurence. O Plano Divino Através dos Séculos. CPAD.
Ø  SILVA, Severino Pedro da. Epístola aos Hebreus. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.