I Ts 4.13-18
INTRODUÇÃO
O Arrebatamento
é a maior e mais gloriosa promessa do salvo. Será o Dia em que o Senhor Jesus
virá buscar a Igreja para levar para si, onde nós estaremos para sempre com Ele
por toda a eternidade. A Bíblia descreve esse evento surpreendente, que
acontecerá num futuro incerto e impossível de precisar sua data (Mt 24.36).
Somos conclamados a vigilância e santa expectativa para o grande Dia, onde a
Igreja, a Noiva, terá seu maravilhoso encontro com o Senhor Jesus, seu Noivo.
Nesta lição estudaremos o que é o Arrebatamento; as Escolas de interpretação
acerca desse evento escatológico; quem participará do Arrebatamento; quais os
elementos que estarão presentes nesse evento; e as principais diferenças entre a
primeira e a segunda fase da Segunda Vinda de Cristo.
I.
O QUE É O ARREBATAMENTO?
1.1 Parousia. Literalmente
quer dizer: “presença”, “chegada rápida”, “visita”. É a palavra
mais frequentemente usada nas Escrituras para descrever o retorno de Cristo. Seu
sentido é abrangente porque não define apenas a volta de Cristo até as nuvens
para arrebatar a Igreja (I Ts 4.15; 5.23; Tg 5.7,8; II Pe 3.4), mas, também
para referir-se à Sua volta pessoal à terra (I Co 15.23; I Ts 2.19; II Ts 2.1).
Portanto, o sentido é geral e não especifico.
1.2 Epiphanéia. Literalmente
significa: “manifestação”, “vir à luz”, “resplandecer” ou “brilhar”. O
sentido é mais especifico, porque se refere especialmente à vinda sobre as
nuvens. É a volta pessoal de Cristo à Terra que acontecerá com uma manifestação
visível e gloriosa de Jesus na segunda fase da segunda vinda (II Ts 2.8; I Tm
6.14; II Tm 4.6-8).
II.
AS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO ACERCA DO ARREBATAMENTO
2.1 A Escola
Pós-tribulacionista.
Ensina que o
Arrebatamento acontecerá no final da Grande Tribulação. “Ela diz que a igreja
continuará na terra até a segunda vinda, no final desta presente era, e será
levada às nuvens para encontrar o Senhor que veio pelos ares, vindo do céu no
segundo advento, para retornar imediatamente com Ele.” (PENTECOST, 2010,
p.226). Segundo este grupo de teólogos, a Igreja permanecerá na terra durante todos
os sete anos de tribulação, mas, será preservada da destruição, como os hebreus
que não foram atingidos pelas dez pragas do Egito. Os principais textos bíblicos
que eles se referem para defender este ensino são (Ap 6.9; 7.9-17; 13.7) onde
João menciona a presença de santos na terra durante a Grande Tribulação. No
entanto, a Bíblia deixa claro, que estes santos são as pessoas que se
converterem após o Arrebatamento da Igreja.
2.2 A Escola
Midi-tribulacionista.
“De
acordo com essa interpretação, a Igreja será arrebatada ao final da primeira metade
(três anos e meio) da septuagésima semana de Daniel, ou seja, na metade da
tribulação. A Igreja suportará os acontecimentos da primeira metade da
tribulação, que, segundo os Meso-Tribulacionistas, não são manifestações da ira
de Deus. Ela (a Igreja) será transladada, todavia, antes que comece a segunda
metade da semana, que, segundo essa teoria, contém todo o derramamento da ira
de Deus. Afirma-se que o arrebatamento ocorrerá junto com o soar da última
trombeta e a ascensão das duas testemunhas de Apocalipse capítulo 11”
(PENTECOST, 2010, p. 244). Os principais textos que esta Escola usa para
defender sua crença é (I Co 15.52) onde o apóstolo Paulo diz: “Num
momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta...” e (Ap
11.15) onde o apóstolo João descreve o “toque da sétima trombeta”.
No entanto, devemos entender que a trombeta que o apóstolo Paulo menciona em (I
Co 15.52) significa a última voz de chamamento ou de convocação do povo de
Deus; e, não às trombetas do Apocalipse, que só serão tocadas após o
Arrebatamento, durante a Grande Tribulação, não se tratando, portanto, do mesmo
evento.
2.3 A Escola
Pré-tribulacionista.
Os que aceitam
este ponto de vista, crêem que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da
Grande Tribulação (I Ts 1.10; 5.9; Ap 3.10). “A igreja, o corpo de
Cristo, em seu todo, será, por ressurreição e por transferência, retirada da
terra antes de começar qualquer parte da septuagésima semana de Daniel” (PENTECOST,
2010, p. 263). Vejamos porque esta Escola de interpretação
bíblica é a mais coerente e aceita por nós:
· A Igreja não está destinada a ira divina, e sim, a salvação (I Ts 1.9,10; 5.9,10; Hb 9.28).
·
A ira de Deus é para os ímpios, e não
para a Igreja (Jo 3.36; Ap 6.17).
·
À Igreja de Filadélfia foi prometido
livramento da "hora da provação que há de vir sobre o mundo
inteiro" (Ap 3.10). E, profeticamente falando, a Igreja de
Filadélfia é uma representação da Igreja do Arrebatamento!
· Antes de Deus
exercer juízo sobre os ímpios, Ele avisa e livra os justos, como ocorreu com
Noé, antes do dilúvio (Gn 6.13,14); e com Ló, antes da destruição de Sodoma e
Gomorra (Gn 19.12-30). Veja o que o apóstolo Pedro diz em (II Pe 2.6-9).
III.
QUEM PARTICIPARÁ DO ARREBATAMENTO?
A Bíblia descreve alguns
personagens desse evento, especialmente em dois textos que dão destaque ao
Arrebatamento (I Co 15.51-54 e I Ts 4.13-18). Esses personagens são:
ü
Jesus Cristo. Como disse Paulo: “o mesmo
Senhor... descerá do céu” (I Ts 4.16). É certamente o cumprimento da promessa
que o Senhor nunca nos deixará só, mas que virá em breve nos buscar (Mt 28.20;
At 1.11).
ü
O arcanjo. A tradução do texto diverge na forma,
mas não anula o fato, conforme está escrito: “à voz do arcanjo” ou “com voz
de arcanjo” (I Ts 4.16). O texto de Daniel indica que o arcanjo Miguel
participará do evento da segunda vinda de Cristo (Dn 12.1), mui especialmente
da epiphanéia,
quando Cristo, rodeado de exércitos celestiais, descerá sobre a Terra, no monte
das Oliveiras (Zc 14.3,4; Ap 1.6,7). Porém, no evento do arrebatamento da
Igreja, a participação do arcanjo será efetuada pela voz do comando e
chamamento, a qual será ouvida apenas pelos remidos.
ü
Os mortos em Cristo de todas as épocas. Os
mortos em Cristo tanto do AT como do NT ressuscitarão “num abrir e fechar de olhos” ao ouvirem a voz de chamamento da
trombeta do Senhor pelo arcanjo (I Co 15.51,52) e estarão, na presença do
Senhor nos ares, com corpos glorificados (I Ts 4.16,17). A palavra “mortos” diz
respeito aos santos que ressuscitarão com corpos transformados em corpos
espirituais (soma pneumatikon).
Assim, nossos corpos (tanto dos vivos como dos mortos) serão semelhantes ao de
Cristo quando ressuscitou (Lc 24.39; Fp 3.20,21; I Jo 3.2).
ü
Os vivos em Cristo. O mesmo poder transformador operado nos corpos dos que morreram no Senhor
atuará nos corpos dos crentes vivos naquele dia. Por isso, o apóstolo Paulo
assevera aos tessalonicenses: “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados” (I Ts 4.17). E, aos coríntios, também disse: “Nem
todos dormiremos (ou seja, morreremos), mas todos seremos transformados” (I
Co 15.51). Aleluia!
IV.
ELEMENTOS ATRELADOS AO ARREBATAMENTO
ü
Haverá uma surpresa. Esse
elemento é rejeitado por alguns grupos que entendem que não haverá dois eventos
distintos: o arrebatamento da Igreja e a vinda pessoal de Cristo. Ora, o que a
Bíblia nos ensina é que, a Igreja, constituída pelos mortos e vivos em Cristo,
se encontrará nas nuvens com o Senhor. Se por alguns a ideia da surpresa é
rejeitada, uma grande maioria cristã prefere o que declara as Escrituras que
destacam o elemento surpresa (Tt 2.13; Mt 24.35,36,42-44; 25.13). Esse elemento
é fundamental porque a Igreja vive na esperança da vinda do Senhor. Textos como Mt 24.35,36, 42-44; 25.13 e
Tt 2.13 mostram que esse evento será uma surpresa. As exortações para com a
vigilância não fariam sentido sem o elemento “surpresa”.
ü
Haverá uma velocidade. Para
tentar explicar a velocidade do evento, Paulo usou o termo grego átomos,
que aparece no texto sagrado pela expressão “num momento”, cujo sentido literal
é indivisível (quanto ao tempo, aqui). A palavra átomos era usada para denotar “algo impossível de ser cortado ou dividido”.
Também encontramos outras expressões bíblicas para denotar velocidade, tais
como “abrir e fechar de olhos”, ou “o piscar de olhos”. Mesmo
em época avançada e de velocidade da cibernética e da tecnologia, nada poderá
contar e detectar o momento do milagre do arrebatamento da Igreja.
ü
Haverá uma invisibilidade. Por que será um evento
invisível e para quem? Será invisível para o mundo material porque os
arrebatados serão constituídos somente dos transformados. A transformação será
tão rápida, que nenhum instrumento cronológico terá condição de perceber ou
marcar o tempo. Quando o crente conquistar esse corpo imaterial, a matéria
perderá totalmente sua força (1Co 15.43,44,49,51,53).
V.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS DUAS FASES DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO
A Segunda Vinda de Cristo
ocorrerá em duas fases distintas. Vejamos algumas diferenças entre elas:
PRIMEIRA
FASE
|
SEGUNDA
FASE
|
Será antes da
Grande Tribulação (Ap 3.10)
|
Será depois da
Grande Tribulação (Mt 24.29-30)
|
Será invisível
(Mt 24.36)
|
Será pública,
e todo olho verá (Ap 1.7)
|
Cristo vem
para a Igreja (1Ts 4.17)
|
Cristo vem com
a Igreja (Jd 14; 1 Ts 3.13)
|
Cristo não
virá a terra, mas, ficará nas nuvens (I Ts 4.17)
|
Cristo virá a
terra e pisará no Monte das Oliveiras (Zc 14.1-4)
|
Só os santos o
verão (1 Ts 4.17)
|
Todo olho verá
(Ap 1.7)
|
VI.
PROPÓSITOS DO ARREBATAMENTO
ü Cumprir
a promessa “virei outra vez, e vos
levarei para mim mesmo” (Jo 14.3);
ü Livrar
a Igreja da ira divna, ou seja, da Grande Tribulação (Rm 5.9; I Ts 1.10; 5.9;
Ap 3.10);
ü Consumar
a salvação dos crentes (I Pe 1.5; Rm 13.11; 8.23);
ü Glorificar
os seus santos (Cl 3.4; Rm 8.17);
ü Recompensar
os salvos por seu trabalho prestado na terra (I Co 3.12-15; I Jo 4.17; Hb
10.30-b).
CONCLUSÃO
O Arrebatamento
da Igreja é a gloriosa e viva esperança de todo o crente salvo. Muito em breve
a Igreja do Senhor Jesus deixará este mundo para estar com o Senhor para sempre,
como Ele mesmo prometeu (Jo 14.1-3). Diante dessa gloriosa promessa, devemos
estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando este Dia em que estaremos
definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor
Jesus Cristo, Aleluia!
REFERÊNCIAS
Ø HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø PENTECOST,
J. Dwight. Manual de Escatologia. VIDA.
Ø RENOVATO,
Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø ZIBORDI,
Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
Adaptado pelo
Amigo da EBD.