Mt 24.42-46
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
veremos a definição da palavra esperança, analisaremos as bases bíblicas na
perspectiva pré-tribulacionista para a iminente volta de Jesus, estudaremos
quando se dará o Arrebatamento da Igreja. Pontuaremos que todos os hereges que
marcaram a volta de Cristo, unanimemente se equivocaram, pontuaremos os
fundamentos bíblicos para a promessa da volta de Jesus, e por fim, veremos como
esperar esta promessa.
I.
DEFINIÇÃO DA PALAVRA ESPERANÇA
1.1 Esperança.
O Aurélio define
esperança como: “o ato ou efeito de esperar o que se deseja”, “expectativa”,
“fé em conseguir o que se deseja” (FERREIRA, 2004, p. 808).
Esperança é uma das virtudes cristãs, através da qual o crente é motivado a
crer no impossível. É a certeza de receber as promessas feitas por Deus através
de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1) e uma sólida confiança em Deus (Sl
33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa “expectativa
favorável e confiante” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar
à espera de, aguardar, contar com a realização de uma coisa desejada ou
prometida” (Ídem, 2004, p. 808).
II.
BASES PRÉ-TRIBULACIONISTAS PARA VOLTA IMINENTE DE JESUS
Duas coisas
trazem esperança na vida crente. A primeira é o Arrebatamento da Igreja (1Ts
4.18), e a segunda é a ressurreição do corpo (1Co 15.1-58). O
pré-tribulacionismo é a doutrina segundo a qual Jesus virá arrebatar a sua
Igreja antes da Grande Tribulação (ANDRADE, 2006, p. 304). Quando pensamos na
vinda de Cristo é inevitável refletir sobre o Arrebatamento dos santos.
2.1 A Igreja não
passará pela grande tribulação.
Quem ama a
Palavra de Deus tem a certeza de que Cristo “aparecerá segunda vez, sem
pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9.28). O arrebatamento
poderá ocorrer a qualquer momento (Mt 24.36,42,43,44). Temos observado que a
iminência da volta de Jesus constitui-se num dos principais sustentáculos de
afirmação dentro do modelo pré-tribulacionista. De acordo com o dicionário a
palavra “iminente” significa: "aquilo que está para
vir; que ameaça acontecer brevemente; que está em via de efetivação imediata ou
muito próxima" (FERREIRA, 1074, p. 808). No texto acima, Jesus
deixa claro que o crente deve esperar pelo cumprimento de todos os sinais
profetizados por Ele, os quais ocorrerão antes da sua volta. Quando Jesus
prossegue e diz aos seus discípulos que era impossível saber o dia e a hora da
sua volta e que eles deveriam vigiar porque não sabiam a que hora haveria de
vir o Senhor. Nas Escrituras lemos a Doutrina da Vinda Iminente de Jesus Cristo
à Sua Igreja nos seguintes textos Sagrados (1 Co 1.7; 16.22, Fp 3.20; 4.5, 1Ts
1.10; 4.15-18; 5. 6; 1Tm 6.14; Tt 2.13; Hb 9.28; Tg 5.7-9; 1Pd 1.13; Jd 21; Ap
3.11; 22.7;12,20; 22.17,20).
2.2 Cristo virá
buscar seus fiéis, a Igreja, no arrebatamento.
Cristo tirará a
Igreja antes da Grande Tribulação, pois esta tem como propósito encerrar o
tempo dos gentios e preparar o povo de Israel para a restauração no milênio,
governado por Cristo. Há um tratamento diferente entre dois povos: judeus e
gentios, visto que são grupos distintos. Há um plano de Deus exclusivo tanto
para Israel como para a Igreja, sendo que a Grande tribulação é um período onde
Deus tem como objetivo tratar com Israel e não com a Igreja, que já teve o seu
período de salvação na Dispensação da Graça. Neste caso, seria incoerente a
Igreja passar pela Grande Tribulação devido esses propósitos, ou seja, o
propósito da Grande Tribulação é preparar a conclusão do plano geral de Deus para
a humanidade e não purificar ou testar a Igreja, mas, Israel (Rm 8.19-25; 1Co
1.7; Fl 4.5; Tt 2.13; Tg 5.9; Jd 21; 1Ts 4.18).
III.
QUANDO SE DARÁ O ARREBATAMENTO DA IGREJA?
Durante seu
ministério na terra, Cristo fundou sua Igreja e deu-lhe uma promessa: Ele
voltaria novamente para buscar aqueles que o receberam como Salvador e viveram
de acordo com sua Palavra (1Ts 4.16-17; 1 Co 15.50-52). Ninguém sabe quando se
dará este fato, só é possível saber que o evento é iminente, pois os sinais se
identificam no decorrer da história. “Não vos pertence saber os tempos ou
épocas que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7). Tentar
estabelecer uma data para vinda de Cristo é perder tempo. “daquele Dia e
hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt
24.36).
3.1 Jesus em sua
natureza humana não sabia quando voltaria (Mt 24.36,42; 25.13).
Ao se fazer
homem, o Senhor Jesus aniquilou-se “esvaziou-se” a si mesmo; e, conquanto não
tenha deixado de ser Deus (1 Tm 3.16; Cl 2.9), ele abriu mão de parte de seus
atributos divinos e da glória que desfrutava junto ao Pai (Jo 1.14; 2 Co 8.9;
Fp 2.5-8). Na Terra, Jesus sujeitou-se temporariamente às limitações humanas
(Hb 2.14). E foi nessa condição temporária que Ele declarou não saber quando se
daria o Arrebatamento (Mt 24.36; Jo 14.28). Com a vitória cabal alcançada na
cruz (Jo 19.30) e a sua ressurreição, Jesus reassumiu a glória que tinha antes
de o mundo existir (Jo 17.5). Não foi por acaso que declarou: “É me dado
todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18), pois de fato Ele é o
Todo-Poderoso (Ap 1.8). Não há razão para acreditarmos que Ele tenha deixado de
saber definitivamente o dia do Arrebatamento. Em Apocalipse, as suas convictas
palavras indicam o seu pleno conhecimento sobre o assunto: “venho sem
demora”; “presto venho”; “cedo venho” (Ap 3.11; 22.7,12).
3.2 Jesus
prometeu que voltaria (Jo 14.3; Ap 22.20).
Os anjos
corroboraram as suas palavras (At 1 9-11). Os profetas dos tempos do AT também
anunciaram a Segunda Vinda, mesmo não tendo a devida compreensão acerca dela
(Dn 7.13; Zc 14.4; Ml 3.2). E os escritores do NT fizeram o mesmo: Paulo (1 Co
15.51,52); Tiago (Tg 5.8); Pedro (2Pd 3.10); João (1Jo 2.28; 3.1-3); Judas (v.
14); e o desconhecido autor de Hebreus (Hb 9.28). Ademais, o testemunho da Ceia
do Senhor, por Ele ordenada, é mais uma evidência de sua volta (1 Co 11.26).
Não podemos estar desapercebidos, pois “fiel é o que prometeu” (Hb
10.23,37). E o fato de não sabermos quando Ele voltará (Mt 24.42-44) deve
estimular-nos à vigilância (Mt 25.I-I3). Quanto a nós, além de não sabermos
quando Jesus voltará, é-nos totalmente vedado fazer especulações (At 1.7; I Ts
5.1). “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt
25.13).
IV.
FUNDAMENTOS BÍBLICOS PARA A PROMESSA DA VOLTA DE JESUS
Ao lermos a Bíblia vamos
encontrar tanto no AT (Zc 14.3-4) como no NT (Tg 5.7; 1 Pe 1.7,13; 1Ts 4.13-18;
Hb 9.28). No entanto, é no NT que esta doutrina é mais difundida e explicada. O
próprio Senhor Jesus fez esta promessa (Jo 14.2-3), os anjos falaram acerca
desta promessa (At 1.11) e os apóstolos escreveram acerca desta promessa.
Vejamos:
ü Será repentino
"num abrir e fechar de olhos" (1Co 15.51,52). Isto significa
que não haverá tempo para preparativos de última hora (Mt 25.6-10);
ü Será “em dia e
hora que não sabemos” (Mt 24.36,44). Todos que se atreveram determinar o dia
do Arrebatamento da igreja se decepcionaram. Esperaram e Cristo não veio!
Portanto, melhor do que prever ou datar este dia, é estar preparado;
ü Será “como nos
dias de Noé” (Mt 24.37-39). Ou seja, um dia como outro qualquer, em
que as pessoas estarão em suas atividades normais: comendo, trabalhando,
casando etc (Mt 24.40-42);
ü Será pessoal (At
1.11; Ap 22.12). Assim
como em um casamento, Cristo virá pessoalmente buscar a sua noiva;
ü Será em duas
fases. A
Segunda Vinda de Cristo dar-se-á em duas fases distintas, uma antes, e outra
depois da Grande Tribulação. A primeira fase é o Arrebatamento da Igreja (1Co
15.52; 1Ts 4.16,17). A segunda fase da vinda de Cristo será sua descida sobre o
Monte das Oliveiras, juntamente com a igreja, para livrar Israel das garras do Anticristo
(Zc 14.4; Mt 24.30; Ap 1.7; 19.11-21; 20.1-6).
VI.
COMO ESPERAR A VINDA DE JESUS
A esperança de
todos os que obedecem a Deus, que acreditam sem reservas na Sua existência e no
Seu poder, está na vinda do Senhor Jesus (1Ts 4.16,17). As Escrituras
descrevem, não apenas a promessa, mas também nos ensina como devemos esperar
esta promessa. Vejamos:
ü Devemos esperar
com vigilância. Diversas
parábolas foram proferidas pelo Senhor Jesus, com o intuito de nos ensinar
acerca da vigilância (Mt 24.32,33; Mt 25.1-13; Mt 24.45-47; Mt 24.37-39; Mt
24.43,44; Lc 12.39,40; 1Ts 5.2,3; 2Pd 3.10; Ap 3.3). O ladrão não avisa a hora
da noite em que vai arrombar a nossa porta e roubar a nossa casa, do mesmo modo
o Senhor Jesus não vai avisar a hora em que virá buscar Seu povo. Então, Ele
pede que vigiemos para não sermos pegos de surpresa.
ü Devemos esperar
com santidade. Somente
aqueles que estiverem vigilantes e em santidade poderão desfrutar das bênçãos
advindas da Segunda Vinda de Cristo (1Ts 5.23; Hb 12.14; 1Jo 3.3).
ü Devemos esperar
em alerta. “Porque,
assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será
também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.27). Isto significa que ninguém terá
tempo extra para se preparar. Devemos vigiar. Jesus falou que este episódio
seria semelhante aos dias de Noé (Mt 24.36-44) Jesus contou algumas parábolas
sobre sua volta (Mt 24.45-51; Mt 25.1-13; Ef 4.30).
ü Devemos esperar
evangelizando. “Bem-aventurado
aquele servo a quem o Senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Lc 12.43).
“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos
digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a
ceifa” (Jo 4.35).
CONCLUSÃO
Diante dessa
gloriosa promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando
este dia em que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos
para sempre com o Senhor. Que fiquemos com as palavras do apóstolo Paulo: “Desde
agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me
dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem sua
vinda” (2 Tm 4.9).
REFERÊNCIAS
Ø ICE,
Thomas. Profecias de A a Z. ACTUAL.
Ø LAHAYE,
Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
Ø LIETH,
Nobert. O Sermão Profético de Jesus. ACTUAL.
Ø RENOVATO,
Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø ZIBORDI,
Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
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