At 2.1-12
INTRODUÇÃO
A tarefa da
evangelização dos povos deve ser executada por todo autêntico servo de Deus,
com vistas a atender a necessidade espiritual dos homens também nos centros urbanos.
Devemos reproduzir a forma de evangelismo da igreja primitiva, que de forma
estratégica atentou para as metrópoles, pois nelas encontravam-se um número
maior de pessoas com as quais eles compartilharam as Boas Novas de Salvação e
que se espalhou por todos os lugares numa velocidade extraordinária.
Atualmente, dispomos de diversas formas de propagar o Nome de Cristo, as quais
destacaremos nesta lição. Devemos cumprir o Ide do Senhor apesar dos desafios
que são peculiares a evangelização urbana.
I. A EVANGELIZAÇÃO NÃO TEM
PREFERÊNCIA POR LUGARES
Em todas as
referências alusivas à tarefa da evangelização, não encontramos em nenhuma
delas o Senhor Jesus Cristo fazendo distinção de lugares, senão ordenando aos
discípulos que levassem a mensagem de Boas Novas para todos os homens (Mt
28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22; At 1.8). Jesus mesmo não fazia
diferença entre evangelizar áreas rurais ou nas cidades: “e percorria
todas as cidades e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalém” (Lc
13.22). Na verdade, Jesus ia aonde os pecadores estavam, e isto independente do
lugar. Isto podemos ver mais detalhadamente abaixo:
1.1 Na zona
rural.
Os evangelhos
nos mostram que Jesus pregou em aldeias (Mc 1.38; 6.6; 14.23; Lc 8.1). A
palavra “aldeia” segundo o Aurélio significa: “pequena povoação de
categoria inferior à vila” (SOARES, 2004, p. 88). O Mestre também
ordenou aos discípulos que evangelizassem as aldeias e não somente as cidades
(Mt 10.11; Lc 9.6). Portanto, todos os que procuram propagar a Palavra de Deus
devem seguir o exemplo de Cristo e dos apóstolos e cuidar de que as aldeias não
sejam negligenciadas.
1.2 Na zona
urbana.
Além das
aldeias, Jesus pregou também nas cidades, fossem elas de pequena ou de grande importância
(Mt 9.35; 11.1; Lc 4.43). O que dizer, por exemplo, da cidade de Nazaré (Lc
4.16); Cafarnaum (Mc 4.13); Corazim e Betsaida (Mt 11.21); Jerusalém (Mt
21.10). É necessário entender que é nas grandes cidades onde encontramos uma
população maior, portanto, devemos levar a mensagem do Evangelho aos centros
urbanos a fim de fazermos notória a mensagem de Cristo ao maior número de
pessoas.
II. A EVANGELIZAÇÃO URBANA NA
PERSPECTIVA DIVINA
A presente lição
aborda especificamente a evangelização nos centros urbanos, o que alguns chamam
de “missões urbanas”. Nas cidades, encontramos um número maior de
habitantes, por isso, a Igreja deve dar uma atenção maior ao evangelismo neste
locais, a fim de alcançar um número maior de pessoas para Cristo. Esta sem
sombra de dúvidas é a perspectiva divina, como veremos a seguir:
2.1 Lugar
estratégico.
Deus planejou
por Sua Soberania, derramar o Espírito Santo sobre os quase cento e vinte discípulos
quando estes se encontravam na grande cidade de Jerusalém, conforme Jesus havia
dito (Lc 24.49; At 1.8,12). Jerusalém era a cidade onde estava o Templo (Mt
24.1; Mc 11.11,15,27). Jerusalém, que figura no Evangelho como o lugar onde o
Senhor foi rejeitado, fica sendo o lugar onde Ele ressuscita dentre os mortos,
onde é derramado o Espírito, e onde a igreja começa a sua obra.
2.2 Momento
estratégico.
Nesta ocasião em
Jerusalém estava acontecendo a Festa de Pentecostes (At 2.1). Esta era a segunda
festa do primitivo calendário bíblico e possui três nomes no AT: a) Festa
da Colheita (Êx 23.16); b) Festa das Semanas (Êx 34.22); e, c) Festa
das Primícias (Nm 28.26). Pentecostes ocorria cinquenta dias depois da Páscoa. Trata-se
de um nome grego, dado tardiamente pelos judeus de fala grega que significa: “quinquagésimo”.
Segundo Boyer (2011, p. 418 – acréscimo nosso), “o Espírito Santo veio sobre a
igreja num momento em que esta solene festa em Jerusalém acontecia, a que
assistiam dois a três milhões, calcula-se, de judeus e prosélitos”.
2.3 Povo
estratégico.
Por ocasião da
Festa de Pentecostes, havia judeus de várias partes do mundo, e nesta ocasião ouviram
o evangelho pelos servos do Senhor em sua própria língua, por manifestação
sobrenatural (At 2.5-13). O apóstolo Pedro levantou-se naquele momento e pregou
o evangelho mostrando que aquela manifestação tinha respaldo na profecia de
Joel (At 2.14-21; Jl 2.28-32). Aproveitou para anunciar as Boas Novas de
Salvação por meio de Cristo Jesus que havia morrido crucificado, mas que
ressuscitara e que a prova de que Ele estava vivo e a direita de Deus era o derramar
do Espírito que aqueles homens estavam testemunhando (At 2.33-36). Tal pregação
na unção de Deus resultou na conversão de quase três mil almas (At 2.1-37-41).
O desejo de Deus fica claro de que queria espalhar o evangelho ao mundo, conforme
Jesus mesmo havia declarado (At 1.8).
III. PAULO E A EVANGELIZAÇÃO
URBANA
O apóstolo Paulo
foi um exímio evangelizador de áreas urbanas. Sob a direção do Espírito Santo
este nobre servo de Deus se dispôs a levar a mensagem do Evangelho as grandes
cidades, dentre as quais podemos citar:
3.1 A cidade de
Corinto.
Nenhuma cidade
da Grécia era mais favoravelmente localizada para o comércio por terra e mar do
que a cidade de Corinto. O imperador Augusto fez de Corinto a capital da Acaia.
Ela era também uma cidade hospitaleira aos marinheiros e viajantes que vinham a
negócios ou a procura de prazer. A igreja em Corinto foi fundada por Paulo
durante a sua segunda viagem missionária (At 18.1-17). Nessa cidade, Paulo
permaneceu por 18 meses, sendo auxiliado por Priscila e Áquila e outros
obreiros. Apesar das oposições que sofreu, o apóstolo Paulo pregou o evangelho
e muitas conversões aconteceram (At 18.8). Deus o consolou dizendo que tinha
muito povo naquela cidade (At 18.10).
3.2 A cidade de
Filipos.
Lucas nos mostra
à cidade de Filipos como a “...primeira cidade desta parte da Macedônia,
e é uma colônia...” (At 16.12), o que nos deixa claro que era cidade de
grande importância política. Filipos ficava localizada na parte oriental da
Macedônia. Constituía-se o portão de entrada da Europa. A primeira exposição da
cidade de Filipos ao evangelho é registrada em (At 16.6-40), quando Paulo, em
sua segunda viagem missionária, com Silas e Timóteo chegaram lá (At 15.40). A
princípio a intenção do apóstolo era ir para Ásia, e depois para Bitínia, mas
foram impedidos pelo Espírito Santo (At 16.6,7). Estando em Trôade, Lucas conta
que Paulo teve uma visão, que lhe deu nova rota para sua tarefa missionária (At
16.9). Após esta visão, o apóstolo concluiu que Deus o chamava para ali pregar
o evangelho (At 16.10-12). Apesar das grandes dificuldades que enfrentou, Paulo
conseguiu implantar o evangelho nesta cidade. Libertação, conversões e milagres
aconteceram em Filipos conforme o registro bíblico (At 16.14; 16-18; 26-28).
3.3 A cidade de
Éfeso.
A cidade
encontra-se no pequeno continente da Ásia Menor. Esta era a capital da
província romana da Ásia. O templo da Diana dos efésios (At 19.28) foi
considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Éfeso era conhecida,
também, como o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana (At
19.27). Historiadores calculam a população da cidade de Éfeso no primeiro
século entre 250 e 500 mil habitantes. A igreja de Éfeso foi fundada por Paulo
e, provavelmente, por Áquila e Priscila, por volta do ano 52 d.C. (At
18:18-28). Paulo levou o Evangelho a esta cidade durante a sua segunda viagem
missionária (At 18.19).
IV. ESTRATÉGIAS DE EVANGELISMO
URBANO
O Senhor Jesus
pregou em vários lugares: no monte, nas cidades, no templo e nas sinagogas (Mt
5.1-2; 9.35; 13.1-3,54; 21.23). Lucas nos diz que toda a cidade de Jerusalém
foi evangelizada (At 5.28). O evangelismo era praticado todos os dias, quer no
templo, quer nas casas, e de forma perseverante (At 5.42). Quando foram
dispersos por causa da perseguição, os discípulos saíram pregando por todos os
lugares (At 8.1). O livro de Atos nos serve de parâmetro para a prática do
evangelismo. Não podemos esperar que os pecadores venham para o Templo ao nosso
encontro a fim de serem evangelizados. Pelo contrário, precisamos ir ao encontro
deles. Em Lucas 14.21,23 Jesus ao narrar uma parábola disse: “Sai
depressa pelas ruas e bairros da cidade e traze aqui os pobres e aleijados e
mancos e cegos...Sai pelos caminhos e valados e força-os a entrar para que a
minha casa se encha”. É necessário que saiamos ao encontro das
almas perdidas. Para isto dispomos de diversas formas pelas quais podemos levar
o evangelho, tais como: a) nas ruas (At 17.17); b) nos transportes
(At 8.26-35); c) nos hospitais (Jo 5); d) nas faculdades (At
17.19-23); e e) na mídia: rádio, TV
e internet como a nossa Igreja tem feito.
V. OS DESAFIOS DO EVANGELISMO
URBANO
5.1 As leis que
restringem a liberdade religiosa.
No primeiro
século, os discípulos, viram-se diante do desafio de pregar a Palavra de Deus,
ante as leis que lhes foram impostas para inibi-los (At 4.17,18; 5.28). No
nosso país, ainda desfrutamos de liberdade religiosa, mas há igrejas em
determinados lugares que não possuem mais esse privilégio. Portanto,
aproveitemos o máximo do tempo que dispomos (II Tm 4.2).
5.2 O
endurecimento por parte das pessoas.
Em todo tempo
houveram pessoas que se endureceram ao convite do evangelho. Nas áreas urbanas
é comum as pessoas resistiram por causa da sua posição social, nível acadêmico,
preconceito, ignorância dentre outros. Com a multiplicação da iniquidade (Mt
24.12), os homens tornar-se-ão ainda mais insensíveis e resistentes a recepção
das Boas Novas. Paulo previu esse árduo tempo (II Tm 3.1-7).
5.3 As
perseguições contra os cristãos.
Desde a sua
inauguração a igreja sofreu represálias para cumprir a sua excelente missão (At
8.1). Jesus havia predito que seus seguidores sofreriam perseguição por sua
causa (Mc 13.13; Jo 15.20,21). Atualmente, todo servo do Senhor também sofre
perseguições por propagar a sua fé, seja no trabalho, na escola, na sociedade.
No entanto, não devemos nos intimidar com tal sofrimento sabendo que nos espera
um galardão (Mt 5.10-12).
CONCLUSÃO
Embora a
evangelização urbana esteja cercada de desafios para a igreja atual devemos
estar dispostos a, no poder do Espírito Santo, superá-los e levar adiante a
mensagem de salvação a todos os homens a fim de que estes possam receber a Cristo
como Único e Suficiente Salvador de suas vidas.
REFERÊNCIAS
Ø ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário
Bíblico Pentecostal. CPAD.
Ø HORTON, Stanley. I & II Coríntios. CPAD.
Ø SILVA,
Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. CPAD
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.