At 1.1-14
INTRODUÇÃO
Nesta lição destacaremos algumas verdades sobre a
Igreja: sua origem, edificação e inauguração. Veremos que ela é composta de
todos aqueles que aceitaram a Cristo como Único e Suficiente Salvador,
independente de cor, raça, sexo e etnia. Destacaremos à luz da Bíblia que antes
de ser assunto ao céu, Jesus, prometeu capacitar dos seus seguidores com o
revestimento de poder a fim de que levassem adiante a excelente missão de evangelizar
os quatro cantos da terra; e, por fim, pontuaremos que a igreja existe, é
ordenada, se realiza, e só pode permanecer existindo se evangelizar.
I . A
IGREJA: SUA ORIGEM, EDIFICAÇÃO E INAUGURAÇÃO
Segundo Andrade (2006, p. 221 – acréscimo, itálico
e negrito nosso), “a palavra 'igreja' do hebraico 'qahal',
significa: 'assembleia do povo de Deus'; do grego 'ekklesia',
quer dizer: 'assembleia pública'. É o organismo místico composto por todos
os que aceitam o sacrifício vicário de Cristo, e têm a Palavra de Deus como a
sua única regra de fé e prática. No NT, o mesmo termo aplica-se também ao
ajuntamento dos fieis, num determinado lugar, para adoração a Deus, fortalecer
a comunhão fraternal e desenvolver o serviço cristão”. Abaixo destacaremos
algumas verdades sobre a igreja à luz das Escrituras:
1.1 Deus Pai, o projetista da Igreja (Ef 3.1-12).
1.1 Deus Pai, o projetista da Igreja (Ef 3.1-12).
Quanto a Igreja o apóstolo diz que era um mistério
que estava oculto em Deus na eternidade, mas que foi revelado pelo Espírito na
dispensação da graça (Ef 3.3,4). “A Igreja foi, desde a eternidade, concebida
na mente de Deus. Isso, por si só, explica a sua peculiar natureza como povo
adquirido, que não se verga diante das pressões do mundo. Deus a projetou em toda
a sua dimensão divina e histórica, prevendo cada detalhe desde a sua concepção
até ser inaugurada no dia de Pentecostes, para dai seguir a sua trajetória
através dos tempos” (GILBERTO, 2008, p. 382).
1.2 Deus Filho, o edificador e o fundamento da
Igreja (Mt 16.18).
Quando Jesus disse “[...] edificarei a minha igreja
[...]” estava afirmando que Ele era o edificador da igreja. A palavra “edificar”
segundo o Aurélio significa: “construir, levantar; fundar, instituir,
criar” (FERREIRA, 2004, p. 714). Cristo iniciou essa obra amando a
Igreja e se entregando por ela (Ef 5.25). Ela tornou-se propriedade exclusiva
do Senhor, pois Ele cumpriu todas as exigências quanto à forma de resgatá-la (1
Co 6.20). A Igreja, portanto, é um povo adquirido (1 Pe 2.9), cujo preço pago
não pode ser avaliado em ouro ou prata (1 Pe 1.18). Mas, além de edificá-la, a
Igreja encontra-se também alicerçada em Cristo (I Co 3.11; Ef 2.20).
1.3 Deus Espírito Santo, o inaugurador e mantenedor
da Igreja (At 2.1-4).
Com a ascensão de Cristo, inicia-se o processo de
inauguração da Igreja, que culminou no dia de Pentecostes. Existem diversas
opiniões sobre a inauguração da Igreja, todavia, segundo Horton (2006, pp.
538,539), “a maioria dos estudiosos, acreditam que as evidências bíblicas são
favoráveis ao dia de Pentecostes, em Atos 2, para a inauguração da Igreja. É
fato que Lucas não emprega o termo ekklesia
no seu evangelho, mas a palavra aparece 24 vezes em Atos dos Apóstolos. Este
fato sugere que Lucas não tinha nenhum conceito da presença da Igreja antes do
período abrangido em Atos. No entanto, imediatamente após àquele grande dia em
que o Espírito Santo foi derramado sobre os crentes reunidos, a Igreja começou
a propagar poderosamente o Evangelho, conforme fora predito pelo Senhor ressurreto”.
O Espírito Santo desceu para inaugurar a igreja e permanece com ela até a volta
de Cristo (Jo 14.17; Ap 22.17).
II. A IGREJA E A SUA COMPOSIÇÃO
Desde o início, a proposta divina sempre foi
estender a bênção da salvação a todos os homens indiscriminadamente (Gn 12.3;
Gl 3.8). Mas, o sentimento ultranacionalista dos judeus fechou seus olhos a
esta realidade de que, Deus os levantou a fim de serem uma nação evangelizadora
para todos os povos (Is 42.6; 49.6; Rm 2.17-20). A vinda do Messias, no entanto,
mostrou claramente que, Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef
6.9). É necessário entender que: a)
Deus amou o mundo e não apenas uma classe de pessoas (Jo 3.16); b) o sacrifício de Jesus não alcança
apenas um povo (Jo 1.29; I Jo 2.2); c)
sua graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14;
Ef 3.6); d) a ordem de levar as boas
novas de salvação é extensiva até aos confins da terra (At 1.8). Portanto, o
que foi negligenciado por Israel, está sendo feito pela Igreja – a
evangelização dos povos, tribos, línguas e nações. Por meio da fé em Cristo,
independente de nacionalidade o convertido passa a ser integrante do Corpo de
Cristo, pois é enxertado pelo Espírito Santo Nele (Rm 1.16; 11.24). No livro do
Apocalipse, após o Filho de Deus abrir o livro e desatar os selos, o céu
irrompe em louvor pelas vidas que foram alcanças pelo sacrifício de Cristo (Ap
5.9).
III. A IGREJA E A SUA CAPACITAÇÃO
A Bíblia registra uma promessa feita pelo Pai
celestial que haveria de inaugurar uma nova etapa no seu relacionamento com a
humanidade. O Espírito Santo seria derramado mais plenamente nos seus servos,
passando a habitá-los e a capacitá-los de forma especial (Is 44.3; Jr 31.33; Jl
2.28-32). Lembramos que no AT, o Espírito Santo tão somente vinha sobre os
filhos de Israel a fim de capacitá-los para um fim específico (Nm 11.16,17; Jz
6.34; I Sm 16.13). No NT isso mudou, pois o Espírito não estaria apenas
conosco, mas em nós, sendo a capacitação ampliada (Jo 14.16,17). Em Lucas 24.49
e Atos 1.8 encontramos o Senhor Jesus Cristo confirmando a promessa do Pai aos
seus discípulos que os capacitaria para a obra que eles deveriam realizar. Para
isto era necessário que Jesus fosse ao Pai e rogasse pela vinda do outro
Consolador para que estivesse com os seus servos (Jo 14.15). Com a vinda do
Espírito para estar com a Igreja, o Senhor Jesus iria conceder ao seu povo
aquilo que seria necessário para realizar a Sua obra aqui na terra até a sua
vinda. A recomendação foi que eles ficassem em Jerusalém, esperando a promessa
do Pai (Lc 24.49; At 1.4,8). Os discípulos aguardaram e experimentaram o
batismo com o Espírito Santo (At 2.1-10).
IV. A IGREJA E A EVANGELIZAÇÃO
Segundo Horton (2006, pp. 299,300), a Igreja é uma
comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. Cristo entregou-se em
favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do dom do Espírito Santo a fim
de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus. Muitos itens podem ser
incluídos num estudo sobre a missão da Igreja. Este breve estudo só incluirá,
porém, quatro deles: a evangelização, a adoração, a edificação e a
responsabilidade social. Em se tratando especificamente da evangelização, há
cinco textos onde o Senhor Jesus comissiona seus discípulos para esta sublime
tarefa, são eles: (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22 e At
1.8). Esta missão que tem por objetivo proclamar o evangelho, seguida da
mensagem de fé e arrependimento visando o homem em sua plenitude. Ela
representa a responsabilidade da Igreja em promover o reino de Deus em meio à
sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a Igreja deve utilizar
todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus.
4.1 A Igreja existe para evangelizar.
Acerca de um dos propósitos pelo qual a igreja
existe, afirmou o apóstolo Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). A
igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente delas é a que
justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização.
Segundo Horton (2006, p. 300), “na adoração, a igreja volta-se para Deus; na
edificação, atenta (corretamente) para si mesma; e, na evangelização, a Igreja
focaliza o mundo”.
4.2 A Igreja é ordenada a evangelizar.
4.2 A Igreja é ordenada a evangelizar.
A palavra “ordenar” segundo o Aurélio
significa: “mandar, decretar”. A tarefa de evangelizar é
uma ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt
28.19; Mc 16.15). “A ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o
mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja, o
direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para
crerem no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da
vida eterna” (GILBERTO, 2008, p. 418).
4.3 A Igreja se realiza evangelizando.
Pedro não podia deixar de falar daquilo que tinha
visto e ouvido, mesmo sofrendo afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20;
5.40-42). Paulo tinha a evangelização como uma obra que lhe foi imposta (I Co
9.16). Ele se realizava em pregar o evangelho ainda que lhe custasse à vida (At
20.24). “O verdadeiro movimento pentecostal, missionário, ora pelas missões;
contribui para as missões; promove as missões! É um movimento que vai ao campo
missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser
evangélica” (ibidem, 2008, p. 184).
4.4 A igreja só pode continuar a existir se
evangelizar.
Como a igreja poderá crescer em número se não
evangelizar? Sua existência depende da prática da evangelização, do contrário
não irá perdurar. No livro dos Atos dos apóstolos percebemos claramente os
apóstolos inflamados pelo poder pentecostal, pregando o evangelho e o pequeno
grupo de quase cento e vinte discípulos aumentando de forma extraordinária. Na
primeira pregação do apóstolo Pedro, por ocasião do Pentecostes, quase três mil
almas se decidiram por Cristo (At 2.41). Já na segunda mensagem mais de cinco
mil pessoas se converteram (At 4.4). O relato de Lucas disse que a igreja tinha
um crescimento extraordinário, porque o evangelismo se tornara uma prática
constante (At 5.14,42).
CONCLUSÃO
Como igreja, devemos estar cônscios da nossa
responsabilidade aqui na terra de proclamar as boas novas de salvação a todos
os homens. Devemos utilizar dos diversos canais legítimos que dispomos, para
que a mensagem de Cristo possa alcançar o maior número de pessoas. Esta, sem
sombra de dúvida alguma, é a maior contribuição que podemos dar a nossa
sociedade.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
GILBERTO, Antonio et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
GILBERTO, Antonio et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
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