sexta-feira, 29 de julho de 2016

LIÇÃO 05 – A EVANGELIZAÇÃO URBANA E SUAS ESTRATÉGIAS


  




At 2.1-12




INTRODUÇÃO
A tarefa da evangelização dos povos deve ser executada por todo autêntico servo de Deus, com vistas a atender a necessidade espiritual dos homens também nos centros urbanos. Devemos reproduzir a forma de evangelismo da igreja primitiva, que de forma estratégica atentou para as metrópoles, pois nelas encontravam-se um número maior de pessoas com as quais eles compartilharam as Boas Novas de Salvação e que se espalhou por todos os lugares numa velocidade extraordinária. Atualmente, dispomos de diversas formas de propagar o Nome de Cristo, as quais destacaremos nesta lição. Devemos cumprir o Ide do Senhor apesar dos desafios que são peculiares a evangelização urbana.


I. A EVANGELIZAÇÃO NÃO TEM PREFERÊNCIA POR LUGARES
Em todas as referências alusivas à tarefa da evangelização, não encontramos em nenhuma delas o Senhor Jesus Cristo fazendo distinção de lugares, senão ordenando aos discípulos que levassem a mensagem de Boas Novas para todos os homens (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22; At 1.8). Jesus mesmo não fazia diferença entre evangelizar áreas rurais ou nas cidades: “e percorria todas as cidades e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalém” (Lc 13.22). Na verdade, Jesus ia aonde os pecadores estavam, e isto independente do lugar. Isto podemos ver mais detalhadamente abaixo:

1.1 Na zona rural.
Os evangelhos nos mostram que Jesus pregou em aldeias (Mc 1.38; 6.6; 14.23; Lc 8.1). A palavra “aldeia” segundo o Aurélio significa: “pequena povoação de categoria inferior à vila” (SOARES, 2004, p. 88). O Mestre também ordenou aos discípulos que evangelizassem as aldeias e não somente as cidades (Mt 10.11; Lc 9.6). Portanto, todos os que procuram propagar a Palavra de Deus devem seguir o exemplo de Cristo e dos apóstolos e cuidar de que as aldeias não sejam negligenciadas.

1.2 Na zona urbana.
Além das aldeias, Jesus pregou também nas cidades, fossem elas de pequena ou de grande importância (Mt 9.35; 11.1; Lc 4.43). O que dizer, por exemplo, da cidade de Nazaré (Lc 4.16); Cafarnaum (Mc 4.13); Corazim e Betsaida (Mt 11.21); Jerusalém (Mt 21.10). É necessário entender que é nas grandes cidades onde encontramos uma população maior, portanto, devemos levar a mensagem do Evangelho aos centros urbanos a fim de fazermos notória a mensagem de Cristo ao maior número de pessoas.


II. A EVANGELIZAÇÃO URBANA NA PERSPECTIVA DIVINA
A presente lição aborda especificamente a evangelização nos centros urbanos, o que alguns chamam de “missões urbanas”. Nas cidades, encontramos um número maior de habitantes, por isso, a Igreja deve dar uma atenção maior ao evangelismo neste locais, a fim de alcançar um número maior de pessoas para Cristo. Esta sem sombra de dúvidas é a perspectiva divina, como veremos a seguir:

2.1 Lugar estratégico.
Deus planejou por Sua Soberania, derramar o Espírito Santo sobre os quase cento e vinte discípulos quando estes se encontravam na grande cidade de Jerusalém, conforme Jesus havia dito (Lc 24.49; At 1.8,12). Jerusalém era a cidade onde estava o Templo (Mt 24.1; Mc 11.11,15,27). Jerusalém, que figura no Evangelho como o lugar onde o Senhor foi rejeitado, fica sendo o lugar onde Ele ressuscita dentre os mortos, onde é derramado o Espírito, e onde a igreja começa a sua obra.

2.2 Momento estratégico.
Nesta ocasião em Jerusalém estava acontecendo a Festa de Pentecostes (At 2.1). Esta era a segunda festa do primitivo calendário bíblico e possui três nomes no AT: a) Festa da Colheita (Êx 23.16); b) Festa das Semanas (Êx 34.22); e, c) Festa das Primícias (Nm 28.26). Pentecostes ocorria cinquenta dias depois da Páscoa. Trata-se de um nome grego, dado tardiamente pelos judeus de fala grega que significa: “quinquagésimo”. Segundo Boyer (2011, p. 418 – acréscimo nosso), “o Espírito Santo veio sobre a igreja num momento em que esta solene festa em Jerusalém acontecia, a que assistiam dois a três milhões, calcula-se, de judeus e prosélitos”.

2.3 Povo estratégico.
Por ocasião da Festa de Pentecostes, havia judeus de várias partes do mundo, e nesta ocasião ouviram o evangelho pelos servos do Senhor em sua própria língua, por manifestação sobrenatural (At 2.5-13). O apóstolo Pedro levantou-se naquele momento e pregou o evangelho mostrando que aquela manifestação tinha respaldo na profecia de Joel (At 2.14-21; Jl 2.28-32). Aproveitou para anunciar as Boas Novas de Salvação por meio de Cristo Jesus que havia morrido crucificado, mas que ressuscitara e que a prova de que Ele estava vivo e a direita de Deus era o derramar do Espírito que aqueles homens estavam testemunhando (At 2.33-36). Tal pregação na unção de Deus resultou na conversão de quase três mil almas (At 2.1-37-41). O desejo de Deus fica claro de que queria espalhar o evangelho ao mundo, conforme Jesus mesmo havia declarado (At 1.8).


III. PAULO E A EVANGELIZAÇÃO URBANA
O apóstolo Paulo foi um exímio evangelizador de áreas urbanas. Sob a direção do Espírito Santo este nobre servo de Deus se dispôs a levar a mensagem do Evangelho as grandes cidades, dentre as quais podemos citar:

3.1 A cidade de Corinto.
Nenhuma cidade da Grécia era mais favoravelmente localizada para o comércio por terra e mar do que a cidade de Corinto. O imperador Augusto fez de Corinto a capital da Acaia. Ela era também uma cidade hospitaleira aos marinheiros e viajantes que vinham a negócios ou a procura de prazer. A igreja em Corinto foi fundada por Paulo durante a sua segunda viagem missionária (At 18.1-17). Nessa cidade, Paulo permaneceu por 18 meses, sendo auxiliado por Priscila e Áquila e outros obreiros. Apesar das oposições que sofreu, o apóstolo Paulo pregou o evangelho e muitas conversões aconteceram (At 18.8). Deus o consolou dizendo que tinha muito povo naquela cidade (At 18.10).

3.2 A cidade de Filipos.
Lucas nos mostra à cidade de Filipos como a “...primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia...” (At 16.12), o que nos deixa claro que era cidade de grande importância política. Filipos ficava localizada na parte oriental da Macedônia. Constituía-se o portão de entrada da Europa. A primeira exposição da cidade de Filipos ao evangelho é registrada em (At 16.6-40), quando Paulo, em sua segunda viagem missionária, com Silas e Timóteo chegaram lá (At 15.40). A princípio a intenção do apóstolo era ir para Ásia, e depois para Bitínia, mas foram impedidos pelo Espírito Santo (At 16.6,7). Estando em Trôade, Lucas conta que Paulo teve uma visão, que lhe deu nova rota para sua tarefa missionária (At 16.9). Após esta visão, o apóstolo concluiu que Deus o chamava para ali pregar o evangelho (At 16.10-12). Apesar das grandes dificuldades que enfrentou, Paulo conseguiu implantar o evangelho nesta cidade. Libertação, conversões e milagres aconteceram em Filipos conforme o registro bíblico (At 16.14; 16-18; 26-28).

3.3 A cidade de Éfeso.
A cidade encontra-se no pequeno continente da Ásia Menor. Esta era a capital da província romana da Ásia. O templo da Diana dos efésios (At 19.28) foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Éfeso era conhecida, também, como o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana (At 19.27). Historiadores calculam a população da cidade de Éfeso no primeiro século entre 250 e 500 mil habitantes. A igreja de Éfeso foi fundada por Paulo e, provavelmente, por Áquila e Priscila, por volta do ano 52 d.C. (At 18:18-28). Paulo levou o Evangelho a esta cidade durante a sua segunda viagem missionária (At 18.19).


IV. ESTRATÉGIAS DE EVANGELISMO URBANO
O Senhor Jesus pregou em vários lugares: no monte, nas cidades, no templo e nas sinagogas (Mt 5.1-2; 9.35; 13.1-3,54; 21.23). Lucas nos diz que toda a cidade de Jerusalém foi evangelizada (At 5.28). O evangelismo era praticado todos os dias, quer no templo, quer nas casas, e de forma perseverante (At 5.42). Quando foram dispersos por causa da perseguição, os discípulos saíram pregando por todos os lugares (At 8.1). O livro de Atos nos serve de parâmetro para a prática do evangelismo. Não podemos esperar que os pecadores venham para o Templo ao nosso encontro a fim de serem evangelizados. Pelo contrário, precisamos ir ao encontro deles. Em Lucas 14.21,23 Jesus ao narrar uma parábola disse: “Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade e traze aqui os pobres e aleijados e mancos e cegos...Sai pelos caminhos e valados e força-os a entrar para que a minha casa se encha”. É necessário que saiamos ao encontro das almas perdidas. Para isto dispomos de diversas formas pelas quais podemos levar o evangelho, tais como: a) nas ruas (At 17.17); b) nos transportes (At 8.26-35); c) nos hospitais (Jo 5); d) nas faculdades (At 17.19-23); e e) na mídia: rádio, TV e internet como a nossa Igreja tem feito.


V. OS DESAFIOS DO EVANGELISMO URBANO
5.1 As leis que restringem a liberdade religiosa.
No primeiro século, os discípulos, viram-se diante do desafio de pregar a Palavra de Deus, ante as leis que lhes foram impostas para inibi-los (At 4.17,18; 5.28). No nosso país, ainda desfrutamos de liberdade religiosa, mas há igrejas em determinados lugares que não possuem mais esse privilégio. Portanto, aproveitemos o máximo do tempo que dispomos (II Tm 4.2).

5.2 O endurecimento por parte das pessoas.
Em todo tempo houveram pessoas que se endureceram ao convite do evangelho. Nas áreas urbanas é comum as pessoas resistiram por causa da sua posição social, nível acadêmico, preconceito, ignorância dentre outros. Com a multiplicação da iniquidade (Mt 24.12), os homens tornar-se-ão ainda mais insensíveis e resistentes a recepção das Boas Novas. Paulo previu esse árduo tempo (II Tm 3.1-7).

5.3 As perseguições contra os cristãos.
Desde a sua inauguração a igreja sofreu represálias para cumprir a sua excelente missão (At 8.1). Jesus havia predito que seus seguidores sofreriam perseguição por sua causa (Mc 13.13; Jo 15.20,21). Atualmente, todo servo do Senhor também sofre perseguições por propagar a sua fé, seja no trabalho, na escola, na sociedade. No entanto, não devemos nos intimidar com tal sofrimento sabendo que nos espera um galardão (Mt 5.10-12).


CONCLUSÃO
Embora a evangelização urbana esteja cercada de desafios para a igreja atual devemos estar dispostos a, no poder do Espírito Santo, superá-los e levar adiante a mensagem de salvação a todos os homens a fim de que estes possam receber a Cristo como Único e Suficiente Salvador de suas vidas.




REFERÊNCIAS
Ø  ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Ø  HORTON, Stanley. I & II Coríntios. CPAD.
Ø  SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. CPAD
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.


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