segunda-feira, 3 de outubro de 2016

LIÇÃO 01 – A SOBREVIVÊNCIA EM TEMPOS DE CRISE







Hc 1.1-17 




INTRODUÇÃO
Olá, querido (a) internauta! Graça e Paz a todos vocês! Iremos iniciar mais um trimestre e, por sinal, será o último deste ano. Estava com muita saudade de comentar as lições, mas a indisponibilidade de tempo não me permitia. No entanto, aprouve ao Senhor me conceder mais esta oportunidade. Pois bem, como vocês já devem saber o tema do deste trimestre é “O Deus de Toda Provisão – Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises”. Talvez você esteja questionando sobre o porquê deste tema. Bem, estamos vivendo tempos de crise! A palavra de Deus relata várias vezes que esses tempos não seriam uma novidade para a Igreja de Cristo: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão dias trabalhosos” (2 Tm 3.1). Portanto, a lição do presente trimestre traz uma proposta para o povo de Deus refletir a respeito de um Deus que provê. Todavia, tal proposta não se trata de confissão positiva ou de um processo apelativo da Teologia da Prosperidade, mas do exercício genuíno da fé (Hb 11.1,6;10.38). Assim sendo, nesta lição introdutória, abordaremos a crise como realidade, como consequência do pecado e nos dias de Habacuque. Excelente trimestre a todos!


I. A CRISE COMO UMA REALIDADE
Para iniciarmos nosso estudo faz-se necessário, antes de tudo, definirmos alguns termos. Você saberia responder ao seu professor: O que é crise? Ora, o termo “crise” possui várias conceituações no dicionário, contudo, a que melhor define sua aplicação neste contexto, segundo Aurélio, é “Fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos sentimentos, dos fatos, colapso”. Tal termo é de origem grega “krisis” e significa “situação difícil”. Pois bem, e se seu professor também lhe perguntasse: O que é realidade? Aurélio assim define tal termo: “Aquilo que existe efetivamente, que é real”. Este termo provém do latim “realis” e significa “verdadeiro, relativo às coisas que existem”. Agora, com certeza, você tem uma melhor compreensão de que a crise (situação difícil; colapso) é, em nosso mundo, uma realidade (verdadeiro; existe efetivamente). Mas, como surgiu a crise? É o que veremos a seguir!

1. Antes da Queda, Um Mundo Perfeito
De fato, era um mundo perfeito! Porquanto, sendo o Criador perfeito, obviamente tudo por Ele criado não poderia ser diferente. No capítulo 1 de Gênesis observamos que a cada ato criativo de Deus, o selo de padrão de qualidade era “e viu Deus que isso era Bom” (vv 4,10,12,18,21,25). Após o sexto dia, quando o homem é criado, o Senhor conclui todos os seus atos criativos. Então, as Escrituras Sagradas afirmam categoricamente dizendo: Viu Deus TUDO o que tinha FEITO, e que era MUITO BOM” (Gn 1.31).
Diante dessa assertiva, sendo um mundo perfeito, é óbvio que não havia doenças, nem dor, nem morte, nem miséria, nem crises, nem conflitos, nem coisas semelhantes, pois também não havia pecado! O jardim do Éden estava localizado perto da planície aluvial do rio Tigre e do rio Eufrates. Alguns acreditam que estava localizado na região correspondente ao atual sul do Iraque; outros sustentam que não há dados suficientes no relato bíblico. Seja como for, Adão (Hb. Homem; Vermelho) foi criado com uma tripla missão: governar a Terra, cultivar o solo de onde fora tomado e, especificamente, para guardar o jardim que o Senhor plantou no Éden (Gn 1.26; 2.15).
Duas árvores do jardim do Éden tinham importância especial. 1) A ‘árvore da vida’ provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É relacionada com a vida perpétua, em 3.22. O povo de Deus terá acesso à árvore da vida no novo céu e na nova terra (Ap 2.7; 22.2). 2) A ‘árvore da ciência do bem e do mal’ tinha a finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência e à sua palavra. Deus criou o ser humano como ente moral capaz de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e rebelar-se contra a sua vontade. O trabalho, por conseguinte, já fazia parte da vida humana antes mesmo da Queda. A partir do Éden, o homem deveria estender a civilização até aos confins do planeta, para que o Senhor fosse magnificado eternamente por seus filhos.

2. Depois da Queda, A Crise torna-se Real
Após um período de tempo que não se pode determinar, mas que se pode denominar, a qual é Teologicamente conhecida como ‘Dispensação da Inocência’, onde Adão e Eva viveram em um mundo perfeito, em plena harmonia com toda a criação, inclusive com o Criador. No entanto, Adão e Eva cederam à tentação e desobedeceram à ordem divina (Gn 3.6). Assim, o Pecado, que é o opróbrio das nações (Pv 14.34), entra no curso da história humana. Essa infeliz realidade, dentre todos os seus males, de início, logo gera as crises e conflitos interpessoais (Gn 3.12).
Diante deste fato mui triste e lamentável, surgi-nos a seguinte questão: Se o homem não foi criado com o dom da impecabilidade, e se o seu estado, ao vir à existência, não era pecaminoso, como explicar a Queda? Só pode haver uma explicação. Deus o criou pecável. Ou seja: com a possibilidade de pecar. A esse respeito, o Senhor foi-lhe bastante claro: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16,17). Então, Deus o criou imperfeito? De forma alguma, pois tudo quanto o Senhor o fez, perfeitamente o fez (Ec 3.11). Na verdade, defrontamo-nos diante do paradoxo da perfeição divina. Realmente, Deus fez o homem perfeito. E, nessa perfeição, encontrava-se a pecabilidade. Sem esta, não haveria livre-arbítrio. E, sem o livre-arbítrio, a perfeição seria impossível. Conclui-se, pois, que a perfeição exigia a possibilidade, mas não a necessidade de pecar.
Entretanto, foi Adão o grande responsável pela introdução do pecado no mundo. Por que ele? Eis os motivos: 1) Deus confiou o governo do mundo a Adão, porém, por não orientar devidamente a mulher, esta fragilizou-se ante a dialética do adversário. 2) No Éden, competia a Adão cultivar e guardar o paraíso (Gn 2.15). Todavia, falhou em custodiar o jardim. Ciente da existência do mal, Adão não ignorou o perigo, mas o subestimou. 3) Eva pecou antes de Adão, pois diz o texto sagrado: “...tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, que estava com ela, e ele comeu” (Gn 3.6). Contudo, Adão foi omisso e conivente ante os fatos, pois ao invés de repreender sua esposa, participou do delito. Assim, vê-se a razão da responsabilidade pesar mais sobre Adão. O Apóstolo Paulo assim asseverou: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Diante exposto, conclui-se a seguinte premissa: As crises são uma triste realidade humana em decorrência do pecado!      


II. A CRISE COMO UMA CONSEQUÊNCIA DO PECADO
Com a Queda, a apostasia universal era só uma questão de tempo. E foi exatamente o que aconteceu. Mas, você sabe responder o que é apostasia? O termo apostasia provém do grego “apostasia e significa “decair, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado. Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si: a) a apostasia teológica, isto é, a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou alguns deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3); e b) a apostasia moral, ou seja, aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13). Vejamos a seguir as crises causadas pelo pecado.

1. Na Sociedade Pré-Diluviana
É preciso entender, antes de tudo, que a sociedade pré-diluviana tem seu início a partir de Adão, e não em Noé, como alguns podem pensar. E que abrangem duas dispensações a da “inocência” e da “consciência”. Assim, o período antediluviano vai de Adão ao Dilúvio (4004 – 2348 a. C.) compreendendo 1656 anos. Ou seja, quase dois mil anos. Sanadas as, possíveis, dúvidas continuemos!  
Embora o pecado já estivesse no mundo tendo seu curso de ação (Gn 3.17-19,23); ele, contudo, não destruiu instantaneamente o mundo perfeito criado por Deus. Todavia, quanto à comunhão e a moral do homem sua ação foi fulminante (Gn 4.8,19). Ainda havia fartura, saúde e expectativa de vida elevada (Gn 5.27). Porém, o homem era apóstata e degenerado, pois seu coração estava corrompido e cheio de violência (Gn 6.11). Assim, a apostasia, agora, era universal. Segundo o Dr. Lawrence Richards, as palavras “Maldade” e “Violência” são usados para caracterizar os pecados que causaram o dilúvio. Maldade é rasah, atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento deles. Violência é hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras pessoas. Por isso, o Senhor anuncia um juízo também universal: o Dilúvio.
Ao justo e piedoso Noé, o Senhor anuncia o fim da primeira civilização humana. De início, era sua intenção destruir o que construíra em seis dias (Gn 6.7). Mas, posto que Noé achara graça diante de si, limita-se a destruir aquela humanidade, a fim de preservar a espécie humana através do patriarca. Dessa forma, o Senhor revela a Noé a morte de uma civilização e o renascimento de outra (Gn 6.13,14), revela, ainda, de que forma Ele realizaria tal obra (Gn 6.17). 
Era imperioso, pois, destruir a raça para salvar a espécie. Assim, o Senhor ordena a seu servo Noé para que construísse uma arca (Gn 6.14-16). Em medidas atuais, a arca tinha estas dimensões: 135 metros de comprimentos, 22,5 metros de largura e 13,5 metros de altura. E seria construída apenas para flutuar, pois não teria qualquer utilidade à navegação. Todavia, para quem nunca vira uma tempestade, o anúncio do Dilúvio deve ter causado estranheza e interrogações. Contudo, a arca seria o único meio para escaparem do Dilúvio.

2. Na Sociedade Pós-Diluviana
Com o fim da sociedade pré-diluviana no ano de 2348 a.C., surge, então, a partir da família de Noé, e neste mesmo ano, uma nova civilização dando-se, também, início a terceira dispensação “o governo humano”. Se até aquele momento o homem havia convivido harmonicamente com a criação, a partir de agora, esse relacionamento será bastante traumático (Gn 9.2). A natureza deveria ser domada a duras penas, a fim de que o habitat dos filhos de Noé se fizesse sustentável. Se antes do Dilúvio todos dispunham de uma dieta vegetal rica e farta (Gn 1.29), agora teriam de complementá-la com nutrientes animais (Gn 9.3). Todavia, deveriam abster-se do sangue (Gn 9.4).
Assim, adaptando-se já à nova realidade, Noé faz-se lavrador e planta uma vinha (Gn 9.20). Do fruto desta, fermenta um vinho tão inebriante que o levou a escandalizar toda a família. Se por um lado, o vinho é o mais notório símbolo da alegria, por outro, é o emblema mais poderoso da intemperança. Perdendo os sentidos, Noé tirou a roupa e se deitou nu. A nudez era detestada pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos hebreus que a associavam com a libertinagem sexual (cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30). Ali estava um dos três homens mais piedosos da História Sagrada exposto diante da esposa, filhos, noras e netos (Ez 14.14). Tal fato é intrigante, pois, se a civilização anterior foi destruída por causa da sua degradação moral, Noé, por sua vez, deixou evidente que a semente do pecado havia prevalecido ao dilúvio, como assevera a Palavra de Deus: “Não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque” (Ec 7.20). Ver também Rm 7.17-19.
O destempero de Noé é flagrado por seu filho, Cam. Ao invés de calar-se e, discretamente, resguardar a honra do pai, saiu a depreciar-lhe a imagem (Gn 9.22). Por conseguinte, o pecado de Cam não era uma simples brincadeira. Levando-se em conta que Noé representava a Deus naquele momento, a irreverência camita avultava-se como gravíssima blasfêmia. Por muito menos, o profeta Eliseu amaldiçoou uns garotos (2 Rs 2.23). Portanto, seu pecado era tão grave, que poderia ser punido com a morte. Sua transgressão constituiu-se na primeira apostasia da segunda civilização. Mais tarde, atitudes como as de Cam seriam arroladas como faltas graves pela Lei de Moisés (Lv 18.7).
Recuperando a sobriedade, Noé castiga indiretamente a Cam, lançando sobre o filho deste uma pesada maldição: “Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos” (Gn 9.25). Nesta maldição, não há nenhuma conotação racista como alguns acreditam. Mas, sim, a perda de suas terras aos filhos de Abraão, pois suas possessões iam de Sidom, passando por Gerar e Gaza, até Sodoma e Gomorra (Gn 10.19). Sim, os sodomitas também eram descendentes de Cam. Tratava-se, de fato, de uma gente tão vil e tão debochada quanto seu patriarca; não demonstrava nenhum temor a Deus. Assim, tendo em vista a degradação moral dos descendentes de Canaã, o Senhor promete ao semita Abraão: “À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates, e o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu, e o heteu, e o ferezeu, e os refains, e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu” (Gn 15.18-21). Todas essas nações eram da linhagem de Canaã. 

3. Na Época de Jesus e da Igreja Primitiva
Nos dias do Senhor Jesus as crises se agravaram, pois os judeus estavam subjugados pelos romanos. Então, vejamos um pouco do domínio que imperava na época. Roma foi fundada em 753 a.C.. Em 509 a.C. passou a ser república. Em 31 a.C. tornou-se império. Os limites do império 4.800 km de leste a oeste, e 3.200 km de norte a sul. Ia do Atlântico ao Eufrates, e do Mar do Norte ao Deserto Africano. Sua população total era de 120.000.000 de habitantes. Nos dias do Novo Testamento, Roma, a capital tinha 1.500.000 de habitantes. A Palestina viveu sob o domínio romano entre 63 a.C. e 634 d. C., sendo dividida em seis distritos: JUDÉIA, SAMARIA, IDUMÉIA, GALILÉIA, PERÉIA, ITURÉIA. Jesus nasceu quando esse poderoso império dominava todo o mundo conhecido. Roma era conhecida como a Senhora do Mundo.
Assim, quando o Senhor Jesus nasceu no ano 5 a.C., na região da Galiléia, Herodes descobre uma conspiração por parte de seu irmão Féforas e seu filho Antípater, filho de Dóris, outra esposa. Enquanto ocorre o processo para a morte de Antípater, chegam a Jerusalém uns magos vindo do Oriente, perguntando: “Onde é nascido o rei dos judeus?” (Mt 2.1,2). Herodes, como já vimos, vivia atormentado pelo fantasma da conspiração, sofreu grande perturbação (Mt 2.3). Porquanto, a tensão política era constante, pois as brigas e conspirações pelo poder constante eram. O fator político influenciava diretamente no fator social-econômico, que cobrando altos impostos das classes dominadas, como no caso dos judeus (Mc 2.14; Lc 5.27; Mt 17.24), que padeciam necessidades (Jo 6.5-13,22-26; Lc 5.5) e muitas enfermidades (Mt 8.14,15; Lc 14.1-6). Quanto a moral da época, esta era regada com violência e prostituição (Mc 6.17-19). Diante destes fatos, o que dizer do fator espiritual? Os romanos eram um povo politeísta, inclusive com o culto ao imperador. Certamente, este tenha sido o motivo de o Imperador Cláudio ordenar a saída dos judeus da capital do império entre os anos 49-50 d.C. (At 18.2). Isto sem falar nas horríveis perseguições que os cristãos padeceram sob o imperador Nero (54-68 d.C.).
É neste fundo histórico, que o Mestre Jesus nos advertiu dizendo: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Diante dessa assertiva, vê-se ser extremamente fantasioso viver neste mundo tenebroso sem aflições, como pregam alguns. Todavia, os tais parecem não saberem que as aflições desta vida são provas que cooperam para nosso aperfeiçoamento (Rm 5.3-5; Tg 1.2-4,12). Por essa razão, é nosso dever cristão exercer misericórdia para com o nosso próximo, pois estaremos cumprindo a lei de Cristo (Gl 6.2; Rm 13.8; Tg 4.17). Este, sem dúvida alguma, foi o sentimento que levou a Igreja Primitiva partilhar seus bens com os necessitados da época, pois a generosidade e a comunhão eram qual bálsamo diante das grandes perseguições que padeciam (At 4.34,35).  Eles eram conscientes de que é impossível separar fé das obras (Tg 2.15-17).


III. A CRISE NOS DIAS DE HABACUQUE
Quem era Habacuque? Quem era a sua família? De qual tribo ele descendia?  O que as Escrituras Sagradas nos revelam sobre este servo de Deus? É o que veremos a seguir:

1. Vida pessoal. 
Não há informações, dentro ou fora do livro, sobre a vida pessoal de Habacuque. Apenas temos a declaração de que ele é o profeta” (1.1; 3.1), detalhe este também encontrado em Ageu e Zacarias (Ag 1.1; Zc 1.1).  Além disso, não oferece nenhum outro dado acerca de sua pessoa nem de sua família. Seu nome, que significa “abraço”, não aparece em nenhum outro lugar das Escrituras. A referência de Habacuque ao “cantor-mor sobre os meus instrumentos de música” (3.19), sugere que ele pode ter sido um músico levita a serviço do santo templo em Jerusalém. Aliás, muitos estudiosos entendem que Habacuque era um profeta bem aceito pela sociedade e - há quem afirme - oriundo de família sacerdotal. A literatura rabínica apoia essa ideia.

2. Contexto histórico. 
Habacuque exerceu o seu ministério quando os caldeus marchavam vitoriosamente pelo Oriente Médio (1.6). Tal marcha iniciou-se em 627 a.C. e foi concluída com a vitória sobre Faraó Neco, do Egito, na Batalha de Carquêmis, em 605 a.C. (Jr 46.2). Tempo em que, de fato, os caldeus tornaram-se um império pujante. Isso mostra que o profeta era contemporâneo de Jeremias e Sofonias (Jr 1.1; Sf 1.1). Ele menciona ainda a opressão dos ímpios sobre os pobres e o colapso da justiça nacional (1.2-4) e descreve também o cenário do reinado tirânico de Jeoaquim, rei de Judá, entre 605 e 598 a.C. (Jr 22.3,13-18).
Assim, o profeta resume o quadro desolador do seu povo: iniquidade e vexação; destruição e violência; contenda e litígio (1.3). A Bíblia ARA (Almeida Revista e Atualizada) emprega o termo “opressão”. A Bíblia TB (Tradução Brasileira) usa “perversidade” no lugar de “vexação”. A estrutura poética nessa descrição revela a falência da justiça e o abuso opressor das autoridades em relação aos pobres.

3. Esboço do Livro

O Interrogatório de Habacuque a Deus (1.2-2.20)
Questão: Como Deus permite que a ímpia Judá fique sem castigo (1.2-4).
Resposta: Mas Deus usará a Babilônia para castigar Judá (1.5-11).

Questão: Como Deus pode usar uma nação mais ímpia que Judá como instrumento de juízo (1.12-2.1).
Resposta: Deus também julgará Babilônia (2.2-20).

O Cântico de Habacuque (3.1-19)
Oração de Habacuque por misericórdia divina (3.1,2).
O poder do Senhor (3.1,2).
Os atos salvíficos do Senhor (3.3-7).
A fé inabalável de Habacuque (3.16-19).



CONCLUSÃO
Em Habacuque, deparamo-nos com um homem que soube transitar heroicamente da crise espiritual a uma fé singular no Todo-poderoso. Com este profeta, aprendemos a caminhar nos gloriosos caminhos da providência divina. Ele é o mensageiro da fé. Aliás, em tempos de crise, fé é o que o Senhor deseja encontrar em nós; pois ele disse: “Mas o meu justo viverá da fé. E se ele recusar, a minha alma não tem prazer nele” (Hb 10.38 cf Hc 2.4). Creia! O Senhor está no controle de todas as coisas. Por isso, não tenha medo, Ele é com você! Mesmo ante as crises, confie em Deus, pois nós “andamos por fé, e não por vista” (2 Co 5.7). Deus te abençoe e te ajude a vencer todo tipo de crise! Amém?!




REFERÊNCIAS
RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
GILBERTO, Antonio. A Bíblia Através dos Séculos. CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. O Começo de Todas as Coisas. CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. Lições Bíblicas. (4º trimestre/2015). CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
AURÉLIO, Minidicionário. 3º Edição. NOVA FRONTEIRA.
Site: http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/realidade/




Por Amigo da EBD.

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