Hc 1.1-17
INTRODUÇÃO
Olá, querido (a)
internauta! Graça e Paz a todos vocês! Iremos iniciar mais um trimestre e, por
sinal, será o último deste ano. Estava com muita saudade de comentar as lições,
mas a indisponibilidade de tempo não me permitia. No entanto, aprouve ao Senhor
me conceder mais esta oportunidade. Pois bem, como vocês já devem saber o tema
do deste trimestre é “O Deus de Toda Provisão – Esperança e
sabedoria divina para a Igreja em meio às crises”. Talvez você esteja
questionando sobre o porquê deste tema. Bem, estamos vivendo tempos de crise! A
palavra de Deus relata várias vezes que esses tempos não seriam uma novidade para
a Igreja de Cristo: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
sobrevirão dias trabalhosos” (2 Tm 3.1). Portanto, a lição do presente
trimestre traz uma proposta para o povo de Deus refletir a respeito de um Deus que
provê. Todavia, tal proposta não se trata de confissão positiva ou de um
processo apelativo da Teologia da Prosperidade, mas do exercício genuíno da fé
(Hb 11.1,6;10.38). Assim sendo, nesta lição introdutória, abordaremos a crise
como realidade, como consequência do pecado e nos dias de Habacuque. Excelente
trimestre a todos!
I. A CRISE COMO UMA
REALIDADE
Para iniciarmos
nosso estudo faz-se necessário, antes de tudo, definirmos alguns termos. Você
saberia responder ao seu professor: O que é crise? Ora, o termo “crise” possui várias conceituações no
dicionário, contudo, a que melhor define sua aplicação neste contexto, segundo
Aurélio, é “Fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos sentimentos, dos
fatos, colapso”. Tal termo é de origem grega “krisis” e significa “situação
difícil”. Pois bem, e se seu professor também lhe perguntasse: O que
é realidade? Aurélio assim define tal termo: “Aquilo que existe efetivamente,
que é real”. Este termo provém do latim “realis” e significa “verdadeiro,
relativo às coisas que existem”. Agora, com certeza, você tem uma
melhor compreensão de que a crise (situação difícil; colapso) é, em nosso mundo,
uma realidade (verdadeiro; existe efetivamente). Mas, como surgiu a crise? É o
que veremos a seguir!
1.
Antes da Queda, Um Mundo Perfeito
De fato, era um mundo perfeito! Porquanto, sendo o
Criador perfeito, obviamente tudo por Ele criado não poderia ser diferente. No
capítulo 1 de Gênesis observamos que a cada ato criativo de Deus, o selo de
padrão de qualidade era “e viu Deus que isso era Bom” (vv
4,10,12,18,21,25). Após o sexto dia, quando o homem é criado, o Senhor conclui
todos os seus atos criativos. Então, as Escrituras Sagradas afirmam
categoricamente dizendo: “Viu
Deus TUDO o que tinha FEITO, e que era MUITO BOM” (Gn 1.31).
Diante dessa assertiva, sendo um mundo
perfeito, é óbvio que não havia doenças, nem dor, nem morte, nem miséria, nem
crises, nem conflitos, nem coisas semelhantes, pois também não havia pecado! O jardim do Éden estava
localizado perto da planície aluvial do rio Tigre e do rio Eufrates. Alguns
acreditam que estava localizado na região correspondente ao atual sul do
Iraque; outros sustentam que não há dados suficientes no relato bíblico. Seja
como for, Adão (Hb. Homem; Vermelho) foi criado com uma tripla missão:
governar a Terra, cultivar o solo de onde fora tomado e, especificamente, para
guardar o jardim que o Senhor plantou no Éden (Gn 1.26; 2.15).
Duas árvores do jardim do Éden tinham importância
especial. 1) A ‘árvore da vida’
provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É relacionada com a vida
perpétua, em 3.22. O povo de Deus terá acesso à árvore da vida no novo céu e na
nova terra (Ap 2.7; 22.2). 2) A ‘árvore
da ciência do bem e do mal’ tinha a finalidade de testar a fé de Adão e
sua obediência e à sua palavra. Deus criou o ser humano como ente moral capaz
de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e
rebelar-se contra a sua vontade. O trabalho, por
conseguinte, já fazia parte da vida humana antes mesmo da Queda. A partir do
Éden, o homem deveria estender a civilização até aos confins do planeta, para
que o Senhor fosse magnificado eternamente por seus filhos.
2.
Depois da Queda, A Crise torna-se Real
Após um período
de tempo que não se pode determinar, mas que se pode denominar, a qual é Teologicamente
conhecida como ‘Dispensação da Inocência’, onde Adão e Eva viveram em um mundo
perfeito, em plena harmonia com toda a criação, inclusive com o Criador. No
entanto, Adão e Eva cederam à tentação e desobedeceram à ordem divina (Gn 3.6).
Assim, o Pecado, que é o opróbrio das nações (Pv 14.34), entra no curso da
história humana. Essa infeliz realidade, dentre todos os seus males, de início,
logo gera as crises e conflitos interpessoais (Gn 3.12).
Diante deste
fato mui triste e lamentável, surgi-nos a seguinte questão: Se o homem não foi criado com o dom da
impecabilidade, e se o seu estado, ao vir à existência, não era pecaminoso,
como explicar a Queda? Só pode haver uma explicação. Deus o criou pecável.
Ou seja: com a possibilidade de pecar. A esse respeito, o Senhor foi-lhe
bastante claro: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás” (Gn 2.16,17). Então, Deus o criou imperfeito? De
forma alguma, pois tudo quanto o Senhor o fez, perfeitamente o fez (Ec 3.11).
Na verdade, defrontamo-nos diante do paradoxo da perfeição divina. Realmente,
Deus fez o homem perfeito. E, nessa perfeição, encontrava-se a pecabilidade.
Sem esta, não haveria livre-arbítrio. E, sem o livre-arbítrio, a perfeição
seria impossível. Conclui-se, pois, que a perfeição exigia a possibilidade, mas
não a necessidade de pecar.
Entretanto, foi Adão
o grande responsável pela introdução do pecado no mundo. Por que ele? Eis os
motivos: 1) Deus confiou o governo
do mundo a Adão, porém, por não orientar devidamente a mulher, esta
fragilizou-se ante a dialética do adversário. 2) No Éden, competia a Adão cultivar e guardar o paraíso (Gn 2.15).
Todavia, falhou em custodiar o jardim. Ciente da existência do mal, Adão não
ignorou o perigo, mas o subestimou. 3)
Eva pecou antes de Adão, pois diz o texto sagrado: “...tomou do seu fruto, e comeu, e
deu também a seu marido, que estava com ela, e ele comeu” (Gn 3.6).
Contudo, Adão foi omisso e conivente ante os fatos, pois ao invés de repreender
sua esposa, participou do delito. Assim, vê-se a razão da responsabilidade
pesar mais sobre Adão. O Apóstolo Paulo assim asseverou: “Portanto, assim como por um só
homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Diante exposto,
conclui-se a seguinte premissa: As crises são uma triste realidade humana em decorrência
do pecado!
II. A CRISE COMO
UMA CONSEQUÊNCIA DO PECADO
Com a Queda, a
apostasia universal era só uma questão de tempo. E foi exatamente o que
aconteceu. Mas, você sabe responder o que é apostasia? O termo apostasia provém
do grego “apostasia” e significa
“decair, deserção, rebelião, abandono, retirada ou
afastar-se daquilo a que antes se estava ligado”. Apostatar
significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união
vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é
possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a
renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das
doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode
envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si: a) a
apostasia teológica, isto é, a rejeição de todos os ensinos originais
de Cristo e dos apóstolos ou alguns deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3); e b) a
apostasia moral, ou seja, aquele que era crente deixa de permanecer em
Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28;
Rm 6.15-23; 8.6-13). Vejamos a seguir as crises causadas pelo pecado.
1.
Na Sociedade Pré-Diluviana
É
preciso entender, antes de tudo, que a sociedade pré-diluviana tem seu início a
partir de Adão, e não em Noé, como alguns podem pensar. E que abrangem duas
dispensações a da “inocência” e da “consciência”. Assim, o período
antediluviano vai de Adão ao Dilúvio (4004 – 2348 a. C.) compreendendo 1656
anos. Ou seja, quase dois mil anos. Sanadas as, possíveis, dúvidas continuemos!
Embora
o pecado já estivesse no mundo tendo seu curso de ação (Gn 3.17-19,23); ele,
contudo, não destruiu instantaneamente o mundo perfeito criado por Deus.
Todavia, quanto à comunhão e a moral do homem sua ação foi fulminante (Gn
4.8,19). Ainda havia fartura, saúde e expectativa de vida elevada (Gn 5.27).
Porém, o homem era apóstata e degenerado, pois seu coração estava corrompido e
cheio de violência (Gn 6.11). Assim, a
apostasia, agora, era universal. Segundo o Dr. Lawrence Richards, as palavras
“Maldade” e “Violência” são usados para caracterizar os pecados que causaram o
dilúvio. Maldade é rasah, atos criminosos que violam os direitos dos outros e
tiram proveito do sofrimento deles. Violência é hamas, atos
deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras pessoas. Por isso, o Senhor
anuncia um juízo também universal: o Dilúvio.
Ao justo e piedoso Noé, o Senhor anuncia o fim da primeira
civilização humana. De início, era sua intenção destruir o que construíra em
seis dias (Gn 6.7). Mas, posto que Noé achara graça diante de si, limita-se a
destruir aquela humanidade, a fim de preservar a espécie humana através do
patriarca. Dessa forma, o Senhor revela a Noé a morte de uma civilização e o
renascimento de outra (Gn 6.13,14), revela, ainda, de que forma Ele realizaria
tal obra (Gn 6.17).
Era
imperioso, pois, destruir a raça para salvar a espécie. Assim, o Senhor ordena
a seu servo Noé para que construísse uma arca (Gn 6.14-16). Em medidas atuais,
a arca tinha estas dimensões: 135 metros de comprimentos, 22,5 metros de
largura e 13,5 metros de altura. E seria construída apenas para flutuar, pois
não teria qualquer utilidade à navegação. Todavia, para quem nunca vira uma
tempestade, o anúncio do Dilúvio deve ter causado estranheza e interrogações.
Contudo, a arca seria o único meio para escaparem do Dilúvio.
2.
Na Sociedade Pós-Diluviana
Com o fim da sociedade pré-diluviana no ano de 2348
a.C., surge, então, a partir da família de Noé, e neste mesmo ano, uma nova
civilização dando-se, também, início a terceira dispensação “o governo humano”.
Se até aquele momento o homem havia convivido harmonicamente
com a criação, a partir de agora, esse relacionamento será bastante traumático
(Gn 9.2). A natureza deveria ser domada a duras penas, a fim de que o habitat dos filhos de Noé se fizesse
sustentável. Se antes do Dilúvio todos dispunham de uma dieta vegetal rica e
farta (Gn 1.29), agora teriam de complementá-la com nutrientes animais (Gn 9.3).
Todavia, deveriam abster-se do sangue (Gn 9.4).
Assim, adaptando-se já à nova
realidade, Noé faz-se lavrador e planta uma vinha (Gn 9.20). Do fruto desta,
fermenta um vinho tão inebriante que o levou a escandalizar toda a família. Se por um lado,
o vinho é o mais notório símbolo da alegria, por outro, é o emblema mais
poderoso da intemperança. Perdendo os sentidos, Noé tirou a roupa e se deitou
nu. A nudez era detestada pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos
hebreus que a associavam com a libertinagem sexual (cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30).
Ali estava um dos três homens mais piedosos da História Sagrada exposto diante
da esposa, filhos, noras e netos (Ez 14.14). Tal fato é intrigante, pois, se a
civilização anterior foi destruída por causa da sua degradação moral, Noé, por
sua vez, deixou evidente que a semente do pecado havia prevalecido ao dilúvio,
como assevera a Palavra de Deus: “Não há homem justo sobre a terra, que faça o
bem e nunca peque” (Ec 7.20). Ver também Rm 7.17-19.
O destempero de Noé é
flagrado por seu filho, Cam. Ao invés de calar-se e, discretamente, resguardar
a honra do pai, saiu a depreciar-lhe a imagem (Gn 9.22). Por conseguinte, o
pecado de Cam não era uma simples brincadeira. Levando-se em conta que Noé representava
a Deus naquele momento, a irreverência camita avultava-se como gravíssima
blasfêmia. Por muito menos, o profeta Eliseu amaldiçoou uns garotos (2 Rs
2.23). Portanto, seu pecado era tão grave, que poderia ser punido com a morte. Sua
transgressão constituiu-se na primeira apostasia da segunda civilização. Mais
tarde, atitudes como as de Cam seriam arroladas como faltas graves pela Lei de
Moisés (Lv 18.7).
Recuperando a sobriedade, Noé castiga
indiretamente a Cam, lançando sobre o filho deste uma pesada maldição: “Maldito
seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos” (Gn 9.25). Nesta
maldição, não há
nenhuma conotação racista como alguns acreditam. Mas, sim, a perda de suas
terras aos filhos de Abraão, pois suas possessões iam de Sidom, passando por
Gerar e Gaza, até Sodoma e Gomorra (Gn 10.19). Sim, os sodomitas também eram
descendentes de Cam. Tratava-se, de fato, de uma gente tão vil e tão debochada
quanto seu patriarca; não demonstrava nenhum temor a Deus. Assim, tendo em
vista a degradação moral dos descendentes de Canaã, o Senhor promete ao semita
Abraão: “À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande
rio Eufrates, e o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu, e o heteu, e o ferezeu, e
os refains, e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu” (Gn
15.18-21). Todas essas nações eram da linhagem de Canaã.
3.
Na Época de Jesus e da Igreja Primitiva
Nos dias do Senhor Jesus as
crises se agravaram, pois os judeus estavam subjugados pelos romanos. Então,
vejamos um pouco do domínio que imperava na época. Roma foi fundada em 753 a.C..
Em 509 a.C. passou a ser república. Em 31 a.C. tornou-se império. Os limites do
império 4.800 km de leste a oeste, e 3.200 km de norte a sul. Ia do Atlântico
ao Eufrates, e do Mar do Norte ao Deserto Africano. Sua população total era de
120.000.000 de habitantes. Nos dias do Novo Testamento, Roma, a capital tinha
1.500.000 de habitantes. A Palestina viveu sob o domínio romano entre 63 a.C. e
634 d. C., sendo dividida em seis distritos: JUDÉIA, SAMARIA, IDUMÉIA,
GALILÉIA, PERÉIA, ITURÉIA. Jesus nasceu quando esse poderoso império dominava todo
o mundo conhecido. Roma era conhecida como a Senhora do Mundo.
Assim, quando o
Senhor Jesus nasceu no ano 5 a.C., na região da Galiléia, Herodes descobre uma
conspiração por parte de seu irmão Féforas e seu filho Antípater, filho de
Dóris, outra esposa. Enquanto ocorre o processo para a morte de Antípater,
chegam a Jerusalém uns magos vindo do Oriente, perguntando: “Onde
é nascido o rei dos judeus?” (Mt 2.1,2). Herodes, como já vimos, vivia
atormentado pelo fantasma da conspiração, sofreu grande perturbação (Mt 2.3). Porquanto,
a tensão política era constante, pois as brigas e conspirações pelo poder constante eram.
O fator político influenciava diretamente no fator social-econômico, que
cobrando altos impostos das classes dominadas, como no caso dos judeus (Mc
2.14; Lc 5.27; Mt 17.24), que padeciam necessidades (Jo 6.5-13,22-26; Lc 5.5) e
muitas enfermidades (Mt 8.14,15; Lc 14.1-6). Quanto a moral da época, esta era
regada com violência e prostituição (Mc 6.17-19). Diante destes fatos, o que
dizer do fator espiritual? Os romanos eram um povo politeísta, inclusive com o culto ao
imperador. Certamente, este tenha sido o motivo de o Imperador Cláudio ordenar
a saída dos judeus da capital do império entre os anos 49-50 d.C. (At 18.2). Isto
sem falar nas horríveis perseguições que os cristãos padeceram sob o imperador Nero
(54-68 d.C.).
É neste fundo histórico, que o
Mestre Jesus nos
advertiu dizendo: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Diante
dessa assertiva, vê-se ser extremamente fantasioso viver neste mundo tenebroso
sem aflições, como pregam alguns. Todavia, os tais parecem não saberem que as
aflições desta vida são provas que cooperam para nosso aperfeiçoamento (Rm
5.3-5; Tg 1.2-4,12). Por essa razão, é nosso dever cristão exercer misericórdia
para com o nosso próximo, pois estaremos cumprindo a lei de Cristo (Gl 6.2; Rm
13.8; Tg 4.17). Este, sem dúvida alguma, foi o sentimento que levou a Igreja
Primitiva partilhar seus bens com os necessitados da época, pois a generosidade
e a comunhão eram qual bálsamo diante das grandes perseguições que padeciam (At
4.34,35). Eles eram conscientes de que é
impossível separar fé das obras (Tg 2.15-17).
III. A CRISE NOS
DIAS DE HABACUQUE
Quem era
Habacuque? Quem era a sua família? De qual tribo ele descendia? O que as Escrituras Sagradas nos revelam sobre
este servo de Deus? É o que veremos a seguir:
1.
Vida pessoal.
Não
há informações, dentro ou fora do livro, sobre a vida pessoal de Habacuque.
Apenas temos a declaração de que ele é “o profeta” (1.1; 3.1), detalhe este também encontrado em Ageu e Zacarias
(Ag 1.1; Zc 1.1). Além disso, não
oferece nenhum outro dado acerca de sua pessoa nem de sua família. Seu nome,
que significa “abraço”, não aparece em nenhum outro lugar das Escrituras. A
referência de Habacuque ao “cantor-mor sobre os meus instrumentos de
música” (3.19), sugere que ele pode ter sido um músico levita a serviço
do santo templo em Jerusalém. Aliás, muitos
estudiosos entendem que Habacuque era um profeta bem aceito pela sociedade e - há
quem afirme - oriundo de família sacerdotal. A literatura rabínica apoia essa
ideia.
2.
Contexto histórico.
Habacuque
exerceu o seu ministério quando os caldeus marchavam vitoriosamente pelo
Oriente Médio (1.6). Tal marcha iniciou-se em 627 a.C. e foi concluída com a
vitória sobre Faraó Neco, do Egito, na Batalha de Carquêmis, em 605 a.C. (Jr
46.2). Tempo em que, de fato, os caldeus tornaram-se um império pujante. Isso
mostra que o profeta era contemporâneo de Jeremias e Sofonias (Jr 1.1; Sf 1.1).
Ele menciona ainda a opressão dos ímpios sobre os pobres e o colapso da justiça
nacional (1.2-4) e descreve também o cenário do reinado tirânico de Jeoaquim,
rei de Judá, entre 605 e 598 a.C. (Jr 22.3,13-18).
Assim,
o profeta resume o quadro desolador do seu povo: iniquidade e vexação;
destruição e violência; contenda e litígio (1.3). A Bíblia ARA (Almeida Revista
e Atualizada) emprega o termo “opressão”. A Bíblia TB (Tradução Brasileira) usa
“perversidade” no lugar de “vexação”. A estrutura poética nessa descrição
revela a falência da justiça e o abuso opressor das autoridades em relação aos
pobres.
3. Esboço do Livro
O Interrogatório de Habacuque a
Deus (1.2-2.20)
Questão: Como Deus permite que a ímpia Judá fique sem castigo (1.2-4).
Resposta: Mas Deus usará a
Babilônia para castigar Judá (1.5-11).
Questão: Como Deus pode usar uma nação mais ímpia que Judá como instrumento de
juízo (1.12-2.1).
Resposta: Deus também julgará
Babilônia (2.2-20).
O Cântico de Habacuque (3.1-19)
Oração de Habacuque por
misericórdia divina (3.1,2).
O poder do Senhor (3.1,2).
Os atos salvíficos do Senhor
(3.3-7).
A fé inabalável de Habacuque
(3.16-19).
CONCLUSÃO
Em
Habacuque, deparamo-nos com um homem que soube transitar heroicamente da crise
espiritual a uma fé singular no Todo-poderoso. Com este profeta, aprendemos a
caminhar nos gloriosos caminhos da providência divina. Ele é o mensageiro
da fé. Aliás, em tempos de crise,
fé é o que o Senhor deseja encontrar em nós; pois ele disse: “Mas o
meu justo viverá da fé. E se ele recusar, a minha alma não tem prazer nele”
(Hb 10.38 cf Hc 2.4). Creia! O Senhor está no controle de todas as coisas. Por
isso, não tenha medo, Ele é com você! Mesmo ante as crises, confie em Deus,
pois nós “andamos por fé, e não por vista” (2 Co 5.7). Deus te abençoe e
te ajude a vencer todo tipo de crise! Amém?!
REFERÊNCIAS
RICHARDS,
Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia.
CPAD.
GILBERTO,
Antonio. A Bíblia Através dos Séculos.
CPAD.
ANDRADE,
Claudionor de. O Começo de Todas as
Coisas. CPAD.
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico.
CPAD.
ANDRADE,
Claudionor de. Lições Bíblicas. (4º
trimestre/2015). CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
AURÉLIO, Minidicionário. 3º Edição. NOVA FRONTEIRA.
Site:
http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/realidade/
Por Amigo da EBD.
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