sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2017







   A IGREJA DE JESUS CRISTO –
Sua origem, doutrina, ordenanças
e destino eterno







Lição 07

Hora da Revisão
A respeito da Igreja na Reforma Protestante, responda:


1. Como era a igreja nos primeiros séculos?
A igreja seguia a doutrina dos apóstolos. Os ensinos de Jesus eram obedecidos e havia fé genuína em Deus e no Salvador.

2. A união da igreja com o Estado foi benéfica? O que causou tal união?
Não. Na medida em que Estado e Igreja foram se aproximando, houve mudanças que fizeram com que a igreja abandonasse a doutrina dos apóstolos. Os ensinos de Jesus e a fé genuína em Deus e no Salvador foram deixados de lado.

3. Quais foram os avanços no período de bonança?
Jerônimo completou a tradução da Bíblia para o latim, e muitas pessoas passaram a professar a fé cristã.

4. Quem foi Lutero?
Lutero foi um monge que nasceu na Alemanha em 10 de novembro de 1483.

5. Qual o dia, mês e ano da Reforma?
31 de outubro de 1517.


QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2017








   AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO –
Como o crente pode vencer a verdadeira batalha
espiritual travada diariamente







Lição 07

Para Refletir
A respeito da benignidade, um escudo protetor contra as porfias, responda:


O que é benignidade?
Benignidade significa índole boa, bom caráter; benevolência, humanidade e bondade.

Quem é a fonte de toda benignidade?
Deus é a fonte de toda bondade.

Por que os publicanos eram odiados pelo povo?
Os publicanos, por serem os cobradores de impostos, eram odiados pelo povo, pois em geral, cobravam mais do que as pessoas deviam.

Segundo a lição, a porfia se fundamenta em quê?
Fundamenta-se na inveja e no orgulho.

Cite dois exemplos bíblicos de porfia na igreja de Filipos.
Evódia e Síntique.


LIÇÃO 07 – BENIGNIDADE: UM ESCUDO PROTETOR CONTRA AS PORFIAS








Cl 3.12-17






INTRODUÇÃO
Nesta lição traremos uma definição da palavra benignidade; veremos que Deus é benigno e elencaremos as demonstrações de sua benignidade em favor do homem; destacaremos também a ligação que há entre a benignidade e outras virtudes do Espírito; pontuaremos a exortação bíblica de que devemos manifestar este fruto nos nossos relacionamentos interpessoais. Por fim, falaremos da porfia, trazendo uma definição desta obra da carne, destacando seu efeito maléfico e destruidor contrapondo com os efeitos benéficos da benignidade.


I. A VIRTUDE DA BENIGNIDADE
A quinta virtude elencada por Paulo em Gálatas 5.22 é a benignidade. Segundo o Aurélio (2004, p. 286) o adjetivo benigno significa: “benévolo, suave, brando, agradável”. No AT a palavra hebraica usada é “hesed” que segundo Vine (2002, p. 183) significa: “benignidade, amor firme, graça, misericórdia, fidelidade, bondade, devoção”. No NT a palavra grega para benignidade é “chrestotes” que segundo Gilberto (2004, p. 90) quer dizer: “bondade como qualidade de pureza e também como disposição afável em termos de caráter e atitudes. Abrange ternura, compaixão e brandura”. Barclay (sd, p. 80) diz que “os antigos escritores definiam a ‘crestotes’ como a virtude do homem para quem o bem de seu próximo é tão caro como o próprio”.

1.1 Deus é benigno. 
A natureza de Deus é benigna (II Sm 22.6; Sl 18.25; 145.8; Lc 6.35; Ef 4.32; I Pe 2.3). O próprio Deus é chamado de benignidade (Sl 144.2). O profeta Miqueias disse que Ele: “tem prazer na sua benignidade” (Mq 7.18). A benignidade divina é tão exaltada no AT que faz parte da letra dos hinos de louvor (I Cr 16.34, 41; II Cr 7.6; 20.21; Ed 3.11; Sl 107.1; 118.1-29; 136.1.1-26). No livro dos salmos encontramos vários detalhes sobre a benignidade de Deus, tais como: a) ela é grande (Sl 5.7; 108.4; 117.2; Jn 4.2; Jl 2.13); b) é atemporal (Sl 25.6; 89.2; 118.1); c) são preciosas (Sl 36.7); d) são abundantes (Sl 86.5; Is 63.7); e) nos sustentam (Sl 94.18); f) enche a terra (Sl 119.64); g) nos consola (Sl 119.76;); e, h) vivifica (Sl 119.88,159). Segundo Jesus, a benignidade divina é demonstrada para todos os homens indistintamente “porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc 6.35). 

1.2 Demonstrações da benignidade divina. 
A Bíblia revela-nos diversas demonstrações da benignidade de Deus, por exemplo: com José em toda a sua trajetória, principalmente quando injustamente foi para o cárcere (Gn 39.21); Ana recorreu a Deus para que atentasse com benignidade para ela e ele atendeu (ISm 1.11,19); com Davi (Sl 118.1-29); inúmeras vezes para com a nação de Israel (Sl 136.10-26); com a grande cidade de Nínive, mostrando que sua benignidade não está restrita aos judeus (Jn 4.2); por fim, a maior demonstração da benignidade divina se deu quando judeus e gentios foram encerrados debaixo do pecado, Deus achou por bem de misericórdia para com todos (Rm 11.32), quando enviou Jesus Cristo, o seu Filho Unigênito, para com a sua morte nos proporcionar salvação, revelando as riquezas da sua benignidade (Rm 2.4; Ef 2.7; Tt 3.4,5).


II. A LIGAÇÃO DA BENIGNIDADE COM OUTRAS VIRTUDES
2.1 A benignidade e o amor. 
Paulo diz que “o amor é benigno” (I Co 13.4). Falando sobre a salvação, o apóstolo diz que em Cristo “[...] apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens”  (Tt 3.4). Estas duas virtudes estão tão intimamente ligadas que Moody (sd, pp. 34,35) diz que “benignidade é melhor traduzida para amabilidade”. Portanto, o cristão se caracteriza por uma bondade que é amável.

2.2 A benignidade e a bondade. 
A benignidade e a bondade estão de tal forma relacionadas que não é fácil distingui uma da outra. Gilberto (2004, p. 89), denominou estas duas virtudes de “fruto gêmeo”. No entanto, é necessário entender que nem todo ato de bondade provém de uma pessoa benigna, mas toda pessoa benigna produz atos de bondade. Portanto, benignidade fala da natureza da pessoa, enquanto a bondade fala das atitudes desta pessoa. Radmacher (2010, p. 511), confirma isso dizendo: “a nova vida nos leva a ser benignos, manifesta-se em atos de bondade e capacita-nos a perdoar as ofensas cometidas pelos outros”.

2.3 A benignidade e a misericórdia. 
Frequentemente a virtude da benignidade manifesta-se junto da misericórdia, mostrando que ambas estão entrelaçadas (Cl 3.12). Tanto a expressão “hesed” no hebraico quanto “chrestotes” no grego são utilizadas para descrever uma ou outra virtude. No AT hesed aparece na ocasião em que Davi decide beneficiar alguém que restou da família de Saul, por amor de Jônatas seu amigo (2 Sm 9.1,7). A atitude de Davi contraria o costume da época, pois era normal que um rei ao assumir o trono de alguém que não fosse seu parente, executasse seus descendentes (2 Rs 10.1-7). Apesar de Davi ter sofrido muitas perseguições de Saul (1 Sm 18.10,11; 21-22,29; 19.1; 9-10) e de ter oportunidade de matá-lo, duas vezes (I Sm 24.3-12; 26.8-11), mostrou-se benigno não lhe fazendo mal nem a sua descendência (2 Sm 9.7-13). Inclusive chorou pela morte de Saul, mostrando que não tinha ressentimento (2 Sm 1.1-27).


III. DEFININDO A PALAVRA PORFIA
Segundo o Aurélio (2004, p. 1603) significa: “discussão ou contenda de palavras”. Figuradamente quer dizer: “competição, rivalidade; disputa”. A palavra grega para porfia é “erithia” ou “eritheia” que segundo Vine (2002, p. 884): denota “ambição, egoísmo, rivalidade” e ainda “fazedor de partidos de divisões”.  Para o AT a porfia é uma iniquidade tão grave como a idolatria “o porfiar é como iniquidade e idolatria” (I Sm 15.23). Paulo a reprova severamente classificando-a como obra da carne (Gl 5.20; I Tm 6.4), e diz que é um dos males que caracteriza o mundo pagão (Rm 1.29).

3.1 O mau exemplo de alguns membros da igreja em Corinto. 
Em Corinto, os cristãos estavam deixando a unidade cristã e se reunindo em grupos, causando assim, facções e divisões na igreja (I Co 1.12,13; 3.4,5). Paulo os repreendeu severamente dizendo que pretendia visitá-los, mas não queria encontrá-los dessa forma (2 Co 12.20). Não podemos permitir que as obras da carne venham minar a unidade da igreja, pois a comunhão cristã desconhece distinções sociais, culturais e nacionais e é vital à comunhão e à paz da igreja (Jo 17.23; Ef 4.3; Cl 3.11).


IV. O CONTRASTE ENTRE A BENIGNIDADE E A PORFIA

BENIGNIDADE
PORFIA
Fruto do Espírito (Gl 5.20)
Obra da carne (Gl 5.21)
É boa (2 Cr 10.7)
É má (I Sm 15.23; I Tm 6.4)
Constrói relacionamentos (Gn 26.27-31; Ef 4.32)
Destrói relacionamentos (Gn 26.20; 2 Co 12.20)
Revela o caráter divino (Ef 4.32; 5.1)
Revela o caráter carnal (Gl 5.19)
Promove a paz (Ef 4.32b)
Promove a guerra (Gl 5.20)


V. DEVEMOS SER BENIGNOS
Essas três virtudes estão conectadas com a nossa relação com o próximo. Moody (sd, p. 35), diz que benignidade “é a benevolência nas atitudes, uma virtude visivelmente social”. Stott (2000, p. 135) também afirma que “é uma virtude voltada para os outros e não para Deus”. Abaixo destacaremos porque o crente deve ser benigno:

5.1 Ser benigno é um mandamento. 
Desde o AT que Deus requereu do seu povo que agisse benignamente (Mq 6.8a) expressão usada por Paulo em Efésios 4.32 quanto a prática da benignidade é um mandamento “antes sede uns para com os outros benignos” (Ef 4.32a). Segundo Champlin, (2004, p. 52) a palavra mandamento em português, deriva do latim, “mandare”, ordenar, mandar. O sentido da palavra é ordenar, do ponto de vista de alguma autoridade assumida. O mandamento requer obediência, e, com frequência, repousa sobre algum dever. O apóstolo diz em Colossenses 3.12 que devemos nos revestir da benignidade (Cl 3.12).

5.2.1 O bom exemplo de Isaque. 
Em Gerar, Deus começou a prosperar tudo o que Isaque punha as suas mãos (Gn 26.12-14). Por estar sendo bem-sucedido, Isaque despertou a inveja de seus vizinhos que procuraram prejudicá-lo. A Bíblia diz que “[...] os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: esta água é nossa”. No entanto, o patriarca agiu com benignidade cedendo e mudando-se para outro lugar. Deus viu a sua atitude e providenciou-lhe o necessário (Gn 26.22-25). Com Isaque aprendemos que: a) devemos ser benignos até com aqueles que são malignos (Gn 26.14-17); b) às vezes é necessário perder para ganhar (Gn 26.17,22-25); e, c) é possível com a benignidade evitarmos contendas e levarmos os contenciosos a mudarem de postura, estabelecendo a paz (Gn 26.28-31).

5.2 Ser benigno é imitar a Deus. 
Segundo Jesus a benignidade divina conosco deve nos levar a sermos benignos com os nossos semelhantes (Lc 6.35). Paulo transmitiu semelhante ensino “antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). Segundo Barclay (sd, p. 111), “a benignidade aprendeu o segredo de olhar sempre para fora, não para dentro. Faz com que perdoemos a outros como Deus nos perdoou. Desta maneira e numa só sentença Paulo estabelece a lei de relação pessoal. E esta lei é que devemos tratar a outros como Cristo nos tratou”.


CONCLUSÃO
A descrição das obras da carne e do fruto do Espírito nos diz o que devemos evitar e resistir, e o que devemos desejar e cultivar. Portanto, evitemos a porfia e cultivemos a benignidade. Somente desta forma imitaremos a Deus e glorificando o Seu Nome com o nosso comportamento.




REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
BARCLAY, William. As obras da carne e o fruto do Espírito. VIDA NOVA.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GILBERTO, Antonio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. CPAD.
MOODY, D.L. Comentário Bíblico de Gálatas. PDF.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.
STOTT, John. A mensagem de Gálatas. ABU.
VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.


domingo, 12 de fevereiro de 2017

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2017







   A IGREJA DE JESUS CRISTO –
Sua origem, doutrina, ordenanças
e destino eterno







Lição 06

Hora da Revisão
A respeito do Sustento da Igreja, responda:


1. O que deve mover a nossa contribuição?
A gratidão a Deus, a adoração e a consciência da responsabilidade com o sustento e a manutenção da igreja.

2. Quem é o responsável pela manutenção da igreja local?
Os santos que nela congregam.

3. Qual o significado da palavra dizimar?
A palavra hebraica “asar” significa dizimar, e essa palavra vem de outra, que significa dez.

4. No Antigo Testamento os dízimos tinham qual finalidade?
Era para o sustento dos sacerdotes e levitas, que não receberam de Deus terras para plantar ou criar seu gado.

5. Jesus condenou o dízimo?
Jesus não condena o dízimo, e sim a atitude dos fariseus que manifestavam uma fé formal com seus recursos financeiros, mas se esqueciam de serem pessoas mais humanas e praticarem uma vida que agradasse a Deus, visto que o Senhor não é comprado por dinheiro.


QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2017







   AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO –
Como o crente pode vencer a verdadeira batalha
espiritual travada diariamente 







Lição 06

Para Refletir
A respeito da paciência, evitando as dissensões, responda:


O que significa o termo paciência?
Longanimidade, perseverança e firmeza.

Segundo a lição, o que é ansiedade?
Uma perturbação interior causada pela incerteza, pelo medo.

Cite um exemplo bíblico de homem paciente.
Jó é um exemplo de paciência, fé e persistência diante das tribulações.

O que a impaciência e desobediência de Saul lhe causaram?
A perda do trono e da alma.

Cite o exemplo de um profeta do Antigo Testamento que se manteve paciente e esperançoso mesmo diante da dor e do sofrimento.
Jeremias.


LIÇÃO 06 – PACIÊNCIA, EVITANDO AS DISSENSÕES







Tg 5.7-11






INTRODUÇÃO
Nesta lição refletiremos sobre a paciência como virtude do fruto do Espírito, notaremos sua importância  à vida do autêntico servo de Deus nas mas diversas áreas, e por fim, veremos algumas exortações bíblicas sobre a motivação que temos, em cultivar a longanimidade.


I. A PACIÊNCIA E O SEU SIGNIFICADO
1.1 Definição do termo. Do grego “makrothumia” também traduzido por “longanimidade”. É a junção de “makros” que significa “grande ou longo” e “thumos” que quer dizer “ânimo ou disposição” (BARCLAY, 1988 p. 88). Essa palavra grega aponta para a grande paciência, para a grande tolerância, para a persistência em não se deixar arrebatar pelas emoções fortes. De acordo com Champlin (2004, p. 904), há catorze ocorrências dessa palavra grega no Novo Testamento (Rm. 2.4; 9.22; 2 Co 6.6; Gl. 5.22; Ef 4.2; Cl 1.11; 3.12; 1Tm 1.16; 2 Tm. 3.10; 4.2; Hb. 6.12; Tg. 5.10; 1 Pe 3.20; 2 Pe 3.15).

1.2 Como atributo Divino. 
A longanimidade ou paciência como atributo de Deus, refere-se ao Seu autocontrole com relação a Sua justa ira diante da rebelião e do pecado (Êx 34.6; Nm 14.18; SI 85.3; 86.15; 103.8; 145.8; Jn 4.2; Rm 2.4; 1 Tm 1.16; 1 Pe 3.20; 2 Pe 3.9). “Um Deus que é santo deve punir o pecado, no entanto, sua natureza amorosa retarda essa punição para dar tempo ao pecador de se arrepender e abandonar o pecado” (1Tm 1.16; 1Pe 3.20). Devemos observar, porém, que, embora a paciência de Deus não conheça limites com relação à Sua profundidade (Rm 5.20), Seu comprimento e largura são limitados (Gn 6.3; Rm 11.22-a) (TYNDALE, 2015, p.1101).

1.3 Como fruto do Espírito. 
A paciência como fruto do Espírito, trata-se da virtude gerada por Ele no crente, proporcionando a habilidade de suportar, de forma graciosa, uma situação insuportável e resistir, com paciência, o irresistível (2 Co 6.6). Segundo Gilberto (2004, p. 46) “A paciência como fruto do Espírito, capacita o crente a exercer o autodomínio (conter-se ou refrear-se) diante da prova. Não é precipitado em acertar as contas ou punir […] Todos estes aspectos da longanimidade são parte do processo que nos conforma à imagem de Cristo” (2 Co 3.18; Cl 3.10; 2 Pe 1.5-8). Por meio dessa virtude, o cristão tem condições de manter o equilíbrio em meios as provações e diante das afrontas, sem alimentar o sentimento de vingança, antes entregando tudo nas mãos do Senhor (Rm 12.19). “[...] Longanimidade é o amor sofrendo ou suportando” (OLIVEIRA, 1987, p. 140).


II. A IMPORTÂNCIA DA PACIÊNCIA NA VIDA CRISTÃ
O que tem longanimidade é longânimo, do hebraico “erek appayim”, que quer dizer “lento em irar-se”, e literalmente, essa expressão significa “comprido de nariz ou comprido de rosto”, e veio a ser associada à idéia de irar-se com dificuldade (talvez devido ao fato de que é no rosto que a pessoa mostra suas emoções fortes, pelo que, a fisionomia seria indicadora dessas emoções) ou então, como outros têm sugerido, o nariz é um indicador da ira, visto que a pessoa respira forte ou mesmo resfolega, quando excitada pela ira (CHAMPLIN, 2004, p. 904). Vejamos a importância de possuir a paciência:

2.1 No relacionamento interpessoal. 
As primeiras qualidades do fruto do Espírito – amor, alegria e paz – são ingredientes essenciais de nossa vida espiritual interior, de nossa relação pessoal com Deus; os três seguintes começando com a paciência ou longanimidade são manifestações exteriores do amor, da alegria e da paz em nossas relações com as pessoas à nossa volta (GILBERTO, 2004, p. 76). Sobre a importância da longanimidade destacamos: a) O apóstolo Paulo expressa aos Colossenses o desejo de que eles tenham essa qualidade (Cl 1.9-11); b) uma das características do autêntico cristão (Cl 3.12); c) deve ser exercitada com todos (1 Ts 5.14); d) virtude imprescindível para o ministério do ensino (2 Tm 4.2); e) pacifica as intrigas (Pv 15.18).

2.2 Prevenindo contra a dissenção. 
Sobre a dissenção, já temos visto ser uma das obras da carne listadas pelo apóstolo Paulo aos gálatas. Do grego “dichostasia”, significa “sedição, rebelião”, e também “posicionar-se uns contra os outros”; trata-se daquele sentimento que só pensa no que é seu, e não também no que é dos outros (LOPES, 2011, p. 245). Na igreja que estava em Corinto, Paulo faz uma incisiva advertência sobre esse sentimento presente entre os irmãos; apesar de ser uma igreja fervorosa onde havia manifestações diversas dos dons espirituais (1 Co 1.7) contudo, o apóstolo os chama de crentes carnais e não de espirituais (1 Co 3.1). “A rivalidade, motivada por egoísmo, só pode resultar em divisões que destroem a unidade da igreja. Aqui, Paulo não está falando de diferenças fundamentadas em crenças sinceras; ele está preocupado com divisões ocasionadas por motivos errados, cuja procedência é determinada pela natureza pecaminosa”. (BEACON, 2006, p.72). Uma vez que havia dissensões no seio da igreja trazendo partidarismo (1 Co 1.10-12; 3.1-4) como também prejuízo à liturgia do culto (1Co 11.17-21); para corrigir esses e outros erros, o apóstolo reafirma a necessidade de possuir o “fruto do Espírito” caracterizado pela sua principal virtude o amor (1 Co 13.1-7).

2.3 Um remédio contra ansiedade. 
De acordo com Andrade (2006, p.49) a ansiedade é: “Aflição, inquietação, preocupação. Estado de angústia que induz o ser humano a projetar, no futuro, perigos irreais, nascidos, via de regra, das interrogações do dia-a-dia”. A ansiedade tem sido responsável por grande parte dos problemas espirituais e emocionais de muitos crentes. Segundo Lopes (2007, p. 229): “A ansiedade é a maior doença do século. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 50% das pessoas que passam pelos hospitais são vítimas da ansiedade”. Em função disso, o Senhor Jesus adverte: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mt 6.34). O ansioso geralmente antecipa os problemas. A ansiedade produz o sofrimento antecipadamente; a ansiedade esgota as forças antes do problema chegar; por essa e outras razões precisamos da paciência como remédio para a alma (Fp 4.6; 1 Pe 5.7).


III. EXORTAÇÕES À PACIÊNCIA
No último capítulo da sua epístola, o apóstolo Tiago pontua ricas recomendações e exortações a respeito de diversos assuntos, entre eles está a paciência necessária ao cristão. Destaquemos algumas delas:

3.1 A segunda vinda de Cristo, uma motivação à paciência (Tg 5.7-9). 
É importante destacar que a segunda vinda de Cristo é mencionada três vezes nessa passagem, por certo, com o objetivo de animar os irmãos a cultivarem a longanimidade ao terem em vista a bendita esperança da volta de Jesus (Tt 2.13). Ao ter essa esperança gloriosa em vista, somos fortalecidos para continuarmos sendo pacientes (Tg 5.8); não menos importante, Tiago lembra que a atitude inversa à vontade de Deus, ou seja, o crente não ser longânimo, será julgada (Tg 5.9).

3.2 Exemplos de paciência, uma referência a ser seguida (Tg 5.10,11). 
Para encorajar os seus leitores ao exercício da paciência, o apóstolo faz alusão a figuras e personagens que servem de modelo a serem seguidos. Vejamos:

3.2.1 O lavrador. 
Uma das atividades que mais exige paciência, com certeza, é de agricultor, isso se dá por razões conhecidas, pois, nenhuma planta cresce da noite pra o dia, pelo fato de o lavrador não controla as condições climáticas, etc. Na Palestina, o grão é plantado no outono e recebe a chuva temporã no final de outubro. Ele recebe a chuva [...] serôdia em março e abril, pouco antes de estar maduro. Durante todo esse tempo, o agricultor espera pacientemente pela colheita (BEACON, 2006, p.191). Por essa razão Tiago retrata o cristão como um “agricultor espiritual” à espera da colheita espiritual. A razão da sua paciência é sua esperança confiante na colheita, a ceifa faz a espera valer a pena (Tg 5.7). “Porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6.9). “Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração” (Tg 5.8). Nesse exemplo a paciência é sinônimo de perseverança em aguardar pelos resultados (Hb 10.36-38).

3.2.2 Os profetas. 
Chamados para serem porta-voz de Deus, geralmente em períodos marcados por crises diversas, foram perseguidos e alguns mortos por sua fidelidade; perseguição essa, denunciada por Estevão diante do Sinédrio: “A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo [...]” (At 7.52). Os profetas são exemplos de pessoas que suportaram as mais diferentes dificuldades de forma resoluta, para proclamar a verdade de Deus, servindo de referência conforme ensinou o Senhor Jesus: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12).

3.2.3 O patriarca Jó. 
Lembrado como exemplo de piedade (Ez 14.14,20), cuja integridade foi atestada pelo próprio Deus (Jó 1.1; 2.3). O patriarca por meio das aflições que enfrentou e venceu, tornou-se também um exemplo daqueles que por meio da perseverança e paciência, alcançam as bençãos do Senhor (Jó 42.10-17). Por meio desses exemplos Tiago deseja estimular os leitores a serem pacientes em momentos de aflições. Como um lavrador, esperamos a colheita espiritual, pois os frutos glorificarão a Deus; à semelhança dos profetas, testemunhamos apesar das perseguições; e como Jó, esperemos o Senhor cumprir seu propósito amoroso, sabendo que jamais causará qualquer sofrimento desnecessário na vida de seus filhos (Rm 8.28).


CONCLUSÃO
Concluímos que ter paciência é uma necessidade de todo cristão, diante das diversas situações a que estão  submetidos, como também nos tornar capazes de suportar e saber agir pacientemente, para conservação da unidade cristã evitando as divisões.




REFERÊNCIAS
BARCLAY, William. As obras da carne e o fruto do Espírito. VIDA NOVA. 
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
LOPES, Hernades dias. Comentário Expositivo Gálatas. HAGNOS.
OLIVEIRA, Raimundo de. As Grandes Doutrinas da Bíblia. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
TYNDALE, Dicionário Bíblico. GEOGRÁFICA.




Por Rede Brasil de Comunicação.