sábado, 28 de abril de 2018

LIÇÃO 05 – ÉTICA CRISTÃ, PENA DE MORTE E EUTANÁSIA (SUBSÍDIO)



  


Rm 13.3-5; 1 Sm2.6,7; Jo 8.3-5,7,10,11






INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre a existência da pena de morte ao longo da história; pontuaremos esta punição a luz da Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento; veremos qual o posicionamento da igreja quanto a pena capital; analisaremos aspectos da eutanásia, conhecida como “boa morte”, e por fim, mostraremos o posicionamento da igreja quanto a esta prática.


I. A PENA DE MORTE NA HISTÓRIA
A prática da pena de morte, também chamada pena capital, é um instrumento jurídico pelo qual um ser humano é morto como punição por um crime cometido. Segundo estudiosos do assunto, os egípcios (3800 a.C.) utilizavam a pena de morte para refrear os crimes hediondos. A pena capital é vista também à época da Lei de Talião (2000 a.C.) que foi posta para trazer ordem e equilíbrio a sociedade na Mesopotâmia que dizia: “que o mal causado a alguém deve ser proporcional ao castigo imposto: para tal crime, tal e qual a pena”. Neste sentido, esta lei consistia na justa reciprocidade do crime e da pena (MEISTER, 2007, p. 59). Foi reconhecida e registrada posteriormente no Código de Hamurabi (1800 a.C.). Embora não apareça a expressão “lei de talião” na Bíblia, esse conceito está presente na regra “olho por olho, dente por dente”, pois segundo a Torah (1400 a.C.), o culpado deveria receber um castigo proporcional ao crime que cometeu (Êx 21.23-25; Lv 24.19,20; Dt 19.21). No Código de Manu (1000 a.C.) encontrava-se a punição com pena capital para os crimes de injúria (BECCARIA, 2000). No Direito na Grécia antiga (500 a.C.) os crimes em sua maior parte eram punidos com a morte, e em Roma A Lei das doze Tábuas (450 a.C.) também previa a pena de morte como punição para conter a impunidade (CALHEIROS, 1998).


II. A PENA DE MORTE NO ANTIGO TESTAMENTO
O AT mostra que Deus ordenou a pena capital antes de ter dado um código de leis a Israel quando disse a Noé: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem será derramado o seu próprio sangue […]” (Gn 9.6) (BAPTISTA, 2018, p. 52). A Bíblia apresenta a pena de morte como uma justa punição contra o erro (Êx 21.12; Nm 35.16). O sexto mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13), apesar de proibir o homicídio, não proibia a pena capital, visto que a própria lei a estipulava: “E quem matar a alguém certamente morrerá” (Lv 24.17). A pena de morte só deveria ser aplicada após ser comprovado o cometimento da infração (Êx 23.7). Não havia pena de morte para quem cometesse morte por acidente (Dt 19.2-6; 35:15,22-25) (GEISLER, 2010, p. 238). Não nos esqueçamos, que o povo de Israel vivia sob um governo teocrático.

1. Crimes passíveis a pena de morte.
A intenção da pena de morte no AT era de frear pecados sociais como: homicídio doloso (Gn 9.6; Êx 21.12,23; Êx 20.13; 21.13,14); adultério (Lv 20.10-21; Dt 22.22); estupro (Dt 22.23-27); sequestro (Êx 21.16; Dt 24.7); homossexualismo (Lv 18.22; 20.13); bestialidade (sexo com animais) (Êx 22.19; Lv 20.15,16); falsas profecias (Dt 13.1- 10); blasfêmia contra Deus (Lv 24.11-16); feitiçaria (Êx 22.18); sacrifícios a deuses estranhos (Êx 22.20); profanação do dia de descanso (Êx 35.2; Nm 15.32-36); agressão e desobediência contumaz aos pais (Êx 21.17,15; Dt 17.12; 21.18-21); prostituição (Lv 25.1,9); incesto (Lv 20.14,17,19); fornicação (Dt 22.13-21), e a desobediência as autoridades (Dt 17.12; Js 7.1,15,24,25). Em alguns casos, a punição capital podia ser evitada mediante negociação com os parentes da vítima, e eram eles quem decidiam que multa seria exigida (Êx 21.30) (CHAMPLIN, 2001, vol. I, pp. 392-393). O processo e a aplicação da pena não era arbitrária, mas criteriosamente estabelecida por Deus. Para a pena capital ser executada deveria haver um julgamento justo, e o caso deveria ser apresentado aos juízes e era preciso pelo menos duas testemunhas fiéis para condenar (Nm 35.30; Dt 17.6; 19.15,16; Mt 18.16; 2Co 13.1; 1Tm 5.19; Hb 10.28). As Escrituras ensinam que a pena capital deve ser por justiça, não vingança, pois a vingança é do Senhor, não nossa; justiça popular sem julgamento apropriado não é válido (Êx 23.2) (FRAME, 2013, p. 651).


III. A PENA DE MORTE NO NOVO TESTAMENTO
1. Jesus e a pena de morte.
Sob a dominação do Império Romano, e a submissão às suas leis e práticas jurídicas, é possível compreender as narrativas do Novo Testamento, que faz a descrição da pena de morte como uma penalidade imposta pelo Estado. Entretanto, Jesus não normatizou, nem ordenou e nem proibiu a pena capital (Mt 15.4; 26.52). Ele fez menção à pena imposta pelo Sinédrio: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo […]” (Mt 5.21). Ser “réu de juízo” para o homicida era ser morto também conforme a Lei (Êx 21.12-14). Jesus admitia a punibilidade e o castigo através da autoridade legalmente constituída. Ele não doutrinou contra a pena de morte [e nem falou a seu favor] (LIMA, 2002, p.126,127). Noutra passagem Jesus reconheceu a autoridade dada por Deus sobre a vida humana que os governantes possuem:“[…] nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado […]” (Jo 19.11), assim reconheceu que o poder do Estado (governo) de executar juízo, como ministro de Deus (Rm 13.1-5).

2. Paulo e a legitimidade do Estado no julgamento, sentenciamento e execução de penas.
Doutrinando sobre as relações entre o cristão e o Estado, o apóstolo Paulo escreveu sobre este assunto (Rm 13.1-4). Aí, vemos que a autoridade constituída emana de Deus; e os magistrados, quando atuam legitimamente, com integridade e imparcialidade, estão agindo autorizados por Deus, trazendo a “espada” (juízo) ao transgressor. Paulo constata a legalidade e legitimidade do Estado em usar a espada como punição ao transgressor (BAPTISTA, 2018, p. 58). A expressão espada do grego “machaira” é usado em Romanos 13.4: “[…] ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que faz o mal”. A ideia neste versículo é a morte como devido castigo retributivo (LIMA, 2002, p.128). Se uma pessoa fosse um cidadão romano, podia apelar em última instância a César, que decidiria se devia morrer ou não (At 25.10-12). Paulo sentiu isto na pele: “Se fiz algum agravo, ou cometi alguma coisa digna de morte, não me recuso morrer […] Mas, achando eu que nenhuma coisa digna de morte fizera […] Os quais, havendo-me examinado, queriam soltar-me, por não haver em mim crime algum de morte (At 25.11; 25.25; 28.18).


IV. O POSICIONAMENTO CRISTÃO QUANTO A PENA DE MORTE
Embora reconheçamos que a pena capital estivesse presente na história das civilizações, inclusive no povo de Israel como princípio de regulação social, todavia, na perspectiva do NT e considerando a lei do amor, a inviolabilidade da vida e o direito natural, encontramos ressalvas para a defesa da pena capital. Vejamos:

1. Podem existir erros judiciais.
Embora o sistema judicial frequentemente funcione bem e a justiça seja feita (Nm 35.30; Lv 20.10; Dt 17.6; 19.15,16), é inegável que erros podem ser cometidos ocasionalmente por seres humanos falíveis na aplicação deste castigo. Pessoas inocentes às vezes são condenadas erroneamente e executadas injustamente (1Rs 21.1-16; At 6.8-15).

2. Existe a possibilidade da reabilitação.
A pena de morte elimina a possibilidade de reabilitação do criminoso que poderia voltar a ser um indivíduo produtivo na sociedade (Jo 8.10,11). O ser humano pode voltar e ser uma nova criatura pelo poder do evangelho e ser uma pessoa completamente diferente do que era na data de sua sentença judicial (1Co 6.8-11; 2Co 5.17-21).

3. A prática do perdão é a uma opção válida.
A vida humana é o ponto de partida para os demais direitos da pessoa. Se a vida humana não estiver assegurada, torna-se impossível à realização dos outros valores. Deus não permitiu que a pena fosse aplicada ao rei Davi: “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse Natã a Davi: Também o Senhor traspassou [perdoou] o teu pecado; não morrerás” (2Sm 12.13). Se o Senhor perdoou um pecado digno de morte, quanto mais nós, devemos fazer a mesma coisa. A essência da lei retributiva estava presente na sentença, mas a pena capital não foi aplicada ao transgressor. O perdão e os propósitos divinos prevaleceram sobre a lei (Gn 4.8-15; Jo 8.1-11).

4. A prisão temporária ou perpétua é válida para crimes hediondos.
É preferível que, em casos gravíssimos de crimes hediondos, seja aplicada a pena de prisão perpétua, em que o criminoso tem a oportunidade de se recuperar, e até de ser um crente fiel. Entendemos que por pior que seja o criminoso, não deve-se se subtrair a vida, mas sim sua liberdade, como castigo pelos crimes cometidos privando-o em lugar separado da sociedade (Nm 35.6,11-15; Js 20.2; 21.27,32; 1Cr 6.57,67).


V. EUTANÁSIA: A FALÁCIA DA BOA MORTE
O artigo 5º da Constituição Federal assegura, dentre outras coisas, o direito à vida. O princípio da inviolabilidade da vida humana é um direito inalienável. O termo “eutanásia” é de origem grega, “eu” “bem, boa” e “thánatos” “morte” sugerindo a ideia, literalmente, de “boa morte”, a “morte da misericórdia” (ANDRADE, 2006, p. 175). Eutanásia é “qualquer ato ou omissão, no contexto de doença ou incapacidade, que intencionalmente causa a morte de alguém”. Vejamos alguns tipos de eutanásia:

1. A eutanásia passiva.
Esse tipo de assassinato é praticado em pacientes que estão sobrevivendo artificialmente por meio de máquinas e aparelhos médicos, sem os quais, morreriam. Como também, pelo auxílio de procedimentos farmacológicos, que prolongam suas vidas. O médico, a pedido dos familiares, interrompem estes procedimentos resultando, por sua vez, o óbito. “Os que advogam tal prática, dizem que não temos direito de deixar uma pessoa sofrer indefinidamente” (ANDRADE, 2006, p. 175).

2. A eutanásia ativa.
Esse tipo de eutanásia é conhecida como o “suicídio assistido”. Ela resulta exclusivamente da decisão planejada do paciente. É a “interrupção deliberada da vida e não o mero desligamento de aparelhos médicos”. Drogas letais são aplicadas nos pacientes, levando-os a morte (CHAMPLIN, 2004, p. 598). Este argumento é humanista, e não tem sua base na Bíblia. “Matar por misericórdia”, mesmo com consentimento de quem está sofrendo, é moralmente e eticamente incorreto.


VI. O POSICIONAMENTO DA IGREJA QUANTO A EUTANÁSIA
1. A Bíblia condena o assassinato.
A ação do médico tirando a vida do paciente, equipara-se a um homicídio. A eutanásia é um crime contra a vontade de Deus expressa no Decálogo, e contra o direito da vida: “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” (1Sm 2.6).

2. Existe a possibilidade do milagre.
A fé passa por cima de todas as impossibilidades (Hb 11.1,2). Devemos empenhar todo esforço na tentativa da cura, seja por medicamentos, seja pela fé: “[…] e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará […] orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.15,16).

3. Deus é quem decide o fim da vida.
Toda vida pertence a Deus, e apenas Ele tem o direito de tomá-la (Dt 32.39), pois é o doador da vida (Jó 12.10; Os 6.1), logo é Ele quem controla a entrada do homem nesta terra (Gn 2.7; Sl 139.13-16; Jó 33.4). Ele é quem estabelece os limites da vida (Sl 104.29).


CONCLUSÃO
Concluímos que apesar da pena de morte ser um princípio bíblico válido, não é a melhor escolha, pois, sabemos que podem existir erros judiciais; que existe a possibilidade da reabilitação, e que a prisão temporária ou perpétua é válida para crimes hediondos. Quanto à prática da eutanásia o posicionamento da Igreja é que a Bíblia condena o assassinato; existe a possibilidade do milagre, e que Deus é quem decide o fim da vida, e não o médico ou qualquer outra pessoa.




REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Douglas. Valores cristãos. CPAD.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Martins Fontes.
CALHEIROS, B. Bonfim. A pena de morte. Editora Destaque.
GEISLER. N. Ética Cristã: Opções e questões contemporânea. Vida Nova
HOMES, Arthur F. Ética: As decisões morais à luz da Bíblia. CPAD.
LIMA, Elinaldo R. de. Ética Cristã. CPAD.
REIFLER, Hans Ulrich. A ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.


quinta-feira, 26 de abril de 2018

VIDA – DOM DE DEUS


  


Objetivo:
Mostrar o assassinato e a eutanásia são práticas condenáveis e pecaminosas, pois contrariam o mandamento divino.

Material:
Três balões de festa (bexiga) com a palavra vida escrita. Escreva a palavra em um pedaço de papel ofício e cole na bexiga depois de cheia.

Procedimento:
Inicie a dinâmica fazendo a seguinte indagação: “O que diz o sexto mandamento?”. Ouça os alunos e leia o que Deus diz: “Não matarás!” (Êx 19.13). Depois peça que os alunos formem um círculo, e distribua as bexigas, já cheias e com a palavra vida escrita. Peça que joguem com as mãos, mas sem deixa-las cair no chão. Quem deixar cair deve sair do círculo. Brinque com os alunos alguns minutinhos. Em seguida, explique que o cristão não pode desistir de lutar em favor da vida, por pior que seja a situação enfrentada, pois Deus não desiste do homem e o sustenta em suas mãos até o fim de sua existência. O assassinato, assim como a eutanásia, não levam em conta os desígnios de Deus. O Senhor não criou o homem para a morte, mas para a vida. Desejar a morte de alguém, seja em quais circunstâncias, contraria a vontade divina.



Por Telma Bueno e Simone Maia.



LIÇÃO 04 – ÉTICA CRISTÃ E ABORTO (SUBSÍDIO)


  



Sl 139.1-18




INTRODUÇÃO
Nesta presente lição traremos a definição da palavra “aborto”; veremos que esta prática já foi proibida em legislações pagãs da antiguidade; destacaremos também o que a Bíblia diz acerca desta prática; pontuaremos algumas concepções errôneas que visam justificar o aborto; e, finalizaremos mostrando o que a Escritura diz sobre a vida humana.


I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA ABORTO
A palavra “aborto” é formada por dois vocábulos latinos: “ab”, privação, e “ortus”, nascimento. Etimologicamente, o aborto é a privação do nascimento (ANDRADE, 2015, p. 52). O verbo “abortar” do ponto de vista médico significa: “expulsar naturalmente o feto, ou retirá-lo por meio artificiais [...]” (HOUAISS, 2001, p. 1271). O aborto também é chamado de feticídio que significa: “crime, no qual através do aborto provocado, ocorre a morte do feto que se presume com vida” (HOUAISS, 2001, p. 1333).


II. AS LEGISLAÇÕES PAGÃS E A PRÁTICA DO ABORTO
Ao contrário do que pensam os pró-abortos que somente os cristãos se opõem a esta prática pecaminosa, Geisler (2001, p. 456) pontua que o aborto já foi declarado errado por muitas sociedades, seja cristã seja pagã, desde o raiar da civilização. Vejamos:
·         O Código de Hammurabi (século XVIII a.C.) chegava a conter um castigo para quem induzisse um aborto;
·         Tiglath-Pileser, um regente persa (por volta do século XII a.C.) punia as mulheres que induziam o aborto;
·         Hipócrates, um médico da Grécia (460-377 a.C.) se opunha ao aborto pelo próprio juramento, declarando solenemente: “Jamais darei uma droga mortal a quem quer que me peça, nem farei qualquer tipo de sugestão neste sentido. De igual forma, também não darei remédio abortivo a nenhuma mulher”;
·     Sêneca (cerca do século II d.C.), cujos compatriotas estóicos admitiam o aborto, elogiou a sua mãe por não ter lhe matado.


III. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O ABORTO
A palavra “aborto” aparece três vezes na Bíblia referindo-se ao feto que sai sem vida do útero materno, no caso de forma espontânea, ou seja, não provocada (Jó 3.16; Sl 58.8; Ec 6.3). Quanto a reprovação da prática do aborto provocada, vejamos o que nos diz a Escritura:

1. Antigo Testamento.
Mesmo antes de ter dado um código de leis a Israel, Deus disse a Noé que o homem que derramasse sangue de outro deveria ser punido com a morte (Gn 9.6). Êxodo registra que Faraó ordenou que as parteiras não deixassem os filhos das hebreias viverem quando fosse meninos (Êx 1.15,16). Elas no entanto, temeram a Deus e não praticaram o assassinato (Êx 1.17), e Ele as abençoou (Êx 1.20-a). O sexto mandamento do Decálogo: “Não matarás” (Êx 20.13), só ratifica o que Deus já havia dito. O aborto é um assassinato porque ele termina com uma vida humana, portanto neste mandamento encontramos uma clara reprovação a este ato (Êx 23.7; Dt 5.17). Na aplicação deste mandamento, encontramos Deus orientando que, se dois homens estiverem se agredindo, e, por acaso, atingissem uma mulher grávida que estava no local, ao ponto dela ter o filho prematuramente, a orientação era pagar apenas uma multa: “certamente será multado” (Êx 21.22). No entanto, se a lesão na mulher causasse o aborto do feto, tais homens deveriam morrer: “Mas se houver morte, então darás vida por vida” (Êx 21.23). Êxodo 21.22-25 dá a mesma pena a alguém que comete um homicídio e para quem causa a morte de um bebê no útero. Portanto, Deus trata o feto como um ser humano (Gn 9.6).

2. Novo Testamento.
Jesus ratificou o sexto mandamento “Não matarás” (Mt 5.21; 19.18). Os apóstolos também (Rm 13.9; Tg 2.1). Uma das afeições próprias da natureza humana, é que a mãe ame o filho, desde o seu ventre (Is 49.15). No entanto, Paulo diz que umas das características do ser humano entregue ao pecado, é que ele pode se tornar uma pessoa “sem afeição natural” (Rm 1.31), uma referência implícita ao desamor que sente, por exemplo, uma mulher que estando grávida, assassina o próprio filho. O mesmo apóstolo diz que os que tais coisas cometem e também os que consentes são dignos de morte (Rm 1.32). A sorte dos homicidas será no lago de fogo e enxofre (Ap 21.8).


IV. CONCEPÇÕES ERRÔNEAS PARA JUSTIFICAR O ABORTO
Vivemos dias em que as pessoas querem legalizar a prática do aborto, utilizando diversos pretextos. Vejamos alguns e as devidas refutações:

1. O feto não é plenamente humano.
Alegam os pró-abortistas que o feto não é um ser humano em potencial, podendo ser facilmente descartado. No entanto, tanto as descobertas científicas quanto a Bíblia nos mostram que isto é um argumento falacioso. A palavra “feto” segundo o Houaiss (2001, p. 1333) significa: “ser em desenvolvimento no útero […]”. As únicas diferenças entre “um feto” e um ser humano adulto, é a idade e a massa corpórea. Portanto, ele é tão pessoa quanto um ser humano nascido, pois um ser não pode se tornar pessoa, se ele já não for em essência. Do ponto de vista bíblico, Deus não faz distinção entre vida em potencial e vida real, ou seja, entre uma criança ainda não nascida no ventre materno em qualquer que seja o estágio e um recém-nascido ou uma criança. A expressão “yeled” é usada normalmente para se referir a uma criança. Mas, em Êxodo 21.22, é utilizada para se referir a um filho no ventre. Em
Gênesis 25.22 a palavra “yeladim” (filhos) é usada para se referir aos filhos de Rebeca que se empurravam enquanto ainda no ventre materno. A palavra grega “brephos” é empregada com frequência para os recém-nascidos, para os bebês e para as crianças mais velhas (Lc 2.12,16; 18.15; 1 Pd 2.2). Em Atos 7.19, “brephos” refere-se às crianças mortas por ordem de Faraó. Mas em Lucas 1.41,44 a mesma palavra é empregada referindo-se a João Batista, enquanto ainda não havia nascido, estando no ventre de sua mãe. “De fato, o homem, desde a fecundação, não é ‘um aglomerado de células’, como dizem os cientistas ateus e materialistas. É um ser completo, composto de espírito, alma e corpo” (RENOVATO, 2008, p. 273).

2. O feto não tem alma.
Há evidências científicas e bíblicas de que a alma (vida) humana começa na concepção. Em uma comissão convocada pelo congresso dos Estados Unidos no dia 23 de abril de 1981, especialistas da área científica deram o seu parecer acerca da origem da vida humana. Norman Geisler (2001, p. 453) citando a Dra Matthew-Roth da Faculdade de Medicina de Harvard diz que: “na Biologia e na Medicina, é fato aceito que a vida de qualquer organismo individual que se reproduza por forma sexuada inicia no momento da concepção, ou da fertilização”. Do ponto de vista bíblico, a origem da alma pode explicar-se pela cooperação do Criador com os pais (Sl 139.13-16; Jr 1.5; Zc 12.1-b; Lc 1.41). Renovato (2008, p. 274) diz que: “cada vez que um gameta masculino funde-se com um feminino, no casamento, ou fora dele, pela lei do Criador, forma-se um conjunto espírito + alma dentro do homem”.

3. A mulher tem direito sobre seu próprio corpo.
Este é o principal argumento do Movimento Feminista. No entanto, é necessário fazer algumas considerações. Vejamos: a) do ponto de vista jurídico, o aborto ainda é crime no Brasil. A conduta de aborto esta tipificada pelo Código Penal brasileiro entre os artigos 124 e 126. Trata-se de um crime contra a vida; b) do ponto de vista científico, é bom destacar também que o feto não é prolongamento do corpo da mulher. Dados científicos mostram que “a partir da concepção eles tem o seu próprio sexo, que pode diferir da mãe; depois de quarenta dias da concepção tem as próprias ondas cerebrais; após algumas semanas já possuem seu próprio tipo sanguíneo, que pode ser diferente da mãe, e suas próprias impressões digitais” (GEISLER, 2017, p. 160). Logo, é um indivíduo dentro de outro; c) do ponto de vista de saúde pública, se ignora as complicações, danos e consequências desta prática; e, d) do ponto de vista bíblico a violência contra o corpo de outrem é pecado (Gn 9.6; Êx 20.13; Mt 5.21; Rm 13.9; Tg 2.11).

4.4 O aborto é justificável em algumas situações.
O aborto é proibido no Brasil, apenas com exceções quando há risco à vida da mãe causado pela gravidez, quando essa é resultante de um estupro e se o feto não tiver cérebro. Nesses três casos, permite-se à mulher optar por fazer ou não o aborto. No entanto, a Bíblia se posiciona contrária ao aborto mesmo nestas situações, pois nada justifica a morte de um inocente (Dt 19.10; Sl 106.38; Jr 2.34). Não temos o direito de escolher quem deve ou não viver, isto compete exclusivamente a Deus, que é o autor da vida (Gn 2.7; Sl 139.13-16; Jó 33.4).


V. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A VIDA HUMANA
1. É um dom de Deus.
A vida é um dom de Deus e um feto tem vida. Paulo diz que é Deus “quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas” (At 17.25). É Ele quem forma o corpo humano no ventre, como descreve Davi: “cobriste-me no ventre de minha mãe” (Sl 139.13). Ana cantou dizendo que: “O SENHOR é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” (1 Sm 2.6). Veja ainda: (Jó 1.21; 33.4; Sl 31.15; Jo 1.3).

2. A vida humana é sagrada.
A Bíblia deixa claro que a vida quer no estágio inicial, quer no terminal, é sagrada aos olhos de Deus (Nm 16.22). Quando Deus fez o ser humano o fez segundo a Sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Até mesmo depois do pecado esta imagem e semelhança não foi erradicada (Gn 9.6; Tg 3.9). O corpo do homem foi escolhido para ser templo do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.19; Tg 4.5). O valor da vida não depende dos anos acumulados, nem da capacidade física ou intelectual da pessoa. Antes, a vida é um bem pessoal intransferível e incalculável (Mc 8.37).

3. Deve ser respeitada e protegida.
Dos Dez Mandamentos, seis dizem respeito ao nosso compromisso com o próximo (Êx 20.12-17). Portanto, o sexto mandamento “Não matarás” (Êx 20.13), se constitui numa agressão contra a vida alheia. Não podemos furtar o direito do outro de viver. E, em se tratando de um “feto” há ainda muitos agravantes, pois este pequeno ser não pode gritar por socorro, nem pode se defender, tampouco fugir. Acrescenta-se ainda que ele não pediu para vir ao mundo. Biblicamente somos exortados a amar o próximo como a nós mesmos, pois esta é a Lei e os profetas (Lv 19.18; Mc 12.31; Rm 13.9,10; Gl 5.14). Em caso de estupro “a adoção e não o aborto é a melhor alternativa” (GEISLER, 2017, p. 165).


CONCLUSÃO
Enquanto as legislações de vários países estão legalizando a prática de aborto, nós cristãos permanecemos sob a égide da Palavra de Deus, que é nosso código de conduta imutável e absoluto. Somente Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida humana, seja de um ser humano em gestação ou já nascido.




REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa de. As novas fronteiras da Ética Cristã. CPAD.
Ø  GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  GEISLER, Norman. Ética Cristã: opções e questões contemporâneas. VIDA NOVA.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.



segunda-feira, 23 de abril de 2018

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2018






   A IGREJA DO ARREBATAMENTO –
O padrão dos Tessalonicenses
para estes últimos dias






 Lição 04

Hora da Revisão
A respeito do tema “Conservando uma vida frutífera”, responda:


1. Apresente e comente três características de Paulo como um líder.
Um líder que reconhece as qualidades dos liderados, um líder com coração pastoral e um líder a ser imitado.

2. De que modo o ministério de Paulo pode inspirar os líderes atuais a trabalharem com jovens e seus ministérios?
Resposta pessoal.

3. Que desafios a jovem igreja em Tessalônica enfrentou para permanecer firme na vocação de Deus?
Tribulações internas, falta de acompanhamento pastoral integral, e perseguições externas.

4. Quais as medidas tomadas pelos irmãos tessalonicenses para continuarem frutificando espiritualmente?
Não abandonar a fé, assumir uma vida de santidade, insistir no amor.

5. Qual a relevância do amor em nosso serviço ao Reino de Deus?
Sem amor qualquer atividade na igreja torna-se mero ativismo religioso; o amor demonstra a presença de Deus naquilo que fazemos.