sexta-feira, 4 de outubro de 2019

LIÇÃO 01 – CONHECENDO OS DOIS LIVROS DE SAMUEL


  


1 Sm 1.1-8



INTRODUÇÃO
Neste quarto trimestre de 2019, estudaremos o tema: “O Governo Divino em Mãos Humanas – Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel”. Na primeira lição deste trimestre traremos importantes informações sobre os dois livros de Samuel; veremos o período histórico da nação de Israel que ele aborda; falaremos um pouco dos principais personagens que se destacam nestes livros; e, por fim, pontuaremos o que podemos aprender com estes dois registros bíblicos.


I. INFORMAÇÃO SOBRE OS DOIS LIVROS DE SAMUEL
1. Autoria.
Os livros de Samuel iniciam-se com um resumo da vida e obra do profeta Samuel, conhecido como o último dos juízes e o primeiro da ordem profética. Ele foi considerado o maior personagem na história de Israel entre Moisés e Davi (Jr 15.1). Estes livros, como a maioria dos livros históricos, são anônimos. No entanto, o profeta Samuel é geralmente considerado o autor de 1 Samuel 1-24, e Natã e Gade os autores da parte restante (1 Cr 29.29). As descrições detalhadas e as minúcias sugerem que os autores foram testemunhas oculares dos acontecimentos. Estes livros tomaram esse nome devido à primeira figura humana de destaque neles, Samuel. Biblicamente temos informações de um livro escrito por Samuel e colocado por ele “perante o Senhor” (1 Sm 10.25); em 1Crônicas 29.29 há uma referência ao relato dos atos de Davi num livro chamado “crônicas de Samuel, o vidente”.

2. Data.
Os acontecimentos relatados nos dois livros cobrem o período do nascimento de Samuel até o fim do reinado de Davi. Supondo que Samuel tivesse 30 anos aproximadamente quando começou a sua liderança em 1070 (cinco anos após a morte de Eli), ele deve ter nascido em 1100 a.C., aproximadamente. Visto que o reinado de Davi estendeu-se de 1010 a 970, o período de tempo para os livros de Samuel é de cerca de 130 anos aproximadamente.

3. Contexto histórico.
Os livros de Samuel cobrem o período de transição da liderança das mãos dos juízes divinamente escolhidos (Jz 2.16) até a monarquia (1 Sm 8.7), Samuel teve a tarefa tremenda de orientar a reconstrução da unidade social e religiosa (1 Sm 7.1-7). Ele foi o instrumento divino para o estabelecimento do reino de Israel nesta grande crise nacional. Samuel, foi o último dos juízes (1 Sm 7.6,15; 12.11), e o primeiro profeta (At 3.24).

4. Propósito.
O objetivo dos livros de Samuel é apresentar a história do desenvolvimento de Israel desde um estado de anarquia (Jz 21.25) até um estado de monarquia teocrática (1 Sm 8.7). Dá uma descrição religiosa do crescimento da nação, mostrando a futilidade da tentativa de unificação e crescimento nacional por esforço e liderança humanos, bem como o grande poder e prestígio de uma nação fundada em princípios teocráticos sob um rei indicado por Deus (1 Sm 9.16; 16.12). Primeiro Samuel fala da ascensão de Davi ao trono, e Segundo Samuel trata do reinado de Davi.

5. Curiosidades.
Os dois livros de Samuel são os primeiros dos seis “livros duplos” que originalmente não estavam divididos (1 e 2 Samuel; 1 e 2 Reis; 1 e 2 Crônicas). Eles foram divididos em dois pelos tradutores da Septuaginta (tradução do AT para o grego) que os chamaram de “1 e 2 Reis”. Os livros que chamamos de 1 e 2 Reis tinham o nome de 3 e 4 Reis (ELISSEN, 2010, p. 90 – grifo nosso).


II. OS LIVROS DE SAMUEL: UM PANORAMA HISTÓRICO
O livro de Samuel abrange o fim e o começo de dois importantes períodos históricos do povo de Israel. Vejamos:

1. Período dos juízes.
Este período vai da morte de Josué até o fim do governo de Samuel. A forma de governo era teocrática, isto é, Deus era o governante direto da nação. Nesse período houve um ciclo vicioso com a nação de Israel: Israel fazia o que era mau aos olhos do Senhor (Jz 2.11; 3.7); o Senhor lhes entregava nas mãos dos inimigos; o povo, então, se arrependia dos seus pecados e clamava a Deus; e Deus levantava um juiz que julgava o povo, e subjugava seus inimigos (Jz 2.16). Enquanto aquele juiz julgava, o povo temia ao Senhor. Porém, após a morte do juiz, o povo tornava a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor, tornando assim um período de altos e baixos para a nação. Samuel foi o maior líder espiritual desse período e, além de juiz, foi também sacerdote e profeta (1Sm 3.20; 7.15; 12.1-5; At 3.24).

2. Período da monarquia.
Aproveitando a velhice de Samuel e forma desonesta que os seus filhos procediam diante do povo, os filhos de Israel rejeitaram o governo teocrático, e pediram para si um rei como as outras nações tinham (1Sm 8.1- 5; 12.12,13). O problema, no entanto, não foi pedir um rei, pois Deus já havia dito que de Abrão descenderia reis (Gn 17.6); por meio de Jacó, anunciou que o cetro ficaria com Judá (Gn 49.10); e, por meio de Moisés exortou como deveria ser a postura de um rei (Dt 17.14-20), mas ainda não era o tempo, e, o povo precipitou-se (1Sm 10.19; 12.19).


III. OS PERSONAGENS PRINCIPAIS DOS LIVROS DE SAMUEL
Os dois livros de Samuel contém uma narrativa com vários personagens. Todavia, três personagens são os principais. Notemos:

1. Samuel.
Filho de Elcana e Ana. Seu pai era descendente de Levi, embora não da linhagem sacerdotal de Arão (1Cr 6.33,34). Sua mãe apesar de estéril, orou ao Senhor e recebeu a promessa, por meio do sacerdote Eli, de que teria um filho (1Sm 1.17). Alegre com a notícia, voltou para casa e recebeu o milagre (1Sm 1.19). Ana prometeu dedicar este filho ao Senhor por todos os dias da sua vida (1Sm 1.11). Ela pôs o nome da criança de Samuel que significa: “o nome de Deus” (Sm 1.20). Abaixo destacaremos mais alguns detalhes a respeito deste personagem:

CARACTERÍSTICAS
REFERÊNCIAS
Nascido por um milagre
1 Sm 1.20
Nazireu desde o ventre
1 Sm 1.11
Chamado para ser profeta
1 Sm 3.20
O último dos juízes
1 Sm 7.15
Aquele que ungiu os primeiros reis de Israel
1 Sm 9.16; 16.12

2. Saul.
Era filho de Quis, da tribo de Benjamim (1 Sm 9.1). Foi ungido pelo profeta Samuel (1 Sm 10.1) e escolhido por Deus para reinar sobre eles (1 Sm 10.17-24). Apesar de iniciar bem a sua missão como rei de Israel, vencendo os amonitas, e trazendo alegria para todos os homens de Israel (1 Sm 11. 1-15), logo no segundo ano do seu reino demonstrou fragilidade, recebendo a sentença que o seu reino não subsistiria (1 Sm 13.8-14). O sonho de ter um rei, como as demais nações, logo se tornou em pesadelo, pois Saul não correspondeu ao padrão espiritual exigido pelo Senhor.

3. Davi.
Seu nome significa “amado”. A Bíblia fala mais a respeito de Davi do que sobre qualquer outro personagem bíblico. Cerca de catorze capítulos foram dedicados à vida de Abraão e também de José; Jacó, onze e Elias, dez. No entanto, sessenta e seis, aproximadamente, foram dedicados a Davi e isto não inclui cerca de 59 referências à sua vida no Novo Testamento. Este jovem foi escolhido por Deus para uma grande obra (1 Sm 16.10-13). Deus prometeu que o seu reinado seria para sempre por meio dos seus descendentes por meio do qual também viria o Messias. Elencaremos abaixo algumas informações sobre Davi:

CARACTERÍSTICAS
REFERÊNCIAS
O oitavo filho de Jessé
1 Sm 17.12-14
Pastor de ovelhas, músico e poeta
1 Sm 16.11,17,18
Escolhido para ser rei
1 Sm 16.1,12
Um grande guerreiro
1 Sm 17.37; 17.46-50; 18.30
Um homem segundo o coração de Deus
1 Sm 13.14; At 13.22


IV. O QUE APRENDEMOS COM OS LIVROS DE SAMUEL
Os reis que passaram por Israel são imperfeitos, e o reino deles tiveram falhas, porém apontavam para o reino perfeito e permanente do Messias. O título “Messias” foi usado para o Salvador do mundo no AT (Sl 2.2; 8.6; Is 9.7 Dn 9.25,26), e teve seu cumprimento na pessoa de Jesus no NT, pois Ele é o Ungido de Deus (Lc 2.11,26; 24.26; Jo 4.25,26; At 2.36; 8.5; Rm 1.1; 1 Co 1.1). Quando Jesus nasceu, foi adorado como Rei (Mt 2.2,11); a profecia dizia que Ele herdaria o trono de Davi e que reinaria para sempre sobre a casa de Jacó (Lc 1.31-33); durante o seu ministério, declarou-se a si mesmo como Rei (Jo 18.37); e, quando Ele entrou triunfante em Jerusalém, foi aclamado Rei (Lc 19.38). No entanto, a plenitude do ofício real de Cristo, dar-se-á quando Ele voltar ao mundo como Rei, onde se assentará no trono real e estabelecerá o milênio (Mt 19.28; 25.31). Jesus reinará sobre todas as nações. Seu reino será literal e universal. Ele vem para reger as nações como Rei dos reis e Senhor dos senhores. O milênio será uma teocracia, isto é, Cristo reinará diretamente, através de seus representantes. Todos os reinos do mundo estarão sob o senhorio de Cristo e Jerusalém será a sede do governo mundial (Is 2.3; 60.3; 66.2; Jr 3.17).


CONCLUSÃO
Deus se serve do ser humano para estabelecer o Seu propósito aqui na terra. Ele escolheu Saul, no entanto, este contrariou a vontade divina. O Senhor substituiu-o por Davi, o homem segundo o Seu coração, por meio do qual Ele prometeu suscitar o Messias que, no devido tempo, reinaria para sempre.




REFERÊNCIAS
Ø  GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Ø  MOODY, D. L. Comentário Bíblico de Levítico. PDF.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.



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