terça-feira, 31 de dezembro de 2019

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2019







   PODER, CURA E SALVAÇÃO –
O Espírito Santo Agindo
na Igreja em Atos.







Lição 13

Hora da Revisão
A respeito do tema “O Evangelho em Éfeso, responda:


1. Qual foi a pergunta que Paulo fez aos crentes logo que chegou a Éfeso?
“Recebeste vós já o Espírito Santo quando crestes?”

2. Em que eram batizados os crentes de Éfeso?
No batismo de João.

3. O que Paulo fez depois de batizar os irmãos de Éfeso?
Paulo impôs as mãos sobre os irmãos para que viesse sobre eles o Espírito Santo.

4. Fale sobre a cidade de Éfeso.
Éfeso era um centro cosmopolita, um centro de adoração a deusa Diana, cujo templo estava localizado ali.

5. Quem incitou um tumulto contra Paulo e contra os crentes de Éfeso?
Demétrio, um ourives.


QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2019








   O GOVERNO DIVINO EM MÃOS HUMANAS –
Liderança do Povo de Deus
em 1º e 2º Samuel.
  






Lição 13


Para Refletir
A respeito da lição “A Velhice de Davi’, responda:


Como a velhice é tratada na concepção moderna?
O tom da concepção moderna sobre a velhice é desgastante, ao afirmar que os velhos são ressentidos com os jovens, pois são pessoas cansadas, fora de moda, feias e severas.

Como a Bíblia descreve a velhice?
A Bíblia descreve a velhice como uma bênção e algo natural.

O que a igreja deve fazer para com as pessoas de terceira idade?
A igreja deve ter e manter programas especiais para os idosos, pois essa prática revela o amor de Deus ao próximo (Mc 12.30).

Como é descrito em 1 Reis a velhice de Davi?
Com aproximadamente setenta anos, as forças e a saúde de Davi tinham definhado. Seu corpo não conseguia manter-se aquecido.

Qual a consciência que o rei Davi tinha a respeito de si?
Davi tinha consciência de que todas suas conquistas não eram humanas, e que ele mesmo não era divino, como pensavam os reis de outras nações; seu crescimento provinha do Deus de Israel.


LIÇÃO 13 – A VELHICE DE DAVI (SUBSÍDIO)


  



2 Sm 23.1-7 



INTRODUÇÃO
Na última lição deste quarto trimestre trataremos sobre a importância da velhice na Bíblia; falaremos sobre a fase final da vida de Davi na sua velhice; veremos alguns aspectos da velhice do monarca e a preocupação de Davi com o novo rei; e por fim, notaremos as bênçãos divinas na terceira idade.


I. A IMPORTÂNCIA DA VELHICE NA BÍBLIA
O dicionário define “velhice” como: “estado ou condição de velho; idade avançada, que se segue à idade madura” (HOUAISS, 2001, p. 2838). Estamos num processo de envelhecimento, do qual ninguém poderá escapar (Ec 12.1-7). A velhice não deve ser vista como algo ruim, pois devemos ser gratos a Deus pelo fato de termos vida física longa, o que é um dom, um presente (Pv 20.29). Biblicamente é sinal de bênção chegar a ver os netos (Gn 48,11; Sl 128.6). Na cultura israelita presumia-se que a idade avançada tinha algo a ver com o amadurecimento e a sabedoria (Jó 12.12,13). Os velhos do hebraico “zaqem” eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Havia um grupo em Israel denominado de anciãos; eles agiam como representantes das nações (Jr 19.1; Jl 1.14; 2.16) e também administravam muitos assuntos políticos e desempenhavam um papel ativo na administração da nação e aplicação da Lei de Moisés (Nm 22.7; Js 22.13-33; Dt 21.18-21). Os velhos da cidade formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de juízes (Dt 19.12; Nm 11.16-25), conduziam as investigações e inquéritos (Dt 21.2) e resolviam conflitos matrimoniais (Dt 22.15; 25.7). Foram reunidos por Moisés para receber o anúncio da libertação do Egito (Êx 3.16-18). O pacto foi ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx 24.1,9,14; cf. 19.7). A base na organização das sinagogas, incluía a figura do ancião (At 11.30; 14.23). Na Igreja Primitiva ocupavam um lugar respeitoso (1Pd 5.5 ver 1Tm 5.1) (PFEIFFER, 2006, pp. 100-101).


II. A VELHICE DO REI DAVI
Davi atingiu a idade de setenta anos (2Sm 5.4). Notemos como se encontrava Davi em sua velhice:

1. As limitações no corpo.
Davi, o rei, guerreiro e poeta, atingiu a idade de setenta anos (2Sm 5.4), que, segundo as  palavras de Moisés, são o limite máximo da vida e que a velhice trás consigo diversas limitações para o corpo físico (Sl 90.10). Para Davi, ter sido moço e agora ser velho não significava exatamente uma mudança com consequências drásticas. Era apenas uma experiência a mais, uma sequência natural: “Fui moço e agora sou velho [...]” (Sl 37.25). Por mais robusto que seja o ser humano, não poderá escapar às limitações físicas que lhe impõem a terceira idade (Ec 12.1-9). Aparecem a canseira e o enfado (Sl 90.10); a visão perde a sua força (Gn 27.1); e o vigor vai desaparecendo (Gn 17.17). As forças de um idoso não são as mesmas de um jovem (2Sm 19.34-37).

2. As enfermidades.
Quando chegou a velhice Davi começou a padecer com as enfermidades. Sentia um frio grande que nem cobertores, podiam lhe aquecer (1Rs 1.1). Vendo isso, os servos de Davi sugeriram que lhe trouxessem uma virgem para que deitasse junto ao corpo de Davi a fim de aquecê-lo (1Rs 1.2,3). A cerca disto afirmou certo teólogo: “a sugestão dos servos para que se buscasse uma jovem para o rei a fim de lhe restaurar a vitalidade perdida e o aquecesse era uma prescrição médica aceita até a Idade Média” (MOODY, sd). Nenhum significado imoral deve ser dado a esta prática, embora em nossa cultura nos pareça um tanto estranha. O próprio texto bíblico acrescenta que Davi não a possuiu como mulher (1Rs 1.4). Abisague serviu de enfermeira prática junto ao moribundo Davi.

3. A aproximação da morte.
Com a idade avançada, Davi sentiu estar próximo da morte (1Rs 1.1). Este grande personagem hebreu faleceu e foi sepultado na cidade de Jerusalém. Como Deus havia lhe prometido, concedeu-lhe três grandes bênçãos, a saber: a) o trono de todo Israel: “E foram os dias que reinou sobre Israel, quarenta anos; em Hebrom reinou sete anos, e em Jerusalém reinou trinta e três” (1Cr 29.27); b) longevidade: “E morreu numa boa velhice, cheio de dias” (1Cr 29.28a); e, c) riquezas em abundância: “E morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória” (1Cr 29.28b).


III. CONSELHOS DE DAVI EM SUA VELHICE PARA O NOVO REI
Quando Davi sentiu estar próximo da morte em sua velhice (1Rs 1.1), mostrou preocupação com a continuação do governo que Deus lhe conferiu. Sabendo de antemão que dos seus filhos, Salomão era o escolhido para lhe suceder no trono (1Cr 28.6,7), e que edificaria o templo (1Cr 22.9,10), Davi lhe fez diversas recomendações para que o seu governo contasse com a bênção de Deus e fosse próspero (1Cr 28.9,10). Notemos:

1. Conhecer a Deus.
Embora as experiências espirituais de Davi fossem bastante válidas, e, por certo foram narradas para seus filhos e até mesmo presenciada por eles, este servo de Deus reconhece que Salomão tinha que ter a sua própria experiência: “Conhece o Deus de teu pai” (1Cr 28.9). A expressão “conhecer” no hebraico “yada” significa: “conhecer por experiência, relacionar-se”. A falta de conhecimento de Deus foi o maior problema de Israel, como declarou o próprio Deus através de Isaías (Is 1.1-3). É imprescindível que conheçamos a Deus e prossigamos em conhecê-lo (Os 6.3).

2. Servir a Deus.
Após exortá-lo a conhecer a Deus, Davi também disse a Salomão que o servisse e orientou quanto a forma: “de coração perfeito e alma voluntária”. A expressão de coração perfeito, no hebraico “shalem” implica um “coração completo, inteiro, todo”.  Já a expressão “alma voluntária” fala de buscar com prazer, com amor e não forçado. A orientação de
Davi é acompanhada de uma exortação severa para quem não servir a Deus desta maneira (1Cr 28.9b). Infelizmente com o passar do tempo, Salomão se deixou seduzir pelo pecado e não serviu a Deus como seu pai ordenou (1Rs 11.4).

3. Fazer a obra de Deus.
Salomão também recebeu como incumbência de seu pai a edificação do Templo, um lugar fixo de adoração ao Deus vivo. Davi disse a Salomão: “Olha, pois, agora, porque o SENHOR te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra” (1Cr 28.10). Salomão haveria de realizar algo inédito. Uma grande casa para o Senhor deveria ser construída (1Cr 29.1).


IV. BÊNÇÃOS DIVINAS NA VELHICE DO CRENTE
Temos vários exemplos de servos de Deus que tiveram experiências em sua velhice: Sara e Abraão (Gn 21.1-7); do rei Davi (1Cr 29.27,28); Simeão (Lc 2.25-30); Ana (Lc 2.36-38) etc. A terceira idade é um tempo especial da parte de Deus para que os idosos colham com alegria os frutos das sementes plantadas na juventude: “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes” (Sl 92.14). Davi experimentou isso em sua velhice (Sl 71.9,18). A longevidade é um presente dado por Deus: “Dar-lhe-ei abundância de dias” (Sl 91.16). Vejamos o que a Bíblia fala-nos sobre a velhice do crente:

1. A velhice é tempo de experiência.
A Bíblia diz que: “Coroa de honra são as cãs [...]” (Pv 16.31a), a velhice é um símbolo de beleza: “[...] e a beleza dos velhos, as cãs” (Pv 20.29b). Como diz a Bíblia, a maturidade com o seu modo de ser e de agir não cabe na infância, mas na vida daqueles que já são experimentados (Jó 12.12,13) nos embates da vida material e espiritual (1Co 13.11; Hb 5.13,14). Houve uma certa naturalidade em Samuel quando, já idoso, disse ao povo de Israel: “Já envelheci e estou cheio de cãs...” (1Sm 12.2). A primeira grande bênção do período da velhice é a maturidade, sobretudo quando se floresce plantado na Casa do Senhor (Sl 92.13,14). Duas figuras de linguagem dão a dimensão exata do que isso representa: a palmeira e o cedro. Em ambas vemos a lição de utilidade, perenidade, firmeza e robustez. São assim os que envelhecem seguindo os princípios ditados por Deus: têm raízes profundas, que suportam os ventos da tempestade, são longevos, robustos e de presença acolhedora. Os princípios de vida ensinados na Bíblia levam à maturidade, à prudência e à sabedoria (Is 46.4).

2. A velhice é tempo de frutificação.
A terceira idade é a época em que os frutos são colhidos como resultado daquilo que se plantou na infância, na juventude e nos primeiros ciclos da vida adulta (Ec 12.1). Paulo aceitou a consciência de sua velhice, assumiu a sua nova condição, isto é, simplesmente aceitou a realidade dos fatos: “...sendo o que sou, Paulo, o velho...” (Fm 9). No salmo 92.12-14 temos duas importantes lições: a) saber plantar, isto é, fazer boas escolhas sob a direção de Deus nos verdes anos da juventude é condição essencial para que se faça uma boa colheita no período da terceira idade; e b) aquilo que colhemos na terceira idade, inclusive certas doenças, é o resultado direto das escolhas que fizemos no tempo da semeadura (Gl 6.7-9). A terceira idade é, também, um tempo de colheita. Esse fato, decorrente de semeadura no passado, implica que a semente plantada cumpra, pelo menos, três fases distintas: brotar, crescer e frutificar. Na promessa do Pentecostes, Deus não se esqueceu dos velhos, ou idosos: “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e os vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões” (Jl 2.28).

3. A velhice é tempo de ensinamento.
Os jovens permaneciam calados diante deles e só falavam quando estavam certos de que os mais velhos nada mais tinham para dizer (Jó 32.6-7). Alguém que chegou à terceira idade após uma boa semeadura ainda tem muito a contribuir nos átrios da casa de Deus e a ensinar aos que o cercam (Sl 71.15-18; Tt 2.2-5). Esta é também uma época de ensinamento (Êx 18.13-27; Pv 23.22). Mostra-nos a história que desprezar o conselho dos mais velhos não é um bom negócio (1Rs 12.6-8). Não é bom reter somente para nós, em nossos celeiros, aquilo que Deus amorosamente nos concedeu durante toda a nossa vida. A menção aos frutos, no Pentateuco, sempre traz implícita essa ideia (Dt 26.1-11 cf. 16.11). Os anciãos que, tanto em Israel quanto na Igreja Primitiva, ajudavam na orientação dos negócios do Reino de Deus (Êx 4.29; 19.7; At 15.2). A Bíblia nos diz que: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19.32).

4. A velhice é tempo de trabalho.
Jacó, aos 147 anos de idade (Gn 47.28) faz a seguinte declaração: “[…] o Deus, em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia” (Gn 48.15). Outra área que traz renovação espiritual no tempo da velhice é a do serviço cristão (Lc 2.36-38). Existem muitas áreas de trabalho nas igrejas apropriadas para as pessoas da terceira idade. É óbvio que elas não correrão como as pessoas mais jovens, não terão o mesmo ativismo, mas poderão ter o conhecimento e experiência necessárias para realizarem certas atividades que requerem a maturidade que só os idosos possuem. O povo de Deus necessita da energia dos crentes mais jovens, mas não pode jamais abrir mão da experiência dos santos mais idosos. Lembremo-nos de que Abraão e Sara cumpriram o propósito de Deus na sua velhice (Gn 22.1,2,5), Moisés começou a liderar o povo de Israel com a idade de 80 anos (Êx 7.7; Dt 29.5; At 7.23,30,36); Calebe conquistou Hebrom em plena velhice aos 85 anos (Js 14.12-14); e Davi, o grande rei de Israel, morreu em boa velhice “tendo desfrutado vida longa, riqueza e glória” (1Cr 29.27,28 – NVI).


CONCLUSÃO
A vida física tem começo, meio e fim e a terceira idade não deve ser vista como o fim de uma existência, mas como o início de uma nova etapa na vida do ser humano. Ciente disto, devemos procurar viver de forma agradável a Deus, temendo o Seu nome e realizando a sua vontade. Se procedermos assim, deixaremos um legado para as próximas gerações, de autênticos servos de Deus.




REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.


LIÇÃO 13 - O EVANGELHO EM ÉFESO (VÍDEO AULA)





LIÇÃO 13 - A VELHICE DE DAVI (VÍDEO AULA)





QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2019







   PODER, CURA E SALVAÇÃO –
O Espírito Santo Agindo
na Igreja em Atos.
  






Lição 12

Hora da Revisão
A respeito do tema “O Milagre que Salvou o Carcereiro, responda:


1. Para qual região Paulo e Silas tentaram ir, mas foram impedidos por Deus?
Paulo e Silas tentaram ir para a Ásia, mas os planos de Deus para eles eram outros.

2. Fale a respeito de Trôade.
Era uma colônia portuária romana.

3. O que o homem da Macedônia disse a Paulo em sua visão?
“Passa à Macedônia e ajuda-nos!”

4. Qual o nome da mulher cujo coração foi aberto pelo Senhor para ouvir a pregação de Paulo?
Lídia.

5. O que o carcereiro disse a Paulo depois do terremoto?
“Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” (At 16.30).



QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2019








   O GOVERNO DIVINO EM MÃOS HUMANAS –
Liderança do Povo de Deus
em 1º e 2º Samuel.







Lição 12

Para Refletir
A respeito da lição “A Rebelião de Absalão”, responda:


Qual o significado do nome Absalão?
Do hebraico, seu nome é “o pai é da paz”.

Qual destaque a Bíblia faz sobre Absalão?
Biograficamente há muitos detalhes sobre a pessoa de Absalão, em especial no quesito físico, mas nenhum destaque para sua vida espiritual.

O que a fragmentação moral na vida moral e espiritual pode fazer?
O servo de Deus deve fazer de tudo para proceder corretamente perante Deus e o povo, pois a fragmentação na sua vida moral e espiritual pode abrir portas para uma tempestade incontrolável, levando-o a significativas perdas, daí a exigência de Paulo: “sejamos irrepreensíveis” (1Tm 3.2).

Como político, o que Absalão fazia?
O Absalão político agia da seguinte maneira: demonstrava o espírito de grandeza, exercia uma função que não era sua, fazia falsa bajulação, falsa devoção a Deus e tinha a habilidade em ser sagaz.

Se toda rebeldia tem o seu preço, o que é melhor fazer?
Toda rebeldia tem seu preço, por isso o melhor é sempre evitá-la.


segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

LIÇÃO 12 – A REBELIÃO DE ABSALÃO (SUBSÍDIO)







2 Sm 15.1-18




INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos informações gerais sobre Absalão; pontuaremos algumas características de sua personalidade maligna; estudaremos sobre a conspiração de Absalão contra o rei Davi; e por fim, notaremos as lições da sua rebelião.


I. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE ABSALÃO
1. Nome.
O nome Absalão não é tão comum no registro bíblico. Além do filho de Davi, apenas outro personagem é assim chamado, sendo este um familiar do rei Roboão (1Rs 15.1,2,10; 2Cr 11.20,21). O nome Absalão do hebraico: “avshalom” significa: “pai de paz”. Apesar do significado do seu nome, a paz não foi algo notável em sue caráter.

2. Família.
Durante o tempo em que o rei Davi esteve em Hebrom teve seis filhos (2Sm 3.2-5). Absalão foi o terceiro filho de Davi com a sua terceira esposa Maaca, a filha de Talmai, rei de Gesur (2Sm 3.3). Absalão teve três filhos cujos nomes não são mencionados e uma filha por nome de Tamar (2Sm 14.27), esta filha possuía o mesmo nome da irmã de Absalão (2Sm 13.1).

3. Sua beleza.
O terceiro filho de Davi era conhecido por sua beleza estética, de modo que todo Israel apreciava sua aparência: “Não havia em todo o Israel homem tão admirável pela sua beleza como Absalão; desde a planta do pé até o alto da cabeça não havia nele defeito algum” (2Sm 14.25). O texto bíblico ainda nos informa que, tão pesado era seu cabelo que, em cortes ocasionais, o peso do cabelo cortado chegava a cerca de dois quilos (2Sm 14.26). “Josefo informa que os judeus costumavam untar os cabelos com óleo e espargir nele ouro em pó, a fim de que flamejassem ao sol” (apud SHEED, 2003, p. 456). No entanto, Absalão não possuía um caráter digno, à altura de sua beleza física.


II. O CARÁTER MALIGNO DE ABSALÃO
1. Um homem iracundo.
O iracundo é alguém possesso, irascível, colérico, agastado, torvo e raivoso. Absalão por natureza já era uma pessoa com estas características, e diante do pecado cometido por Amnom ao violar a sua meia irmã Tamar (2Sm 13.1,2,14-19), e a omissão de seu pai Davi em relação ao caso (2Sm 13.21), ele  nutriu ainda mais em seu coração este ódio contra seu irmão Amnom (2Sm 13.22), e desde então, concebeu um plano contra ele (2Sm 13.32). Durante o período de dois anos Absalão manteve esse plano oculto (2Sm 13.23), de modo que nunca havia confrontado Amnom (2Sm 13.22-a; Lv 19.17), antes alimentou a raiz de amargura em seu coração (Hb 12.15), deixando a ira tomar conta de seu ser (Ef 4.26). O que antes estava oculto se tornou público (Pv 26.26), Absalão desenvolveu seu plano maligno (2Sm 13.24-27), e ordenou a execução de seu irmão (2Sm 3.2), colocando em prática a sua vingança (2Sm 13.28,29). O aborrecimento de Absalão por causa do pecado do seu irmão era justificável, mas, odiá-lo (1Jo 3.12,15) e assassiná-lo com o pretexto de supostamente reparar a honra de Tamar, violando o sexto mandamento: “não matarás” (Êx 20.13) não é aceitável.

2. Um homem ardiloso.
Ardiloso quer dizer: “o que se utiliza de ardis, de esperteza para conseguir o que pretende; sagaz, astucioso, enganador”. Absalão demostrou a sua sagacidade em algumas ocasiões (2Sm 13.20) entre elas destacamos a sua fuga de Jerusalém. Após o assassinato de Amnom, Absalão foge imediatamente (2Sm 13.34,37), ele sabia que nenhuma parte da terra de Israel poderia protegê-lo e que ao permanecer ali seria devidamente punido por seu crime hediondo. As cidades de refúgio existentes em Israel não ofereceriam proteção a um assassino intencional (Nm 35.11,15). Absalão preferiu refugiar-se entre os parentes de sua mãe, e foi hospedado pelo seu avô Talmai, rei de Gesur por três anos (2Sm 13.37; 1Cr 3.2; 2Sm 13.38).

3. Um homem egocêntrico. 
Após o seu regresso para Jerusalém, pela intercessão de Joabe (2Sm 14.21-23,28), Absalão passou dois anos sem ser chamado à presença de seu pai (2Sm 14.24,28), algo que o incomodou muito (2Sm 14.32). Na intenção de provocar uma audiência com o rei, Absalão de maneira egocentrista e maquiavélica mandou atear fogo ao campo de Joabe para forçá-lo a ir em sua casa e conseguir o que queria (2Sm 14.29-33). Ele era egocêntrico, do tipo de pessoa que ultrapassava todos os limites para que a sua vontade fosse realizada, ainda que se necessário usando de astúcia (Js 9.4; Jó 5.13; Sl 119.118; Lc 20.23; 2Co 11.3).

4. Um homem traiçoeiro.
Absalão esforçou-se em mostrar ao povo que existia um contraste entre ele e o rei (2Sm 15.5,6), dizendo que o rei já era avançado em idade e incompetente, pois não dava atenção necessária aos necessitados e não punia os corruptos, enquanto que ele era jovem, cheio de ideais e planos, e possuía já os conhecimentos necessários a um governante mais preparado, desprezando a autoridade do seu pai e ganhando a simpatia entre o povo (2Sm 15.10-12).

5. Um homem conspirador.
Absalão trabalhou incansavelmente durante quatro anos para pôr seu plano em prática (2Sm 15.1-12). Ele dissimuladamente procurava impressionar o povo se exibindo com carros, cavalos e homens que corriam adiante dele com lisonjas. Agia demonstrando espírito de grandeza e sentava-se à porta da cidade como juiz, mas não o era. Apresentava supostas falhas administrativas do rei, dizendo que não havia pessoas capazes indicadas pelo rei para atender ao povo. Dominado pela vaidade desejou alcançar a popularidade através da mentira.


III. A CONSPIRAÇÃO DE ABSALÃO CONTRA O REI DAVI
Do latim: “conspiratio onis”, conspiração significa: “ação de construir um plano que prejudica alguém, geralmente um governante ou uma pessoa poderosa; maquinação. Ato de quem busca prejudicar alguém, com a ajuda de outrem; conluio. Combinação secreta com alguém, contra uma terceira pessoa; trama”. Foi exatamente isto que Absalão fez para com o seu pai Davi (2Sm 15.12). Vejamos os passos da sua conjuração maligna:

1. Furtou o coração do povo.
Uma das estratégias de Absalão era apresentar-se como amigo de todos, recusando até que as pessoas se inclinassem diante dele em sinal de respeito, em detrimento disso, vivia criticando vigorosamente a administração de Davi (2Sm 15.2-6). Prometeu que, se fosse juiz na terra (naqueles dias equivalente a tornar-se rei), garantiria justiça para todos. O príncipe egoísta mostrou-se pérfido e sem escrúpulo ao usar de todos os artifícios a sua disposição para furtar o coração do povo e granjear seu apoio (2Sm 15.6). Davi havia conquistado o coração do povo pelo sacrifício e serviço, mas Absalão o fez do modo mais fácil, como se faz hoje em dia: criando uma imagem irresistível de si mesmo às pessoas, conquistando alguns seguidores (2Sm 15.12). Absalão é o retrato de satanás que induziu outros anjos a se aliarem a ele em sua rebelião contra Deus (Ez 28.16; Ap 12.14; Jd v.6).

2. Foi oportunista.
Absalão não era apenas um mentiroso e caluniador de primeira linha, mas também um homem maliciador e capaz de discernir o momento certo de agir traiçoeiramente contra seu líder (2Sm 14.33; 15.1,7). Esperou durante dois anos até mandar matar Amnom (2Sm 13.23-29) e, posteriormente, esperou quatro anos antes de rebelar-se abertamente contra o pai e tomar o trono (2Sm 15.7 - ARA). Ao ler os "salmos do exílio" de Davi (Sl 41.1-3), temos a impressão de que, nessa época, o rei se encontrava enfermo e não estava cuidando diretamente dos assuntos do reino, dando a Absalão a oportunidade de tomar seu lugar e de assumir o controle. Tal atitude é característica da ação de satanás, que espera momentos oportunos para investir contra a vida dos servos de Deus (Gn 3.1; 39.7-11; Lc 4.1-13; Ef 6.11).

3. Foi demagogo.
O demagogo: “É aquele que promove os próprios interesses ao fingir profunda dedicação aos interesses do povo” (Pv 29.5) (WISERBE, 2010, p. 342). Demagogia é uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas à conquista do poder político e ou outras vantagens correlacionadas. Na antiguidade, a porta da cidade equivalia à prefeitura e ao fórum (Rt 4.1; Gn 23.10; Dt 22.15; 25.7), e Absalão sabia que encontraria ali muita gente malcontente se perguntando por que o sistema judicial não funcionava com eficiência (2Sm 19.1-8). Absalão cumprimentava esses visitantes com o se fossem amigos de longa data e descobria de onde haviam vindo e quais eram seus problemas (2Sm 15.2). Concordava com todos que suas queixas eram válidas e que deveriam ser decididas em favor deles no tribunal do rei (2Sm 15.4). Suas palavras não passavam de bajulação do tipo mais desprezível, mas algumas pessoas por sua ingenuidade se deixavam enganar (2Sm 15.11). Absalão afirmava que poderia cuidar melhor dos assuntos do reino se fosse juiz, uma forma sutil de criticar o rei (2Sm 15.5).

4. Foi maledicente.
Todo rebelde é um maledicente: “característica do que ou de quem vive falando mal de outras pessoas. Pessoa que propaga difamações; malfalante, maldizente”. O maledicente gosta de se projetar falando mal dos outros (Rm 16.17,18). Absalão para ganhar popularidade, fez acusações falsas e infundadas contra Davi, insinuando que o rei não dava a atenção devida às causas a ele levadas (2Sm 15.3), como também, acusavam de que o monarca agia com injustiça (2Sm 15.4), cometendo assim um pecado abominável aos olhos de Deus: espalhar intriga entre os irmãos (Pv 6.16-19). O maledicente sempre constrói sua imagem desconstruindo a reputação dos outros. É muito comum aos que são fieis a Deus, serem alvos desse tipo de pessoa (Mt 5.11). Foi assim com os profetas do AT (Mt 5.12), com o próprio Senhor Jesus, durante seu ministério terreno (Mc 14.56-59; 15.3), e com os crentes de um modo geral (At 6.11-14; 3Jo v. 9,10).


IV. LIÇÕES DA REBELIÃO DE ABSALÃO
1. Revelou quem de fato era fiel a Davi.
Davi foi traído por Absalão seu próprio filho, por Aitofel seu melhor amigo  que revelou sua deslealdade levantando-se contra o ungido do Senhor  (2Sm 15.12,31 ver Sl 41.9; Sl 55.12-14), e por Simei da casa de Saul que saía amaldiçoando, lançando pedra e poeira (2Sm 16.5-13). Em contra partida, outros homens são mencionados como sendo leais a Davi. O rei foi ajudado por Sobí dos filhos de Amom; Maquir de Lodebar; e Barzilai de Rogelim que trouxeram para o rei: “camas, bacias, vasilhas de barro, trigo, cevada, farinha, grão torrado, favas, lentilhas torradas, mel manteiga, ovelhas, e queijos de vacas” (2Sm 17.27-29). Além destes outros podem ser mencionados como: a) Itai, o giteu (2Sm 15.19-22); b) Zadoque e Abiatar, os sacerdotes (2Sm 15.24,27,35); c) os levitas (2Sm 15.24); d) Husai, amigo de Davi (2Sm 15.37); e) servos anônimos (2Sm 15.18); e, f) seiscentos homens (2Sm 15.18). Depois do Vale de Cedrom Davi escreveu (Sl 3.1-8), e naquela noite, depois que Davi adorou ao Senhor, Davi dormiu.

2. Revelou o fim dos que são rebeldes.
Absalão não teve sucesso na sua almejada pretensão. O seu final não foi tão belo quanto pensava, pois tomou um caminho perverso, onde não teve a aprovação de Deus. Sua dignidade foi corrompida, porque deixou o diabo dominar o seu coração. Uma batalha foi travada em Efraim onde Davi repartiu o seu exército sob a direção de Joabe, Abisai e Itaí (2Sm 18.2). Nesta batalha, quase vinte mil homens de Absalão morreram. Absalão enquanto galopava em sua mula, seus cabelos se embaraçaram nos ramos de um grande carvalho e suspenso, ele foi morto por Joabe e seus escudeiros (2Sm 18.14,15). Absalão perdeu a vida por entrar no caminho da desobediência, arrogância e rebelião.


CONCLUSÃO
Com este episódio, aprendemos que a rebelião aborrece a Deus. Evitemos, pois, o pecado da rebeldia; busquemos a sabedoria e a prudência divinas, para que não experimentemos a ira do Deus justo e verdadeiro.




REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.