Gn 2.18-25
INTRODUÇÃO
Na lição de
hoje, estudaremos sobre a mulher no plano de Deus; pontuaremos aspectos da
criação da mulher; e por fim, elencaremos características da missão da mulher
como: governar bem a sua casa, ser uma excelente mãe, e ser submissa e
auxiliadora do seu marido.
I. A MULHER NO
PLANO DE DEUS
Eva, a esposa de
Adão sempre esteve no projeto divino, ela não é um acabamento na obra, antes
sua forma final. Deus prepara tudo em seu tempo (Ec 3.1), em seu projeto tudo
tem a hora exata para acontecer. Ambos foram criados no mesmo dia (Gn 1.27), e
a diferença no texto dos cap. 1 e 2 deve-se a linguagem semítica, eles sempre
partem do âmbito geral para o particular, ou seja, primeiro apontam como Deus
fez tudo, depois em detalhes mostram como Deus fez. Podemos ver o mesmo em (Gn
10.20) aonde nos é contado como as nações foram organizadas de acordo com suas
línguas e em (Gn 11.7-9) como foi essa divisão das línguas e o porquê. Logo
podemos afirmar que Eva é a mesma mulher dos capitulo 1 e 2 de Gêneses. Vejamos
agora algumas importantes características desta criação:
1.
A mulher foi criada em meio a solidão de Adão.
No final do
sexto dia da criação, Deus viu tudo o que havia feito e declarou que era “muito
bom” (Gn 1.31). Mas, então, Deus diz que há algo em seu mundo
maravilhoso que não é bom: o homem está só. Na realidade, no texto hebraico as
palavras: “Não é bom” aparecem logo no início da declaração do Senhor em
(Gn 2.18). O que "não era bom"
na solidão do homem? Afinal, Adão podia ter comunhão com Deus, aproveitar a
beleza do jardim, comer de seus frutos, realizar seu trabalho diário e até
brincar com os animais. O que mais ele poderia desejar? Deus sabia do que Adão
precisava: de “uma auxiliadora que lhe fosse idônea” (v. 18) (WIERSBE, 2010, p.
25).
2. A mulher foi criada para ser uma auxiliadora
idônea.
Infelizmente
muitos não compreendem de forma correta esta passagem. Acreditam que por ser
criada para ser auxiliadora Eva era inferior a Adão, esse não foi o plano de
Deus. O isolamento é prejudicial. Por
dedução, a relação social, ou seja, o companheirismo é bom. Por conseguinte,
Deus determinou fornecer ao homem uma adjutora que esteja como diante dele,
literalmente, uma ajudante que lhe correspondesse, alguém que fosse igual e
adequada para ele (LIVINGSTON, 2012, p. 38). Logo o que Deus fez foi fazer
alguém igual a Adão para que este experimentasse o sentido real de
companheirismo, a expressão: “Esta é agora [...]” em Gênesis 2.23,
mostra quanto Adão estava ansioso por alguém igual a ele.
II. A MULHER NO
PLANO DE DEUS NO CASAMENTO
Ao criar Eva,
Deus está estabelecendo alguns padrões que precisam ser respeitados para que
haja harmonia no lar e consequentemente seja resolvido o problema da solidão.
Vejamos:
1. União monossomática (mono = um) + (soma = corpo).
Deus, de um ser
humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o
casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24c).
Logo, Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas
almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do
casamento “serão ambos uma carne” (Gn
2.24).
2. União
indissolúvel.
A Sagrada
Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e
apegar-se- á à sua mulher” (Gn 2.24b). A expressão “apegar-se”
no hebraico “dãbaq” significa: “apegar-se, grudar-se, esconder- se”.
Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, “dabaq”
traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais
abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o
significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p.42).
3. União monogâmica (mono = um) + (gamós =
casamento).
Monogamia é o
sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher
um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18). O
apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monogâmico: “cada
um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”
(I Co 7.2).
4. União reprodutiva.
A procriação é o
ato criador de Deus, através do homem. Para tanto, o Senhor dotou o homem e a
mulher de capacidade reprodutiva, instituindo o matrimônio e a família para
isso (Gn 2.21-24). Quando os fez macho e fêmea, Deus tinha o propósito de
tornar possível a reprodução do gênero humano (Gn 1.28a), visto que dois iguais
não se reproduzem, por isso a prática homossexual é vista na Bíblia como uma
abominação (Lv 18.22); e, algo antinatural (Rm 1.26,27). Ao criar a mulher,
Deus trouxe-a a Adão e fez o casamento (Gn 2.22-24). Portanto, “o casamento é
uma criação de Deus”. É dito também que Deus os abençoou (Gn 1.28-a). A palavra
“abençoou”
vem do verbo “abençoar” que no hebraico é “beraka” e significa: “o ato
de conceder verbalmente boas coisas” (HARRIS, 2001, p. 221). Esta
bênção sobre o casal significa: “Deus voltar inteiramente o Seu rosto de modo
favorável para o beneficiário” (KIDNER, 2001, p. 49).
III. A CRIAÇÃO DA
MULHER
A criação da
mulher foi um ato diferente do homem, o homem foi feito do pó da terra (Gn
2.7), já para formar a mulher Deus fez algo novo, diferente e gracioso, Já que
Adão sentia falta de alguém como ele, Deus tirou dele mesmo uma de suas
costelas e fez a mulher (Gn 2.21).
1. Algo novo. Nosso
Deus é
surpreendente, Ele sempre fará algo novo (Is 43.19). Deus criou uma pessoa para
Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o dormir, tirou-lhe uma
parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da costela que o Senhor
Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão”
(Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo
novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira
com a mulher que se expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta
é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será
chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).
2. Uma questão genética.
Daquela costela,
na qual se achavam as mais perfeitas células tronco, o Pai Celeste criou Eva,
um ser bem semelhante a Adão; uma ajudadora idônea, sábia e graciosa. Um
milagre que ia além da genética; uma perfeição espiritual, psicológica e
física. Justamente por ser um Deus não apenas sapientíssimo, mas a própria
sabedoria foi que tirou a primeira varoa do flanco do primeiro varão. Suponhamos
que Eva fosse, à semelhança de Adão, tomada do pó da Terra, e não da costela
deste. Nessa hipótese, ainda teríamos dois seres humanos. A humanidade, porém,
seria impossível, porque não haveria um tronco genético comum. Além do mais,
olhar-se-iam ambos como estranhos, e não como pertencentes à mesma espécie
(ANDRADE, 2019, pp. 29-30).
IV. A MISSÃO DA
MULHER
A Bíblia está
repleta de exemplos de grandes mulheres de Deus, Sara, Ana, Maria só para citar
algumas, que aceitaram o projeto e a missão divina. Vivemos dias difíceis aonde
uma competição demoníaca tem aparecido no mundo. Infelizmente homens e mulheres
em muitos casos se tornaram inimigos, quando na realidade foram feitos para
serem companheiros. Vejamos então o que Deus tem de forma singular para a
mulher que deseja exercer sua missão:
1. Governar bem a sua casa.
Em Provérbios
31.27 o proverbista fala sobre a mulher virtuosa: “Olha pelo governo de sua casa e
não come o pão da preguiça”. O termo hebraico traduzido como “olha”,
é a expressão “saphah” e significa: “investigar a distância, observar, estar
sobre, vigiar, espiar, ficar esperando, estar de guarda, atalaia”. A
mulher virtuosa foi posta como atalaia de sua casa. Ela tem a capacidade de
observar cada membro da família e perceber antecipadamente quando algum perigo
ou ameaça os rodeiam, assim como faziam os atalaias em Israel (2Rs 9.17,18,20).
2. Ser uma excelente mãe.
Ainda observando
a mulher virtuosa, vemos que ela desempenha de tal forma o seu papel de mãe que
os seus filhos a louvam, dizendo que ela é “bem-aventurada” (Pv 31.28
ver também Sl 138). Essa expressão no hebraico é “asar” ou “aser”,
que significa “ser equilibrado, correto, feliz, próspero, abençoado”. Além de
reconhecer que sua mãe era muito feliz, os seus filhos reconheciam a sua
retidão, o seu caráter íntegro. Ela era admirada e respeitada pelos filhos. O
marido também a louvava (Pv 31.28,29).
3. Ser submissa ao seu marido.
Essa é a
declaração Bíblia em (Ef 5.22-24; Cl 3.18), em ambos os casos tal submissão
deve ser como ao Senhor, isso significa que quando o marido cumpre seu papel de
amar sua mulher (Ef. 5.25-29) como Cristo ama a Igreja, o dever da mulher é ser
submissa esta palavra deriva-se de duas palavras: “sub”, que quer dizer: “debaixo
de” e “missão”, que significa “vocação”. Em resumo, submissão é
exercer missão de apoio, missão de auxílio. A submissão deve ser a mais forte
demonstração de amor da esposa pelo esposo. O lar não é local de competição,
antes de apoio.
4. Ser auxiliadora de seu marido.
Apesar de Eva
ser a “auxiliadora idônea” de Adão, ela não foi criada para ser uma
escrava. O conhecido comentarista bíblico Matthew Henry escreveu: “Ela
não foi feita da cabeça para governar sobre ele, nem dos pés para ser pisada
por ele, mas da sua costela para ser igual a ele, sob seu braço para ser
protegida por ele, perto de seu coração para ser amada por ele”. Paulo escreveu
que "a mulher é glória do homem" (1Co 11.7); pois se o homem
é o cabeça (1Co 11.1-16; Ef 5.22-33), então a mulher é a coroa que a enobrece
(WIERSBE, 2010, p. 25).
CONCLUSÃO
Concluímos que,
assim como o homem, a mulher também tem seu papel na constituição da família.
Aprendemos que Deus criou a mulher com propósitos e objetivos bem definidos, e
que, ao criá-la, Ele concedeu ao homem o presente de completá-lo suprindo todas
as suas necessidades físicas, emocionais e até espirituais.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem,
Queda e Redenção. CPAD
Ø KIDNER,
Derek. Gênesis: Introdução e comentário. VIDA NOVA
Ø LIVINGSTON,
George Herbert. Comentário BEACON Vol. 1. CPAD
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø VINE,
W.E, et al. Dicionário VINE. CPAD.
Ø WIERSBE,
Warrem W. Comentário Bíblico Expositivo Vol. 1. GEOGRAFICA
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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