At 17.22-28
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje,
estudaremos sobre a unidade da raça humana. Veremos o conceito de unidade,
pontuaremos sobre a unidade e diversidade humana, falaremos sobre a
universalidade do pecado, e por fim, ressaltaremos a necessidade da graça de
Deus para toda raça humana.
I.
DEFINIÇÃO DE UNIDADE
O dicionário
define a palavra unidade como “a qualidade ou estado de ser um ou único”.
Adão é chamado de primeiro homem (Rm 5.12; 1Co 15.45; 1Tm 2.13). Já Eva, recebe
esse nome porque é: “a mãe de todos os viventes” (Gn
3.20). A Bíblia diz que Deus fez o ser humano Adão, bem como todos os seres
humanos depois dele: “e de um só fez toda a geração dos homens
para habitar sobre toda a face da terra” (At 17.26; Rm 5.14; Jd 1.14).
Jó afirmou que foi feito por Deus: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do
Todo Poderoso me deu vida” (Jó 33.4). O salmista disse que foi gerado
pelo Todo Poderoso: “cobriste-me no ventre de minha mãe”
(Sl 139.13). Zacarias afirma: “o SENHOR, o que estende o céu, e que funda a
terra, e que forma o espírito do homem dentro dele” (Zc 12.1).
Malaquias lança o desafio: “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos
criou um mesmo Deus” (Ml 2.10).
1. Deus criou um único casal no Éden.
A Bíblia nos
assegura que somos descendentes de um único casal: Adão e Eva, (Gn 1.28). “A
narrativa subsequente em Gênesis mostra claramente que as gerações seguintes,
até ao tempo do dilúvio, estiveram em ininterrupta relação genética com o
primeiro casal, de sorte que a raça humana constitui, não somente uma unidade específica,
uma unidade no sentido de que todos os homens compartem a mesma natureza
humana, mas também uma unidade genética ou genealógica” (BERKHOF, 2000, p.
235). O apóstolo Paulo afirmou essa realidade bíblica na pregação realizada no
Areópago: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre
toda a face da terra.” – ACF - (At 17.26). É muito importante observar
esse texto, pois a doutrina da unidade humana rebate a ideia da existência de
duas raças humanas criadas por Deus; como também rejeita, à existência de uma
raça pré-adâmica, assunto que o texto sagrado nunca mostrou. Portanto, a Bíblia
afirma, Adão como o primeiro homem (Gn 1.26-28; 2.7,18- 24; Rm 5.12; 1Co 15.45;
1Tm 2.13) no sentido de todos descendermos dele e de Eva, é o que de fato o
texto de Gênesis 3.20 diz: “E o homem deu à sua mulher o nome de Eva,
por ser a mãe de todos os seres humanos [...]” (NAA – Nova Almeida
Atualizada).
II. A UNIDADE E A DIVERSIDADE HUMANA
Não devemos
esperar da Bíblia uma explicação científica da origem da raça humana. Ela se
restringe apenas a dizer que Deus fez o ser humano com capacidade reprodutiva
(Gn 1.28); e, que os descendentes de Adão são igualmente humanos, embora
diferentes entre si. Da unidade surgiu a diversidade. Notemos:
1. Diversidade racial.
Embora todos os
homens descendam de Adão e Eva não há dois seres humanos absolutamente iguais.
O exame dos detalhes mostra, algumas distinções, mesmo entre sósias ou gêmeos
(Gn 25.24; 27.11). “Os antropólogos dizem que o homem forma uma única espécie
em contínua variação, isto é, polimórfica - com marcantes variedades quanto a
muitas características estruturais. Há diferenças entre raças devido a pressões
de adaptação local, impedimentos geográficos e, em alguns casos, impedimentos
sociais, que embargam o fluxo entre as populações” (CHAMPLIN, 2004, p. 538 –
acréscimo nosso). Nenhuma raça deve se considerar inferior ou superior a outra,
visto que todos descendem de Adão, e, portanto, são obra das mãos de Deus (Dt
10.17; 16.19; Jó 34.19; At 10.34; Rm 2.11). Cristo morreu e com o seu sangue
comprou para Deus homens: “de toda a tribo, e língua, e povo, e nação”
(Ap 5.9).
2. Diversidade linguística.
Quando Deus fez
o homem, já o fez apto para falar (Gn 2.19-23). A Bíblia acrescenta que até o
evento da Torre de Babel, todos os homens falavam a mesma língua como registra
Moisés: “E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala” (Gn
11.1). Todavia, para embargar aquele projeto orgulhoso, Deus confundiu as
línguas, dando origem a outros idiomas. A partir disso “é impossível dizer
quantas línguas os homens já falaram, desde que o fenômeno veio à existência.
Muitos milhares de idiomas têm sido usados, têm evoluído e têm desaparecido.
Até mesmo quanto à atualidade, é difícil dizer-se exatamente quantas línguas
são faladas no mundo” (CHAMPLIN, 2004, p. 828).
3. Diversidade cultural.
A palavra “cultura”
significa: “o conjunto de comportamentos e ideias característicos de um povo, que
se transmite de uma geração a outra e que resulta da socialização e aculturação
verificadas no decorrer de sua história” (BURNS, 1995, p. 15). Foi a
partir da linguagem diferente e, por conseguinte, da dispersão que os povos
começaram a criar seu próprio modo de vida distinto. Logo, a cultura até certo
ponto não é nociva, desde que não fira os princípios da Palavra de Deus.
III.
A UNIDADE DA RAÇA HUMANA E A UNIVERSALIDADE DO PECADO
A Bíblia declara
de forma direta a pecaminosidade universal do homem (1Rs 8.46; Sl 14.3; 143.2;
Ec 7.20; Rm 3.1-12,19,20,23; Gl 3.22; Tg 3.2; 1Jo 1.8,10). Existem várias
passagens que ensinam que o pecado é uma “herança” do homem desde a hora do seu
nascimento, e, portanto, está presente na natureza humana. (Sl 51.5; Jó 14.4;
Jo 3.6; Rm 5.12).
1. O pecado veio sobre toda a raça humana.
A raça humana
fazia parte de Adão em forma de semente; portanto, quando Adão pecou, pecamos
nele, pois: “todos os homens nascem por natureza pecadores” (Ef 2.1-3). O
pecado não ficou restrito somente a Adão e Eva, mas estendeu-se a toda a raça
humana, é o que chamamos de: “culpa herdada ou imputada” (Rm
5.12). Sendo assim, toda a raça humana passou a ser pecadora por natureza a
partir de Adão. Aos olhos de Deus, o pecado de Adão foi o pecado de todos os
seus descendentes, de modo que eles nascem como pecadores (Rm 3.23; 7.23; Ef
2.1-2; Mt 15.18-19; Hb 6.1; 9.14). Devemos estar vigilantes contra o erro de
pensar que Deus criou o homem já na condição de pecador e culpar a Deus do mal.
Esta ideia é claramente excluída pela Escritura (Jó 34.10; Dt 32.4; Sl
92.16; Tg 1.13), ou como alguns afirmam, que os homens não nascem pecadores, mas sim,
apenas com a tendência ao pecado (isso
é uma heresia chamada de pelagianismo). O único ser cuja natureza humana
não se mostrou corruptível (pecadora) desde a sua concepção e nascimento foi o
Senhor Jesus Cristo (Hb 4.15; 7.26).
2. As consequências do pecado na raça humana.
A consequência
mais danosa para o homem, com entrada do pecado no mundo, foi a morte (Gn 2.17;
Rm 5.12-21; 6.16,23; 1Co 15.21,22,56; Tg 1.15). É possível distinguir entre a
morte física e a espiritual (Mt 10.28; Lc 12.4).71 A morte física é uma
penalidade ao pecado (Gn 2.17; 3.19; Ez 18.4,20; Rm 5.12-17; 1 Co 15.21,22) e
pode vir como um juízo específico (Gn 6.7,11-13; 1 Cr 10.13,14; At 12.23).
(HORTON, 1996, p.296). A morte não é sinônimo de extinção da personalidade, e
sim o meio de separação entre Deus e os homens. Podemos verificar três estágio
na morte: a morte espiritual, enquanto o homem vive (Ef 2.1,2; 1Tm 5.6), a
morte física (Hb 9.27) e a segunda morte ou a eterna (Mt 25.41; Jo 5,28,29; 2Ts
1,9; Ap 21.8).
IV. A UNIDADE DA
RAÇA HUMANA E A UNIVERSALIDADE DA SALVAÇÃO
A Bíblia mostra
que a graça salvífica é para toda humanidade (Jó 19.25; Jo 1.29; 4.42; Rm 5.18;
1Tm 4.10; Tt 2.11; Hb 2.9; 1Jo 2.2). Esses e outros textos mostram tanto a
necessidade da salvação como a sua extensão. Vejamos:
1. A necessidade universal da salvação.
Cristo Jesus
veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm 1.15), ou seja, por todas as
pessoas, visto que todos são pecadores (Rm 3.23; 5.12); “Porque não me envergonho do
evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que
crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Rm 1.16);
a expiação é universal (ilimitada): “[…] Eis o Cordeiro de Deus, que tira
o pecado do mundo” (Jo 1.29); a graça é universal: “Porque
a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”
(Tt 2.11); o amor é universal: “Porque Deus amou o mundo […]”
(Jo 3.16); e, o evangelho é universal: “[…] Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda criatura” (Mc 16.15); “Portanto ide, fazei discípulos
de todas as nações” (Mt 28.19).
2. A salvação é para toda raça humana.
Como todos somos
descendentes de Adão e o pecado entrou no mundo por ele (Rm 5.12) Assim todos
pecaram. Da mesma forma o Apóstolo Paulo demonstra que a graça salvífica veio
para todos: “[...] assim também por um só ato de justiça veio a
graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm 5.18). A
salvação é oferecida a todos os homens indistintamente, Deus não faz acepção de
pessoas como afirmou o apóstolo Pedro: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço,
por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas” (At 10.34; ver Rm
2.11; Ef 6.9; 1Pd 1.17). Sua graça alcança os judeus e os gentios (Rm 3.29;
9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6), não é limitado a um grupo seleto de pessoas, pois as
Escrituras afirmam que Jesus se deu como resgate por todos (1Tm 2.6); e, que
provou a morte por todos: “[…] Jesus que fora feito um pouco menor do
que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse
a morte por todos” (Hb 2.9) (ver Jo 7.37; 1Tm 4.10; 2Pd 3.9; 1Jo
1.9 – 2.2; 4.14).
CONCLUSÃO
Concluímos
portanto, através das páginas das Escrituras Sagradas, que Deus criou a
humanidade de um único casal (Adão e Eva); e que, no momento em que homem pecou
toda raça humana foi afetada pelo pecado. No entanto, o Senhor providenciou a
salvação na pessoa de Cristo Jesus para redimir a humanidade, assim nos afirma
o texto áureo da Bíblia: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
REFERÊNCIAS
Ø BERKHOF,
Louis. Teologia Sistemática. Editora
Cultura Cristã
Ø CHAMPLIN,
Norman. Antigo Testamento versículo por
versículo. Hagnos
Ø HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa.
OBJETIVA.
Ø HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática
Perspectiva Pentecostal. CPAD
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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