Ef 2.1-10
INTRODUÇÃO
Nesta lição
iremos estudar sobre a natureza pecaminosa que passou a existir na humanidade
após a queda de Adão, no Éden. Veremos também o poder regenerador da Graça de
Deus para o homem caído. Por fim, elencaremos as bênçãos da nova vida em Cristo
para todo aquele que aceita Jesus como Salvador.
I. A NATUREZA
PECAMINOSA DO HOMEM
A queda do
primeiro homem no Éden legou uma natureza pecaminosa que escravizou não somente
Adão, mas toda humanidade. O ser humano passou a ser escravo e precisa de
libertação da parte de Deus. Mesmo nessa terrível condição, a palavra do Senhor
demonstra que se o homem responder positivamente a Deus, alcança libertação e
uma nova vida em Cristo. Notemos:
1. A natureza pecaminosa foi herdada.
Quando Adão
pecou toda humanidade pecou nele (Rm 5.12), pois ele era o representante de
toda raça humana (Rm 3.23; 5.12-19). Logo, a herança que recebemos de nossos
primeiros pais foi a natureza pecaminosa, de forma que todos somos pecadores e
culpados diante de Deus (Sl 51.5; Rm 6.6,12, 19; 7.5,18; 2Co 1.17; Gl 5.13; Ef
2.3; Cl 2.11,18). O que se entende por natureza no contexto desse estudo? É
aquilo que é inato em cada pessoa, isto é, nasce com ela [...]. Portanto, não
há criatura humana neste mundo que não tenha nascido com uma “natureza
corrompida”. Por isso, toda criatura constitui-se pecadora diante de
Deus, visto que o pecado em si é herança comum de todas as criaturas sobre a
terra (GILBERTO, 2008, p. 319). Até um bebê recém-nascido (Sl 51.5), antes
mesmo de cometer o seu primeiro pecado, já é pecador (Sl 58.3; Pv 22.15); no
entanto, as crianças apesar de nascerem com natureza pecaminosa ainda não
conhecem experimentalmente o pecado. Elas não são responsabilizadas por seus
atos antes de terem condições morais e intelectuais para discernir entre o bem
e o mal, o certo e o errado (Is 7.15; Jn 4.11; Rm 9.11). O sacrifício
de Jesus proveu salvação a todas as pessoas, até mesmo às crianças que
falecerem na fase da inocência (SOARES, 2017, p. 92 – grifo nosso).
2. O estado pecaminoso do homem.
O homem foi
criado reto (Ec. 7.29), porém o pecado maculou essa natureza criada por Deus de
maneira que a “corrupção do gênero humano atingiu o homem em toda a sua
composição: corpo (Rm 8.10), alma (Rm 2.9) e espírito (2 Co 7.1). Isso
prejudicou todas as suas faculdades, quais sejam: intelecto (Is 1.3), emoção
(Jr 17.9), vontade (Ef 4.18), consciência (1Co 8.7), razão
(Tt 1.15) e liberdade (Tt 3.3)” (SOARES, 2017, p. 101). Por isso, a Bíblia
descreve o estado do ser humano como: a)
mortos em ofensas e pecados (Ef.2.1); b)
andando segundo o curso perverso de mundo (Ef. 2.2); c) entenebrecidos no entendimento (Ef. 4.18); d) cegos (2 Co 4.4); e)
preso pelos laços do Diabo (2Tm 2.26); e, f)
impossibilitado de salva-se pelos seus próprios esforços (Jo 8.34; Rm 6.16),
pois tornou-se escravo do pecado. Esse triste estado espiritual é retratado
pelo profeta Isaías como um corpo todo ferido (Is 1.6) e reafirmado pelo
apóstolo Paulo quando escreveu aos Romanos (Rm 3.11-18). Essa é a razão da
palavra do Senhor dizer que não há nenhum justo sobre a Terra (Sl 14.2,3), e
que todas as nossas justiças humanas são consideradas como trapos de imundícias
(Is 64.6). Somente o Senhor Jesus pode retirar o homem desse estado caído e
degradante (Mt 18.11; Mt 20.28; Lc 19.10; 26.26-28; Jo 3.16,17; 15.13).
3. A natureza pecaminosa não exclui o livre
arbítrio.
Mesmo afastado
de Deus (Rm 3.23), com uma natureza humana maculada pelo pecado, e escravo do
pecado (Rm 6.20; Gl 5.19 -21) o homem não é impedido de ouvir a voz de Deus. Quando
Adão pecou Deus teve a iniciativa de procurá-lo (Gn 3.9), de interroga-lo e
oferecer vestes novas (Gn 3.21). O Senhor disse a Caim: “...o pecado
jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar”.
(Gn 4:7; 8-14). Isso demonstra que mesmo o homem tendo sua volição (vontade) afetada
pelo pecado, não foi anulada (Dt 30.19; Js 24.15; Rm 1.18-20; 2.14,15). O
texto bíblico deixa muito claro que o homem ainda tem livre-arbítrio para
rejeitar esta graça, quando diz: “Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam” (Jo 1.11). Podemos encontrar várias referências que
demonstra-nos a existência do livre-arbítrio após a queda de Adão (Dt 30.15,19;
Mt 3.2; 4.17; 16.24; 23.37; Mc 8.35; Lc 7.30; Jo 5.40; 6.37; 7.17; 15.7; At
3.19; 17.30; Rm 10.13; 1Tm 1.19; 1Co 10.12; 2Co 8.3,4; 1Jo 3.23; Ap 3.20). Cabe
ao homem, portanto, cooperar com Deus, cooperar com esta graça, uma vez que o
primeiro passo já foi dado: “Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós”
(Tg 4.8). Por pior que seja o estado do pecador ele pode responder, por seu
livre-arbítrio, positiva ou negativamente ao chamado de Deus.
II. O PODER
REGENERADOR DA GRAÇA DE DEUS
Deus é a fonte
da graça, um favor imerecido concedido ao homem, por isso que somente o Senhor
tem poder de regenerar o ser humano caído dando-lhe uma nova vida em Cristo
Jesus (2Co 5.17). Notemos então:
1. Deus a fonte da graça.
A graça procede
soberanamente de Deus, isto porque o favor lhe pertence e vem dEle, como sua
fonte originária (1Co 15.10; Tt 2.11; 1Pd 5.10). A graça de Deus brilhou sobre
os que estavam nas trevas e na sombra da morte (Mt 4.2; Lc 1.79; At 27.20; Tt
3.4). “A graça divina é, então, Deus mesmo renunciando ao exercício do justo
castigo por sua livre e soberana decisão” (ALMEIDA, 1996, p. 28).
2. A salvação é pela graça.
O Homem pelos
próprios méritos não pode obter jamais o perdão de seus pecados e por
conseguinte a salvação. Somente Deus tem esse poder de perdoar (Is 1.18; 43.25;
55.7; Mq 7.18-19; Mc 2.10). Por isso, que no ato da salvação a iniciativa
primeira é sempre a Deus: “Por que Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu filho...” (Jo 3.16). Disto resulta a Graça, um favor
imerecido ao pecador (Rm 3.24; 11.6; Ef 2.5.7-8). O apóstolo Paulo argumenta
aos romanos que a salvação é concedida sem o homem merecer (Rm 4.4,5). Na
epístola aos efésios o Apóstolo declara: “Porque pela graça sois salvos, por meio da
fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef.2.8). Não há nada que o
homem faça para o tornar digno de ser salvo, pois a graça aniquila qualquer
obra que visa receber a salvação por mérito (Ef 2.9). Porém, mesmo assim, o
homem não estar isento de responsabilidade perante Deus, pois a graça pode ser
resistida pelo pecador (Mt 23.37; At 7.51; 13.46; 17,4; 18.5,6; Hb 3.7,8; 4.7).
3. A regeneração é um ato da graça.
A regeneração é
um dos aspectos da salvação (Tt 3.5) e consiste em ser “um ato divino que concede ao
pecador que se arrepende e que crê uma vida nova e mais elevada, mediante a
união pessoal com Cristo” (PEARLMAN, 2009, p. 242). E por ser um ato
divino, se constitui em um ato resultante da graça de Deus. A regeneração é o
milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da
vida e natureza divina (1 Pe 1.3,23; 2 Pe 1.4; 1Jo 3.9; 5.18). Através da
regeneração, conhecida também como conversão e novo nascimento, o homem passa a
desfrutar de uma nova realidade espiritual” (ANDRADE, 2006, p. 317). Dessa
forma, somente Deus pode gerar uma nova vida espiritual no homem; porém, a fé
(Mc 16.16; Jo 3.16; Jo 5.14; At 16.31; Rm 1.16; 10.9) e o arrependimento (Mt 3.2;
Mc 1.15; Lc 24.47; At 2.38; 3.19; 17.30) são elementos essenciais e que
precedem, vem antes, do novo nascimento, e não o contrário.
III. AS BENÇÃOS DA
NOVA VIDA EM CRISTO
Quando um homem
é transformado pelo poder do Evangelho (Rm 1.16) aquela vida velha fica para
traz e tudo se faz novo (2 Co 5.17). É uma nova realidade diante de Deus e dos
homens. E as bênçãos espirituais que acompanham essa nova vida são:
1. Paz com Deus.
Em pecado o
homem encontra-se na condição de inimigo de Deus: “Porquanto a inclinação da carne é
inimizade contra Deus [...]” (Rm 8.7); mas através da fé na morte de
Cristo, temos paz com Deus, como resultado da justificação: “[...]
justificados
pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm
5.1; ver Ef 2.14-17).
2. Acesso ao Pai.
O homem caído em
pecado encontra-se distante de Deus (Ef 2.13a), devido a parede de separação
que é resultado da transgressão humana: “Mas as vossas iniquidades fazem separação
entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que não vos ouça” (Is 59.2). Mas Cristo, ao se oferecer como sacrífico
expiatório, nos garante acesso a presença de Deus (Jo 14.6; Ef 2.18; Hb
10.19-22).
3. Filiação divina.
Após a queda,
todos por natureza são filhos da ira (Ef 2.3), sob a influência do mundo e
escravos dos desejos da carne (Ef 2.2), tendo como pai o diabo (Jo 8.40,41,44).
No entanto, no momento em que cremos no Evangelho e confessamos a Cristo como
Senhor das nossas vidas, fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.13,14), e
esse nos introduziu à família de Deus (Ef 2.19), testificando com nosso
espírito que somos filhos de Deus e co herdeiro com Cristo (Rm 8.14-17).
4. Glorificação.
É o ato ou
efeito de glorificar. No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a
ser atingida por aquele que recebe a Cristo como salvador e Senhor de sua alma
(Rm 8.17). No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida
por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma. O texto de
ouro de nossa glorificação encontra-se em I Jo 3.2, que diz: “Amados,
agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas
sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim
como é o veremos”.
CONCLUSÃO
Nesta lição,
aprendemos que o homem tem uma natureza pecaminosa que foi recebida por herança
do pecado dos nossos primeiros pais. Porém, mesmo afastado de Deus o ser humano
pode ouvir a voz do Criador, e atender positivamente. Se assim o fizer, o
Senhor gera no pecador arrependido uma nova vida em Cristo Jesus.
REFERÊNCIAS
Ø ALMEIDA,
Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça. CPAD.
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD
Ø PEARLMAN,
Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. VIDA.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Por Rede
Brasil de Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário