quarta-feira, 6 de maio de 2020

LIÇÃO 05 – LIBERTOS DO PECADO PARA UMA NOVA VIDA EM CRISTO (SUBSÍDIO)






Ef 2.1-10



INTRODUÇÃO
Nesta lição iremos estudar sobre a natureza pecaminosa que passou a existir na humanidade após a queda de Adão, no Éden. Veremos também o poder regenerador da Graça de Deus para o homem caído. Por fim, elencaremos as bênçãos da nova vida em Cristo para todo aquele que aceita Jesus como Salvador.


I. A NATUREZA PECAMINOSA DO HOMEM
A queda do primeiro homem no Éden legou uma natureza pecaminosa que escravizou não somente Adão, mas toda humanidade. O ser humano passou a ser escravo e precisa de libertação da parte de Deus. Mesmo nessa terrível condição, a palavra do Senhor demonstra que se o homem responder positivamente a Deus, alcança libertação e uma nova vida em Cristo. Notemos:

1. A natureza pecaminosa foi herdada.
Quando Adão pecou toda humanidade pecou nele (Rm 5.12), pois ele era o representante de toda raça humana (Rm 3.23; 5.12-19). Logo, a herança que recebemos de nossos primeiros pais foi a natureza pecaminosa, de forma que todos somos pecadores e culpados diante de Deus (Sl 51.5; Rm 6.6,12, 19; 7.5,18; 2Co 1.17; Gl 5.13; Ef 2.3; Cl 2.11,18). O que se entende por natureza no contexto desse estudo? É aquilo que é inato em cada pessoa, isto é, nasce com ela [...]. Portanto, não há criatura humana neste mundo que não tenha nascido com uma “natureza corrompida”. Por isso, toda criatura constitui-se pecadora diante de Deus, visto que o pecado em si é herança comum de todas as criaturas sobre a terra (GILBERTO, 2008, p. 319). Até um bebê recém-nascido (Sl 51.5), antes mesmo de cometer o seu primeiro pecado, já é pecador (Sl 58.3; Pv 22.15); no entanto, as crianças apesar de nascerem com natureza pecaminosa ainda não conhecem experimentalmente o pecado. Elas não são responsabilizadas por seus atos antes de terem condições morais e intelectuais para discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado (Is 7.15; Jn 4.11; Rm 9.11). O sacrifício de Jesus proveu salvação a todas as pessoas, até mesmo às crianças que falecerem na fase da inocência (SOARES, 2017, p. 92 – grifo nosso).

2. O estado pecaminoso do homem.
O homem foi criado reto (Ec. 7.29), porém o pecado maculou essa natureza criada por Deus de maneira que a “corrupção do gênero humano atingiu o homem em toda a sua composição: corpo (Rm 8.10), alma (Rm 2.9) e espírito (2 Co 7.1). Isso prejudicou todas as suas faculdades, quais sejam: intelecto (Is 1.3), emoção (Jr 17.9), vontade (Ef 4.18), consciência (1Co 8.7), razão (Tt 1.15) e liberdade (Tt 3.3)” (SOARES, 2017, p. 101). Por isso, a Bíblia descreve o estado do ser humano como: a) mortos em ofensas e pecados (Ef.2.1); b) andando segundo o curso perverso de mundo (Ef. 2.2); c) entenebrecidos no entendimento (Ef. 4.18); d) cegos (2 Co 4.4); e) preso pelos laços do Diabo (2Tm 2.26); e, f) impossibilitado de salva-se pelos seus próprios esforços (Jo 8.34; Rm 6.16), pois tornou-se escravo do pecado. Esse triste estado espiritual é retratado pelo profeta Isaías como um corpo todo ferido (Is 1.6) e reafirmado pelo apóstolo Paulo quando escreveu aos Romanos (Rm 3.11-18). Essa é a razão da palavra do Senhor dizer que não há nenhum justo sobre a Terra (Sl 14.2,3), e que todas as nossas justiças humanas são consideradas como trapos de imundícias (Is 64.6). Somente o Senhor Jesus pode retirar o homem desse estado caído e degradante (Mt 18.11; Mt 20.28; Lc 19.10; 26.26-28; Jo 3.16,17; 15.13).

3. A natureza pecaminosa não exclui o livre arbítrio.
Mesmo afastado de Deus (Rm 3.23), com uma natureza humana maculada pelo pecado, e escravo do pecado (Rm 6.20; Gl 5.19 -21) o homem não é impedido de ouvir a voz de Deus. Quando Adão pecou Deus teve a iniciativa de procurá-lo (Gn 3.9), de interroga-lo e oferecer vestes novas (Gn 3.21). O Senhor disse a Caim: “...o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar”. (Gn 4:7; 8-14). Isso demonstra que mesmo o homem tendo sua volição (vontade) afetada pelo pecado, não foi anulada (Dt 30.19; Js 24.15; Rm 1.18-20; 2.14,15). O texto bíblico deixa muito claro que o homem ainda tem livre-arbítrio para rejeitar esta graça, quando diz: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Podemos encontrar várias referências que demonstra-nos a existência do livre-arbítrio após a queda de Adão (Dt 30.15,19; Mt 3.2; 4.17; 16.24; 23.37; Mc 8.35; Lc 7.30; Jo 5.40; 6.37; 7.17; 15.7; At 3.19; 17.30; Rm 10.13; 1Tm 1.19; 1Co 10.12; 2Co 8.3,4; 1Jo 3.23; Ap 3.20). Cabe ao homem, portanto, cooperar com Deus, cooperar com esta graça, uma vez que o primeiro passo já foi dado: “Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós” (Tg 4.8). Por pior que seja o estado do pecador ele pode responder, por seu livre-arbítrio, positiva ou negativamente ao chamado de Deus.


II. O PODER REGENERADOR DA GRAÇA DE DEUS
Deus é a fonte da graça, um favor imerecido concedido ao homem, por isso que somente o Senhor tem poder de regenerar o ser humano caído dando-lhe uma nova vida em Cristo Jesus (2Co 5.17). Notemos então:

1. Deus a fonte da graça.
A graça procede soberanamente de Deus, isto porque o favor lhe pertence e vem dEle, como sua fonte originária (1Co 15.10; Tt 2.11; 1Pd 5.10). A graça de Deus brilhou sobre os que estavam nas trevas e na sombra da morte (Mt 4.2; Lc 1.79; At 27.20; Tt 3.4). “A graça divina é, então, Deus mesmo renunciando ao exercício do justo castigo por sua livre e soberana decisão” (ALMEIDA, 1996, p. 28).

2. A salvação é pela graça.
O Homem pelos próprios méritos não pode obter jamais o perdão de seus pecados e por conseguinte a salvação. Somente Deus tem esse poder de perdoar (Is 1.18; 43.25; 55.7; Mq 7.18-19; Mc 2.10). Por isso, que no ato da salvação a iniciativa primeira é sempre a Deus: “Por que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho...” (Jo 3.16). Disto resulta a Graça, um favor imerecido ao pecador (Rm 3.24; 11.6; Ef 2.5.7-8). O apóstolo Paulo argumenta aos romanos que a salvação é concedida sem o homem merecer (Rm 4.4,5). Na epístola aos efésios o Apóstolo declara: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef.2.8). Não há nada que o homem faça para o tornar digno de ser salvo, pois a graça aniquila qualquer obra que visa receber a salvação por mérito (Ef 2.9). Porém, mesmo assim, o homem não estar isento de responsabilidade perante Deus, pois a graça pode ser resistida pelo pecador (Mt 23.37; At 7.51; 13.46; 17,4; 18.5,6; Hb 3.7,8; 4.7).

3. A regeneração é um ato da graça.
A regeneração é um dos aspectos da salvação (Tt 3.5) e consiste em ser “um ato divino que concede ao pecador que se arrepende e que crê uma vida nova e mais elevada, mediante a união pessoal com Cristo” (PEARLMAN, 2009, p. 242). E por ser um ato divino, se constitui em um ato resultante da graça de Deus. A regeneração é o milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e natureza divina (1 Pe 1.3,23; 2 Pe 1.4; 1Jo 3.9; 5.18). Através da regeneração, conhecida também como conversão e novo nascimento, o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual” (ANDRADE, 2006, p. 317). Dessa forma, somente Deus pode gerar uma nova vida espiritual no homem; porém, a (Mc 16.16; Jo 3.16; Jo 5.14; At 16.31; Rm 1.16; 10.9) e o arrependimento (Mt 3.2; Mc 1.15; Lc 24.47; At 2.38; 3.19; 17.30) são elementos essenciais e que precedem, vem antes, do novo nascimento, e não o contrário.


III. AS BENÇÃOS DA NOVA VIDA EM CRISTO
Quando um homem é transformado pelo poder do Evangelho (Rm 1.16) aquela vida velha fica para traz e tudo se faz novo (2 Co 5.17). É uma nova realidade diante de Deus e dos homens. E as bênçãos espirituais que acompanham essa nova vida são:

1. Paz com Deus.
Em pecado o homem encontra-se na condição de inimigo de Deus: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus [...]” (Rm 8.7); mas através da fé na morte de Cristo, temos paz com Deus, como resultado da justificação: “[...] justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1; ver Ef 2.14-17).

2. Acesso ao Pai.
O homem caído em pecado encontra-se distante de Deus (Ef 2.13a), devido a parede de separação que é resultado da transgressão humana: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Is 59.2). Mas Cristo, ao se oferecer como sacrífico expiatório, nos garante acesso a presença de Deus (Jo 14.6; Ef 2.18; Hb 10.19-22).

3. Filiação divina.
Após a queda, todos por natureza são filhos da ira (Ef 2.3), sob a influência do mundo e escravos dos desejos da carne (Ef 2.2), tendo como pai o diabo (Jo 8.40,41,44). No entanto, no momento em que cremos no Evangelho e confessamos a Cristo como Senhor das nossas vidas, fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.13,14), e esse nos introduziu à família de Deus (Ef 2.19), testificando com nosso espírito que somos filhos de Deus e co herdeiro com Cristo (Rm 8.14-17).

4. Glorificação.
É o ato ou efeito de glorificar. No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como salvador e Senhor de sua alma (Rm 8.17). No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma. O texto de ouro de nossa glorificação encontra-se em I Jo 3.2, que diz: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”.


CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que o homem tem uma natureza pecaminosa que foi recebida por herança do pecado dos nossos primeiros pais. Porém, mesmo afastado de Deus o ser humano pode ouvir a voz do Criador, e atender positivamente. Se assim o fizer, o Senhor gera no pecador arrependido uma nova vida em Cristo Jesus.



REFERÊNCIAS
Ø  ALMEIDA, Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD
Ø  PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. VIDA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD


Por Rede Brasil de Comunicação.


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