sábado, 29 de maio de 2021

LIÇÃO 09 – O MINISTÉRIO DE PASTOR (SUBSÍDIO)




 
 
Jo 10.11,14; Tt1.7-11; 1 Pe 5.2-4 
 
 
  
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a respeito do ministério de pastor, um dos dons ministeriais concedidos por Deus a Igreja e que foi listado por Paulo em Efésios 4.11; veremos o uso da palavra no Antigo e no Novo Testamento; definiremos o ministério de pastor; elencaremos as suas múltiplas atribuições; e, por fim, pontuaremos as semelhanças que existem entre a profissão de pastor no AT e a função de pastor na igreja local.
 
 
I. O USO DA PALAVRA PASTOR NO AT
No hebraico, “raah”, palavra que figura por setenta e sete vezes, onde tem o sentido de pastor (Gn 49.24; Êx 2.17,19; Nm 27.17; 1Sm 17.40; Sl 23.1; Is 13.20; 31.4; 40.11; Jr 6.3; 23.4; 25.34-36; 31.10; Ez 34.2-10,12,23; Am 1.2; 3.1; Zc 10.2,3; 11.3,5,8,15,16; 13.7). No seu sentido literal, “um pastor” é alguém que cuida dos rebanhos de ovelhas. Os pastores eram conhecidos como profissionais que alimentavam e protegiam os rebanhos (Jr 31.10; Ez 34.2), que procuravam as ovelhas perdidas (Ez 34.12) e que livravam dos animais ferozes as ovelhas que estivessem sendo atacadas (Am 3.12)” (CHAMPLIN, 2004, p. 104 – grifo nosso).
 
1. Deus como pastor.
Com base na ideia de que o pastor é um protetor e líder do rebanho, surgiu o conceito de Deus como o Pastor de Israel. Os próprios pastores antigos foram os primeiros a salientar essa similaridade. Assim Jacó se dirigiu a Deus, nos dias que antecederam a sua morte (Gn 49.24). E Davi chamou Deus de seu Pastor, no bem conhecido Salmo vinte e três (v. 1), o que Asafe também fez, em Salmos 80.1.
 
2. Profetas, sacerdotes e reis.
Podemos encontrar também muitas passagens, no AT, que se referem aos líderes do povo de Deus como pastores que agem sob a supervisão de Deus (Nm 27.17; 1Rs 22.17). Posteriormente, os profetas, os sacerdotes e os reis de Israel, que haviam falhado em seu encargo, diante de Deus e de seu povo, foram condenados como pastores que haviam desertado o rebanho ou que haviam enganado as ovelhas (Jr 2.8; 10.21; 23.1; Ez 34.2).
 
 
II. O USO DA PALAVRA PASTOR NO NT
A palavra pastor no grego é: “poimén” e é usado: a) em seu significado natural (Mt 9.36; 25.32; Mc 6.34; Lc 2.8,15,18,20; Jo 10.2,12); b) metaforicamente, acerca de Jesus (Mt 26.31; Mc 14.27; Jo 10.11,14,16; Hb 13.20; 1Pe 2.25); c) metaforicamente, acerca dos que atuam como pastores nas igrejas (Ef 4.11) (VINE, 2002, p. 856 – grifo nosso).
 
1. Jesus como pastor.
Jesus pode ser considerado o maior exemplo de verdadeiro pastor (Jo 10). Deus o constituiu o nosso Pastor. Os escritores bíblicos o chamam de: a) Pastor e Bispo das almas (1Pe 2.25); b) Grande Pastor das Ovelhas (Hb 13.20); c) O Supremo Pastor (1Pe 5.4). Neste ofício, Ele se distingue por vários qualificativos da maior importância, os quais são:
 
A) Dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10.11).
Nos tempos bíblicos, era comum o bom pastor expor a sua vida na luta contra as feras que assaltavam o rebanho (1Sm 17.34-36). Jesus para proteger as suas ovelhas do “ladrão” que vem para: “matar, roubar e destruir”, deu a sua vida por nós, que “somos rebanho do seu pastoreio” (Sl 100.3). Ele deu a sua vida por nós, para que tenhamos vida com abundância (Jo 10.10b).
 
B) Conhece as suas ovelhas (Jo 10.14).
Julgamos quase impossível que um pastor conheça cada ovelha distintamente, pois todas parecem idênticas. Todavia, o contato com as ovelhas lhe proporciona tal conhecimento. Cristo Jesus, muito mais conhece aqueles que lhe servem com um coração puro e se sujeitam a sua vontade.
 
C) Guia as suas ovelhas (Jo 10.3,4).
O pastor à frente do rebanho era a garantia de ser conduzido aos bons pastos e de preservá-lo da emboscada das feras. Era um costume de tempos remotos. Era o motivo da expressão confiante de Davi, com a sua própria experiência de pastor “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl 23.1). Não deve ser menor a nossa confiança em nosso Bom Pastor, pois Ele garante a nossa provisão (Fp 4.6,7,19; 1Pe 5.7).
 
D) Busca as ovelhas perdidas (Jo 10.16).
Em Lucas 15.1-7 encontramos a famosa parábola da “ovelha perdida” que nos mostra o que o pastor é capaz de fazer para buscar a ovelha que se perde do rebanho. Essa analogia é usada pelo Mestre Jesus a fim de retratar o interesse que Ele tem de restaurar os pecadores a comunhão com Deus.
 
 
III. O DOM MINISTERIAL DE PASTOR
Entre os dons ministeriais concedidos a igreja, encontra-se o dom de pastor (Ef 4.11). O pastor é o responsável pela direção e pelo apascentamento do rebanho. É “o anjo da igreja” (Ap 2.1). Serve sob a direção do Bom Pastor, a quem pertence a Igreja (1Pe 5.2,4), e deve andar nas suas pisadas (Jr 17.16) e sob a sua direção (Jr 3.15). Cabe ao pastor velar pelas ovelhas, como quem tem de dar conta delas (Hb 13.17) (BERGSTÉN, 2007, p. 116).
 
1. A necessidade de um pastor para a igreja.
“O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar de ter pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito (1Tm 3.1-7). Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mundo (At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de Deus, e os padrões do evangelho serão abandonados (2Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme o propósito de Deus (1Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2Tm 4.4). Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina, e também disciplinados segundo o propósito da piedade (1Tm 4.6,7)” (STAMPS, 1995, p. 1816).
 
2. O pastor e as suas muitas atribuições.
“Sua missão é múltipla e polivalente. Um pastor de verdade tem que agir como ensinador, conselheiro, pregador, evangelizador, missionário, profeta, juiz de causas complexas, fazer as vezes de psicólogo, conciliador, administrador eclesiástico dos bens espirituais e de recursos humanos sob seus cuidados, na igreja local; é administrador de bens materiais ou patrimoniais; gestor de finanças e recursos monetários, da igreja local” (RENOVATO, 2014, p. 114). Algumas outras atribuições do pastor são: “a) cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11); b) ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.1-5); c) ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8) e, (d) esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2). Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1Pd 2.25; 5.2-4)” (STAMPS, 1995, p. 1815).
 
3. Os pastores mestres.
“O ensino, juntamente com o evangelismo, faz parte da original Grande Comissão de Cristo à sua igreja (Mt 28.20). Tanto os apóstolos como os profetas eram mestres, e nenhum pastor pode ser um verdadeiro pastor se não for apto para ensinar (1Tm 3.2,11). É interessante destacar que a frase “pastores e mestres” em Efésios 4.11 no original grego não consta o artigo “e”, razão pela qual alguns supõem que isso salienta uma única “categoria” - pastores e mestres seriam aspectos da mesma função. Inferimos que o pastor também deve ser mestre, pois boa parte do seu trabalho é o ensino. Todavia, é interessante destacar que embora todo pastor seja um mestre, nem todo mestre é um pastor (2Tm 2.24)” (CHAMPLIN, 2005, p. 601 – grifo nosso).
 
 
IV. SEMELHANÇAS ENTRE O PASTOR COMO PROFISSÃO E COMO DOM MINISTERIAL
A Bíblia traça um paralelo entre a profissão de pastor no Antigo Testamento e o dom ministerial de pastor no Novo Testamento. Por exemplo: a) o líder das ovelhas é chamado de pastor (Gn 4.2; Ef 4.11); b) cada salvo é comparado a uma ovelha (Sl 100.3; Jo 10.14); c) o grupo de ovelhas juntas é chamado de rebanho, assim como a Igreja (Gn 21.28; At 20.28). Abaixo destacaremos algumas funções do pastor como profissional que é semelhante à do pastor como dom ministerial:
 
PASTOR PROFISSÃO
PASTOR DOM MINISTERIAL
• Alimenta (Gn 24.25; 29.2; Sl 23.1,2).
• Alimenta com a Palavra (Jo 21.15-17; At 20.28; 1Pd 5.2).
• Protege (1Sm 17.34-36; Sl 23.4).
• Protege com a doutrina (Rm 16.17; Ef 4.14).
• Cuida (Sl 23.1).
• Cuida com amor e zelo (2Co 11.2; Hb 13.17).
• Orienta (Sl 23.2).
• Orienta com prudência (1Co 4.14; 2Tm 4.2).
• Disciplina (Sl 23.4).
• Disciplina com amor e firmeza (1Co 4.21; Hb 12.5-11).
• Lidera (Jo 10.4).
• Lidera com cuidado (At 20.28; 1Pe 5.2).
 
 
CONCLUSÃO
Deus, por meio de Cristo, providenciou pastores a fim de liderar, instruir e edificar a sua igreja aqui na terra. Nosso comportamento diante daqueles que o Senhor instituiu sobre nós deve ser de amor (Rm 12.10; 1Pe 3.8); respeito (1Co 16.18; 1Ts 5.13; 1Pd 2.17; Fp 2.29; 1Tm 5.17) e submissão (1Co 16.16; Cl 4.10), pois “velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas” (Hb 13.17b).
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VINE, W. E. Dicionário Vine. CPAD.
Ø  SOUZA, Estevam Ângelo de. Os dons ministeriais na igreja. CPAD.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o poder extraordinário. CPAD.
 

 Por Rede Brasil de Comunicação.



Nenhum comentário:

Postar um comentário