At 8.26-35; Ef 4.11
INTRODUÇÃO
Nesta lição, analisaremos a missão do evangelista, veremos a
definição desta palavra e estudaremos qual a função deste no corpo de Cristo
com um dom ministerial. Aprenderemos ainda, que uma das grandes marcas do fiel
evangelista, daquele que recebeu este dom ministerial, é o imenso amor que ele
sente pelas almas perdidas. Se o “dom ministerial de evangelista” está
em alguém, haverá uma forte chama no íntimo dessa pessoa incitando-a para a
pregação do Evangelho aos perdidos, pois, a base para este “ministério” é um
ardente amor pelas almas e um irresistível desejo de ganhar os perdidos para
Cristo.
I. DEFINIÇÃO DA
PALAVRA EVANGELISTA
A palavra evangelista vem do grego: “euangelistes”, que
literalmente significa: “mensageiro do bem” ou “mensageiro
de boas novas” (formado de “eu” que é “bem”, e “angelos”
que é mensageiro”). Denota “Pregador do Evangelho” “Mensageiro de
Boas Novas” (At 8.5,26,40; 21.8), por isto, podemos dizer que os
missionários são verdadeiros evangelistas por serem essencialmente pregadores
do Evangelho. O tema principal dos evangelistas é a salvação dos perdidos e a
volta dos desviados. Paulo também era um evangelista (1Co 1.17), bem como
também Timóteo “[...] faze a obra de um evangelista, cumpre o teu
ministério” (2Tm 4.5). Uma das características de quem recebe este dom
ministerial é a total renúncia e inteira dedicação ao evangelismo: “Mas o
que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” (Fp 3.7).
II. DEFINIÇÃO DA
PALAVRA MINISTRO
A palavra “ministro” (1Co 3.5; 4.2; 2Co 3.6; 6.4) significa
um servo de Deus que ocupa um “ministério” (1Co 4.1,2. 2Co 6.3), que é um
encargo constituído por Deus, que, da parte de Cristo (2Co 5.20), funciona na
“Igreja do Deus vivo” (1Tm 3.15). Os ministros são instrumentos pelos quais
Jesus, o cabeça da Igreja, executa sua direção sobre ela. Por isso, Ele
mesmo (Jesus) reserva-se o direito de indicar as pessoas que tem um chamado
para ocupar esses cargos, as quais oferece uma preparação sobrenatural para a
função que irão exercer... O evangelista como ministro, é um observador
da primeira linha da evangelização (BERGSTÉN, 2007, pp. 115,116 – grifo
nosso).
III. O CHAMADO PARA
O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA
“De maneira geral, todos temos a obrigação de pregar o
Evangelho. Mas, entre os santos, ALGUNS SÃO ESCOLHIDOS para fazê-lo de forma
mais dinâmica e eficiente” (ANDRADE, 2006, p. 177). Muitos dizem que os dons espirituais
de Efésios 4.11 cessaram, mas o versículo treze desse mesmo
capítulo diz que eles existem “até que todos cheguemos à unidade de fé, e
ao conhecimento do filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo”, e isso ainda não aconteceu (GILBERTO, 2011, p.
1411 – grifo nosso).
- É Deus quem concede os dons “E ELE MESMO DEU uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11). Esta passagem diz "Deus estabeleceu" e não os homens;
- Os dons ministeriais são recebidos de Deus, segundo a sua soberania e no seu tempo “E subiu ao monte, e chamou para si OS QUE ELE QUIS [...]” (Mc 3.13); “[...] Vinde após mim, E EU VOS FAREI [...]” (Mt 4.19);
- É Deus quem chama “[...] EU VOS TENHO DADO o vosso sacerdócio em DÁDIVA MINISTERIAL [...]” (Nm 18.7); “[...] santificarei a Arão e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio” (Êx 29.44);
- É o dom ministerial recebido de Deus que determina o ministério ou ofício do ministro. Em 1Tm 4.14 e 2Tm 1.6, vemos o dom ministerial. Já em 2Tm 4.5, o ministério resultante do dom recebido;
- Em Atos 13.1-4, vemos que os candidatos à ordenação já tinham o dom ministerial concedido por Deus;
- A Igreja RECONHECE o obreiro como
ministro, mas é Deus quem reparte o dom a quem ELE quer (GILBERTO, 2011, p. 1411 – grifo
nosso);
- As manifestações do Espírito dão-se de acordo com A VONTADE DO ESPÍRITO (1Co 12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (1Co 12.31; 14.1).
- O evangelista tem um COMISSIONAMENTO DIRETO DO SENHOR para pregar a Palavra para a salvação das almas. No ministério de evangelista, a pregação da Palavra de Deus é essencial.
Algumas pessoas são chamadas por Deus, quando ainda estão no
ventre de sua mãe (Jr 1.5; Lc 1.76; Gl 1.15,16), já em alguns casos Deus chama
na infância quando ainda são crianças (1Sm 3.4), outras ELE chama e capacita na
idade adulta (1Rs 19.16; Is 6.8; Mc 3.13,14) e há aqueles que recebem o dom por
imposição de mãos (1Tm 4.14; 2Tm 4.5). (GILBERTO, 2011, pp. 1411-1412). “Uma
chamada de Deus para o exercício de qualquer ministério requer renúncia, oração
e total dedicação ao estudo da Palavra. Esse é o padrão de Deus para o seu
chamado” (OLIVEIRA, 2011, p. 310).
IV.
CARACTERÍSTICAS DO EVANGELISTA
1. Homens
capacitados por Deus.
No NT,
evangelistas eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para
anunciar o evangelho, as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a
estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em
si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16). Filipe, o “evangelista” (At 21.8),
claramente retrata a obra deste ministério, segundo o padrão do NT. Felipe
pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35).
2. Homens que
autoridade.
Muitos foram
salvos e batizados em água (At 8.6,12). Sinais, milagres, curas e
libertação de espíritos malignos acompanhavam as suas pregações (At
8.6,7,13). Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (At
8.14-17). O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A
igreja que deixar de apoiar e promover o “ministério de evangelista” cessará de
ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. Tornar-se-á uma igreja estática,
sem crescimento e indiferente à obra missionária. A igreja que reconhece o “dom
espiritual” de evangelista e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a
mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41) (STAMPS,
1995, p. 1815).
V.
A DIFERENÇA DO MINISTÉRIO DE EVANGELISTA DA FUNÇÃO DE EVANGELIZADOR
Evangelista é um
termo encontrado apenas três vezes no NT: “Felipe, o evangelista [...]” (At
21.8); “Ele mesmo concedeu uns para evangelistas [...]” (Ef 4.11)
e, “Faze o trabalho de um evangelista [...]” (2Tm 4.5). Como
vemos, a primeira referência é um homem como evangelista, a segunda, ao
dom de evangelista e a terceira, ao trabalho de evangelista. A
chamada especial de Deus para o ministério de evangelista está reservada
a determinados crentes (Ef 4.11), mas a chamada geral para ganhar
almas é feita a todos os crentes (Mc 16.15,19; At 1.8,9). O alvo do
evangelista é tríplice: salvar os perdidos, restaurar os desviados e
edificar os crentes (Lc 19.10; 1Tm 1.15), pois é Deus quem estabelece
as pessoas nos ofícios dos dons ministeriais. O "ide" de Jesus para
irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos,
mas a todos, indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto, a
evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos. Cada crente pode e deve
ser um evangelizador e ganhador de almas. Filipe começou no ministério de
socorros (At 6.1-6). Ele foi fiel naquele ofício. Mais tarde foi levado para o
ofício de evangelista (At 8.5-7; 21.8). Vejamos algumas características:
- Os evangelistas eram os missionários da igreja primitiva (At 8.5,26,40; 21.8; Ef 4.11; 2Tm 4.5);
- Os evangelistas eram ministros especiais do evangelho, com poderes quase apostólicos como os casos de Felipe (At 21.8) e Timóteo (2Tm 4.5);
- O vocábulo missionário, conforme é usado em nossa época, está mais próximo da ideia dos evangelistas dos dias do NT, do que a palavra “evangelistas” quando aplicada a pregadores itinerantes, que fazem das igrejas locais o centro de suas atividades (CHAMPLIN, 2004, p. 606).
VI.
OS DONS MINISTERIAIS OPERANDO EM JESUS
Na carta que o
apóstolo Paulo escreveu a igreja de Éfeso capítulo 4 e verso 11 e nos diz: “E
ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Este versículo alista
os dons de ministério (líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à
Igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons: a) para preparar o povo
de Deus ao trabalho cristão (Ef 4.12) e, b) para o crescimento e
desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (Ef
4.13-16). Jesus é o maior exemplo de obreiro em toda Bíblia Sagrada e em todos
os tempos. Ele deve ser nosso modelo, o padrão a ser seguido (GILBERTO, 2011,
p. 1416). Vejamos:
- Jesus como apóstolo (Hb 3.1; Jo 12.3);
- Jesus como profeta (Lc 24.19; At 3.22);
- Jesus como evangelista (Is 61.1-3; Lc 4.18,19; 20.1);
- Jesus como pastor (Jo 10.10; Hb 13.20; 1Pd 5.4);
- Jesus como mestre (Jo 13.13; Mt 26.55).
CONCLUSÃO
Concluímos que o
“dom ministerial de evangelista” é concedido por Deus a algumas pessoas
conforme o propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das
igrejas locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes
individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é,
todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme
compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode
se apartar um único milímetro.
REFERÊNCIAS
Ø
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário
teológico. CPAD.
Ø
Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
Ø
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e
Filosofia. HAGNOS.
Ø
SOUZA,
Estêvam Ângelo. Os dons ministeriais
na igreja: padrões bíblicos para o serviço cristão. CPAD.
Ø
RENOVATO,
Elinaldo. Dons espirituais e
ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o poder extraordinário.
CPAD.
Ø
KALDEWAY,
Jens. A forte mão de Deus: o
ministério quíntuplo. EDITORA ESPERANÇA.
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