sábado, 22 de maio de 2021

LIÇÃO 08 – O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA (SUBSÍDIO)






At 8.26-35; Ef 4.11 
 
 
  
INTRODUÇÃO
Nesta lição, analisaremos a missão do evangelista, veremos a definição desta palavra e estudaremos qual a função deste no corpo de Cristo com um dom ministerial. Aprenderemos ainda, que uma das grandes marcas do fiel evangelista, daquele que recebeu este dom ministerial, é o imenso amor que ele sente pelas almas perdidas. Se o “dom ministerial de evangelista” está em alguém, haverá uma forte chama no íntimo dessa pessoa incitando-a para a pregação do Evangelho aos perdidos, pois, a base para este “ministério” é um ardente amor pelas almas e um irresistível desejo de ganhar os perdidos para Cristo.
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA EVANGELISTA
A palavra evangelista vem do grego: “euangelistes”, que literalmente significa: “mensageiro do bem” ou “mensageiro de boas novas” (formado de “eu” que é “bem”, e “angelos” que é mensageiro”). Denota “Pregador do Evangelho” “Mensageiro de Boas Novas” (At 8.5,26,40; 21.8), por isto, podemos dizer que os missionários são verdadeiros evangelistas por serem essencialmente pregadores do Evangelho. O tema principal dos evangelistas é a salvação dos perdidos e a volta dos desviados. Paulo também era um evangelista (1Co 1.17), bem como também Timóteo “[...] faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2Tm 4.5). Uma das características de quem recebe este dom ministerial é a total renúncia e inteira dedicação ao evangelismo: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” (Fp 3.7).
 
 
II. DEFINIÇÃO DA PALAVRA MINISTRO
A palavra “ministro” (1Co 3.5; 4.2; 2Co 3.6; 6.4) significa um servo de Deus que ocupa um “ministério” (1Co 4.1,2. 2Co 6.3), que é um encargo constituído por Deus, que, da parte de Cristo (2Co 5.20), funciona na “Igreja do Deus vivo” (1Tm 3.15). Os ministros são instrumentos pelos quais Jesus, o cabeça da Igreja, executa sua direção sobre ela. Por isso, Ele mesmo (Jesus) reserva-se o direito de indicar as pessoas que tem um chamado para ocupar esses cargos, as quais oferece uma preparação sobrenatural para a função que irão exercer... O evangelista como ministro, é um observador da primeira linha da evangelização (BERGSTÉN, 2007, pp. 115,116 – grifo nosso). 
 

III. O CHAMADO PARA O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA
“De maneira geral, todos temos a obrigação de pregar o Evangelho. Mas, entre os santos, ALGUNS SÃO ESCOLHIDOS para fazê-lo de forma mais dinâmica e eficiente” (ANDRADE, 2006, p. 177). Muitos dizem que os dons espirituais de Efésios 4.11 cessaram, mas o versículo treze desse mesmo capítulo diz que eles existem “até que todos cheguemos à unidade de fé, e ao conhecimento do filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”, e isso ainda não aconteceu (GILBERTO, 2011, p. 1411 – grifo nosso).

  • É Deus quem concede os dons “E ELE MESMO DEU uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11). Esta passagem diz "Deus estabeleceu" e não os homens;
  • Os dons ministeriais são recebidos de Deus, segundo a sua soberania e no seu tempo “E subiu ao monte, e chamou para si OS QUE ELE QUIS [...]” (Mc 3.13); “[...] Vinde após mim, E EU VOS FAREI [...]” (Mt 4.19);
  • É Deus quem chama “[...] EU VOS TENHO DADO o vosso sacerdócio em DÁDIVA MINISTERIAL [...]” (Nm 18.7); “[...] santificarei a Arão e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio” (Êx 29.44);
  • É o dom ministerial recebido de Deus que determina o ministério ou ofício do ministro. Em 1Tm 4.14 e 2Tm 1.6, vemos o dom ministerial. Já em 2Tm 4.5, o ministério resultante do dom recebido;
  • Em Atos 13.1-4, vemos que os candidatos à ordenação já tinham o dom ministerial concedido por Deus;
  • A Igreja RECONHECE o obreiro como ministro, mas é Deus quem reparte o dom a quem ELE quer (GILBERTO, 2011, p. 1411 – grifo nosso);
  • As manifestações do Espírito dão-se de acordo com A VONTADE DO ESPÍRITO (1Co 12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (1Co 12.31; 14.1).
  • O evangelista tem um COMISSIONAMENTO DIRETO DO SENHOR para pregar a Palavra para a salvação das almas. No ministério de evangelista, a pregação da Palavra de Deus é essencial. 

Algumas pessoas são chamadas por Deus, quando ainda estão no ventre de sua mãe (Jr 1.5; Lc 1.76; Gl 1.15,16), já em alguns casos Deus chama na infância quando ainda são crianças (1Sm 3.4), outras ELE chama e capacita na idade adulta (1Rs 19.16; Is 6.8; Mc 3.13,14) e há aqueles que recebem o dom por imposição de mãos (1Tm 4.14; 2Tm 4.5). (GILBERTO, 2011, pp. 1411-1412). Uma chamada de Deus para o exercício de qualquer ministério requer renúncia, oração e total dedicação ao estudo da Palavra. Esse é o padrão de Deus para o seu chamado” (OLIVEIRA, 2011, p. 310).
 
 
IV. CARACTERÍSTICAS DO EVANGELISTA
1. Homens capacitados por Deus.
No NT, evangelistas eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o evangelho, as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16). Filipe, o “evangelista” (At 21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo o padrão do NT. Felipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35).
 
2. Homens que autoridade.
Muitos foram salvos e batizados em água (At 8.6,12). Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos malignos acompanhavam as suas pregações (At 8.6,7,13). Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14-17). O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixar de apoiar e promover o “ministério de evangelista” cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. Tornar-se-á uma igreja estática, sem crescimento e indiferente à obra missionária. A igreja que reconhece o “dom espiritual” de evangelista e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41) (STAMPS, 1995, p. 1815). 


V. A DIFERENÇA DO MINISTÉRIO DE EVANGELISTA DA FUNÇÃO DE EVANGELIZADOR
Evangelista é um termo encontrado apenas três vezes no NT: “Felipe, o evangelista [...]” (At 21.8); “Ele mesmo concedeu uns para evangelistas [...]” (Ef 4.11) e, “Faze o trabalho de um evangelista [...]” (2Tm 4.5). Como vemos, a primeira referência é um homem como evangelista, a segunda, ao dom de evangelista e a terceira, ao trabalho de evangelista. A chamada especial de Deus para o ministério de evangelista está reservada a determinados crentes (Ef 4.11), mas a chamada geral para ganhar almas é feita a todos os crentes (Mc 16.15,19; At 1.8,9). O alvo do evangelista é tríplice: salvar os perdidos, restaurar os desviados e edificar os crentes (Lc 19.10; 1Tm 1.15), pois é Deus quem estabelece as pessoas nos ofícios dos dons ministeriais. O "ide" de Jesus para irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos, mas a todos, indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto, a evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos. Cada crente pode e deve ser um evangelizador e ganhador de almas. Filipe começou no ministério de socorros (At 6.1-6). Ele foi fiel naquele ofício. Mais tarde foi levado para o ofício de evangelista (At 8.5-7; 21.8). Vejamos algumas características:

  • Os evangelistas eram os missionários da igreja primitiva (At 8.5,26,40; 21.8; Ef 4.11; 2Tm 4.5);
  • Os evangelistas eram ministros especiais do evangelho, com poderes quase apostólicos como os casos de Felipe (At 21.8) e Timóteo (2Tm 4.5);
  • O vocábulo missionário, conforme é usado em nossa época, está mais próximo da ideia dos evangelistas dos dias do NT, do que a palavra “evangelistas” quando aplicada a pregadores itinerantes, que fazem das igrejas locais o centro de suas atividades (CHAMPLIN, 2004, p. 606). 
 

VI. OS DONS MINISTERIAIS OPERANDO EM JESUS
Na carta que o apóstolo Paulo escreveu a igreja de Éfeso capítulo 4 e verso 11 e nos diz: E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Este versículo alista os dons de ministério (líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à Igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons: a) para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (Ef 4.12) e, b) para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (Ef 4.13-16). Jesus é o maior exemplo de obreiro em toda Bíblia Sagrada e em todos os tempos. Ele deve ser nosso modelo, o padrão a ser seguido (GILBERTO, 2011, p. 1416). Vejamos:

  • Jesus como apóstolo (Hb 3.1; Jo 12.3);
  • Jesus como profeta (Lc 24.19; At 3.22);
  • Jesus como evangelista (Is 61.1-3; Lc 4.18,19; 20.1);
  • Jesus como pastor (Jo 10.10; Hb 13.20; 1Pd 5.4);
  • Jesus como mestre (Jo 13.13; Mt 26.55).
 
 
CONCLUSÃO
Concluímos que o “dom ministerial de evangelista” é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode se apartar um único milímetro.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário teológico. CPAD.
Ø  Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  SOUZA, Estêvam Ângelo. Os dons ministeriais na igreja: padrões bíblicos para o serviço cristão. CPAD.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o poder extraordinário. CPAD.
Ø  KALDEWAY, Jens. A forte mão de Deus: o ministério quíntuplo. EDITORA ESPERANÇA.
 
 
  Por Rede Brasil de Comunicação.



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