quinta-feira, 30 de setembro de 2021

LIÇÃO 01 – O MUNDO DO APÓSTOLO PAULO






At 26.1-7 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o mundo da época do apóstolo Paulo; notaremos um pouco do contexto histórico de Roma, Grécia e Israel, salientando a cidade de Tarso como sendo a terra natal do apóstolo dos gentios; pontuaremos ainda Paulo como um judeu carente da revelação divina e um religioso cego, como um pecador como os demais e, por fim, veremos Paulo como um homem carente da graça de Deus.
 
 
I. O MUNDO NA ÉPOCA DE PAULO
Segundo Charles Fergusson Ball (2002, pp. 08,09), asseverou que nos dias de Paulo, toda a vida do mundo concentrava-se no Mediterrâneo. Todas as grandes civilizações desenvolveram-se junto ao mar cujo nome aludia ao centro da terra. A palavra Mediterrâneo é formada por dois vocábulos que, juntos, significam ‘o meio da terra’. Todos os interesses da vida humana achavam-se concentrados numa estreita faixa que se estendia pela costa sul da Europa, pela costa norte da África e pelas costas ocidentais da Síria e Palestina. Além dessa fronteira, havia regiões inexploradas, onde viviam povos bárbaros, que só entrariam na corrente da civilização anos mais tarde. Três nações da época foram suficientemente grandes e fortes para deixar sua marca sobre as demais: Roma, Grécia e Israel. Notemos:
 
1. Roma.
Os romanos governavam o mundo. Conquistaram esse direito pela força dos seus exércitos. Eles possuíam o dom da colonização e do governo. Devido ao poder de suas legiões estacionadas em todas as colônias, eram os donos do mundo. Embora poderosos, não se aproveitavam dos povos conquistados; pelo contrário, procuravam integrá-los ao seu império, dando-lhes um lugar de honra. Tanto por sua grandiosidade quanto por sua fraqueza, os romanos deixaram na história a sua marca indelével. A seu favor deve ser dito que construíram o maior império que o mundo já viu.
 
2. Grécia.
Se os romanos foram os líderes mundiais no tocante à lei e ao governo, os gregos lideraram na cultura e no conhecimento. A arte, a ciência e a literatura desenvolveram-se mais na Grécia que em qualquer outra parte. Embora o império fosse romano, a língua grega foi reconhecida como o idioma empregado pelas pessoas cultas. Os gregos eram um povo genial. Guiados por Alexandre, o Grande, conquistaram o mundo e procuraram helenizá-lo. Desempenharam tão bem sua tarefa que, mesmo após a morte de Alexandre e a divisão de seu império, uma porção da arte e da literatura gregas permaneceu em cada nação. Os professores e filósofos gregos eram os intelectuais reconhecidos da época. Eles divulgaram, em todas as nações, a literatura, arquitetura e pensamento científico de seu país.
 
3. Israel.
A nação, porém, que mais marcou a civilização mundial foi Israel. Sua marca jamais se apagará. Embora os judeus não tivessem poderio militar, destacaram-se por sua religião. Dispersos por todas as terras, construíam sinagogas para adorar a Deus. Isso se dera devido ao fato de a Assíria, Babilônia e Roma terem invadido a Palestina, e levado daqui milhares de judeus para o cativeiro. Onde quer que fosse, o povo escolhido levava consigo as Sagradas Escrituras e as profecias de um Messias vindouro.
 
 
II. TARSO, A CIDADE DO APÓSTOLO PAULO
Paulo nunca escondeu a origem de sua terra natal. Tarso, onde Paulo nasceu e foi criado, era a capital e principal cidade da Cilícia, atual Turquia, na Ásia Menor. Nas próprias palavras do apóstolo Paulo, Tarso não era uma cidade qualquer: “Na verdade que sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia” (At 21.39a). A expressão não pouco célebre significa, no grego “não insignificante”. Vejamos porque era uma cidade destacável:
 
1. Cidade cheia da cultura grega.
Pouco antes da época do apóstolo Paulo, Tarso tinha atravessado um brilhante período de sua história, quando ela se tornou a Atenas do Mediterrâneo oriental, uma cidade universitária, para onde convergiam homens de erudição. Paulo, desde muito cedo, foi influenciado pela cultura grega enraizada em sua cidade. Isso depreendemos a partir de suas citações de filósofos (At 17.28; Tt 1.12), e, também do seu nome, que em hebraico é Saul, mas que por influência grega, era Saulo. Não é demais afirmar que sabia também falar o idioma grego.
 
2. Cidade dominada por Roma.
A região de Tarso foi governada a princípio, pelos governantes selêucidas, como uma província. No entanto, quando Antíoco foi derrotado pelos romanos, a cidade de Tarso tornou-se parte de uma província romana. Na época, em que Paulo nasceu, primeiro século da era cristã, Tarso era colônia romana. Como tal, os seus habitantes desfrutavam de alguns privilégios dentre os quais a cidadania romana. A cidadania romana originalmente era restrita a nativos livres da cidade de Roma, mas, à medida que o controle romano da Itália e das terras do Mediterrâneo se ampliava, a cidadania era conferida a várias outras pessoas, de certas províncias seletas, que não eram romanos por nascimento. Por isso, quando questionado pelo tribuno: “...Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim. E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento” (At 22.27,28). Em outra ocasião também evocou esta cidadania (At 16.35-40). Devido a influência do latim na sua vida, Saulo também era chamado Paulo (At 13.9).
 
3. Cidade banhada pela religiosidade judaica.
Por certo, havia uma sinagoga em Tarso. Paulo sendo, descendente de hebreus adquiriu uma herança nacional, cultural e religiosa. Segundo o seu próprio relato:

  • Judeu de nascimento. Ele não era um judeu prosélito; ele nasceu judeu e era um membro da raça que havia recebido o rito da circuncisão no tempo estabelecido pela lei (Gn 17.12; Lv 12.3; Fp 3.5).
  • Da linhagem de Israel. Paulo pertencia ao povo eleito, o povo do concerto, o povo exclusivamente privilegiado (Êx 19.5,6; Nm 23.9; Sl 147.19,20; Am 3.2; Rm 3.1,2; 9.4,5). Era da linhagem de Benjamim, um dos doze filhos de Jacó, a tribo de onde veio o primeiro rei de Israel, Saul. Por certo, seu nome hebreu Saulo era em homenagem a este rei. A tribo de Benjamim, não aderiu a rebelião das dez tribos, mas conservou-se com Judá sob a liderança davídica (1Rs 12.21).
  • Da seita mais rigorosa do judaísmo. Paulo era fariseu, membros da seita mais fervorosa e severa na obediência à lei de Moisés: “segundo a lei, fui fariseu” (Fp 3.5). Confira também (At 26.5). A palavra fariseu no grego “farisaios” significa: “separado”. Essa seita do judaísmo pregava a separação da vida comum e das tarefas comuns para consagrar suas vidas à observância minuciosa dos detalhes da Lei. Paulo falava a língua hebraica (At 21.40). Embora tenha nascido na cidade pagã Tarso, foi para Jerusalém e educou-se aos pés de Gamaliel (At 22.3). Era de uma pessoa como esta que Jesus necessitava, um judeu hábil no Antigo Testamento, que falava o grego e com nacionalidade romana para poder introduzir o evangelho aos povos. Segundo Champlin, “nenhum outro homem, daquela época da história, combinava essas características tão harmoniosa quanto Paulo de Tarso. Seu meio ambiente talhou-o para esse propósito” (2004, p. 323).
 
 
III. PAULO UM JUDEU CARENTE DA REVELAÇÃO DIVINA
1. Paulo um religioso judeu cego.
Em seu extremado zelo religioso, Paulo estava cego para a realidade de que o Jesus de Nazaré que ele combatia, era o Cristo prometido nas Escrituras do AT. Por isso, consumido pelo zelo sem entendimento perseguiu este caminho até a morte (At 22.4). Escrevendo as igrejas da Galácia, testemunhou: “Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava” (Gl 1.13). Diante do rei Agripa, ainda asseverou: “Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno; e assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam. Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar. E, demasiadamente enfurecido contra eles, mesmo por cidades estranhas os perseguia” (At 26.9-11).
 
2. Paulo um pecador como qualquer outro.
Em seus ensinos Paulo sabia da universalidade do pecado: “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Ele sabia que, mesmo tendo sido criado sob a Lei, e que o mandamento era santo, justo e bom (Rm 7.12), a Lei não tinha o objetivo de salvar, pois seu objetivo era nomear o pecado (Rm 7.7,8). Paulo também via em si mesmo uma outra lei que o impelia a fazer o mal e que jamais dela poderia se livrar, exceto por Cristo Jesus (Rm 7.14-25). Paulo, passou a dizer que a a Lei é o aio (condutor) que nos leva a Cristo Jesus (Gl 3.23-25).
 
3. Paulo, um homem carente da graça.
Paulo, como todo judeu, pensava alcançar a justiça de Deus pela obediência da Lei, até que confrontado por Cristo, entendeu que o homem é justificado pela fé e não pelas obras “[...] não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Fp 3.9b). Paulo se tornou o principal instrumento para transmitir o pleno significado da graça em Cristo. Não é de admirar que mais tarde ele viesse a ser conhecido como “o apóstolo da graça”. Com maestria, ele nos falou sobre a graça de Deus de forma abundante (Rm 1.5,7; 3.24; 4.4,16; 5.2; 5.15,17,18; 5.20; 5.21; 11.6). Ele afirmou que pela graça foi salvo (1Tm 1.13,14); que pela graça de Deus era o que era (1Co 15.10a); e, por fim, que trabalhou mais que os outros apóstolos (1Co 15.10b).
 
 
CONCLUSÃO
Esta lição nos mostrou os três “mundos” do apóstolo Paulo: o romano, o grego e o judeu. Vimos que o apóstolo se comunicou na língua predominante da época, o grego koiné, bem como fez uso da vasta literatura de seu tempo e, a soma de tudo isso serviu ao Espirito Santo para que a vida do apóstolo fosse usada integralmente para a causa do Evangelho.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  BALL, Charles Ferguson. A vida e os tempos do apóstolo Paulo. CPAD.
Ø  BRUCE, F. F. Paulo, o apóstolo da graça. VIDA NOVA.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  VINE, E. W; et al. Dicionário Vine. CPAD. 

Por Rede Brasil de Comunicação.


LIÇÃO 01 - O MUNDO DO APÓSTOLO PAULO (VÍDEO AULA)






segunda-feira, 27 de setembro de 2021

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2021

 
 
 
 
 
 VIGILÂNCIA, JUSTIÇA E O CULTO A DEUS 
Um Chamado para a Igreja nos Escritos
dos Profetas Menores.
 

 
 
 




Lição 13
 
Hora da Revisão
A respeito de “Malaquias: Deus se Importa com a Família”, responda:
 
 
1. Malaquias foi contemporâneo de quem?
De Neemias.
 
2. A indiferença religiosa levou os contemporâneos de Malaquias a cometerem quais pecados?
Eles desobedeceram a Lei do Senhor, contraindo casamentos mistos e divorciando de suas esposas, também abandonaram a guarda do sábado e foram relapsos e infiéis na entrega dos dízimos e das ofertas.
 
3. Qual a diferença do livro de Malaquias para os livros de Ageu e Zacarias?
Enquanto os livros de Ageu e Zacarias procuraram motivar os judeus na obra de reconstrução do templo trazendo esperança ao povo, o livro de Malaquias procurou confrontar uma geração que se mostrava indiferente em sua fé.
 
4. Qual era o grande problema do casamento misto?
Essa questão não era racial, mas espiritual. O problema era que por meio dos casamentos com pessoas de etnias diferentes, os homens estavam sendo corrompidos e os filhos que se originavam dessas relações cresciam debaixo das influências pagãs de suas mães.
 
5. Nossa relação com Deus influencia em nossa relação familiar?
Sim. Deus deseja que vivamos em família (Sl 68.6; 107.41; 113.9) e que nossa piedade e espiritualidade se manifeste primeiro àqueles que convivem conosco.


QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2021


 
 
 
 
  O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM
  MEIO À INFIDELIDADE DA NAÇÃO
As Correções e os Ensinamentos Divinos
no Período dos Reis de Israel.
 

 
 
 
 



Lição 13

Para Refletir
A respeito de “O Cativeiro de Judá”, responda:
 
 
Quais foram as calamidades que se abateram sobre Judá?
Dentre muitas, a pobreza, a miséria, a fome, o cativeiro e a morte.
 
Que advertência Jeremias deu ao rei Zedequias?
Ele deveria se render ao rei de Babilônia para que sua integridade fosse preservada.
 
Quanto tempo durou o cerco a Jerusalém?
Dezoito meses.
 
Em qual livro da Bíblia estão registrados os lamentos de Jeremias? Que lição este livro nos passa?
Lamentações de Jeremias. Assim como Jeremias mudou sua desolação para um estado de esperança, também o cristão deve desenvolver uma atitude de fé diante de suas dificuldades e enfrentamentos.
 
Qual é o maior motivo da nossa esperança?
A ressurreição de Cristo.

 

sábado, 25 de setembro de 2021

LIÇÃO 13 – O CATIVEIRO DE JUDÁ



 
 
 
 
 2Rs 24.18-20; 25.1-10
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre estudaremos sobre o cativeiro de Judá, também conhecido como Reino do Sul. Apesar do povo judeu saber o que havia ocorrido com o Reino do Norte, que havia sido levado para Assíria (2Rs 17.20-24), Judá não perseverou em seguir ao Senhor, e cometeu os mesmos pecados de Israel, tornando inevitável o Cativeiro Babilônico. Nesta lição traremos um breve panorama dos reis do Reino do Sul; explicaremos a tríplice decadência de Judá; destacaremos algumas advertências dos profetas levantados por Deus antes do cativeiro; citaremos os principais motivos do cativeiro de Judá; destacaremos como ocorreu o cativeiro babilônico; e, finalmente, mencionaremos a promessa de restauração.
 
 
I. BREVE PANORAMA DO REINO DE JUDÁ
O Reino do Sul durou cerca de 345 anos (de 931 a 586 a.C.) e teve vinte reis (incluindo a rainha Atalia). Diferente do Reino do Norte, que só teve reis maus, Judá teve, ao menos, oito reis bons: Asa, Josafá, Joás, Amazias, Azarias, Jotão, Ezequiel e Josias, como veremos a seguir:
 
1. Roboão - 931 a 913 a.C. Foi um rei mau (1Rs 14.21,22).
11. Jotão - 750 a 732 a.C. Foi um bom rei (2Rs 15.32-34).
2. Abias - 913 a 911 a.C. Foi um rei mau (1Rs 15.1-3).
12. Acaz 743 a 728 a.C. Foi um rei mau (2Rs 16.1,2).
3. Asa - 911 a 870 a.C. Foi um bom rei (1Rs 15.9-11).
13. Ezequias - 728 a 698 a.C. Foi um bom rei (2Rs 18.1-3).
4. Josafá - 872 a 848 a.C. Foi um bom rei (1Rs 22.41-43).
14. Manassés - 698 a 643 a.C. Foi um rei mau (2Rs 21.1,2).
5. Jeorão - 848 a 841 a.C. Foi um rei mau (2Rs 8.16-18).
15. Amom - 643 a 641 a.C. Foi um rei mau (2Rs 21.19,20).
6. Acazias - 841 a.C. Foi um rei mau (2Rs 8.25-27).
16. Josias - 641 a 609 a.C. Foi um bom rei (2Rs 22.1,2).
7. Atalia - 841 a 835 a.C. Foi uma rainha má (2Cr 22.12).
17. Jeoacaz - 609 a.C. Foi um rei mau (2Rs 23.31,32).
8. Joás - 835 a 796 a.C. Foi um bom rei (2Rs 12.1,2).
18. Jeoaquim - 609 a 598 a.C. Foi um rei mau (2Rs 23.36).
9. Amazias - 796 a 767 a.C. Foi um bom rei (2Rs 14.1-3).
19. Joaquim - 598 a.C. Foi um rei mau (2Rs 24.8,9).
10. Azarias - 792 a 740 a.C. Foi um bom rei (2Rs 15.1-3).
20. Zedequias - 598 a 586 a.C. Foi um rei mau (2Rs 24.19).
 
 
II. A TRÍPLICE DECADÊNCIA DO REINO DE JUDÁ
1. A Decadência Política.
A grande maioria dos reis de Judá foram maus. Além de não guardarem a Palavra de Deus, eles fizeram o que era mau aos olhos do Senhor e conduziram o povo a rebelião contra Deus (2Cr 12.1; 22.1-5; 28.1-4; 33.1-10,21-23). O rei Manassés, por exemplo, tornou a edificar os altos que o rei Ezequias, seu pai, havia destruído; edificou altares a outros deuses no Templo, em Jerusalém; ofereceu seu filho a Moloque; e, instituiu agoureiros e feiticeiros em Jerusalém, provocando a ira do Senhor (2Rs 21.1-18; 2Cr 33.1-10).
 
2. A Decadência Social.
O mau exemplo dos reis de Judá, inevitavelmente, resultou em decadência social na nação. Dentre os muitos pecados cometidos pela nação, podemos citar: avareza, violência, contenda, litígio, embriaguez, imoralidade, prostituição, suborno e injustiça nos tribunais (Jr 5.8; 6.7,13; 9.2; Mq 3.9-12; Hc 1.3,4; 2.15). A situação moral de Jerusalém era tão drástica, que o próprio Deus chegou a compará-la as cidades de Sodoma e Gomorra (Jr 23.14).
 
3. A Decadência Religiosa.
Como se não bastasse a decadência política e social, a nação estava enfrentando uma decadência religiosa, que os conduziu a apostasia (Jr 2.32; 3.8-13,21; 8.9,10; 9.2,3). A adoração a ídolos tornou-se comum em Jerusalém (Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21). Além disso, os sacerdotes e profetas falavam enganosamente em Nome de Deus (Jr 5.31; 6.13; 23.9-21) e profetizavam que haveria paz, prosperidade, e segurança para o povo, quando este achava-se em pecado diante de Deus (Jr 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).
 
 
III. AS ADVERTÊNCIAS DOS PROFETAS AO REINO DE JUDÁ
Assim como ocorreu com o Reino do Norte (2Rs 17.13), Deus enviou profetas para advertir o povo e chamá-los ao arrependimento. Dentre os profetas levantados por Deus, antes do Cativeiro, destacamos três: Isaías, Miqueias e Jeremias.
 
1. O Profeta Isaías.
Seu nome significa “Salvação” ou “salvação de Jeová”. Seu ministério profético foi centralizado em Jerusalém, durante o reinado de quatro reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1) e abrangeu mais de meio século. Isaías denunciou e advertiu Judá pela sua idolatria, imoralidade e injustiças sociais durante um período de prosperidade enganadora (Is 1.2-7, 16,17, 21-23; 2.6-8; 3.8,9; 5.8-11,18-23; 10.1,2). Além disso, ele exortou o povo a confiar somente no Senhor (Is 30.1-17).
 
2. O Profeta Miqueias.
Seu nome significa “Quem é como Yahweh?”. O profeta Miqueias predisse, com exatidão, a destruição do povo de Judá e de Jerusalém (Reino do Sul) em consequência dos seus graves pecados (Mq 4.9-11). O profeta Miqueias denunciou os falsos profetas (Mq 3.5,6,7), os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e os conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus (Mq 3.9-12; 4.12). As palavras do profeta Miqueias demonstram que Deus odeia o pecado, e que adota a postura de um justo juiz, pronto para administrar o castigo a todos aqueles que desafiam a sua autoridade (Mq 1.5; 6.7,8).
 
3. O Profeta Jeremias.
Seu nome significa “O Senhor estabelece”. Ele nasceu por volta de 647 a.C. na cidade de Anatote e era filho do sacerdote Hilquias (Jr 1.1). Ele recebeu, da parte de Deus, a difícil tarefa de advertir a nação sobre a invasão estrangeira e, consequentemente, a destruição de Jerusalém (Jr 9.11; 25.11; 27.21,22; 29.10; 32.28,29). Os falsos profetas, porém, anunciavam exatamente o contrário da predição de Jeremias, pois, segundo eles, haveria paz na nação (Jr 23.17). Por isso, Jeremias foi rejeitado, perseguido, preso e lançado em uma cisterna, como se fosse um malfeitor (Jr 11.21; 12.6; 20.2; 26.8,9; 37.15,16; 38.6). As profecias de Jeremias se cumpriram na íntegra (2Rs 25.1-21; 2Cr 36.20,21).
 
 
IV. OS PRINCIPAIS MOTIVOS DO CATIVEIRO DO REINO DE JUDÁ
1. A rejeição da Lei de Deus.
O povo de Judá se recusou a guardar a Lei de Deus (Dt 28.1-14) e recorreram a toda forma de idolatria e de práticas abomináveis diante de Deus (2Cr 24.18; 2Cr 36.21-23; Jr 8.2; 16.11).
 
2. A rejeição da correção de Deus.
O povo de Judá se recusou a aceitar as correções dos profetas de Deus. Eles desprezaram, maltrataram e escarneceram dos profetas do Senhor (2Cr 36.15,16; Jr 25.3,4; 32.3; 35.15; 38.6; 44.4), e deram “ouvidos” a mensagem dos falsos profetas (Jr 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).
 
 
V. COMO OCORREU O CATIVEIRO DO REINO DE JUDÁ
A destruição e o cativeiro de Judá ocorreram por causa da desobediência à aliança de Deus com seu povo (Dt 28.36,64). De acordo com o saudoso Pastor Antônio Gilberto, o cativeiro ocorreu em três fases. Vejamos:
 
1. A primeira fase. Em 606 a.C., Nabucodonosor (um dos maiores monarcas de todos os tempos), 2º rei do novo Império Babilônico, derrotou Jeoaquim, rei de Judá, prendendo-o. Levou cativos os membros da família real, inclusive Daniel (Dn 1.1-3,6). A contagem dos setenta anos de exílio começou nesta data. Três anos após, Jeoaquim rebelou-se contra Babilônia (2Rs 24.1).
 
2. A segunda fase. Em 597 a.C. Nabucodonosor volta. Saqueia o templo. Leva o rei Joaquim (filho de Jeoaquim) além de dez mil outros judeus, entre príncipes, oficiais e líderes - a aristocracia judaica. Põe Zedequias, irmão de Joaquim, como rei em lugar deste. Nesta leva foi também o profeta Ezequiel. (2Rs 24.10-17; 2Cr 36.9,10).  
 
3. A terceira fase. Em 587 a. C., os babilônicos reapareceram em Jerusalém. Incendiaram a cidade, derrubaram as suas muralhas, vazaram os olhos do rei Zedequias e o levaram acorrentado para a Babilônia, junto com outros cativos. Não sobrou no país senão um resto da classe mais pobre (2Rs 25.8-12; 2Cr 36.17-20; Jr 39; 52.28-30). Nabucodonosor levou quase 20 anos para consumar a destruição de Jerusalém. Cinco anos depois (em 582 a.C.), os babilônicos reapareceram mais uma vez e levaram mais cativos (Jr 52.30), mesmo depois de um grupo considerável, incluindo Jeremias haver fugido para o Egito (Jr 43). A queda de Jerusalém foi acompanhada pelo ministério de três grandes profetas: Jeremias, Ezequiel e Daniel.
 
 
VI. A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO PARA DO REINO DE JUDÁ
O Senhor, por intermédio do profeta Jeremias também enviou uma mensagem de esperança para Judá (Jr 3.16-18; 12.14,15; 23.3-8; e os capítulos 30 a 33). Tais referências relacionam-se com as alianças entre o Senhor e os antepassados de Israel, as quais garantiram a continuação da casa de Jacó e da linhagem real de Davi (Jr 33.26). Mesmo numa época em que já não havia justiça no país, e o paganismo estava se proliferando a cada dia, o Senhor assegurou, por intermédio do profeta Jeremias, que suas alianças eram tão invioláveis quanto o fato natural de o dia seguir a noite (Jr 31.36,37; 33.20-26). No livro das Lamentações de Jeremias, ele aponta pelo menos duas razões para termos esperança: (1) A ira do Senhor é de curta duração, mas, a sua misericórdia não tem fim (Lm 3.22); (2) O Senhor é bom e misericordioso para com aqueles que nEle esperam com humildade e arrependimento (Lm 3.24-27).
 
 
CONCLUSÃO
O cativeiro de Judá trouxe consequências drásticas e prejuízos irreparáveis para o povo judeu, como podemos ver no livro das Lamentações de Jeremias. Além da destruição do templo e da cidade de Jerusalém, ocorreram muitas mortes, fome, desprezo e miséria para os poucos que ficaram na Terra; além da deportação para Babilônia da grande maioria do povo judeu. Tudo isto poderia ter sido evitado, se o povo de Judá e de Jerusalém atentassem para a Palavra de Deus e para a mensagem dos seus profetas. E, foram escritas, para servir de alerta e de advertência, não apenas para o povo judeu, mas, também, para cada um de nós!
 

 
 
REFERÊNCIAS
ü  ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Revelação Profética. SBB.
ü  ELISSEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA.
ü  GILBERTO, Antônio. Bibliologia. EETAD.
ü  POMMERENING, Claiton Ivan. O Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação. CPAD.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 Adaptações Amigo da EBD.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

LIÇÃO 13 - O CATIVEIRO DE JUDÁ (VÍDEO AULA)







QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2021

 
 
 
 
 
 VIGILÂNCIA, JUSTIÇA E O CULTO A DEUS 
Um Chamado para a Igreja nos Escritos
dos Profetas Menores.
 

 
 
 




Lição 12
 
Hora da Revisão
A respeito de “Zacarias: O Messias, A Pedra Angular”, responda:
 
 
1. Quem foi Zacarias?
Um sacerdote e profeta, que fez parte do primeiro grupo que retornou à Jerusalém sob a liderança de Zorobabel.
 
2. Qual a distância de tempo entre as profecias dos capítulos 1-8 para os capítulos 9-14?
Quarenta anos aproximadamente. Enquanto os oito primeiros capítulos apresentam profecias entregues entre 520-518 a.C., acreditamos que os capítulos 9-14 apresentam profecias próximas a 480 a.C.
 
3. Fale sobre a singularidade do livro de Zacarias.
É o livro mais escatológico de todo o Antigo Testamento e, também, é o livro mais extenso entre os profetas menores.
 
4. Quando Zacarias foi questionado se o jejum deveria continuar, qual foi sua resposta?
Eles deveriam entender o porquê do jejum, os judeus deveriam continuar com a prática, mudando a atitude em relação ao ritual. Deveriam fazer de coração e não por obrigação.
 
5. As profecias messiânicas em Zacarias descrevem quais acontecimentos?
Falam da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém montado em um jumentinho, apresentam sua traição por trinta moedas de prata, sua morte e seu sofrimento, assim como também anunciam sua Segunda Vinda em glória como rei vitorioso.
 

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2021


 
 
 
 
 
  O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM
  MEIO À INFIDELIDADE DA NAÇÃO
As Correções e os Ensinamentos Divinos
no Período dos Reis de Israel.
 

 
 
 
 



Lição 12

Para Refletir
A respeito de “O Reinado de Josias”, responda:
 
 
Por que Josias foi considerado um dos melhores reis de todo o Israel?
Porque expurgou o país de todas as falsas divindades ali colocadas por seus ancestrais; e iniciou em seu reino a maior e mais impactante renovação espiritual vista entre todas as tribos de Israel.
 
Quem foi o primeiro a ler o livro da Lei de Moisés após ser encontrado?
O escrivão Safã.
 
O que a leitura do livro da Lei causou no povo?
Ao ouvirem a leitura do Livro da Lei, o povo preparou o coração para uma nova aliança com o Senhor.
 
Quanto tempo depois do início do reinado de Josias a Páscoa foi comemorada?
Somente depois de dezoito anos de reinado foi que Josias conseguiu comemorar a primeira Páscoa.
 
Qual o sentido da Páscoa para todo o Israel?
Ela relembrava a proteção divina e o livramento da escravidão no Egito.

 

sábado, 18 de setembro de 2021

LIÇÃO 12 – O REINADO DE JOSIAS


 

 
 2Rs 22.3-5,8; 23.2-5,21,22,25 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre um dos monarcas mais piedosos do reino do Sul, o rei Josias; veremos também, algumas das principais marcas que caracterizaram o seu reinado; e, por fim, elencaremos alguns dos resultados do avivamento experimentado em sua gestão.
 

I. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE JOSIAS
1. Nome. Advém do hebraico: “yoshiyahu”, que significa “o Senhor sustenta” (DOUGLAS, 2006, p.722 - acréscimo nosso). A primeira vez que o nome do rei Josias é mencionado nas Escrituras é decorrente de uma profecia dita no período do rei Jeroboão I, por um homem de Deus (cujo nome não é mencionado), segundo a qual um filho da casa de Davi, destruiria o altar idólatra levantado em Betel, assim como seus sacerdotes (1Rs 13.1,2); Essa profecia foi cumprida cerca de trezentos anos mais tarde (2Rs 23.15-16), ficando claro, já de início na biografia de Josias, a grandeza e a soberania de Deus na história humana (Is 42.9; 44.26-28; 46.10; 48.5-7).
 
2. Família. Os referenciais de Josias dentro de casa eram os mais negativos possíveis. Ele era neto do ímpio rei Manassés, que reinou durante 55 anos, perseguindo as pessoas piedosas e reprimindo a adoração monoteísta em Judá, e era filho de Amon, que governou 2 anos, superando as práticas malignas de Manassés (2Rs 21.19-22; 2Cr 33.23). O Nome da mãe de Josias era Jedida, filha de Adaías, de Bozcote (2Rs 22.1), sobre quem, biblicamente, não temos mais informações.
 
3. Contexto histórico. Não bastasse o declínio espiritual, moral e político vivenciado pela nação de Judá durante os reinados de Manassés e Amon, Josias experimenta, sendo ainda uma criança, o evento da morte trágica de seu pai, alvo de uma conspiração (cujas razões são desconhecidas), quando foi assassinado pelos seus próprios servos, dentro de sua casa (2Rs 21.23). O povo, porém, não aceitou esse golpe e executou os assassinos do rei Amon, nomeando Josias como o novo rei de Judá (2Rs 21.24).
 

II. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO REINADO DE JOSIAS
Josias foi constituído rei com 8 anos de idade, passando a ser o 16º monarca da dinastia de Judá e chegando a reinar por um período de 31 anos (2Rs 22.1). Vejamos as principais marcas desse reinado:
 
1. Um reino marcado pela piedade.
A despeito da impiedade de seus antecessores, Josias se dedicou a viver no centro da vontade de Deus, mesmo tendo pouca idade (2Cr 34.3). Vemos que ele se esforçou em: a) agradar ao Senhor: “E fez o que era reto aos olhos do SENHOR [...]”; b) tomou para si referenciais positivos: “[...] e andou em todo o caminho de Davi, seu pai”; c) de forma perseverante: “[...] e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda” (2Rs 22.2); d) de maneira sincera e sem reservas: “que se convertesse ao SENHOR com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças” (2Rs 23.25b); e, e) de maneira singular: “E antes dele não houve rei semelhante [...] e, depois dele, nunca se levantou outro tal” (2Rs 23.25). Não há dúvidas de que Josias foi um grande rei, pois até mesmo o profeta Jeremias usou-o como um exemplo a ser seguido por outros governantes. “Julgou a causa do aflito e do necessitado [...]” (Jr 22.16a), afirmou Jeremias acerca de Josias, ao passo que os reis que o sucederam exploraram o povo, a fim de construir palácios luxuosos (Jr 22.13-15,17). Deixou Josias para nós um grande exemplo de um servo que deseja ter uma vida piedosa (1Tm 4.7,8; 6.11; 2Pd 1.5,6; 3.11).
 
2. Um reino marcado pelo quebrantamento.
O rei Josias demonstrou uma profunda sensibilidade e quebrantamento em relação a Deus. Ele conduz o povo a consultar ao Senhor para pedir a sua direção (2Rs 22.13,18). Ao ouvir as palavras do Livro da Lei, o rei rasgou as suas vestes em sinal de verdadeiro arrependimento e humildade diante do Senhor (2Rs 22.11). Tal atitude mostra o quebrantamento que sentiu esse piedoso rei diante dos castigos pronunciados pelo Senhor ao povo de Israel pela desobediência (2Rs 22.16,17). O Senhor não ignorou o clamor humilde de arrependimento do rei (2Rs 22.18,19). O verdadeiro arrependimento, isto é, o voltar-se para o Senhor com o espírito humilde e quebrantado, toca o coração de Deus (Sl 34.18; 51.16-17). Assim aconteceu, por exemplo, com Acabe (1Rs 21.27-29), Ezequias (2Rs 20.2) e o povo de Nínive (Jn 3.7-10).
 
3. Um reino marcado pela ação profética.
Além da profetisa Hulda, que exerceu um papel muito importante no reinado de Josias (2Rs 22.14-20; 2Cr 34.22-28), vemos a atuação de profetas como Sofonias e Jeremias que profetizaram durante esse período (Sf 1.1; Jr 1.2,3) (MEARS, 1997, p. 285). A única diferença entre ambos é que Sofonias profetizou no início do reinado de Josias, pois ele protestou contra a idolatria, que foi removida em seguida, numa grande reforma religiosa (Sf 1.2- 6; 3.1-7), e o profeta Jeremias iniciou seu ministério no final de reinado de Josias (Jr 1.2). 
 

III. O AVIVAMENTO NO REINADO DE JOSIAS
O reinado de Josias é a prova cabal de que é possível ser leal ao Senhor, viver afastado da imoralidade do mundo e experimentar um real avivamento em sua presença. Vejamos resultados do verdadeiro avivamento:
 
1. Reparação do lugar da adoração.
Uma das primeiras atitudes piedosas de Josias foi restaurar o lugar separado para adoração a Deus. O Templo em Jerusalém era o centro da adoração e da vida religiosa para os judeus. Era no Templo que se ofereciam holocaustos e sacrifícios ao Senhor (1Rs 8.64; 9.25; 1Cr 16.39,40). Em função da importância que esse lugar tinha, Josias mandou reparar a casa de Deus, que estava, até então, desprezada (2Rs 22.5). No décimo oitavo ano de seu reinado, quando estava com 26 anos de idade, criou um programa de reparos no templo (2Cr 34.8,10), em que ordenou a disponibilidade de recursos financeiros e homens para supervisionar a restauração do lugar da adoração (2Rs 22.3,6,7,9). O amor ao templo, aos cultos, ao lugar da adoração coletiva são alguns dos sinais evidentes de um genuíno avivamento (Sl 122.1; At 2.44,46).
 
2. Retorno à centralidade das Escrituras.
Enquanto os trabalhadores faziam os reparos, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei. Após ouvir o seu conteúdo, Josias “rasgou as suas vestes” (2Rs 22.8,11-b). Tal atitude mostra o quebrantamento que sentiu esse piedoso rei diante dos castigos pronunciados pelo Senhor ao povo de Israel. Gardner (1999, pp. 386,387) diz que este livro provavelmente foi Deuteronômio, pelos seguintes motivos: a) as especificações do lugar central de adoração, a destruição dos lugares altos (Dt 12.1-3); b) maldições resultantes da desobediência (Dt 27 e 28); a celebração da Páscoa (Dt 16.1-8); e, c) a cerimônia da renovação da aliança (Dt 27; 31; 2Cr 34.30-32; 2Rs 23.2). O Registro Sagrado diz que o rei Josias: a) achou a Palavra dentro da Casa do Senhor, por meio do sumo sacerdote (2Rs 22.8); b) o escriba leu a Palavra diante do rei (2Rs 22.10); c) temeu a Palavra (2Rs 22.11); e d) agiu por causa da Palavra (escrita e profética), promovendo uma grande reforma religiosa em Judá, pois deu ouvidos à voz do Senhor (2Rs 22.11-20; 23.1-3). Não é possível haver mudanças sem os parâmetros da Palavra de Deus (Ne 8.13,18).
 
3. Renovação da aliança com Deus.
Diante do que tinha ouvido pela palavra de Deus (2Rs 23.2), Josias toma a atitude, juntamente com todo o povo, de reatar a aliança com o Senhor, demonstrando o comprometimento público de que iriam obedecer à lei de Deus: “E o rei se pôs em pé junto à coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto” (2Rs 23.3; ver 2Cr 34.31,32). Assim como Moisés (Êx 24.3-8) e Josué (Js 8.34,35), anteriores a Josias, este seguiu o antigo padrão de justa liderança (Dt 17.18-20; 31.9-13) e reuniu o povo para renovar a aliança com Deus (Js 24). Não basta dizer que acreditamos no que é correto. Devemos responder com feitos e fazer o que a fé requer. O verdadeiro avivamento gera a obediência. Isto é o que o apóstolo Tiago estava enfatizando quando escreveu: “a fé sem obras é morta” (Tg 2.20).
 
4. Restauração do culto monoteísta.
Foi em seu reinado que o culto a Deus foi restaurado, e freou-se o grave deterioramento que a religiosidade judaica estava sofrendo. Josias empreendeu a reforma do culto em Jerusalém (2Rs 22.3; 23.25; 2Cr 34.8; 35.19). Como demonstração pública da renovação da aliança com Deus (2Rs 23.3), Josias deu ordens para que fossem retirados do templo os utensílios e demais elementos relacionados à idolatria, assim como os ídolos que eram venerados de forma institucional (2Rs 23.4,6-14). O real avivamento nos impulsiona a uma adoração sincera e privativa para Deus, ficando evidente que Deus deve ser a figura central de nossa vida e de nossa adoração (Sl 18.31; 115.1; Mt 4.10; Rm 11.36).
 
5. Valorização do sagrado.
A partir do momento em que o povo se converte a Deus, passa a viver de forma consagrada, quebrando todos os vínculos que até então tinha com o pecado e valorizando tudo aquilo que pertencia a Deus, o que vemos nas seguintes ações: a) Destituiu sacerdotes ilegítimos (2Rs 23.5), e estabeleceu os que de fato eram habilitados para o serviço sagrado (2Cr 35.2); b) Tirou a imoralidade do meio do povo (2Rs 23.7); c) Celebrou a Páscoa que há muito não era comemorada (2Rs 23.21-23; 2Cr 35.18); d) Removeu toda prática de feitiçaria do meio da nação (2Rs 23.24); e (e) Reconduziu a arca da aliança para o lugar adequado (2Cr 35.3). A ordem de Josias para tal feito significa que a arca da aliança, que representava a presença do Senhor (Nm 10.34,35; 1Sm 4.21,22), tinha sido removida do templo. Contudo, uma vez purificado e restaurado o templo, a arca podia retornar ao seu lugar (Sl 26.8).


CONCLUSÃO
A vida e reinado de Josias são a prova cabal de que é possível ser fiel ao Senhor, viver uma vida de santificação e experimentar um verdadeiro avivamento.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  MEARS, Henrietta C. Estudo Panorâmico da Bíblia. VIDA.
Ø RADMACHER E; ALLEN R. B; HOUSE H.W. O Novo Comentário Bíblico AT. CENTRAL GOSPEL.
Ø  SILVA, Severino Pedro da. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. GEOGRÁFICA.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.