sábado, 25 de setembro de 2021

LIÇÃO 13 – O CATIVEIRO DE JUDÁ



 
 
 
 
 2Rs 24.18-20; 25.1-10
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre estudaremos sobre o cativeiro de Judá, também conhecido como Reino do Sul. Apesar do povo judeu saber o que havia ocorrido com o Reino do Norte, que havia sido levado para Assíria (2Rs 17.20-24), Judá não perseverou em seguir ao Senhor, e cometeu os mesmos pecados de Israel, tornando inevitável o Cativeiro Babilônico. Nesta lição traremos um breve panorama dos reis do Reino do Sul; explicaremos a tríplice decadência de Judá; destacaremos algumas advertências dos profetas levantados por Deus antes do cativeiro; citaremos os principais motivos do cativeiro de Judá; destacaremos como ocorreu o cativeiro babilônico; e, finalmente, mencionaremos a promessa de restauração.
 
 
I. BREVE PANORAMA DO REINO DE JUDÁ
O Reino do Sul durou cerca de 345 anos (de 931 a 586 a.C.) e teve vinte reis (incluindo a rainha Atalia). Diferente do Reino do Norte, que só teve reis maus, Judá teve, ao menos, oito reis bons: Asa, Josafá, Joás, Amazias, Azarias, Jotão, Ezequiel e Josias, como veremos a seguir:
 
1. Roboão - 931 a 913 a.C. Foi um rei mau (1Rs 14.21,22).
11. Jotão - 750 a 732 a.C. Foi um bom rei (2Rs 15.32-34).
2. Abias - 913 a 911 a.C. Foi um rei mau (1Rs 15.1-3).
12. Acaz 743 a 728 a.C. Foi um rei mau (2Rs 16.1,2).
3. Asa - 911 a 870 a.C. Foi um bom rei (1Rs 15.9-11).
13. Ezequias - 728 a 698 a.C. Foi um bom rei (2Rs 18.1-3).
4. Josafá - 872 a 848 a.C. Foi um bom rei (1Rs 22.41-43).
14. Manassés - 698 a 643 a.C. Foi um rei mau (2Rs 21.1,2).
5. Jeorão - 848 a 841 a.C. Foi um rei mau (2Rs 8.16-18).
15. Amom - 643 a 641 a.C. Foi um rei mau (2Rs 21.19,20).
6. Acazias - 841 a.C. Foi um rei mau (2Rs 8.25-27).
16. Josias - 641 a 609 a.C. Foi um bom rei (2Rs 22.1,2).
7. Atalia - 841 a 835 a.C. Foi uma rainha má (2Cr 22.12).
17. Jeoacaz - 609 a.C. Foi um rei mau (2Rs 23.31,32).
8. Joás - 835 a 796 a.C. Foi um bom rei (2Rs 12.1,2).
18. Jeoaquim - 609 a 598 a.C. Foi um rei mau (2Rs 23.36).
9. Amazias - 796 a 767 a.C. Foi um bom rei (2Rs 14.1-3).
19. Joaquim - 598 a.C. Foi um rei mau (2Rs 24.8,9).
10. Azarias - 792 a 740 a.C. Foi um bom rei (2Rs 15.1-3).
20. Zedequias - 598 a 586 a.C. Foi um rei mau (2Rs 24.19).
 
 
II. A TRÍPLICE DECADÊNCIA DO REINO DE JUDÁ
1. A Decadência Política.
A grande maioria dos reis de Judá foram maus. Além de não guardarem a Palavra de Deus, eles fizeram o que era mau aos olhos do Senhor e conduziram o povo a rebelião contra Deus (2Cr 12.1; 22.1-5; 28.1-4; 33.1-10,21-23). O rei Manassés, por exemplo, tornou a edificar os altos que o rei Ezequias, seu pai, havia destruído; edificou altares a outros deuses no Templo, em Jerusalém; ofereceu seu filho a Moloque; e, instituiu agoureiros e feiticeiros em Jerusalém, provocando a ira do Senhor (2Rs 21.1-18; 2Cr 33.1-10).
 
2. A Decadência Social.
O mau exemplo dos reis de Judá, inevitavelmente, resultou em decadência social na nação. Dentre os muitos pecados cometidos pela nação, podemos citar: avareza, violência, contenda, litígio, embriaguez, imoralidade, prostituição, suborno e injustiça nos tribunais (Jr 5.8; 6.7,13; 9.2; Mq 3.9-12; Hc 1.3,4; 2.15). A situação moral de Jerusalém era tão drástica, que o próprio Deus chegou a compará-la as cidades de Sodoma e Gomorra (Jr 23.14).
 
3. A Decadência Religiosa.
Como se não bastasse a decadência política e social, a nação estava enfrentando uma decadência religiosa, que os conduziu a apostasia (Jr 2.32; 3.8-13,21; 8.9,10; 9.2,3). A adoração a ídolos tornou-se comum em Jerusalém (Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21). Além disso, os sacerdotes e profetas falavam enganosamente em Nome de Deus (Jr 5.31; 6.13; 23.9-21) e profetizavam que haveria paz, prosperidade, e segurança para o povo, quando este achava-se em pecado diante de Deus (Jr 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).
 
 
III. AS ADVERTÊNCIAS DOS PROFETAS AO REINO DE JUDÁ
Assim como ocorreu com o Reino do Norte (2Rs 17.13), Deus enviou profetas para advertir o povo e chamá-los ao arrependimento. Dentre os profetas levantados por Deus, antes do Cativeiro, destacamos três: Isaías, Miqueias e Jeremias.
 
1. O Profeta Isaías.
Seu nome significa “Salvação” ou “salvação de Jeová”. Seu ministério profético foi centralizado em Jerusalém, durante o reinado de quatro reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1) e abrangeu mais de meio século. Isaías denunciou e advertiu Judá pela sua idolatria, imoralidade e injustiças sociais durante um período de prosperidade enganadora (Is 1.2-7, 16,17, 21-23; 2.6-8; 3.8,9; 5.8-11,18-23; 10.1,2). Além disso, ele exortou o povo a confiar somente no Senhor (Is 30.1-17).
 
2. O Profeta Miqueias.
Seu nome significa “Quem é como Yahweh?”. O profeta Miqueias predisse, com exatidão, a destruição do povo de Judá e de Jerusalém (Reino do Sul) em consequência dos seus graves pecados (Mq 4.9-11). O profeta Miqueias denunciou os falsos profetas (Mq 3.5,6,7), os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e os conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus (Mq 3.9-12; 4.12). As palavras do profeta Miqueias demonstram que Deus odeia o pecado, e que adota a postura de um justo juiz, pronto para administrar o castigo a todos aqueles que desafiam a sua autoridade (Mq 1.5; 6.7,8).
 
3. O Profeta Jeremias.
Seu nome significa “O Senhor estabelece”. Ele nasceu por volta de 647 a.C. na cidade de Anatote e era filho do sacerdote Hilquias (Jr 1.1). Ele recebeu, da parte de Deus, a difícil tarefa de advertir a nação sobre a invasão estrangeira e, consequentemente, a destruição de Jerusalém (Jr 9.11; 25.11; 27.21,22; 29.10; 32.28,29). Os falsos profetas, porém, anunciavam exatamente o contrário da predição de Jeremias, pois, segundo eles, haveria paz na nação (Jr 23.17). Por isso, Jeremias foi rejeitado, perseguido, preso e lançado em uma cisterna, como se fosse um malfeitor (Jr 11.21; 12.6; 20.2; 26.8,9; 37.15,16; 38.6). As profecias de Jeremias se cumpriram na íntegra (2Rs 25.1-21; 2Cr 36.20,21).
 
 
IV. OS PRINCIPAIS MOTIVOS DO CATIVEIRO DO REINO DE JUDÁ
1. A rejeição da Lei de Deus.
O povo de Judá se recusou a guardar a Lei de Deus (Dt 28.1-14) e recorreram a toda forma de idolatria e de práticas abomináveis diante de Deus (2Cr 24.18; 2Cr 36.21-23; Jr 8.2; 16.11).
 
2. A rejeição da correção de Deus.
O povo de Judá se recusou a aceitar as correções dos profetas de Deus. Eles desprezaram, maltrataram e escarneceram dos profetas do Senhor (2Cr 36.15,16; Jr 25.3,4; 32.3; 35.15; 38.6; 44.4), e deram “ouvidos” a mensagem dos falsos profetas (Jr 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).
 
 
V. COMO OCORREU O CATIVEIRO DO REINO DE JUDÁ
A destruição e o cativeiro de Judá ocorreram por causa da desobediência à aliança de Deus com seu povo (Dt 28.36,64). De acordo com o saudoso Pastor Antônio Gilberto, o cativeiro ocorreu em três fases. Vejamos:
 
1. A primeira fase. Em 606 a.C., Nabucodonosor (um dos maiores monarcas de todos os tempos), 2º rei do novo Império Babilônico, derrotou Jeoaquim, rei de Judá, prendendo-o. Levou cativos os membros da família real, inclusive Daniel (Dn 1.1-3,6). A contagem dos setenta anos de exílio começou nesta data. Três anos após, Jeoaquim rebelou-se contra Babilônia (2Rs 24.1).
 
2. A segunda fase. Em 597 a.C. Nabucodonosor volta. Saqueia o templo. Leva o rei Joaquim (filho de Jeoaquim) além de dez mil outros judeus, entre príncipes, oficiais e líderes - a aristocracia judaica. Põe Zedequias, irmão de Joaquim, como rei em lugar deste. Nesta leva foi também o profeta Ezequiel. (2Rs 24.10-17; 2Cr 36.9,10).  
 
3. A terceira fase. Em 587 a. C., os babilônicos reapareceram em Jerusalém. Incendiaram a cidade, derrubaram as suas muralhas, vazaram os olhos do rei Zedequias e o levaram acorrentado para a Babilônia, junto com outros cativos. Não sobrou no país senão um resto da classe mais pobre (2Rs 25.8-12; 2Cr 36.17-20; Jr 39; 52.28-30). Nabucodonosor levou quase 20 anos para consumar a destruição de Jerusalém. Cinco anos depois (em 582 a.C.), os babilônicos reapareceram mais uma vez e levaram mais cativos (Jr 52.30), mesmo depois de um grupo considerável, incluindo Jeremias haver fugido para o Egito (Jr 43). A queda de Jerusalém foi acompanhada pelo ministério de três grandes profetas: Jeremias, Ezequiel e Daniel.
 
 
VI. A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO PARA DO REINO DE JUDÁ
O Senhor, por intermédio do profeta Jeremias também enviou uma mensagem de esperança para Judá (Jr 3.16-18; 12.14,15; 23.3-8; e os capítulos 30 a 33). Tais referências relacionam-se com as alianças entre o Senhor e os antepassados de Israel, as quais garantiram a continuação da casa de Jacó e da linhagem real de Davi (Jr 33.26). Mesmo numa época em que já não havia justiça no país, e o paganismo estava se proliferando a cada dia, o Senhor assegurou, por intermédio do profeta Jeremias, que suas alianças eram tão invioláveis quanto o fato natural de o dia seguir a noite (Jr 31.36,37; 33.20-26). No livro das Lamentações de Jeremias, ele aponta pelo menos duas razões para termos esperança: (1) A ira do Senhor é de curta duração, mas, a sua misericórdia não tem fim (Lm 3.22); (2) O Senhor é bom e misericordioso para com aqueles que nEle esperam com humildade e arrependimento (Lm 3.24-27).
 
 
CONCLUSÃO
O cativeiro de Judá trouxe consequências drásticas e prejuízos irreparáveis para o povo judeu, como podemos ver no livro das Lamentações de Jeremias. Além da destruição do templo e da cidade de Jerusalém, ocorreram muitas mortes, fome, desprezo e miséria para os poucos que ficaram na Terra; além da deportação para Babilônia da grande maioria do povo judeu. Tudo isto poderia ter sido evitado, se o povo de Judá e de Jerusalém atentassem para a Palavra de Deus e para a mensagem dos seus profetas. E, foram escritas, para servir de alerta e de advertência, não apenas para o povo judeu, mas, também, para cada um de nós!
 

 
 
REFERÊNCIAS
ü  ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Revelação Profética. SBB.
ü  ELISSEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA.
ü  GILBERTO, Antônio. Bibliologia. EETAD.
ü  POMMERENING, Claiton Ivan. O Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação. CPAD.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 Adaptações Amigo da EBD.

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