2Rs 24.18-20;
25.1-10
INTRODUÇÃO
Nesta última lição
do trimestre estudaremos sobre o cativeiro de Judá, também conhecido como Reino
do Sul. Apesar do povo judeu saber o que havia ocorrido com o Reino do Norte,
que havia sido levado para Assíria (2Rs 17.20-24), Judá não perseverou em seguir
ao Senhor, e cometeu os mesmos pecados de Israel, tornando inevitável o
Cativeiro Babilônico. Nesta lição traremos um breve panorama dos reis do Reino
do Sul; explicaremos a tríplice decadência de Judá; destacaremos algumas
advertências dos profetas levantados por Deus antes do cativeiro; citaremos os
principais motivos do cativeiro de Judá; destacaremos como ocorreu o cativeiro
babilônico; e, finalmente, mencionaremos a promessa de restauração.
I.
BREVE PANORAMA DO REINO DE JUDÁ
O Reino do Sul durou cerca de 345
anos (de 931 a 586 a.C.) e teve vinte reis (incluindo a rainha Atalia).
Diferente do Reino do Norte, que só teve reis maus, Judá teve, ao menos, oito
reis bons: Asa, Josafá, Joás, Amazias, Azarias, Jotão, Ezequiel e Josias, como
veremos a seguir:
1.
Roboão - 931 a 913 a.C. Foi um rei mau (1Rs 14.21,22).
|
11.
Jotão - 750 a 732 a.C. Foi um bom rei (2Rs 15.32-34).
|
2.
Abias - 913 a 911 a.C. Foi um rei mau (1Rs 15.1-3).
|
12.
Acaz 743 a 728 a.C. Foi um rei mau (2Rs 16.1,2).
|
3.
Asa - 911 a 870 a.C. Foi um bom rei (1Rs 15.9-11).
|
13.
Ezequias - 728 a 698 a.C. Foi um bom rei (2Rs 18.1-3).
|
4.
Josafá - 872 a 848 a.C. Foi um bom rei (1Rs 22.41-43).
|
14.
Manassés - 698 a 643 a.C. Foi um rei mau (2Rs 21.1,2).
|
5.
Jeorão - 848 a 841 a.C. Foi um rei mau (2Rs 8.16-18).
|
15.
Amom - 643 a 641 a.C. Foi um rei mau (2Rs 21.19,20).
|
6.
Acazias - 841 a.C. Foi um rei mau (2Rs 8.25-27).
|
16.
Josias - 641 a 609 a.C. Foi um bom rei (2Rs 22.1,2).
|
7.
Atalia - 841 a 835 a.C. Foi uma rainha má (2Cr 22.12).
|
17.
Jeoacaz - 609 a.C. Foi um rei mau (2Rs 23.31,32).
|
8.
Joás - 835 a 796 a.C. Foi um bom rei (2Rs 12.1,2).
|
18.
Jeoaquim - 609 a 598 a.C. Foi um rei mau (2Rs 23.36).
|
9.
Amazias - 796 a 767 a.C. Foi um bom rei (2Rs 14.1-3).
|
19.
Joaquim - 598 a.C. Foi um rei mau (2Rs 24.8,9).
|
10.
Azarias - 792 a 740 a.C. Foi um bom rei (2Rs 15.1-3).
|
20.
Zedequias - 598 a 586 a.C. Foi um rei mau (2Rs 24.19).
|
II. A TRÍPLICE
DECADÊNCIA DO REINO DE JUDÁ
1. A Decadência Política.
A grande maioria dos reis de Judá foram maus. Além de não
guardarem a Palavra de Deus, eles fizeram o que era mau aos olhos do Senhor e
conduziram o povo a rebelião contra Deus (2Cr 12.1; 22.1-5; 28.1-4;
33.1-10,21-23). O rei Manassés, por exemplo, tornou a edificar os altos que o
rei Ezequias, seu pai, havia destruído; edificou altares a outros deuses no
Templo, em Jerusalém; ofereceu seu filho a Moloque; e, instituiu agoureiros e
feiticeiros em Jerusalém, provocando a ira do Senhor (2Rs 21.1-18; 2Cr 33.1-10).
2. A Decadência Social.
O mau exemplo dos reis de Judá, inevitavelmente, resultou em
decadência social na nação. Dentre os muitos pecados cometidos pela nação,
podemos citar: avareza, violência, contenda, litígio, embriaguez, imoralidade,
prostituição, suborno e injustiça nos tribunais (Jr 5.8; 6.7,13; 9.2; Mq
3.9-12; Hc 1.3,4; 2.15). A situação moral de Jerusalém era tão drástica, que o
próprio Deus chegou a compará-la as cidades de Sodoma e Gomorra (Jr 23.14).
3. A Decadência Religiosa.
Como se não bastasse a decadência política e social, a nação
estava enfrentando uma decadência religiosa, que os conduziu a apostasia (Jr
2.32; 3.8-13,21; 8.9,10; 9.2,3). A adoração a ídolos tornou-se comum em
Jerusalém (Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21). Além disso, os sacerdotes e
profetas falavam enganosamente em Nome de Deus (Jr 5.31; 6.13; 23.9-21) e
profetizavam que haveria paz, prosperidade, e segurança para o povo, quando
este achava-se em pecado diante de Deus (Jr 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).
III. AS ADVERTÊNCIAS
DOS PROFETAS AO REINO DE JUDÁ
Assim como ocorreu com o Reino do Norte (2Rs 17.13), Deus
enviou profetas para advertir o povo e chamá-los ao arrependimento. Dentre os
profetas levantados por Deus, antes do Cativeiro, destacamos três: Isaías,
Miqueias e Jeremias.
1. O Profeta Isaías.
Seu nome significa “Salvação” ou “salvação de Jeová”. Seu
ministério profético foi centralizado em Jerusalém, durante o reinado de quatro
reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1) e abrangeu mais de meio
século. Isaías denunciou e advertiu Judá pela sua idolatria, imoralidade e
injustiças sociais durante um período de prosperidade enganadora (Is 1.2-7,
16,17, 21-23; 2.6-8; 3.8,9; 5.8-11,18-23; 10.1,2). Além disso, ele exortou o
povo a confiar somente no Senhor (Is 30.1-17).
2. O Profeta
Miqueias.
Seu nome significa
“Quem é como Yahweh?”. O profeta Miqueias predisse, com exatidão, a destruição
do povo de Judá e de Jerusalém (Reino do Sul) em consequência dos seus graves
pecados (Mq 4.9-11). O profeta Miqueias denunciou os falsos profetas (Mq
3.5,6,7), os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e
os conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de
Deus (Mq 3.9-12; 4.12). As palavras do profeta
Miqueias demonstram que Deus odeia o pecado, e que adota a postura de um justo
juiz, pronto para administrar o castigo a todos aqueles que desafiam a sua
autoridade (Mq 1.5; 6.7,8).
3. O Profeta Jeremias.
Seu nome significa “O Senhor estabelece”. Ele nasceu por
volta de 647 a.C. na cidade de Anatote e era filho do sacerdote Hilquias (Jr
1.1). Ele recebeu, da parte de Deus, a difícil tarefa de advertir a nação sobre
a invasão estrangeira e, consequentemente, a destruição de Jerusalém (Jr 9.11;
25.11; 27.21,22; 29.10; 32.28,29). Os falsos profetas, porém, anunciavam
exatamente o contrário da predição de Jeremias, pois, segundo eles, haveria paz
na nação (Jr 23.17). Por isso, Jeremias foi rejeitado, perseguido, preso e lançado
em uma cisterna, como se fosse um malfeitor (Jr 11.21; 12.6; 20.2; 26.8,9;
37.15,16; 38.6). As profecias de Jeremias se cumpriram na íntegra (2Rs 25.1-21;
2Cr 36.20,21).
IV. OS PRINCIPAIS MOTIVOS DO CATIVEIRO DO
REINO DE JUDÁ
1. A rejeição
da Lei de Deus.
O povo de Judá se recusou a guardar a Lei de Deus (Dt
28.1-14) e recorreram a toda forma de idolatria e de práticas abomináveis
diante de Deus (2Cr 24.18; 2Cr 36.21-23; Jr 8.2; 16.11).
2. A
rejeição da correção de Deus.
O povo de Judá se recusou a aceitar as correções dos profetas
de Deus. Eles desprezaram, maltrataram e escarneceram dos profetas do Senhor
(2Cr 36.15,16; Jr 25.3,4; 32.3; 35.15; 38.6; 44.4), e deram “ouvidos” a
mensagem dos falsos profetas (Jr 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).
V. COMO OCORREU O CATIVEIRO DO REINO DE JUDÁ
A destruição e
o cativeiro de Judá ocorreram por causa da desobediência à aliança de Deus com
seu povo (Dt 28.36,64). De acordo com o saudoso Pastor Antônio Gilberto, o cativeiro
ocorreu em três fases. Vejamos:
1. A
primeira fase. Em
606 a.C., Nabucodonosor (um dos maiores monarcas de todos os tempos), 2º rei do novo Império Babilônico, derrotou Jeoaquim, rei de Judá, prendendo-o. Levou cativos os membros da família real, inclusive Daniel (Dn 1.1-3,6). A contagem dos setenta anos de exílio começou nesta data. Três anos após, Jeoaquim rebelou-se contra Babilônia (2Rs 24.1).
2. A
segunda fase. Em 597
a.C. Nabucodonosor volta. Saqueia o templo. Leva o rei Joaquim (filho de Jeoaquim) além de dez mil outros judeus, entre príncipes, oficiais e líderes - a aristocracia judaica. Põe Zedequias, irmão de Joaquim, como rei em lugar deste. Nesta leva foi também o profeta Ezequiel. (2Rs 24.10-17; 2Cr 36.9,10).
3. A
terceira fase. Em
587 a. C., os babilônicos reapareceram em Jerusalém. Incendiaram a cidade,
derrubaram as suas muralhas, vazaram os olhos do rei Zedequias e o levaram
acorrentado para a Babilônia, junto com outros cativos. Não sobrou no país
senão um resto da classe mais pobre (2Rs 25.8-12; 2Cr 36.17-20; Jr 39; 52.28-30). Nabucodonosor levou quase 20 anos para consumar a destruição de Jerusalém. Cinco anos depois (em 582 a.C.), os babilônicos reapareceram mais uma vez e levaram mais cativos (Jr 52.30), mesmo depois de um grupo considerável, incluindo
Jeremias haver fugido para o Egito (Jr 43). A queda de Jerusalém foi
acompanhada pelo ministério de três grandes profetas: Jeremias, Ezequiel e
Daniel.
VI.
A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO PARA DO REINO DE JUDÁ
O Senhor, por
intermédio do profeta Jeremias também enviou uma mensagem de esperança para
Judá (Jr 3.16-18; 12.14,15; 23.3-8; e os capítulos 30 a 33). Tais referências
relacionam-se com as alianças entre o Senhor e os antepassados de Israel, as
quais garantiram a continuação da casa de Jacó e da linhagem real de Davi (Jr
33.26). Mesmo numa época em que já não havia justiça no país, e o paganismo
estava se proliferando a cada dia, o Senhor assegurou, por intermédio do
profeta Jeremias, que suas alianças eram tão invioláveis quanto o fato natural
de o dia seguir a noite (Jr 31.36,37; 33.20-26). No livro das Lamentações de
Jeremias, ele aponta pelo menos duas razões para termos esperança: (1) A ira do
Senhor é de curta duração, mas, a sua misericórdia não tem fim (Lm 3.22); (2) O
Senhor é bom e misericordioso para com aqueles que nEle esperam com humildade e
arrependimento (Lm 3.24-27).
CONCLUSÃO
O cativeiro de
Judá trouxe consequências drásticas e prejuízos irreparáveis para o povo judeu,
como podemos ver no livro das Lamentações de Jeremias. Além da destruição do
templo e da cidade de Jerusalém, ocorreram muitas mortes, fome, desprezo e
miséria para os poucos que ficaram na Terra; além da deportação para Babilônia
da grande maioria do povo judeu. Tudo isto poderia ter sido evitado, se o povo
de Judá e de Jerusalém atentassem para a Palavra de Deus e para a mensagem dos
seus profetas. E, foram escritas, para servir de alerta e de advertência, não
apenas para o povo judeu, mas, também, para cada um de nós!
REFERÊNCIAS
ü ALMEIDA,
João Ferreira de. Bíblia de Estudo
Revelação Profética. SBB.
ü ELISSEN,
Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA.
ü GILBERTO, Antônio.
Bibliologia. EETAD.
ü POMMERENING,
Claiton Ivan. O Plano de Deus para
Israel em meio à Infidelidade da Nação. CPAD.
ü STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
Adaptações Amigo da EBD.
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