Rm 1.1-7
INTRODUÇÃO
Embora já tenhamos estudado a Epístola aos Romanos em dois trimestres
anteriores (1998/2006), é sempre um grande prazer e também uma grande honra
estudar esta magnifica carta. Assim, neste 2º trimestre de 2016, teremos como
tema dos nossos estudos em Lições Bíblicas: “Maravilhosa
Graça – O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos”, onde teremos a oportunidade de estudar,
mais uma vez, a carta mais teológica e sistemática do Apóstolo Paulo que fora denominada
de: O
Evangelho da
Justiça de Deus. Nesta
primeira lição, destacaremos as informações gerais de Romanos, tais como: autoria,
local, data, destinatário, tema, dentre outras; abordaremos também a estrutura
literária de Romanos; e, por fim, veremos ainda a importância desta carta do
ponto de vista: teológico, antropológico, histórico e ético. Desejo a todos um
excelente trimestre!!
I.
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE ROMANOS
Dentre
as informações gerais que podemos destacar desta magnifica carta, temos:
1.
Autor.
A Carta aos
Romanos tem início com a identificação do nome de seu autor, Paulo (Rm 1.1). Em
seus escritos, o Apóstolo geralmente segue este padrão (I Co 1.1; II Co 1.1; Gl
1.1; Ef 1.1; Fp 1.1; Cl 1.1; I Ts 1.1; II Ts 1.1; I Tm 1.1; II Tm 1.1; Tt 1.1;
Fm 1.1). Ainda assim, alguns intérpretes questionam sua autoria. No entanto, as
evidências internas (estilo, conteúdo,
circunstâncias do autor) e externas (Eusébio,
Irineu, Orígenes, Tertuliano e Clemente) atestam a autoria paulina.
Não há como
negar a importância e a louvável contribuição deste servo de Deus para com causa
do evangelho de Cristo, como o próprio Senhor revelara: “Vai! Este é para mim um vaso
escolhido...” (At 9.15). A esse respeito, O Dr. Broadus Hale
comenta: “Paulo é o autor
de cerca da metade do Novo Testamento. Dos vinte e sete livros do Novo
Testamento, pelo menos treze foram escritos por este único homem, e quanto aos
quatorzes livros restantes, Paulo tem grande influência sobre Lucas (que
escreveu os dois volumes de Lucas-Atos) e de algum modo está por trás da
Epístola aos Hebreus”.
Realmente, depois de nosso Amado e Divino Mestre Jesus, o
Apóstolo dos gentios aparece como o segundo maior doutrinador do Novo
Testamento. Assim, acrescenta Hale: “Quando
se reconhece que a maioria de suas cartas foram escritas antes de qualquer um
de nossos Evangelhos canônicos, pode-se prontamente ver que Paulo, através de
suas cartas, exerceu grande influência sobre o movimento cristão primitivo
inteiro. Embora suas cartas tenham sido escritas para localidades e pessoas
específicas, os problemas de que ele tratou eram universais em caráter e em
princípio. O conselho que ele dava e suas interpretações teológicas e éticas
dos ensinos do Senhor Jesus Cristo tornaram-se doutrinas básicas do cristianismo.
Embora tenha havido outros homens de grande influência na formação da direção
do cristianismo, nenhum exerceu maior influência que Paulo de Tarso”. É tão
notória e verdadeiramente irrefutável a influência que o Apóstolo Paulo exerce
no Novo Testamento que ele mesmo asseverou: “Sede meus imitadores, como também
eu sou de Cristo” (I Co 11.1). Só sendo mesmo um ‘vaso escolhido’ para ter tanta autoridade assim! Logo, como duvidar
de sua autoria?
2.
Local e Data.
Com base em Romanos 16.1, sabemos que o apóstolo
encontrava-se em Corinto, quando escreveu a epístola, pois Cencréia era a
cidade portuária vizinha de Corinto. Paulo estava hospedado na casa de Gaio (Rm
16.23), amigo a quem ele batizou em Corinto (1 Co 1.14). O apóstolo precisava
ir a Jerusalém para levar os donativos levantados na Macedônia e na Acaia, para
os irmãos pobres da Judeia. Pretendia depois ir para a Espanha, passando a Roma
(Rm 15.22-30). À luz destes dados, os expositores do Novo Testamento são
unânimes em afirmar que a epístola foi escrita em Corinto entre 57 e 58 d.C.
3.
Destinatário.
Quanto
ao seu endereçamento, o mesmo é bastante patente e notório nos versículos 7 e
15 do primeiro capítulo de Romanos. Em ambos, Paulo enfatiza que escrevera “a
todos que estais em Roma” (1.5), e “a vós que estais em Roma”
(1.15). Embora alguns questionem: Quem
seria, pois, esses que “estais em
Roma?” Uns para afirmar que se trata dos judeus radicados, outros para
afirmar que se trata dos cristãos gentílicos. O Apóstolo deixa claro que “o
evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro
do judeu, e também do grego” (Rm 1.16). Portanto, a carta
foi destinada aos crentes, judeus e gentios, que constituíam a igreja de Roma (1.5,6;
2.14; 4.1; 7.1). Algo que é tanto óbvio como notório na referida carta!
Mas, você sabe dizer como surgiu à igreja de Roma? Bem, antes vamos conhecer um
pouco da referida cidade! A cidade-reino de Roma foi fundada em 753 a.C, na região do
Lácio, e, após conquistar toda a Itália, veio a ser senhora do mundo. Passou a
república em 509 a.C. Tornou-se império em 31 a.C. Os limites do império
compreendiam 4.800km de leste a oeste, e 3.200km de norte a sul. População
total: 120.000.000 de habitantes. Ia do Atlântico ao Eufrates, e, do mar do
Norte ao Deserto Africano. Assim, a capital
do Império Romano justificava sua prerrogativa de ser a cidade principal, maior
que Atenas, Alexandria e Antioquia. Embora situada na parte ocidental do mundo
romano, ela mantinha ligações íntimas com as áreas mais remotas de seu domínio.
Roma era a figura dominante em todas as questões imperiais: políticas, sociais,
militares, comerciais e religiosas.
Por
causa de suas conquistas e empreendimentos comerciais, Roma era uma cidade de
imensa riqueza. Pessoas de todas as partes do Império vinham a Roma para
participar da vida extravagante na capital. Durante o primeiro século da era
crista, acima de 1.500.000 pessoas habitavam em Roma, das quais 800.000 eram
escravos. A riqueza e a cultura romanas exigiam uma multidão de escravos
domésticos. As pessoas que vinham a Roma, fossem livres ou escravas, traziam
com elas sua base cultural e religião próprios. Grande parte dessa cultura e
religião foi assimilada na cultura romana, mas grande parte também permaneceu
separada e distinta. Embora o latim fosse a língua oficial, a língua comumente
falada em Roma e no Império era o grego, a língua universal do comércio e das
nações, a língua franca da
época. Só pelo terceiro e quarto séculos é que o latim substituiu o grego como
a língua comum do Império.
Agora,
sim, vejamos como surgiu a igreja de Roma. De modo contrário à tradição católica romana, a igreja de
Roma não foi fundada por Pedro, nem por qualquer outro apóstolo. Logo, sua
origem é desconhecida. No entanto, há um consenso entre os estudiosos de que nos
dias do Novo Testamento, judeus devotos, bem como gentios prosélitos de todas
as partes do Império Romano, compareciam a Jerusalém para a celebração da Festa
de Pentecostes (At 2.1,10; 20.16). É possível que alguns dos convertidos,
quando da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, tenham levado, num
trabalho pioneiro, o Evangelho de Cristo a Roma (At 2.1,10,37-41). Desse modo, podemos concluir que a igreja de Roma foi
fundada por missionários anônimos. O Dr. Broadus Hale assim assevera: “a melhor solução para o problema acerca da
fundação da igreja em Roma é que discípulos não identificados, aqueles que se
converteram no Pentecostes (At 2), retornaram a Roma com os elementos básicos
do evangelho, formando o núcleo de uma igreja”. Portanto, ainda que haja
quem afirme que o casal Áquila e Priscila, que moravam em Roma (At 18.2; Rm
16.3), tenham começado o trabalho nessa cidade. Todavia, acerca disso não há
nada de concreto.
4.
Tema.
Em Romanos 1.16,17 está escrito: “Não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação
de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Pois nele se
descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá
da fé”. Paulo faz notório o
tema da carta mostrando aos Romanos que no Senhor Jesus a Justiça de Deus é
revelada como solução à sua justa ira contra o pecado. Tal “justiça”
aqui não é a justiça pessoal nem legal, mas a justiça com que Deus justifica os
pecadores pela fé (Rm 3.21,22).
Esse plano de Deus para a salvação não é pelas obras,
mas pela fé (Rm 3.24-26). “De fé em fé” significa sola fides — a fé somente.
Não é de “fé em obras” ou “de obras em fé” nem tampouco “de obras em obras”. Toda
a Epístola de Paulo aos Romanos gira em torno da “salvação pela fé”, pois “o justo viverá da fé” (1.17). Essa
expressão significa que a salvação é pela fé (Ef 2.8,9; Tt 3.5). Esse é o tema
da epístola.
Embora a referida carta seja a única
na Bíblia a ter vários títulos, tais como: Evangelho Segundo Paulo, Evangelho
do Cristo Ressurreto, Tratado Teológico Paulino, Mais Puro Evangelho, Principal
das Epístolas Paulinas, etc. O título que o melhor define ao seu tema é: “O
Evangelho da Justiça de Deus”.
5.
Versículo-Chave.
Esta
magnifica carta tem como versículo-chave o texto de Romanos 5.1, que diz: “Sendo,
pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Todos os crentes precisam compreender que, diante de Deus, são justificados
mediante a obra de reconciliação efetuada por Jesus Cristo em seu favor. Agora,
portanto, o crente tem nova vida segundo o Espírito e, andando em santificação,
é conduzido à glorificação.
6.
Resumo.
A
Carta aos Romanos pode ser resumida através de seus elementos fundamentais, a
saber: a justiça necessária, 1.18-3.20; a justiça providenciada,
3.21-8:39; a justiça vindicada, 9.1-11:36; a justiça praticada, 12:1-15.13. Em
Romanos, Paulo nos diz sobre Deus, quem Ele é e o que tem feito. Ele nos fala
de Jesus Cristo, o que sua morte alcançou. Ele nos diz sobre nós mesmos, o que
éramos sem Cristo e quem somos depois de termos confiado em Cristo. Paulo
recorda que Deus não exige que os homens endireitem suas vidas antes de virem a
Cristo. Enquanto éramos ainda pecadores, Cristo morreu na cruz por nossos
pecados.
7.
Esboço.
INTRODUÇÃO
1.
Saudações (1.1-7)
2.
Compartilhar (1.8-15)
3.
O tema (1.16,17)
I. A NECESSIDADE DE JUSTIÇA (1.18-3.20)
1.
A rejeição histórica de Deus (1.18-32)
2.
Os princípios do julgamento (2.1-16)
3.
A culpa de todos (2.17-3.8)
4.
A prova (3.9-20)
II. O DOM DA JUSTIÇA (3.21-5.21)
1.
As bases do dom (3.21-26)
2.
A função da fé (3.27-31)
3.
A fé no Antigo Testamento (4.1-25)
4.
A natureza do dom (5.1-11)
5.
Os efeitos do dom (5.12-21)
III. JUSTIÇA VERDADEIRA CONCEDIDA
(6.1-8.39)
1.
Através da união com Cristo (6.1-23)
2.
Liberto do pecado (7.1-6)
3.
O relacionamento entre a lei e o pecado (7.7-25)
4.
O fortalecimento pelo Espírito (8.1-11)
5.
O Ministério adicional do Espírito (8.12-27)
6.
Garantido pelo compromisso de Deus (8.28-39)
IV. A JUSTIÇA DE DEUS DEMONSTRADA NA
HISTÓRIA (9.1-11.36)
1.
No procedimento de Deus para com Israel (9.1-29)
2.
No fracasso da fé de Israel (9.30-10.21)
3.
No compromisso contínuo de Deus para com Israel (11.1-36)
V. A EXPRESSÃO DA JUSTIÇA DE DEUS NA
PRÁTICA CRISTÃ (12.1-15.13)
1.
Os relacionamentos do organismo (12.1-21)
2.
Os relacionamentos civis (13.1-7)
3.
Em expressão de amor (13.8-14)
4.
No exercício da consciência (14.1-15.13)
a)
Sem julgamento (14.1-13)
b)
Sem ofensa (14.14-23)
c)
Sem divisão (15.1-13)
CONCLUSÃO (15.14-16.27)
1.
Os planos de Paulo (15.14-33)
2.
Saudações pessoais (16.1-27)
II.
ESTRUTURA LITERÁRIA DE ROMANOS
A
Carta aos Romanos segue o modelo de outros documentos do primeiro século da era
cristã. O Dr. Hale assim explica a estrutura de uma carta da época de Paulo: “A carta
usual começaria com o nome do remetente e um título que o identificaria ao
receptor, cujo nome também apareceria na saudação introdutória. Então seguiria
a saudação normal de "alegria" ou "graça" (os judeus usavam
o termo "paz"). Uma oração de graças e petição pelo receptor seria
então escrita. Depois do corpo da carta, as saudações finais seriam escritas
pela mão do remetente, se possível”.
Se esta é a estrutura de uma carta da época, então por que chamamo-la de
epístola? Ou, qual a diferença entre uma carta e uma epístola? É o que veremos
agora!
1. Carta ou
Epístola?
A
escrita de cartas há muito fora usada como um meio de comunicação. Contudo, foi
durante a época da Pax Romana que a escrita de cartas se tornou uma importante
forma de comunicação. Elas não somente eram usadas para a comunicação oficial,
comercial ou particular. A carta era também usada para fins de propaganda.
"Cartas abertas" eram escritas para informar o público acerca de
certos itens dignos de nota. Algumas dessas tinham o efeito dos modernos
"boletins públicos." Cícero, um dos escritores romanos de cartas mais
prolíficos (106 a.C.), fazia uma distinção entre as cartas que escrevia para
uso particular e aquelas para uma leitura mais pública. Ele escreveu: "Vocês vêem, eu tenho uma maneira de escrever
o que acho que será lido por aqueles a quem envio minha carta, e outra maneira
de escrever o que acho que será lido por muitos".
Adolf
Deissmann (Teológo Amelão) usou as palavras de Cícero, para demonstrar uma
diferença definida entre as formas de uma "carta genuína" e uma
"epístola". Ele procurou mostrar que uma "carta genuína"
era pessoal e dirigida a uma pessoa referente a um problema da situação
específica. Não haveria absolutamente nenhum pensamento acerca de ser feita
uma leitura mais extensiva, a não ser por aqueles a quem a carta estava
endereçada. "Epístolas", contudo, eram dispositivos literários com
uma audiência maior de leitores em mente. A "epístola" era escrita
sob o pretexto de ser uma "carta" pessoal, com a finalidade expressa
de ser publicada. Isto quer dizer que o autor, enquanto endereçava a carta a
uma pessoa ou entidade específica, não estava tanto escrevendo para essa pessoa
ou entidade quanto estava usando a forma para fazer conhecido ao mundo seu
argumento. Este gênero de escrita ou composição literária é denominado
"epistolar".
2. Recurso
Literário.
Em
Romanos, o modelo ou forma literária utilizada por Paulo é o Diatribes, que é um recurso literário
onde o autor da carta faz uma exposição crítica a respeito de alguma obra.
Segundo o Dicionário Online, o Diatribes é uma “Crítica excessivamente rigorosa, severa e
mordaz”. E ainda: “Discurso oral ou
escrito que busca de modo violento afrontar, injuriar ou atacar”. Esse era
um recurso usado pelos filósofos gregos tanto os estoicos como os cínicos.
Desse modo, Paulo ao usá-lo busca dialogar com seus leitores sobre a salvação
pela fé, agregando a esse recurso à oratória e a retórica (Ex. Rm 2.1-4). Todavia, além do
recurso literário utilizado por Paulo, ele também se valeu de um amanuense
chamado Tércio. Embora a autoria da carta seja de Paulo (Rm 1.1) foi Tércio
quem a escreveu (Rm 16.22). Mas, o que é um amanuense? O Dr. Hale
assim explica: “O secretário profissional entrou em proeminência durante a
época do elevado interesse nas comunicações pessoais e comerciais. Nas famílias
mais abastadas e em casas comerciais, provavelmente um escravo bem instruído
seria o "secretário particular". Normalmente, contudo, a maior parte
das cartas era escrita por um escriba profissional, chamado amanuense. Se
a carta era um tanto extensa, o amanuense
provavelmente colocaria o ditado numa forma de taquigrafia e
posteriormente o transcreveria numa forma mais requintada. O remetente então
colocaria sua assinatura e encarregaria um mensageiro, através de quem a carta
seria enviada. Se o mensageiro fosse um amigo de confiança, talvez o remetente
lhe daria alguma outra informação ou instrução para entrega oral pessoal (ver
Ef. 6:21,22; Cl. 4:7,8).
Como o secretário público era comumente
pago pelo número de linhas, consistindo de dezesseis a vinte letras, a maioria
das cartas eram bem curtas. A tinta era geralmente de tipo inferior e tinha que
ser molhada constantemente. O papel era de papiro, numa forma enrolada. O amanuense escrevia no rolo de papiro e o cortaria no número de "páginas"
necessárias. As cartas de uma página seriam, então, enroladas e dobradas, depois
amarradas e seladas com cera”.
3.
Conteúdo.
ü A
manifestação da justiça de Deus mediante a fé (Rm 1.18-4.25);
ü A
ação santificadora do Espírito Santo no processo da salvação (Rm 5.1-8.39);
ü A
teologia paulina sobre o tratamento de Deus com Israel (9-11);
ü O
lado prático do Evangelho na transformação de vidas (12-15.13);
ü As
recomendações finais (15.14-16.27).
4.
Propósito.
III.
A IMPORTÂNCIA DE ROMANOS
A Epístola
aos Romanos é de tão sublime relevância que no decorrer da história influenciou
muitas vidas. Dentre as muitas vidas influenciadas podemos citar: Jonh
Wesley – Grande avivalista britânico do século XVIII, fundador da Igreja
Metodista, afirma que tudo começou com Romanos; Agostinho de Hipona –
Este testemunhou, em 386 d.C. que Romanos 13.13 mudou sua vida; Martinho
Lutero – “Fundador da civilização protestante”. Disse que se apenas o
Evangelho de João e a Epístola aos Romanos tivessem sobrevivido seriam o
suficiente para preservar o Cristianismo. Este fez uma exposição de Romanos aos
seus alunos, de novembro de 1515 a setembro de 1516. Para ele, Romanos é a epístola
da Reforma Protestante. Assim, qualquer cristão que compreender Romanos jamais
será a mesma pessoa.
Além
desses testemunhos que evidenciam a importância e relevância de Romanos,
observemos também alguns aspectos principais na Epístola aos Romanos. A
doutrina da salvação é apresentada dentro de quatro itens essenciais: o
teológico (1.18-5.11); o antropológico (5.12-8.39); o histórico (9.1-11.36) e o
ético (12.1-15.33). Esse plano alcança toda a obra e contém verdades
incontestáveis e irremovíveis.
1. Na esfera Teológica
(1.18-5.11). Paulo
apresenta a condição perdida dos homens, sem a mínima possibilidade de salvação
por méritos próprios. Logo depois, Cristo é a solução, visto que, por meio de
sua morte, todos podem ser justificados da condenação. O pecador é justificado
mediante a obra expiatória de Cristo Jesus.
2. Na esfera Antropológica
(5.12-8.39). Nestes
textos a vida assume nova perspectiva. A ilustração do primeiro e segundo Adão
coloca o crente de frente a uma nova realidade espiritual. O primeiro Adão foi
vencido pelo pecado, mas o segundo o venceu por todos os homens. Em Cristo, o
homem assume um novo regime de vida sob a orientação do Espírito Santo.
3. Na esfera Histórica
(9.1-11.36). Paulo
destaca a questão da rejeição de Israel ao plano divino. A doutrina da salvação
é apresentada de forma explícita. Um grupo de judeus cristãos, ainda amarrado
às exigências da religião judaica, queria impor sobre os gentios convertidos os
mesmos requisitos exigidos pela lei mosaica. Entretanto, Paulo apresentou a
obra salvadora de Cristo com sentido universal, extensiva a todos os homens.
4. Na esfera Ética (12.1-15.33). Paulo apresenta algumas
implicações do Evangelho para a vida diária. Responsabilidades éticas para com
a igreja, a família e a vida material são colocadas em destaque.
CONCLUSÃO
Nesta primeira lição, sendo a mesma uma lição introdutória,
tivemos oportunamente uma visão panorâmica da Epístola aos Romanos. Na qual, a Justiça
de Deus é a revelação fundamental do Evangelho. Através de Romanos, o cristão
pode compreender melhor o que Deus fez em seu favor mediante Jesus Cristo. Por
isso, você deve, em primeiro lugar, ler a referida epístola repetida vezes, com
oração e humildade, para adquirir o entendimento do que o apóstolo quer dizer
com lei, graça, fé, justiça, carne, espírito, etc. Aliás, esses temas serão
abordados nas próximas lições! Deus abençoe!!
REFERÊNCIAS
Ø HALE,
Broadus David. Introdução ao Estudo do
Novo Testamento. JUERP.
Ø CABRAL,
Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø GILBERTO, Antônio. A
Bíblia Através dos Séculos. CPAD.
Ø GONÇALVES, José. Lições Bíblicas. (2º Trimestre/2016). CPAD.
Ø LIRA, Eliezer. Lições Bíblicas.
(1º Trimestre/2006). CPAD.
Ø SOARES, Esequias. Lições Bíblicas.
(2º Trimestre/1998). CPAD.
Ø Ensinador
Cristão. nº 66. CPAD.
Ø SITES: http://www.dicio.com.br/diatribe/
Por Amigo da EBD.
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