sexta-feira, 3 de setembro de 2021

LIÇÃO 10 – O CATIVEIRO DE ISRAEL: REINO DO NORTE




 
 
2Rs 17.1-14,17-20,29
  



INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a cativeiro do reino do Norte; veremos qual o motivo do cativeiro de Israel; pontuaremos quais foram os reis ímpios de Samaria; notaremos importantes informações sobre os samaritanos; e, por fim, relacionaremos as advertências dos profetas Amós e Oséias contra o Reino do Norte.
 
 
I. O REINO DE ISRAEL (REINO DO NORTE) E O CATIVEIRO ASSÍRIO
A queda de Samaria e a deportação de sua população foram o claro resultado dos pecados cometidos contra o Senhor (2Rs 17.7). O povo de Deus tornou-se infiel para com o Senhor que os livrara do Egito, adorando e servindo a outros deuses (2Rs 17.15-17). E fizeram isto apesar dos constantes avisos dos profetas de Deus de que tal atitude consistia em grave traição. O resultado inevitável foi o julgamento de Deus, um juízo que se manifestou na forma de exílio, expulsando os israelitas de sua terra prometida. A idolatria no Reino do Norte perdurou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de Deus esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel (2Rs 17.6-18). Vejamos:
 
1. O motivo do cativeiro do reino do Norte.
Devido à forte idolatria, à injustiça social e à degradação moral do povo de Israel (reino do Norte), Deus suscitou nações poderosas para punir o povo. E uma dessas nações foi a Assíria. Tudo isso está na base da divisão do reino de Israel (1Rs 11.33; 2Reis 1.7,11,14,16,20,23). Deus havia advertido Salomão por duas vezes sobre a adoração de deuses estrangeiros, mas o rei não levou isso em consideração (1Rs 11.10). Por esse motivo o Senhor disse-lhe que o reino lhe seria tirado, embora não durante a sua vida: “Assim diz o Senhor: ... Israel certamente será levado cativo” (Am 7.17). As palavras proferidas contra as tribos apóstatas foram literalmente cumpridas: “Assim foi Israel transportado de sua terra à Assíria, porque não obedeceram à voz do Senhor seu Deus, antes traspassaram o Seu concerto; e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado” (2Rs 18.12).
 
2. O cativeiro do reino do Norte.
Desde que o reino de Israel foi dividido, o Norte se inclinou mais intensamente à idolatria que o Sul. O reino de Israel termina com o cativeiro assírio; o rei Salmaneser (filho de Tiglate-Pileser) da Assíria cobrou impostos de Israel (2Rs 17.1-3) e levou o povo israelita cativo para a Assíria (2Rs 17.5,6,23; 2Rs 18.11). A destruição que abateu o reino do Norte foi um juízo direto do Céu. Os assírios foram meramente o instrumento de que Deus se serviu para realizar o seu propósito. Por intermédio de Isaías, que começou a profetizar pouco antes da queda de Samaria, o Senhor se referiu aos assírios como “a vara da Minha ira”: “A Minha indignação é como bordão nas suas mãos” (Is 10.5). No reino de Israel, também chamado de reino do Norte ou reino de Samaria, praticamente, não houve nenhum rei “justo” diante de Deus. Vejamos a seguir a relação dos 19 ímpios reis do Norte e o tempo que reinaram sobre Israel:
 
Jeroboão I reinou 22 anos (1Rs 14.16-20);
Jeoacaz reinou 17 anos (2Rs 13.1,2);
Nadabe reinou 2 anos (1Reis 15:25,26);
Jeoás reinou 16 anos (2Rs 13.10,11);
Baasa reinou 24 anos (1Rs 16.8-13);
Jeroboão II 41 anos (2Rs 14.23,24);
Elá reinou 2 anos (1Rs 16.8-13);
Zacarias reinou 6 meses (2Rs 15.8,9);
Zinri reinou 7 (1Rs 16.15-20);
Salum reinou 1 mês (2Rs 15.13);
Onri reinou 12 anos (1Reis 16.23-25);
Menaém reinou 10 anos (2Rs 15.17,18);
Acabe reinou 22 anos (1Rs 16:29,30);
Pecaías reinou 2 anos (2Rs 15.23,24);
Acazias reinou 2 anos (1Rs 22.52,53);
Peca reinou 20 anos e foi “mau” (2Reis 15.27,28);
Jorão reinou 12 anos (2Rs 3:1,2);
Oséias reinou 9 anos (2Rs 17.1,2)
Jeú reinou 28 anos (2Rs 10.36; 2Rs 10.28-31);
Total de 19 maus reis do Reino de Israel
 
3. O reino do Norte e os samaritanos.
A apostasia personificou-se no primeiro rei de Israel, Jeroboão I, que se tornou para todas as gerações subsequentes um modelo de iniquidade e mau comportamento. Não surpreende que o único remédio para 200 anos de infidelidade e apostasia espiritual fosse a deportação da terra da promessa. Sob o comando de Salmaneser, Oséias o rei de Israel, foi preso e Samaria foi sitiada por três anos, antes de finalmente sucumbir em 722 a.C (2Rs 17.5,6); e no cerco, multidões pereceram miseravelmente de fome e de enfermidades bem como pela espada. Caiu a cidade com a nação, e o humilhado remanescente das dez tribos foi levado cativo e espalhado entre as províncias do domínio assírio. Em seu lugar foram colocados outros povos, dando origem ao povo “samaritano”; pois era a política usual do rei da Assíria em relação aos povos conquistados (2Rs 17.24). Nunca mais a nação de Israel – reino do norte – voltou do cativeiro.
 
 
II. O REINO DO NORTE E O PROFETA AMÓS
As grandes injustiças dos reis do Norte fizeram com que os profetas Amós e Oséias formalizassem graves denúncias (Am 5.6-9). Todos estes terríveis pecados da nação de Israel foram apontados pelos profetas com pesadas advertências ao arrependimento, e apelos à misericórdia e ao amor de Deus (Os 7.11-14). Notemos então cada um deles:
 
1. Quem foi o profeta Amós.
Acerca do profeta Amós, podemos fazer algumas afirmações. O seu nome significa “fardo” ou “carregador de fardos”. Ele nasceu em Tecoa - uma pequena aldeia que estava a oito quilômetros ao sul de Belém. Era um homem de negócios, fazendeiro e pregador, embora não fosse um profeta treinado da escola de profetas. Ele trabalhava com criação de gado e plantação de figos (Am 1.1; 7.14,15). Interessante que o seu livro é considerado um clássico, tanto no conteúdo quanto na expressão artística, o que implica dizer que ele era intelectual e habilidoso escritor. Tinha um profundo senso de justiça social e coragem nos confrontos. Amós também pode ser considerado um profeta missionário.
 
2. O contexto religioso do Reino do Norte e o profeta Amós.
O cenário religioso em Israel, Reino do Norte, nos dias do profeta Amós era caótico. O povo de Deus vivia uma época de verdadeira apostasia e, consequentemente, uma época de grande corrupção moral. No tempo de Amós, ainda que a adoração a Baal já tivesse sido extinta, o sistema de adoração do bezerro de ouro permanecia. Tal prática já se arrastava por 170 anos. O sumo sacerdote naquela época era Amazias, que certamente havia sido indicado pelo rei. Do ponto de vista social e moral, o Reino do Norte estava corrompido, tanto interna quanto externamente. Vejamos alguns pecados e injustiças sociais, cometidos neste período, que foram condenados pelo profeta Amós:
  • [...] porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos” (Am 2.6).
  • Suspirando pelo pó da terra, sobre a cabeça dos pobres...” (Am 2.7a).
  • [...] pervertem o caminho dos mansos; e um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome” (Am 2.7b).
  • “Ouvi esta palavra vós, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis aos pobres, que esmagais os necessitados, que dizeis a vossos senhores: Dai cá, e bebamos” (Am 4.1).
  • Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta” (Am 5.12).
 
 
III - O REINO DO NORTE E O PROFETA OSÉIAS
Apesar do caos espiritual e rejeição de Israel, Deus queria salvar o povo. Foi então que o Senhor convocou o profeta Oséias. Assim como o profeta Amós, Oseias também dirigira sua mensagem ao Reino do Norte (Israel-Samaria). Sua mensagem é repleta de referências a lugares e eventos que somente alguém que pertencesse a Israel conheceria (Os 6.8), ou daria atenção a eles (Os 7.1; 8.5,6; 9.15; 10.5; 12.5,12; 14.1). Ele dirigiu-se quase que exclusivamente a Israel, a quem 37 vezes chama de Efraim (Os 2.1,2; 4.1,15; 5.1,8; 6.1,4; 9.1,5,7; 10.9,12; 11.8; 12.9; 13.4, 9-13; 14.1,8) e demonstrou relativamente pouca preocupação para com o Reino do Sul (Judá-Jerusalém), exceto quando o advertiu a não imitar o exemplo de Israel (Os 6.4,11).
 
1. Situação política e social.
Nessa época, estava reinando sobre Israel Jeroboão II (793-753 a.C), filho de Jeoás que foi o quarto rei da dinastia de Jeú. Seu longo reinado sobre Israel (quarenta e um anos) recebeu uma atenção relativamente pequena nos registros de 2Reis 14.23-29. Jeroboão II liderou Israel num período de muita prosperidade. A Assíria havia enfraquecido a Síria, que dessa maneira não representava mais uma ameaça para Israel. Por isso, Jeroboão II teve liberdade para executar uma agressiva expansão do seu território, conforme profetizado por Jonas (2Rs 14.25). O Senhor usou esse governante para salvar Israel de anos de dificuldades e problemas (2Rs 14.27).
 
2. Situação espiritual.
Infelizmente, a prosperidade do reino de Jeroboão II levou a muitos males, pois este rei não apresentava qualquer devoção a Deus. Do ponto de vista religioso ou espiritual, Israel descera ao degrau mais baixo. Eis abaixo alguns pecados cometidos pela nação: Decadência do povo (Os 4.1); Total falta de misericórdia (Os 6.4-11); Depravação dos sacerdotes (Os 6.9); Afastamento do Senhor (Os 7.1); Indiferença e apatia espiritual (Os 7.8); e, Confiança em deuses falsos (Os 8.1).
 
3. A mensagem de Deus através de Oseias.
O Reino do Norte havia resistido aos fortes apelos de Deus, por intermédio do profeta, à reconciliação, o que resultou numa sentença amarga: o cativeiro pela Assíria em 722 a.C (Os 11.7). Tendo rejeitado a correção, estavam sendo destruídos pela “falta de conhecimento” (Os 4.6) e por esquecer de Deus (Os 2.13). No entanto, a promessa divina aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, de fazer uma aliança perpétua com eles e com seus descendentes, era a garantia de que o castigo não duraria para sempre (Os 1.10; Gn 22.17). Deus havia pronunciado o julgamento através do profeta (Os 2.6-13), porém, também anunciou a sua restauração, e que o Senhor graciosamente perdoaria a nação perversa e com paciência a atrairia para si (Os 2.14).
 
 
CONCLUSÃO
Vimos nesta lição que não faltaram advertências para que Israel abandonasse a idolatria e fosse poupado do cativeiro. Todavia nada surtiu efeito. Cada vez mais a nação afundava em seus pecados. A maneira drástica, porém, misericordiosa e amorosa, de Deus retornar seu povo ao aconchego do seu amor, foi, infelizmente, conduzi-lo ao cativeiro e à dispersão. Que Deus nos ajude a atentarmos mais para a sua Palavra, a fim de não colhermos os amargos frutos da desobediência.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
Ø  SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
Ø  ARCHER, Gleason; Merece Confiança o Antigo Testamento? Ed Vida Nova;
Ø  HARRISON, R.K; Tempos do Antigo Testamento, CPAD;
Ø  STAMPS, Donald C.; Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.


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