2Rs 17.1-14,17-20,29
INTRODUÇÃO
Nesta lição
estudaremos sobre a cativeiro do reino do Norte; veremos qual o motivo do
cativeiro de Israel; pontuaremos quais foram os reis ímpios de Samaria;
notaremos importantes informações sobre os samaritanos; e, por fim,
relacionaremos as advertências dos profetas Amós e Oséias contra o Reino do
Norte.
I. O REINO DE ISRAEL
(REINO DO NORTE) E O CATIVEIRO ASSÍRIO
A queda de Samaria
e a deportação de sua população foram o claro resultado dos pecados cometidos
contra o Senhor (2Rs 17.7). O povo de Deus tornou-se infiel para com o Senhor
que os livrara do Egito, adorando e servindo a outros deuses (2Rs 17.15-17). E
fizeram isto apesar dos constantes avisos dos profetas de Deus de que tal
atitude consistia em grave traição. O resultado inevitável foi o julgamento de
Deus, um juízo que se manifestou na forma de exílio, expulsando os israelitas
de sua terra prometida. A idolatria no Reino do Norte perdurou sem
dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de Deus
esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel (2Rs
17.6-18). Vejamos:
1. O motivo do cativeiro do reino do Norte.
Devido à forte
idolatria, à injustiça social e à degradação moral do povo de Israel (reino do
Norte), Deus suscitou nações poderosas para punir o povo. E uma dessas nações
foi a Assíria. Tudo isso está na base da divisão do reino de Israel (1Rs 11.33;
2Reis 1.7,11,14,16,20,23). Deus havia advertido Salomão por duas vezes sobre a
adoração de deuses estrangeiros, mas o rei não levou isso em consideração (1Rs
11.10). Por esse motivo o Senhor disse-lhe que o reino lhe seria tirado, embora
não durante a sua vida: “Assim diz o Senhor: ... Israel certamente
será levado cativo” (Am 7.17). As palavras proferidas contra as tribos
apóstatas foram literalmente cumpridas: “Assim foi Israel transportado de sua terra à
Assíria, porque não obedeceram à voz do Senhor seu Deus, antes traspassaram o
Seu concerto; e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado”
(2Rs 18.12).
2. O cativeiro do reino do Norte.
Desde que o reino
de Israel foi dividido, o Norte se inclinou mais intensamente à idolatria que o
Sul. O reino de Israel termina com o cativeiro assírio; o rei Salmaneser (filho
de Tiglate-Pileser) da Assíria cobrou impostos de Israel (2Rs 17.1-3) e levou o
povo israelita cativo para a Assíria (2Rs 17.5,6,23; 2Rs 18.11). A destruição
que abateu o reino do Norte foi um juízo direto do Céu. Os assírios foram
meramente o instrumento de que Deus se serviu para realizar o seu propósito.
Por intermédio de Isaías, que começou a profetizar pouco antes da queda de
Samaria, o Senhor se referiu aos assírios como “a vara da Minha ira”: “A
Minha indignação é como bordão nas suas mãos” (Is 10.5). No reino de
Israel, também chamado de reino do Norte ou reino de Samaria, praticamente, não
houve nenhum rei “justo” diante de Deus. Vejamos a seguir a relação dos 19 ímpios
reis do Norte e o tempo que reinaram sobre Israel:
Jeroboão I
reinou 22 anos (1Rs 14.16-20);
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Jeoacaz reinou
17 anos (2Rs 13.1,2);
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Nadabe reinou 2
anos (1Reis 15:25,26);
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Jeoás reinou
16 anos (2Rs 13.10,11);
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Baasa reinou
24 anos (1Rs 16.8-13);
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Jeroboão II 41
anos (2Rs 14.23,24);
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Elá reinou 2
anos (1Rs 16.8-13);
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Zacarias
reinou 6 meses (2Rs 15.8,9);
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Zinri reinou 7
(1Rs 16.15-20);
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Salum reinou 1
mês (2Rs 15.13);
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Onri reinou 12
anos (1Reis 16.23-25);
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Menaém reinou
10 anos (2Rs 15.17,18);
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Acabe reinou
22 anos (1Rs 16:29,30);
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Pecaías reinou
2 anos (2Rs 15.23,24);
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Acazias reinou
2 anos (1Rs 22.52,53);
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Peca reinou 20
anos e foi “mau” (2Reis 15.27,28);
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Jorão reinou
12 anos (2Rs 3:1,2);
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Oséias reinou
9 anos (2Rs 17.1,2)
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Jeú reinou 28
anos (2Rs 10.36; 2Rs 10.28-31);
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Total
de 19 maus reis do Reino de Israel
|
3. O reino do Norte e os samaritanos.
A apostasia
personificou-se no primeiro rei de Israel, Jeroboão I, que se tornou para todas
as gerações subsequentes um modelo de iniquidade e mau comportamento. Não
surpreende que o único remédio para 200 anos de infidelidade e apostasia
espiritual fosse a deportação da terra da promessa. Sob o comando de
Salmaneser, Oséias o rei de Israel, foi preso e Samaria foi sitiada por três
anos, antes de finalmente sucumbir em 722 a.C (2Rs 17.5,6); e no cerco,
multidões pereceram miseravelmente de fome e de enfermidades bem como pela
espada. Caiu a cidade com a nação, e o humilhado remanescente das dez tribos
foi levado cativo e espalhado entre as províncias do domínio assírio. Em seu
lugar foram colocados outros povos, dando origem ao povo “samaritano”; pois era a
política usual do rei da Assíria em relação aos povos conquistados (2Rs 17.24).
Nunca mais a nação de Israel – reino do norte – voltou do cativeiro.
II. O REINO DO NORTE
E O PROFETA AMÓS
As grandes
injustiças dos reis do Norte fizeram com que os profetas Amós e Oséias
formalizassem graves denúncias (Am 5.6-9). Todos estes terríveis pecados da
nação de Israel foram apontados pelos profetas com pesadas advertências ao
arrependimento, e apelos à misericórdia e ao amor de Deus (Os 7.11-14). Notemos
então cada um deles:
1. Quem foi o profeta Amós.
Acerca do profeta
Amós, podemos fazer algumas afirmações. O seu nome significa “fardo”
ou “carregador
de fardos”. Ele nasceu em Tecoa - uma pequena aldeia que estava a oito
quilômetros ao sul de Belém. Era um homem de negócios, fazendeiro e pregador,
embora não fosse um profeta treinado da escola de profetas. Ele trabalhava com
criação de gado e plantação de figos (Am 1.1; 7.14,15). Interessante que o seu
livro é considerado um clássico, tanto no conteúdo quanto na expressão
artística, o que implica dizer que ele era intelectual e habilidoso escritor.
Tinha um profundo senso de justiça social e coragem nos confrontos. Amós também
pode ser considerado um profeta missionário.
2. O contexto religioso do Reino do Norte e o profeta
Amós.
O cenário
religioso em Israel, Reino do Norte, nos dias do profeta Amós era caótico. O
povo de Deus vivia uma época de verdadeira apostasia e, consequentemente, uma
época de grande corrupção moral. No tempo de Amós, ainda que a adoração a Baal
já tivesse sido extinta, o sistema de adoração do bezerro de ouro permanecia. Tal
prática já se arrastava por 170 anos. O sumo sacerdote naquela época era
Amazias, que certamente havia sido indicado pelo rei. Do ponto de vista social
e moral, o Reino do Norte estava corrompido, tanto interna quanto externamente.
Vejamos alguns pecados e injustiças sociais, cometidos neste período, que foram
condenados pelo profeta Amós:
- “[...] porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos” (Am 2.6).
- “Suspirando pelo pó da terra, sobre a cabeça dos pobres...” (Am 2.7a).
- “[...] pervertem o caminho dos mansos; e um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome” (Am 2.7b).
- “Ouvi esta palavra vós, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis aos pobres, que esmagais os necessitados, que dizeis a vossos senhores: Dai cá, e bebamos” (Am 4.1).
- “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta” (Am 5.12).
III
- O REINO DO NORTE E O PROFETA OSÉIAS
Apesar do caos
espiritual e rejeição de Israel, Deus queria salvar o povo. Foi então que o
Senhor convocou o profeta Oséias. Assim como o profeta Amós, Oseias também
dirigira sua mensagem ao Reino do Norte (Israel-Samaria). Sua mensagem é
repleta de referências a lugares e eventos que somente alguém que pertencesse a
Israel conheceria (Os 6.8), ou daria atenção a eles (Os 7.1; 8.5,6; 9.15; 10.5;
12.5,12; 14.1). Ele dirigiu-se quase que exclusivamente a Israel, a quem 37
vezes chama de Efraim (Os 2.1,2; 4.1,15; 5.1,8; 6.1,4; 9.1,5,7; 10.9,12; 11.8;
12.9; 13.4, 9-13; 14.1,8) e demonstrou relativamente pouca preocupação para com
o Reino do Sul (Judá-Jerusalém), exceto quando o advertiu a não imitar o
exemplo de Israel (Os 6.4,11).
1.
Situação política e social.
Nessa época,
estava reinando sobre Israel Jeroboão II (793-753 a.C), filho de Jeoás que foi
o quarto rei da dinastia de Jeú. Seu longo reinado sobre Israel (quarenta e um
anos) recebeu uma atenção relativamente pequena nos registros de 2Reis 14.23-29.
Jeroboão II liderou Israel num período de muita prosperidade. A Assíria havia
enfraquecido a Síria, que dessa maneira não representava mais uma ameaça para
Israel. Por isso, Jeroboão II teve liberdade para executar uma agressiva
expansão do seu território, conforme profetizado por Jonas (2Rs 14.25). O
Senhor usou esse governante para salvar Israel de anos de dificuldades e
problemas (2Rs 14.27).
2. Situação espiritual.
Infelizmente, a
prosperidade do reino de Jeroboão II levou a muitos males, pois este rei não
apresentava qualquer devoção a Deus. Do ponto de vista religioso ou espiritual,
Israel descera ao degrau mais baixo. Eis abaixo alguns pecados cometidos pela
nação: Decadência do povo (Os 4.1); Total falta de misericórdia
(Os 6.4-11); Depravação dos sacerdotes (Os 6.9); Afastamento do Senhor (Os
7.1); Indiferença e apatia espiritual (Os 7.8); e, Confiança
em deuses falsos (Os 8.1).
3. A mensagem de Deus através de Oseias.
O Reino do Norte
havia resistido aos fortes apelos de Deus, por intermédio do profeta, à
reconciliação, o que resultou numa sentença amarga: o cativeiro pela Assíria em
722 a.C (Os 11.7). Tendo rejeitado a correção, estavam sendo destruídos pela “falta
de conhecimento” (Os 4.6) e por esquecer de Deus (Os 2.13). No entanto,
a promessa divina aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, de fazer uma aliança
perpétua com eles e com seus descendentes, era a garantia de que o castigo não
duraria para sempre (Os 1.10; Gn 22.17). Deus havia pronunciado o julgamento
através do profeta (Os 2.6-13), porém, também anunciou a sua restauração, e que
o Senhor graciosamente perdoaria a nação perversa e com paciência a atrairia
para si (Os 2.14).
CONCLUSÃO
Vimos nesta lição
que não faltaram advertências para que Israel abandonasse a idolatria e fosse
poupado do cativeiro. Todavia nada surtiu efeito. Cada vez mais a nação
afundava em seus pecados. A maneira drástica, porém, misericordiosa e amorosa,
de Deus retornar seu povo ao aconchego do seu amor, foi, infelizmente,
conduzi-lo ao cativeiro e à dispersão. Que Deus nos ajude a atentarmos mais
para a sua Palavra, a fim de não colhermos os amargos frutos da desobediência.
REFERÊNCIAS
Ø ELISSEN,
Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
Ø SOARES,
Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
Ø ARCHER,
Gleason; Merece Confiança o Antigo Testamento? Ed Vida Nova;
Ø HARRISON,
R.K; Tempos
do Antigo Testamento, CPAD;
Ø STAMPS,
Donald C.; Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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