Gn 2.18-24
INTRODUÇÃO
Nesta lição
estudaremos sobre alguns ataques que a família como instituição divina, vêm
sofrendo das ideologias anticristãs; veremos também, a definição e o conceito
bíblico do que é a família de acordo com propósito do seu criador; e por fim,
destacaremos quais atitudes necessárias para a proteção da família tradicional.
I. DEFINIÇÕES DOS TERMOS IDEOLOGIA
E FAMÍLIA
1. Definição da
palavra ideologia.
“A palavra ‘ideologia’
é composta pelos vocábulos gregos ‘eidos’, que indica ‘ideia’, e ‘logia’, com o
sentido de ‘raciocínio’. Assim,
ideologia significa qualquer conjunto de ideias que se propõe a orientar o
comportamento, a maneira de pensar e de agir das pessoas, seja individualmente,
seja em sociedade. Em um sentido amplo, a ideologia se apresenta como aquilo
que seria ou é ideal para um determinado grupo” (BAPTISTA, 2018, p. 17
– grifo do autor). Grosso modo a palavra ideologia denota uma “visão
de mundo” ou “cosmovisão”, e encerra um conjunto de
pensamentos e doutrinas que são colocadas de alguma maneira, como padrão
ideal a ser seguido” (SILVA, 2018, p. 19 – grifo nosso). O
lexicógrafo Antônio Houaiss (2001, p. 1565) define a palavra ideologia como:
“ciência que tem como objetivo de estudo as ideias; as quais refletem,
racionalizam e defendem os interesses institucionais, sejam estes morais,
religiosos, políticos ou econômicos”.
2. Definição de
família.
A nossa confissão
de fé (2017, p. 203) diz que: a família é uma instituição criada por Deus,
imprescindível à existência, formação e realização integral do ser humano,
sendo composta de pai, mãe e filho (s) - quando houver - pois o Criador, ao
formar o homem e a mulher, declarou solenemente: “Portanto, deixará o
varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne” (Gn 2.24). Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança e
os fez macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27), demonstrando a sua
conformação heterossexual. A diferenciação dos sexos visa à complementariedade
mútua na união conjugal (1Co 11.11), essa complementariedade mútua necessária à
formação do casal e à procriação. Reconhecemos preservada a família, quando, na
ausência do pai e da mãe, os filhos permanecerem sob os cuidados de parentes
próximos (Et 2.7,15; 1Tm 5.16). Rejeitamos o comportamento pecaminoso da
homossexualidade por ser condenada por Deus nas Escrituras, bem como qualquer
configuração social, que se denomine família, cuja existência se fundamente em
prática, união ou qualquer conduta que atente contra a monogamia e a
heterossexualidade consoante o modelo estabelecido pelo Criador e ensinado por
Jesus (Mt 19.6).
II. A GÊNESE DA FAMÍLIA
O livro do Gênesis
além de falar do início de várias coisas, dentre elas a gênese (início)
da família (Gn 1.26,27). Vejamos algumas considerações sobre isto:
1. Deus fez o
homem e a mulher.
A Bíblia é clara
em dizer que tanto o homem quanto a mulher foram feitos por Deus (Gn 1.27); que
ambos têm a “imagem e semelhança de Deus”; e, que a ambos foi
dada a mesma ordem em relação a terra “e sujeitai-a; e dominai sobre os
peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre
a terra” (Gn 1.28).
2. Deus abençoou,
os casou e ordenou que se multiplicassem.
Ao criar a mulher,
Deus trouxe-a a Adão e fez o casamento (Gn 2.22-24). Portanto, “o casamento
é uma criação de Deus”. É dito também que Deus os abençoou (Gn 1.28a).
A palavra “abençoou” do verbo “abençoar” no
hebraico é “beraka” que significa: “o ato de conceder verbalmente
boas coisas” (HARRIS, 2001, p. 221). Esta bênção sobre o casal significa:
“Deus voltar inteiramente o Seu rosto de
modo favorável para o beneficiário” (KIDNER, 2001, p. 49). Em seguida o
Senhor ordenou que eles se multiplicassem: “E Deus os abençoou, e Deus
lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e
dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal
que se move sobre a terra” (Gn 1.28).
3. Distinções
entre o homem e a mulher.
Além de diferenças
genéticas, fisiológicas e emocionais, existem distinções de papéis e diferenças
funcionais entre o homem e a mulher, que foram estabelecidas pelo próprio
Criador (Gn 2.15,18). Deus estabeleceu que no casamento o homem fosse o cabeça
da relação. A confirmação específica pelo Senhor da liderança de Adão se
pode ver claramente no fato de: o homem ter sido feito primeiro (Gn 1.26);
porque lhe foi dada a tarefa de lavrar a terra (Gn 2.15); de nomear os animais
(Gn 2.19,20); ele próprio nomeou a esposa (Gn 2.23); e, foi chamado a
responsabilidade quando pecou (Gn 3.9-12). Geisler (2010, p. 940) diz: “a
ordem de autoridade no lar e na Igreja está baseada no fato e ordem da criação”.
Quanto a mulher, a Bíblia destaca que ela foi criada por causa do homem
(1Co 11.8,9). O ideal divino ao criá-la era de que por meio dela: a) proporcionar
companhia (Gn 2.18); b) ajudá-lo nas suas tarefas (Gn 1.28); e, c) gerasse
filhos (Gn 1.27,28). Provérbios descreve a mulher virtuosa como uma dona de
casa inteligente, sob a autoridade de seu marido (Pv 31.10-31). Paulo e Pedro
ensinam que a mulher deve reconhecer a liderança do marido em submissão (Ef
5.22; Cl 3.18; 1Pe 3.1), e, exigem dos maridos amor sacrificial e respeito para
com a sua esposa (Ef 5.25; Cl 3.19; 1Pe 3.7). Os indivíduos que abandonaram de
modo claro e específico os papéis estabelecidos por Deus para cada sexo tiveram
resultados desastrosos, que culminaram na ruína da família. “Igualdade,
distinção, complementaridade e submissão precisam ser mantidas em equilíbrio
delicado” (KOSTENBERGER, 2011, p. 32).
III. IDEOLOGIAS
CONTRÁRIAS À FAMÍLIA
Muitos ataques têm
sido deflagrados contra à família como instituição divina. A palavra ataque
refere-se a todo o investimento de Satanás por meio da educação, do sistema
político, da sociedade sem Deus, que tem como propósito destruir a família
através das ideologias anticristãs (2 Co 10.4-5; Cl 2.8; Tg 3.15). Vejamos
alguns:
1. Banalização do
divórcio.
A mídia tem dado
grande incentivo a prática do divórcio, consequentemente tornando-o prática
comum na sociedade. O princípio da “indissolubilidade do casamento” tem
sido quebrado em grande escala a cada ano, evidenciando a falta de temor a Deus
e do verdadeiro amor e respeito que deve existir entre os casais. A natureza
indissolúvel do casamento vem desde a sua origem (Gn 2.24). Jesus disse que
esse registro bíblico fala da indissolubilidade do casamento (Mt 19.5,6). O
Mestre disse que somente a infidelidade pode legitimar um segundo casamento, o
contrário configura em adultério (Mt 19.9). É bom destacar que Jesus nunca
estimulou ou encorajou o divórcio. Portanto, o divórcio não deve ser a
primeira opção no caso de infidelidade conjugal, mas o perdão (Mt
18.21-35; Lc 17.4).
2. Dessacralização
do leito conjugal.
Desde a Queda, o
sexo e a sexualidade têm sido deturpados. Por meio da mídia escrita, televisiva
e até de alguns ensinadores que se levantaram no cenário nacional, têm havido
um ensinamento deturpado do ato conjugal com práticas impuras e inconvenientes,
sob o lema de que “dentro de quatro paredes vale tudo”. A
Escritura, porém, nos mostra que o sexo foi criado por Deus com propósitos
elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano, e por isso reprova
severamente práticas sexuais corrompidas, tais como: a) adultério (Êx
20.14; Dt 5.18; Mt 5.27; Rm 13.9); e, b) outras perversões, que são
próprias daqueles que não temem a Deus (Êx 20.17; 1 Co 6.19,20; 1 Pe 3.7). De
modo que a advertência é: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o
leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os
julgará” (Hb 13.4).
3. Secularização.
Em alguns lares a
espiritualidade da família está entrando em crise (Mt 24.12). A frieza e a
mornidão espiritual têm impedido que os membros da família vivam em comunhão
com Deus (Ap 3.15,16). Isto se dá pelo fato de alguns lares, darem pouca
importância a oração, adoração e a leitura bíblica no seio familiar. Todavia, a
Bíblia nos mostra o que devemos priorizar: “Mas buscai primeiro o Reino
de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt
6.33); como sendo a marca dos que de fato passaram pelo novo nascimento: “Portanto,
se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo
está assentado à destra de Deus” Cl 3.1).
4. Relativização.
Nesta sociedade
corrompida e perversa (Fp 2.15) em que o mundo jaz no maligno (I Jo 5.19), não
é de se estranhar que a humanidade viva uma inversão dos valores e dos padrões
morais. Algumas famílias estão sendo destruídas por novelas, séries iníquas,
produzidas por pessoas distanciadas dos valores legitimamente cristãos, e pelas
publicações que zombam da Palavra de Deus (Is 5.20). A palavra de Deus, como
regra de fé e prática do cristão, não admite posições relativistas, no que
concerne a moral ou a ética familiar (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17).
IV. PROTEGENDO A FAMÍLIA DAS
SUTILEZAS DE SATANÁS
Não podemos evitar
que nossa família sofra investidas do diabo, mas podemos proteger a nossa
família das suas astutas ciladas (Ef 6.10,11). Vejamos como podemos proteger
nossa família:
- Santificando o lar (Lv 20.26; 2Co 7.1; 1Ts 4.7);
- Praticando o culto doméstico regularmente (Dt 6.7-9);
- Mantendo uma vida de oração e jejum (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17);
- Ensinando a Palavra de Deus no lar (Pv 22.6; At 5.42);
- Frequentando os cultos no templo assiduamente (2Cr 7.15,16; Sl 122.1);
- Vigiando em todo tempo (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pe 5.8).
CONCLUSÃO
A Bíblia não fala
somente da instituição da família, como também destaca quais os papéis que cada
um dos membros que a compõe deve exercer para que esta permaneça unida e espiritualmente
firme diante dos ataques de Satanás. Devemos seguir e cumprir a Palavra de Deus
em todo o tempo, a despeito de todas as mudanças ocorridas na sociedade, pois,
fazendo assim, seremos abençoados: “Eis que assim será abençoado o homem
que teme ao Senhor! (Sl 128.4).
REFERÊNCIAS
Ø BAPTISTA,
Douglas. Valores cristãos.
CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø KOSTENBERGER,
Andreas J. com JONES, David. Deus,
Casamento e Família. VIDA NOVA.
Ø KIDNER,
Derek. Gênesis: introdução e
comentário. CULTURA BÍBLICA.
Ø WIERSBE,
W. W. Comentário Bíblico Expositivo NT.
GEOGRÁFICA.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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