2Tm 3.14-17
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos uma definição teológica e filosófica do
termo “relativismo”; pontuaremos o que o nosso tempo tem tentado fazer com a
Bíblia; falaremos algumas características da Bíblia que o mundo de hoje tenta
deturpar; e por fim, finalizaremos dizendo quais os propósitos de Deus com a
sua Palavra.
I. DEFINIÇÃO DO
TERMO RELATIVISMO
Ao longo dos séculos esse termo passou por diversas
transformações, desde a afirmação de Protágoras na Grécia antiga; “O
homem é a medida de todas as coisas, das reais enquanto são e das não reais
enquanto não são”, até nossos dias em que muitos afirmam “Nada é o que
aparentemente é, tudo é relativo, vai depender do campo de visão do
observador”. Vejamos algumas definições:
1. Definição teológica.
Dizer que a verdade é relativa é alegar que varia com o
tempo, o lugar ou de uma pessoa para outra e que depende das condições de
mudança que isso possa trazer; que não há verdade alguma universal, válida para
todos os povos em todos os tempos e lugares (PACKER, 2000, p. 860).
2. Definição filosófica.
O relativismo é a teoria de que “não existe um padrão
objetivo pelo qual a verdade deve ser determinada, de modo que a verdade varia
com os indivíduos e as circunstâncias” (MCDOWELL, 2009, p. 1026).
II. O QUE O NOSSO
TEMPO TEM TENTADO FAZER COM A BÍBLIA
1. Desconstruir sua mensagem.
Uma das formas mais utilizadas em nosso tempo é a tentativa
de desconstruir a mensagem das Escrituras, dizem eles: “Este texto foi
escrito há muitos anos, não serve para nós hoje”, ou, “Essa
mensagem é antiga, ouço desde o tempo dos meus avós”, não entendem eles
aquilo que Pedro registrou: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda
que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que
alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pe 3.9).
2. Relativizar sua mensagem.
Como pudemos observar anteriormente a relativização é a
tentativa de dizer que a mensagem pode ter diversas percepções, isto aconteceu
também nos dias de Isaias: “Aí dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal;
que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o
doce, por amargo!” (Is 5.20). Tal pensamento levou a destruição da
nação de Israel.
3. Negar sua autoridade.
A negação da autoridade vem no quesito prático, ou seja, não
aceitam seu padrão e ditames tais como a sociedade do império romano nos dias
de Paulo: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e
serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Rm
1.25), este também tem sido o padrão da nossa sociedade, que também se sentem
sábios (Rm 1.22), além de consentirem na prática do erro (Rm 1.32) “Não faço,
mas não condeno” é o pensamento deles.
4. Resistir sua mensagem.
Os tempos trabalhosos que o apóstolo Paulo falou já chegou
(2Tm 3.1-5), e hoje em dia existe uma grande resistência a verdade das Sagradas
Escrituras, como nos dias de Paulo: “E, como Janes e Jambres resistiram a
Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de
entendimento e réprobos quanto à fé” (2Tm 3.8).
III. CARACTERÍSTICAS
DA BÍBLIA QUE O MUNDO DE HOJE TENTA DETURPAR
A Bíblia é um livro superior a qualquer outro livro, pois
possui características que a fazem ser singular. Tais característica revestem a
Bíblia de autoridade tornando-a o modelo e padrão de conduta para o mundo.
Vejamos:
1. A inspiração divina.
A Bíblia alega ser um livro de Deus e ter uma mensagem com
autoridade divina. Paulo diz que: “Toda a Escritura é divinamente
inspirada [...]” (2Tm 3.16). A palavra grega é “theopneustos”,
e significa literalmente “soprada por Deus”. Portanto, a Bíblia
não contém, nem torna-se, ela é a Palavra de Deus. Geisler (2010, p. 460 -
acréscimo nosso) define a inspiração da seguinte forma: “é a operação
sobrenatural do Espírito Santo, que, por intermédio de diferentes
personalidades e estilos literários dos autores humanos escolhidos, investiu as
palavras exatas dos livros originais das Sagradas Escrituras, em separado ou no
seu conjunto, como a própria Palavra de Deus, isenta de erro em tudo o que
ensina, e é, dessa forma, a regra infalível e a autoridade final de fé e
prática para todos os crentes”. As próprias Escrituras afirmam ser
inspiradas no todo, em partes, em palavras e em cada letra: a) Inspiração
do todo (Mt 5.17; 2Tm 3.16); b) Inspiração de partes (Jo 12.14-16); c)
Inspiração das palavras (Mt 4.4); e, d) Inspiração de cada letra (Mt
5.18).
2. A revelação
divina.
A Bíblia é a
revelação escrita de Deus ao homem, pois através dela o Senhor se fez conhecido
de forma especial (Jo 3.16). O conhecimento divino preservado nas Sagradas
Escrituras, é posto à disposição da humanidade (Dt 8.3; Is 55.11; 2Tm 3.16; Hb
4.12). Por ela, conhecemos Seus atributos comunicáveis e incomunicáveis, dentre
outras coisas (Sl 139.1-10; 1Jo 4.8). “Pela Bíblia, Deus fala em
linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo. Isto é, Deus,
para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, bem como do
nosso modo de pensar” (GILBERTO, 2004, p. 06 – acréscimo nosso). A
revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer aos escritores da
Bíblia, coisas e fatos desconhecidos, que eles jamais poderiam saber, nem
descrever, senão por revelação divina (Gn 1,2).
3. A inerrância
divina.
Segundo o Aurélio
(2004, p. 1100) a palavra “inerrância” significa: “que não
pode errar; infalível; não errante, fixo”. Teologicamente “a inerrância
bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer
erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de Deus” (ANDRADE,
2008, p. 33). A palavra de Deus não pode mentir (Sl 19.8,9; Hb 6.18); não pode
passar ou ser destruída (Mt 5.18); permanecerá para sempre (1Pe 1.25); e é a
própria verdade (Jo 17.17). Tais atribuições mostram claramente a inerrância
das Escrituras.
4. A
infalibilidade divina.
Segundo Andrade
(2006, p. 229 – acréscimo nosso) infalibilidade é a “doutrina de acordo com a
qual a Bíblia Sagrada é infalível em seus propósitos, promessas e profecias”.
Ela pode ser assim considerada porque: a) seus propósitos jamais falham;
b) suas promessas são rigorosamente observadas; e, c) suas
profecias cumprem-se de forma detalhada, exata e clara. Deus usou o profeta
Isaías para dizer: “[...] a palavra, que sair da minha boca; ela não
voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para
que a enviei” (Is 55.11). O Escritor aos hebreus diz que: “a
palavra de Deus é viva e eficaz [...]” (Hb 4.12a).
5. A completude
divina.
Quando afirmamos
que a Bíblia é um livro completo, dizemos que ela contém tudo aquilo que Deus
quis revelar à humanidade (Dt 29.29). Ela é completa no que diz respeito ao seu
propósito principal, que é revelar-nos a origem de todas as coisas (Gn 1-3);
como o pecado passou a fazer parte da história da humanidade (Gn 3.1-24); como
o homem tornou-se destituído da glória de Deus (Rm 3.23); e apresentar o único
meio de o homem obter a salvação, através da fé em Jesus Cristo (Jo 3.16; Rm
3.21-24).
IV. QUAIS OS PROPÓSITOS DE DEUS COM
A BÍBLIA
1. A Bíblia foi
escrita para ensino nosso.
Paulo diz: “Porque
tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito […]” (Rm
15.4). Segundo Champlin (2004, p. 855), “Paulo faz aqui uma pausa momentânea a
fim de relembrar aos seus leitores qual a autoridade e qual o devido uso das
Escrituras. Ele também quis dar a entender, que ela está repleta de boas coisas
para nossa instrução moral e espiritual, e a igreja tem feito bom emprego dela,
quanto a esses propósitos”.
2. A Bíblia foi
escrita para aviso nosso.
O mesmo apóstolo
assevera acerca da Bíblia que as coisas que estão escritas “[…] estão
escritas para aviso nosso […]” (1Co 10.11). Para exortar os crentes de
Corinto, Paulo utiliza-se do mau comportamento do povo de Israel no deserto
(1Co 10.1-6). O apóstolo diz que este exemplo negativo serve de aviso a fim de
que não caiamos nos mesmos erros (1Co 10.6,11). Segundo Champlin (1995, p. 396
– acréscimo nosso) a palavra “aviso” no original grego é “nouthesia”,
que significa: “admoestação”, “instrução”, “aviso”,
que é utilizada tanto no sentido positivo quanto negativo, ou seja, uma atitude
que pode ser reproduzida ou evitada”. Portanto, tanto os bons exemplos quanto
os maus exemplos de personagens das Escrituras também foram registrados para
nos trazer advertências.
3. A Bíblia foi
escrita para nos instruir no caminho certo.
Paulo descreveu
para o jovem obreiro Timóteo quais os muitos propósitos da Escritura em relação
ao homem: “Toda a Escritura é […] proveitosa para ensinar, […] redarguir,
[…] corrigir, […] instruir em justiça” (2Tm 3.16). Tudo que foi
escrito, o foi para nos instruir no caminho da justiça. Segundo Champlin (1995,
p. 396 – acréscimo nosso), no tocante à justiça que no grego é “dikaiosune”,
fica indicado o “treinamento naquilo que é reto”. Porém, no
sentido cristão, “praticar o que é reto” consiste em cultivar o
caráter moral de Cristo, o qual, por sua vez, reproduzirá a moralidade de Deus
Pai”.
CONCLUSÃO
Sejamos como
muros, resistentes as mudanças que satanás tem tentado de forma sorrateira
implantar em nosso meio. Sejamos firmes contra tudo e todos aqueles que tentam
negar a autoridade e necessidade das Escrituras, para não colhermos frutos
amargos.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico.
CPAD.
Ø CHAMPLIN,
Norman R. N. O Antigo Testamento
interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
Ø GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática.
CPAD.
Ø GILBERTO,
Antônio, Teologia Sistemática
Pentecostal. CPAD.
Ø MCDOWELL,
Josh. Novas Evidencias que demanda um
veredito. HAGNOS.
Ø PACKER,
J. I. Novo Dicionário de Teologia. HAGNOS.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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