At 2.1-4; 1Co 12.7-11
INTRODUÇÃO
Nesta lição
veremos uma definição dos termos “enfraquecimento” e “identidade”; pontuaremos
algumas distorções no culto e na liturgia na contemporaneidade; falaremos sobre
os princípios bíblicos indispensáveis ao culto; e por fim; pontuaremos os
elementos do genuíno culto pentecostal.
I.
DEFINIÇÃO DOS TERMOS “ENFRAQUECIMENTO” E “IDENTIDADE”
1. Definição do
termo enfraquecimento.
“Ato ou efeito de enfraquecer;
perda de intensidade ou força; fraqueza; debilidade; falta de ânimo; desânimo;
desalento; diminuição das propriedades ou da intensidade ou do poder de ação”
(HOUAISS, 2001, p. 1146).
2. Definição do
termo identidade.
“Conjunto de características que
distinguem uma pessoa ou uma coisa e por meio das quais é possível
individualizá-la” (HOUAISS, 2001, p. 1565).
II.
DISTORÇÕES NO CULTO E NA LITURGIA NA CONTEMPORANEIDADE
A maneira como uma
igreja adora ao Senhor reflete a sua crença e os seus valores. O culto em
algumas igrejas, infelizmente, tem se desviado dos padrões bíblicos e
históricos, chegando-se a uma situação em que, em nome da liberdade e da
espontaneidade, o culto se desvirtuou em muitas igrejas, sendo marcado pela
irreverência, superficialidade e preocupação prioritária com as necessidades
humanas, e não com a presença e a glória de Deus. Notemos algumas distorções no
culto:
1. Desvios na
liturgia da Igreja na atualidade.
Infelizmente têm
surgido muitas formas estranhas e até exageros nos cultos e liturgias em
algumas igrejas em nossos dias tais como: a) rodopios e dança espiritual.
Davi dançou patrioticamente, mas, nunca no Templo, pois o templo é o local de
adoração e reverência (2Sm 6.14-16; 1Cr 15.29); no NT não há menção a este
comportamento entre os elementos do culto; b) regressão espiritual. Uma
espécie de “segunda conversão”, algo que a Bíblia condena veementemente (Nm
23.23; Jo 8.32; Gl 3.13; 2Co 5.17); c) entrevista espiritual.
Caracterizada por ênfase desordenada na atuação de satanás na igreja com
entrevistas com demônios; d) decretar o que Deus deve fazer. Há muitos
que, desprezando a soberania divina, passam a determinar seus “direitos” e a
decretar suas “posses” como se o Senhor lhes fosse um mero empregado; e)
riso e cair no espírito. As pessoas caem rindo no chão, histéricas e dando
gargalhadas sem nenhum controle de suas ações; g) cultos exóticos. Há
tantas inovações e exotismos invadindo em alguns cultos, que, algumas dessas
extravagâncias, em nada diferem do misticismo pagão do tempo de Paulo (Cl
2.18); e, h) judaização do culto. Introdução de elementos judaicos no
culto cristão como estrela de Davi, menorá, talit, kipá, shophar.
2. Desafios no
culto da Igreja na atualidade.
Vários movimentos,
incorretamente intitulados de pentecostais, têm surgido ao longo dos anos. Tais
dissidências acabaram criando um segmento esotérico, místico e sincrético que
em nada lembra o verdadeiro cristianismo (Cl 2.18). A igreja tem vivenciado uma
influência de modismos, substituindo, em alguns lugares, os elementos bíblicos
que marcam o seu culto e liturgia como: a) Perda do costume da oração
coletiva (Jz 21.2; Jz 2.4; 2 Cr 5.13; At 2.14; 4.24); b) diminuição de
tempo para exposição da Palavra (Cl 3.16); c) perda da adoração
cristocêntrica; d) ênfase em mensagens de autoajuda e hinos sem
adoração, centrado apenas no homem e suas experiências (antropocentrismo); f)
aplausos substituindo a glorificação espontânea (Rm 15.9; Ap 4.9);
e, g) danças teatrais nos cultos que retiram a centralidade da palavra.
Não podemos nos esquecer, também, de extravagâncias doutrinárias como, por
exemplo, a teologia da prosperidade, confissão positiva, quebra de maldição,
triunfalismo e outros aleijões teológicos e heresias.
III.
PRINCÍPIOS BÍBLICOS INDISPENSÁVEIS AO CULTO
Devemos lembrar
que o culto não é espetáculo nem um show caracterizado por som alto e dançante,
gelo seco, roupas extravagantes, músicas carregadas de agressividade e barulho,
nos mais diversos ritmos onde os participantes estão mais interessados em euforia,
gritaria, diversão e autossatisfação. Todo elemento que intervém nesta relação,
desviando a atenção para si, não atende à finalidade do culto, que é elevar o
homem a Deus (Sl 73 25-28; 1Co 10.31). O culto para alguns é apenas um ponto de
encontro, um momento de interatividade social. Notemos as características do
verdadeiro culto:
1. O culto deve
ser teocêntrico.
Deus é zeloso da
adoração e do culto oferecido a Ele: “Não adore essas coisas, nem preste
culto a elas, porque eu, o Senhor, ... sou Deus zeloso...” (Dt 5.9 –
NAA; ver ainda Sl 78.58; 1Co 10.20-22). Deus quer ser adorado pelos seus
filhos: “...Assim diz o Senhor: Israel é meu filho... deixe meu filho ir
para que me adore...” (Êx 3.12 - NAA). Percebamos que a adoração
precede ao culto: “Adore ... e preste culto somente a Ele” (Mt
4.10 - NAA); “Temam ... e sirvam a Ele...” (Dt 6.13 - NAA).
Podemos ver ainda os seguintes textos (Mt 4.10; Dt 6.13; Êx 20.4; Lv 26.1; Sl
97.7; Lc 4.8).
2. O culto deve
ser espiritual.
A primeira característica da
adoração é que ela deve ser de adoradores que “... adorem em espírito
...” (Jo 4.23). Somente uma adoração espiritual pode gerar um culto
espiritual e verdadeiro. Por isso, os sacrifícios no culto cristão são
espirituais: a) o corpo (Rm 12.1,2); b) o louvor (Hb 13.15); c)
a prática do bem (Hb 13.16); e, d) a mútua cooperação (Hb 13.16; Fp
4.18).
3. O culto deve
ser reverente.
O culto deve
primar pela boa condução: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1Co
14.40). O culto deve ser racional e consciente (Rm 12.1). A liturgia
pentecostal é simples conforme o modelo do NT: “Que fareis, pois, irmãos?
Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem
língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1Co 14.26).
Ela consiste em oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras
Sagradas e contribuição financeira, ou seja, ofertas e dízimos. Entendemos que
a adoração está incompleta na falta de pelo menos um desses elementos, exceto
se as circunstâncias forem desfavoráveis ou contrárias (SOARES (Org.), 2017, p.
145). É preciso ter reverência nos cultos ao Senhor (Êx 19.16-25; 20.18-19; Ec
5.1; Hb 10.19-22; 1Co 14.40 Hb 12.28).
4. O culto deve
ser espontâneo e alegre (Êx 35.5,21,29; 2Cr 5.12-14).
No NT há
espontaneidade para orar e interceder: “Quero, pois, que os homens orem
em todo lugar, levantando mãos santas” (1Tm 2.8). A espontaneidade
chegou a tal ponto que houve necessidade de estabelecer ordem e limites na
igreja primitiva (1Co 12.3;14). A igreja primitiva era autenticamente
pentecostal tanto na forma quanto no conteúdo: “E perseveravam na
doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em
cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (At
2.42.43).
V.
OS ELEMENTOS DO GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL
São igrejas
legitimamente pentecostais as que: a) Aceitam a soberania da Bíblia
Sagrada, como a inspirada e inerrante Palavra de Deus, elegendo-a como
infalível regra de avaliação de toda e qualquer manifestação espiritual (2Tm
3.16); b) Mantém a pureza da sã doutrina (At 2.42; 1Tm 4.16); c) Acreditam
na atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais (At 2.39);
d) Cumprem integralmente as demandas da Grande Comissão (Mc 16.15-20); e)
Têm compromisso com a santidade, defendem o aperfeiçoamento da vida cristã
através da leitura da Bíblia, da oração e do exercício da piedade na consolação
do Espírito Santo (Gl 5.22; 1Ts 5.17-23; 1Tm 4.8). Vejamos então os principais
elementos do culto pentecostal:
1. Oração.
Oração é uma prece
dirigida pelo homem ao seu Criador, com o objetivo de adorá-Lo e lhe pedir
perdão pelas faltas cometidas, agradecer-Lhe pelos favores recebidos, buscar
proteção e, acima de tudo, uma comunhão mais íntima com Ele (1Cr 16.11; Sl
105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts
5.17).
2. Hinos.
Uma das formas
mais expressivas da adoração cristã é manifestada através de hinos e cânticos
(Ef 5.18-21). Infelizmente, essa área da liturgia cristã muito tem sofrido com
a proliferação de músicas que, sublimando o homem, minimizam o Senhor. Um dos
principais elementos do culto é o louvor a Deus. Louvar a Deus significa
servi-lo em espírito e em verdade. A música esteve presente no culto de Israel
e da Igreja primitiva (Nm 10.1-10; Jz 7.22; Jó 38.7; Ef. 5.19; 1Tm 3.16; At
16.25).
3. Leitura
Bíblica.
A leitura da
Bíblia é indispensável em um culto cristão e deve ser um momento de profunda
reverência, onde os verdadeiros adoradores deverão acompanhar a leitura do
texto. Encontramos diversos exemplos da leitura das Sagradas Escrituras, tanto
no Antigo como no NT (Nm 24.7; Dt 31.26; Js 8.34,35; 2Cr 34.14-21; Ne 8.8; 9.3;
Lc 4.14-21; At 17.11).
4. Contribuição.
As ofertas
representam a expressão de gratidão do cultuador (Êx 35.29; 36.3; Lv 7.16;
22.18), bem como os dízimos (Ml 3.10). Devemos dar a Deus parte daquilo que
dEle recebemos (Êx 23.15; 2Co 9.7). A contribuição no culto é bíblica e deve
ser oferecida tanto pelos ricos como pelos pobres (Mc 12.41-44). A igreja primitiva
adorava a Deus com a entrega voluntária de dízimos e ofertas (1Co 16.2; 2Co
9.7; Fp 4.18).
5. Pregação.
A pregação é a
parte central do culto cristão e sem ela o culto fica sem brilho e objetivo,
pois é através dela que a fé é gerada (Ed 8.1-12; At 2.42; 17.11; Rm 10.14-17;
Gl 3.2); é a vontade de Deus, que todos se arrependam e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade (Ez 18.23; At 17.30; 1Tm 2.4). O genuíno
pentecostalismo não admite qualquer outra revelação além das Escrituras
Sagradas, pois prima pela ortodoxia bíblica e pela sã doutrina (Cl 1.6-9).
Logo, nossa única regra de fé e conduta é a Bíblia Sagrada, a inspirada,
inerrante, absoluta e completa Palavra de Deus.
6. Dons
espirituais.
Não se pode pensar
em culto pentecostal sem a manifestação dos dons espiritais, pois ele é
caracterizado não apenas pela verdadeira adoração ao Criador, mas também pelas
manifestações espirituais e sobrenaturais do Espírito Santo (1Co 14.26). Além
da adoração “Salmos”, e do ensino “doutrina”, no culto pentecostal a
manifestação dos dons é comum. Paulo faz menção a diversos dons, tais como: “revelação,
língua, interpretação, profecia e outros” (1Co 14.26-40).
CONCLUSÃO
Nesta lição, que o
verdadeiro culto pentecostal é centrado na Palavra. Vimos também algumas
sutilezas dos erros que têm aparecido no meio do Movimento Pentecostal. E
apontamos por fim, para o modelo bíblico do culto ao Senhor.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø GONÇALVES,
José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás
nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø SOARES,
Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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