1 Co 15.51-57
A Morte
entrou no mundo como resultado do pecado cometido pelo homem no Jardim do Éden
(Gn 3.19; Rm 3.23; 6.23), que naquele momento era o representante de toda raça
humana. Com a entrada da morte no contexto humano (Gn 2.16-17) todas as
consequências relacionadas a ela, tais como: a dor da perda e a separação,
acometem os homens indistintamente - a morte tornou-se uma realidade para todos
(Rm 5.12; 6.23). Porém, para o verdadeiro cristão, a morte é lucro, pois é
partindo para a eternidade que podemos estar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor (Fp 1.21-23). Portanto, a morte é o momento no qual o
cristão é recolhido ao celeiro celestial como trigo maduro (Mt 3.12). A Bíblia
nos ensina que não devemos enxergar a morte como uma derrota, pois o evangelho
ressalta a esperança da ressurreição em Cristo quando a morte será vencida (I
Co 15.51-54).
I -
DEFINIÇÕES DO TERMO MORTE
1.1
Definição Bíblica: É a
separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), pela qual o homem é
introduzido no mundo invisível. Essa experiência descreve-se simbolicamente
como “dormir” (Jo 11:11; Dt 31:16); “o desfazer da casa terrestre deste
Tabernáculo” (II Co 5:1); “deixar este tabernáculo” (II Pe 1:14); “descer ao
silêncio” (Sl 115:17); “expirar” (At 5:10); “tornar-se em pó” (Gn 3:19); e
“partir” (Fp 1:23).
1.2
Definição Teológica: No sentido físico, é o término das atividades vitais do ser humano sobre
a terra. É vista, nas Sagradas Escrituras, como a consequência primordial do
pecado: “mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás;
porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn.
2.17), por conseguinte todos os homens morrem (Rm 3.23; 6.23).
II - A
MORTE COMO CONSEQUÊNCIA DO PECADO
Embora,
alguns creiam erroneamente que o homem foi criado mortal, que Adão teria
morrido eventualmente, mesmo sem ter transgredido, a Bíblia liga a morte
diretamente com o pecado (Gn 2.16-17). Portanto, a morte do heb. maweth e
do gr.thanatos teve sua origem no pecado, e é o resultado
final do pecado (Gn 2.17; I Co 15.21,22,56; Tg 1.15). Com a entrada da morte no
contexto humano, todas as consequências relacionadas a ela, tais como: a dor da
perda e a separação sobrevêm a todos. Destacaremos três verdades sobre a morte
física:
2.1 Uma
sentença devido ao pecado original. A morte veio como consequência do pecado. Isto é
bastante claro nas Escrituras: “Porque o salário do pecado é a
morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso
Senhor”(Rm 6.23).
2.2
Alcança a todos. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso
que todos pecaram” (Rm 5.12).
2.3 Não é
o ponto final da história do homem. A doutrina do aniquilacionismo diz que todas as
almas estão sujeitas à extinção após a morte física. Tal doutrina não leva em
consideração as verdades bíblicas e teológicas referentes à imortalidade da
alma e a ressurreição dos mortos que, de forma tão clara e inquestionável, é
ensinada pelos profetas, pelos apóstolos e por Nosso Senhor Jesus Cristo (Dn
12.2; Jo 5.28; I Co 15.58). Portanto, a morte não é o término de tudo, é o
início da eternidade (Lc 16.22). Aos que morreram em Cristo, está reservada a
bem aventurança dos céus (Ap 14.13); quanto aos ímpios, serão lançados no lago
de fogo, que é a segunda morte (Hb 9.27; Ap 20.11-15).
III - A MORTE
FÍSICA NA PERSPECTIVA PAULINA
Para as
pessoas ímpias e incrédulas a morte é algo triste, pesaroso, que elas não
querem ouvir falar, pois não tem esperança (I Ts 4.13). Elas vivem sujeitas ao
temor da morte durante toda a existência terrena (Hb 2.15). Mas, nós não
podemos encarar a morte da mesma forma que uma pessoa que não tem Jesus. Porque
a morte para o cristão o conduzirá a uma existência melhor e superior. Paulo
escreveu uma carta aos filipenses onde ele declara qual a sua perspectiva sobre
a morte (Fp 1.21-23).
3.1 A
morte é ganho. Por
incrível que pareça, o apóstolo Paulo disse que para ele “morrer é ganho”
(Fp 1.21). O dicionário Aurélio define a palavra ganho como: “lucro, vantagem,
proveito”. Logo, quem morre em Cristo, não perde, mas ganha, pois encerra suas
atividades aqui na terra, ciente de que receberá a coroa da vida (Ap 2.10) e
aguardará o Tribunal de Cristo para receber o galardão pelas obras que fez
enquanto esteve vivo (II Co 5.10).
3.2 A
morte nos leva a “estar com Cristo”. Para Paulo a morte física era apenas uma transição,
de uma forma baixa de existência para uma forma mais elevada. Por isso o
apóstolo, disse que se encontrava em aperto ou sem saber o que escolher, porque
se permanecesse vivo contribuiria para a obra de Deus, mas se morresse “estaria
com Cristo” (Fp 1.23).
3.3 Estar
com Cristo é melhor. Entre estar no mundo e estar com Cristo o que preferimos? Paulo sabia o
que era melhor. Por isso disse: “Mas de ambos os lados estou em
aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda
muito melhor” (Fp 1.23). Sem dúvida alguma, o desejo ardente de todo
salvo deve ser o de encontrar o seu Senhor, mesmo que para isso tenha que
passar pela morte.
IV - O
QUE FAZER QUANDO ENFRENTAMOS O LUTO
Ao
nascermos de novo fomos salvos da morte espiritual (Ef 2.1,5) e da morte eterna
(Ap 2.11), porém não da morte física (Rm 3.23). Ser cristão não significa que
não poderemos passar por essa experiência. Sem dúvida, como seres humanos, nós
sentimos a dor da perda, da separação. As Escrituras não se opõem ao luto, mas,
sim, à atitude de se deixar ser consumido pelo luto. Nas palavras do apóstolo
Paulo, podemos ficar “abatidos, mas não destruídos“. E mais:
podemos ser “atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;
perseguidos, mas não desamparados” (2 Co 4.8,9). Em Deus encontramos
conforto para as nossas dores e sofrimentos (Sl 46.1). A Bíblia nos ensina o
que devemos fazer quando estamos enfrentando o luto. Vejamos algumas atitudes
que devemos tomar:
4.1 Devemos
buscar o consolo divino. Quando Jesus disse aos discípulos que estaria
partindo, eles ficaram entristecidos, todavia prometeu-lhes que não os deixaria
órfãos, prometeu-lhes enviar o Consolador (Jo 15.26). Do gr “parakletos” que
significa literalmente “chamado para o lado de alguém”, ou seja, sugere a
capacidade para prestar ajuda. Sob este título, o Espírito Santo apresenta-se
como aquele que nos proporciona conforto (Jo 14.16). As consolações ministradas
por ele, podem vir das seguintes fontes: Palavra de Deus, oração e comunhão com
os santos (Sl 119.50, 76; Fp 4.6; I Pe 5.7; Rm 12.15; Gl 6.2).
4.2
Devemos aceitar a vontade de Deus. A vontade soberana de Deus pode ser definida como a
predisposição inquestionável e irrevogável dele em fazer concretizar os seus
planos e decretos na história e na vida particular de cada um dos seus filhos
(Dt 32.39; I Sm 2.6). Logo, se ele decide que alguém morrerá, não devemos
questionar, pois é Senhor e faz o que quer, e os seus pensamentos são maiores
que os nossos pensamentos (Is 55.8,9). Outra coisa deve ser destacada: é que
Deus, embora permita a morte do ímpio, Ele não tem prazer nisso, antes seu
desejo é que o ímpio se converta (Ez 18.32). Porém, quanto ao justo sua morte é
preciosa (Sl 116.15).
4.3
Devemos ter esperança. O apóstolo Paulo quando escreveu aos
tessalonicenses deixou claro que os discípulos de Cristo não devem se
entristecer com a morte, como os demais homens que não tem esperança, pois a
ressurreição de Jesus é a garantia de que nós ressuscitaremos (I Ts 4.13,14). A
fé cristã transcende o túmulo, ela não está limitada as coisas destas vida (I
Co 15.19). Ela nos remete a uma vida porvir onde a morte, o pranto, e a dor não
mais existirão (Ap 21.4).
CONCLUSÃO
Como
vimos, a morte é uma realidade para todo ser vivo inclusive para o cristão. Ela
veio como resultado do pecado original no Éden, daí a morte passou todos os
homens. Porém, biblicamente destacamos que a morte não é um caso de extinção,
mas, de separação da alma e espírito do corpo. O cristão verdadeiro consegue
entender que quando estiver enfrentando luto deve recorrer a Deus que consola,
e assim aceitar a sua vontade e confiar em suas promessas de que os que
morrerem em Cristo serão ressuscitados para junto com os que ficarem vivos
estarem sempre com o Senhor nos céus, por ocasião do arrebatamento (I Ts
4.16,17).
REFERÊNCIAS
- STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD
- VINE, W. E et al. Dicionário
Vine. CPAD
- ANDRADE, Claudionor
de. Dicionário Teológico. CPAD.
- KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi:Dicionário
Da Bíblia De Almeida. 2 ed. 2005, SBB.
- COELHO, Alexandre; DANIEL,
Silas.Vencendo as aflições da vida. CPAD.
- CHAMPLIN, R.N. O
Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo.HAGNOS.
- ABBAGNANO, Nícola. Dicionário
de Filosofia. 2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1982.
- SOCIEDADE BÍBLICA DO
BRASIL. Concordância Exaustiva Do Conhecimento Bíblico. 2005.
Por Rede Brasil de Comunicação
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