No livro de Habacuque,
deparamo-nos com um homem que soube transitar heroicamente da crise espiritual
a uma fé singular no Todo-poderoso. Com este profeta, aprendemos a caminhar nos
gloriosos caminhos da divina providência. Ele é o
mensageiro da fé. Aliás, a palavra fé só aparece uma vez no Antigo Testamento;
e é justamente no livro de Habacuque. Lendo este livro, que muito influenciou o
apóstolo Paulo, conscientizamo-nos de que o justo viverá pela fé. Conquanto sua
obra não seja datada, a referência ao inesperado surgimento da Babilônia, como
uma potência emergente (1.5,6), convincentemente sugere que ele ministrou no
reinado de Josias.
Autoria:
Habacuque
(1.1)
Data:
606 a.C.
Tema:
Viver pela Fé.
Contexto Histórico:
Além de identifica-se como “profeta” (1.1;
3.1), Habacuque não oferece nenhum outro dado acerca de sua
pessoa nem de sua família. Seu nome, que significa “abraço”, não
aparece em nenhum outro lugar das Escrituras. A referência de Habacuque ao “cantor-mor
sobre os meus instrumentos de música” (3.19), sugere que ele pode ter sido um músico levita a serviço do santo
templo em Jerusalém. Ao contrário de outros profetas, Habacuque não data a sua
profecia mediante referências aos reis que foram seus contemporâneos. Mas
o fato de ficar perplexo com o uso que Deus faz dos babilônios (os “caldeus”
de 1.6) como instrumento de seu juízo contra Judá, sugere um período em que
Babilônia já era uma potência mundial. Portanto, a invasão de Judá era iminente
(c. 608-598 a .C.).
Nabucodonosor já havia derrotado os egípcios na batalha de Carquemis (605 a .C.). O
Egito, aliás, foi a última potência a se opor à expansão dos babilônios.
Se a descrição do exército babilônico em 1.6-11 refere-se à marcha babilônica
em direção à Carquemis, conforme interpreta-se, a data da profecia de Habacuque
seria entre 606-605 a .C.,
durante os primeiros anos do rei Joaquim de Judá. As consequências da ascensão
de Babilônia como potência mundial foram devastadoras à apóstata Judá (ver 2 Rs
24,25). Retornando do Egito, Nabucodonosor invadiu Judá, e levou a Babilônia um
número considerável de cativos, entre os quais Daniel e seus três amigos (605 a .C.). Em 597 a .C., as forças
babilônicas tornaram a invadir Jerusalém, saqueando-lhe o templo, e levando
outros 10.000 cativos para Babilônia, entre os quais o profeta Ezequiel. Quando
o rei Zedequias intentou livrar Judá do controle babilônico, onze anos mais
tarde (586 a .C.),
Nabucodonosor, enfurecido, sitiou Jerusalém, incendiou o templo, destruiu
totalmente a cidade, e deportou para Babilônia a maioria dos judeus
sobreviventes. É provável que Habacuque haja vivido na maior parte deste
período, onde o juízo divino revelou-se contra Judá.
Mensagem:
O juízo de Deus.
O profeta diz a Deus que não pode compreender como um povo tão ímpio como os
caldeus (1.4,13;2.4) pode exercer o juízo sobre Judá. E Jeová mostra a Habacuque
que os caldeus, por causa de sua soberba e de sua impiedade, serão destruídos.
Eles são cincos vezes amaldiçoados por Jeová (2.6,9,12,15 e 19). Assim, o atalaia Habacuque pôde vislumbrar a decadência
dos caldeus ainda no início do período de sua hegemonia. O livro encerra,
portanto, preciosas lições sobre o domínio supremo de Jeová. Vemos em 2.14 e
3.3 uma alusão ao reinado universal de Cristo, quando Ele regerá a terra como
Rei dos reis, em toda a sua glória.
Mensagem de conforto.
“O justo pela sua fé viverá” (2.14). É uma das mensagens centrais da
Bíblia. Encontramo-la já em Gênesis 15.6. E no NT essa mensagem é apresentada
de modo muito abrangente (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.28). Habacuque, o profeta da
fé triunfante, proclamou que nos dias maus que se aproximavam, em meio a toda
impiedade e apostasia, a fé no Senhor era a única salvação. O crente pode, às
vezes, experimentar momentos de incertezas e de dúvidas, mas as aflições pelas
quais passa fortalecem-lhe a fé e dão-lhe novas forças para prosseguir. Deus
não nos responde sempre que lhe preguntamos: “Por que” e “Até
quando?”, mas nunca desampara os seus e dá-lhes promessas que servem de
âncora à fé, que é uma força dinâmica que vence as mais difíceis circunstâncias.
A oração de Habacuque no
capítulo 3 é uma das mais belas obras poéticas do AT, justificando a designação
dada a Habacuque de “o salmista entre os profetas”. Todavia eu me alegrei
no Senhor (3.18), mostra-nos a fé em ação. E essa é a mensagem básica de
Habacuque – viver pela fé.
Conteúdo:
O Livro de Habacuque
dá um relato de uma jornada espiritual, contando
sobre a trajetória de um homem da duvida à adoração. A diferença entre o início
do Livro (1.1-4) e o final do livro (3.17-19) é impressionante.
Nos primeiros quatro versículos, Habacuque é oprimido por circunstância existente ao redor dele. Ele não consegue pensar em nada além da iniquidade e da violência que ele vê entre o seu povo. Embora Habacuque se dirija a Deus (1.2), ele crê que Deus se retirou do cenário da terra: as palavras de Deus foram esquecidas; suas mãos não se manifestam; Deus não pode ser encontra em lugar algum. Os homens estão na direção, e os homens vis, por isso mesmo, também. E eles agem como seria esperado que agissem os homens sem o controle de Deus. Estas palavras e frases descrevem a cena: “iniquidade... Vexação... Destruição... Violência... Contenda... Litígio... A lei se afrouxa... A sentença nunca sai... O ímpio cerca o justo... Sai o juízo pervertido”. Quão diferente é a cena nos três últimos versículos do livro (3.17-19)! Tudo mudou. O profeta não é mais controlado, nem ansioso por causa das circunstâncias, pois sua visão foi elevada. Questões temporais não mais ocupam seus pensamentos, mas seus pensamentos estão nas coisas do alto. Ao invés de estar sendo regido por considerações mundanas, Habacuque fixou sua esperança em Deus, pois ele percebe que Deus tem interesse em suas criaturas. Ele é a fonte da alegria e força do profeta. Habacuque descobriu que ele foi feito para algo acima: “E me fará andar sobre as minhas alturas” (3.19). As palavras do último parágrafo contrastam vividamente com aquelas no primeiro: “... Me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor, é a minha força... Pés como os das cervas... Andar sobre as minhas alturas” (3.18,19). Assim, Habacuque foi da queixa à confiança, da dúvida à confiança, do homem a Deus, dos vales aos montes altos. Se o centro do evangelho é a mudança e a transformação, o Livro de Habacuque demonstra essa renovação evangélica. No centro da mudança e no centro do livro, está este nítido credo da fé: “O justo, pela sua fé, viverá” (2.4). Para o profeta, a promessa é para proteção física em tempo de grande sublevação. Quando a invasão, que foi predita, pelas forças estrangeiras se tornar uma realidade, aquele remanescente justo cujo Deus é o Senhor, cuja confiança e dependência estão nele, será liberto, e eles viverão. Para os escritores do NT, tais como Paulo e o autor de Hebreus, essa afirmação de fé confiante se torna uma demonstração do poder do evangelho para dar a segurança da salvação eterna.
Nos primeiros quatro versículos, Habacuque é oprimido por circunstância existente ao redor dele. Ele não consegue pensar em nada além da iniquidade e da violência que ele vê entre o seu povo. Embora Habacuque se dirija a Deus (1.2), ele crê que Deus se retirou do cenário da terra: as palavras de Deus foram esquecidas; suas mãos não se manifestam; Deus não pode ser encontra em lugar algum. Os homens estão na direção, e os homens vis, por isso mesmo, também. E eles agem como seria esperado que agissem os homens sem o controle de Deus. Estas palavras e frases descrevem a cena: “iniquidade... Vexação... Destruição... Violência... Contenda... Litígio... A lei se afrouxa... A sentença nunca sai... O ímpio cerca o justo... Sai o juízo pervertido”. Quão diferente é a cena nos três últimos versículos do livro (3.17-19)! Tudo mudou. O profeta não é mais controlado, nem ansioso por causa das circunstâncias, pois sua visão foi elevada. Questões temporais não mais ocupam seus pensamentos, mas seus pensamentos estão nas coisas do alto. Ao invés de estar sendo regido por considerações mundanas, Habacuque fixou sua esperança em Deus, pois ele percebe que Deus tem interesse em suas criaturas. Ele é a fonte da alegria e força do profeta. Habacuque descobriu que ele foi feito para algo acima: “E me fará andar sobre as minhas alturas” (3.19). As palavras do último parágrafo contrastam vividamente com aquelas no primeiro: “... Me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor, é a minha força... Pés como os das cervas... Andar sobre as minhas alturas” (3.18,19). Assim, Habacuque foi da queixa à confiança, da dúvida à confiança, do homem a Deus, dos vales aos montes altos. Se o centro do evangelho é a mudança e a transformação, o Livro de Habacuque demonstra essa renovação evangélica. No centro da mudança e no centro do livro, está este nítido credo da fé: “O justo, pela sua fé, viverá” (2.4). Para o profeta, a promessa é para proteção física em tempo de grande sublevação. Quando a invasão, que foi predita, pelas forças estrangeiras se tornar uma realidade, aquele remanescente justo cujo Deus é o Senhor, cuja confiança e dependência estão nele, será liberto, e eles viverão. Para os escritores do NT, tais como Paulo e o autor de Hebreus, essa afirmação de fé confiante se torna uma demonstração do poder do evangelho para dar a segurança da salvação eterna.
Propósito
Diferentemente da maioria dos
outros profetas, Habacuque não profetiza à desviada Judá. Escreveu para ajudar
o remanescente piedoso a compreender os caminhos de Deus no tocante à sua nação
pecaminosa, e ao seu castigo iminente. Habacuque, após haver considerado o
intrigante problema de os caldeus, uma nação deploravelmente ímpia, serem usados por Deus para tragar o seu
povo em juízo (1.6-13), garante aos fiéis que Deus lidará com toda a iniquidade
no tempo determinado. Entrementes, “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4),
e não pelo seu entendimento. Em seguida, o profeta afiança: “exultarei
no Deus da minha salvação” (3.18).
Esboços:
Teológico de Habacuque
I. PROBLEMAS,
cap.1-2
II. INTERCESSÃO,
cap.3
Geral
de Habacuque
I.
O primeiro problema (1.1-11)
A.
Porque Deus permite o pecado na Comunidade da Aliança? (1.1-4)
B.
O castigo de Deus virá através dos babilônios (1.5-11)
II.
O segundo problema (1.12-2.20)
A.
Porque Deus permite o triunfo do iníquo? (1.12-2.3)
B.
Deus não o permite. Ele está sendo castigado agora mesmo (2.4-20)
III.
A intercessão de Habacuque (3.1-19)
A.
A oração (3.1,2)
B.
Uma revelação do vindouro castigo divino (3.3-15)
C.
O temor de Habacuque e sua confiança no Senhor (3.16-19)
Referências:
Ø
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
CPAD.
Ø
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø
GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos.
CPAD.