Jonas, cujo
nome significa “pombo”,
pode muito bem ser chamado de o “profeta patriota” do Antigo
Testamento. Seu livro é um dos livros mais ricos do Antigo Testamento em termos
de ensinamento objetivo de lições espirituais. Deus se mostra profundamente
interessado no bem-estar dos povos de todas as nações, não apenas de Israel. Por
isso, a graça de Deus para Nínive servira como uma lição clara e objetiva para
Israel, o Seu povo. Se Israel se arrependesse, também poderia ser salvo.
Desconhecida para Jonas, sua missão a Nínive foi, de fato, uma missão
igualmente para Israel. A esse respeito escreve o pastor Myer Pearlman: “O livro de Jonas é diferente das outras
profecias, por não conter uma mensagem direta para Israel, sendo a mensagem do
profeta dirigida aos ninivitas. Embora não mencionada diretamente, há uma
grande lição neste livro para a nação judaica, a saber, que Deus é Deus não só
dos judeus, mas também dos gentios, e que é dever do seu povo escolhido
levar-lhes a luz da revelação divina. Assim, o livro de Jonas é uma repreensão
contra o exclusivismo dos judeus que
se conservavam a certa distância dos gentios e consideravam-se superiores a
eles. Devido à descrição de Jonas como um profeta que prega aos gentios, é
considerado o livro missionário do
Antigo Testamento”.
Autoria: Jonas (1.1)
Data: 790 a.C.
Tema: A Magnitude da
Misericórdia Salvífica de Deus.
Contexto
Histórico:
Natural de Gate-Hefer, localizada
a 3 km de Nazaré, Jonas pertencia provavelmente a tribo de Zebulom. Ele exerceu
o ministério durante o próspero reinado de Jeroboão II (793-753 a.C.). O poder assírio era mais fraco durante o tempo de Jonas, e Jeroboão
II foi capaz de reivindicar áreas da Palestina desde Hamate localizada em
direção ao sul, até o mar Morto, como havia sido profetizado por Jonas. O
autor do segundo livro dos Reis presta-nos este testemunho sobre o desempenho
profético de Jonas: “Restabeleceu ele
(Jeroboão II) os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da
planície, segundo a palavra do Senhor, Deus de Israel, a qual falara por
intermédio de seu servo Jonas, filho de Amitai o profeta, o qual era de
Gate-Hefer” (2 Rs 14.25). Assim, o ministério de Jonas teve lugar pouco
depois do de Eliseu (2 Reis 13.14-19), coincidiu parcialmente com o de Amós
(Amós 1.1) e foi seguido pelo de Oséias (Oséias 1.1).
Nínive, Capital Assíria |
Os assírios, inimigos
de Israel de longa data, eram uma força dominante entre os antigos de
aproximadamente 885 a 665 a.C. Relatos do Antigo Testamento descrevem seus
saques contra Israel e Judá, onde eles destruíram a zona rural e levaram
cativos (2 Rs 15.19; 18.14-16).
Nínive era uma das maiores cidades do mundo, situada à margem do rio Tigre,
cerca de seiscentos quilômetros do mar Mediterrâneo. Era a capital da Assíria.
A fortaleza da cidade media mais ou menos cinquenta quilômetros de extensão por
dezesseis de largura. Tinha um aspecto admirável. Possuía grandes e belos
palácios. Quinze portas, guardadas por colossais leões e touros, davam acesso à
cidade. O templo da cidade tinha a forma de uma grande pirâmide que reluzia ao
sol. Nínive era tão grande em iniquidade quanto em riqueza e poder. Suas
realizações intelectuais eram quase inacreditáveis. Todavia, o
arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, ocorreu no reinado do
monarca assírio Adade-Nirari III (808—783 a.C.), cujo governo foi marcado por
uma tendência para o monoteísmo. Nínive ficava cerca de 800 km a nordeste da
Galiléia, enquanto Társis ficava 4.000 km a noroeste da Galiléia.
Mensagem:
Deus ordenou a Jonas a entregar
uma mensagem aos ninivitas. Ele teria que proclamar o juízo divino contra esta
cidade, e levá-los ao arrependimento pelos seus pecados. Jonas pode ser
considerado como um evangelista. Mas, Deus também falava à Israel através deste
profeta. Ele deveria lembrar ao Israel apóstata que Deus, em seu amor e
misericórdia, enviara muitos profetas para entregar a mensagem de
arrependimento a fim de evitar o castigo que fatalmente ocorreria. Entretanto,
diferentemente de Nínive, Israel rejeitara os profetas de Deus.
Conteúdo:
O livro de Jonas, embora tenha sido colocado entre os profetas no
cânon, é diferente do outros livros proféticos, pois ele não tem uma profecia
que não contenha uma mensagem; a história é a mensagem. A história
recorda um dos mais profundo conceitos teológicos encontrados no Antigo Teestamento.
Deus ama todas as pessoas e deseja compartilhar seu perdão e misericórdia com
elas. Israel havia sido encarregado de entregar aquela mensagem, mas, de algum
modo, eles não compreenderam a importância dela. Essa falha conseqüentemente
levou-os a um orgulho religioso extremo. No Livro de Jonas, pode ser encontrada
a semente do farisaísmo no NT. Deus pediu a Jonas, o profeta, para levantar-se
e ir pra o oriente, a Nínive, uma cidade dos temidos e odiados assírios. Sua
mensagem é pra ser um chamado ao arrependimento e uma promessa de misericórdia,
caso eles responda positivamente. Jonas sabe que, se Deus poupar Nínive, então
aquela cidade estará livre para saquear e roubar Israel novamente. Esse
patriotismo nacionalista e seu desdém a que a misericórdia seja oferecida para
pessoas que não fazem parte do concerto induzem Jonas a decidir deixar Israel e
“fugir de diante da face do Senhor”.
Sem dúvida, ele esperava que uma viagem para Társis iria livrá-lo da responsabilidade que Deus colocou sobre ele. Porém, Jonas não sabia que seu plano fracassaria.
Propósito
Depreende-se neste livro um tríplice propósito: (1) demonstrar a Israel e às nações a magnitude e a ampliação da misericórdia divina, e a atividade de Deus através da pregação do arrependimento; (2) demonstrar, através da experiência de Jonas, até que ponto Israel decaíra de sua vocação missionária original, de ser luz e redenção aos que habitam nas trevas (Gn 12.1-3; Is 42.6,7; 49.6); e (3) lembrar ao Israel apóstata que Deus, em seu amor e misericórdia, enviara à nação, não um único profeta, mas muitos profetas fiéis, que entregaram sua mensagem de arrependimento a fim de evitar o castigo que o pecado fatalmente acarretaria. Diferentemente de Nínive, no entanto, Israel rejeitara os profetas de Deus e a oportunidade que Ele lhe oferecia para que se arrependesse de suas iniquidades, e recebesse os frutos da misericórdia.
Depreende-se neste livro um tríplice propósito: (1) demonstrar a Israel e às nações a magnitude e a ampliação da misericórdia divina, e a atividade de Deus através da pregação do arrependimento; (2) demonstrar, através da experiência de Jonas, até que ponto Israel decaíra de sua vocação missionária original, de ser luz e redenção aos que habitam nas trevas (Gn 12.1-3; Is 42.6,7; 49.6); e (3) lembrar ao Israel apóstata que Deus, em seu amor e misericórdia, enviara à nação, não um único profeta, mas muitos profetas fiéis, que entregaram sua mensagem de arrependimento a fim de evitar o castigo que o pecado fatalmente acarretaria. Diferentemente de Nínive, no entanto, Israel rejeitara os profetas de Deus e a oportunidade que Ele lhe oferecia para que se arrependesse de suas iniquidades, e recebesse os frutos da misericórdia.
Fidedignidade Histórica
Os teólogos liberais e os
incrédulos consideram este livro uma ficção proveniente do período que vai do
século V ao III a.C., escrita para combater o estreito nacionalismo do judaísmo
pós-exílico. Segundo tal opinião, o livro de Jonas não representa eventos
históricos reais. O AT, no entanto, menciona Jonas noutro trecho como um
profeta acreditado no século VII a.C. (2 Rs 14.25). No NT, o próprio Jesus
refere-se a Jonas: (1) como o sinal profético mais importante do AT quanto aos
seus três dias no túmulo, e posterior ressurreição (Mt 12.39,40; Lc 11.29); (2)
como o profeta que, historicamente, pregou o arrependimento aos ninivitas (Mt
12.41; Lc 11.30-32); e (3) como quem é parte tão real da história do AT quanto
Salomão, e a visita que este recebeu da rainha de Sabá (Mt 12.42; Lc
11.31). Jesus considerava este livro fidedignamente histórico. Considerar o
livro de Jonas sob outro prisma é ter a Bíblia como falível, e, consequentemente,
o Salvador também será tido como falível.
Teológico
de Jonas
I.
DESOBEDIÊNCIA, cap. 1
II.
SUBMISSÃO, cap. 2
III.
MISSÃO, cap. 3
IV.
MOTIVOS, cap. 4
Geral de Jonas
I. Recusa da missão
(1.1-2.10)
A.
Desobediência de Jonas (1.-3)
B.
Deus envia uma tempestade (1.4,5)
C.
A confissão de Jonas (1.6-10)
D.
Jonas é lançado ao mar (1.11-16)
E.
Jonas é engolido por grande peixe (1.17)
F.
Jonas ora e se submete a Deus (2.1-9)
G.
Jonas é lançado em terra seca (2.10)
II. O cumprimento da
missão (3.1-4.11)
A.
Jonas prega em Nínive (3.1-4)
B.
Os ninivitas crêem e se arrependem (3.5-9)
C.
O arrependimento de Deus (3.10)
D.
A ira de Jonas (4.1-4)
E.
Jonas sente-se e aguarda (4.5-8)
F.
Jonas é censurado por sua falta de compaixão (4.9-11)
Referências:
Ø
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
CPAD.
Ø
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø
GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos. CPAD.
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