sexta-feira, 23 de novembro de 2012

LIVRO DO PROFETA NAUM

É comum Naum ser ignorado pelos crentes, pois parece haver pouca aplicação direta de seu texto à vida, ou experiência cristã. Não obstante, há valores básicos teológicos expressos neste pequeno livro. Deus é soberano e juiz moral, não somente de seu povo, mas de todo mundo. Ele tem autoridade para julgar o pecado onde quer que seja encontrado e cumpre essa responsabilidade. Segundo o profeta, “O Senhor é Deus zeloso e vingador (...) tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado” (1.2,3).  

Autoria: Naum (1.1)                                                                          

Data: 630 a.C. 
 
Tema: A Destruição de Nínive. 
 

Contexto Histórico:
Império Assírio
 
Este breve livro sobre a destruição de Nínive foi escrito por um profeta cujo nome significa “consolo”. Nada se sabe a respeito de Naum, a não ser que era proveniente de Elcós (1.1), mas essa informação não ajuda muito, visto que a localização de Elcós é incerta. Jerônimo acreditava que esta cidade ficava perto de Ramá, na Galiléia. Sugere-se ainda a vizinhança de Cafarnaum, e também o sul da Judéia. Há quem afirme ainda que esta cidade (Eclós) era Cafarnaum nos dias de Jesus. Todavia, alguns afirmam também que, o fato de Cafarnaum significar “Aldeia de Naum” não prova nada com relação ao nome do profeta, sendo mera especulação. O certo, como já dito acima, é que a localização de Elcós é incerta. O mais provável é que Naum fosse profeta de Judá, pois o Reino do Norte (Israel) já fora dissolvido quando este livro foi escrito. Naum profetizou antes da queda de Nínive em 612 a.C. Em 3.8-10, refere-se ele à queda de “Nô” ou Nô-Amom” (i.e., a cidade egípcia de Tebas) como evento passado, ocorrido em 663 a.C. A profecia de Naum, portanto, foi proferida entre 663 e 612 a.C., provavelmente por volta desta última data, durante a reforma promovida pelo rei Josias (640 - 609 a.C.).
O império Assírio, havia sido uma nação próspera durante séculos (900 - 607 a.C.), quando o profeta Naum entrou em cena (há quem afirme que foi 50 anos antes da queda de Nínive). Documentos antigos atestam a crueldade dos assírios contra outras nações. Os reis assírios vangloriam-se de sua brutalidade, celebrando o abuso e a tortura que eles impuseram sobre os povos conquistados. A queda do império Assírio, cujo clímax foi a destruição da cidade de Nínive, em 612 a.C., é o assunto da profecia de Naum. Um século e meio antes, Jonas fora enviado a pregar a Nínive, capital da Assíria. Por algum tempo, os assírios arrependeram-se de seus pecados, mas logo voltaram aos seus maus caminhos. Deus usara tais ímpios como instrumento de seu juízo a fim de castigar Samaria, capital de Israel, e deportar os israelitas ao exílio. Agora, aproximava-se rapidamente o dia do juízo para a própria Assíria. O juízo que cai sobre o grande opressor do mundo é o único motivo para o pronunciamento de Naum.
 

Mensagem:
 
Nínive

A mensagem de Naum foi predizer a destruição total de Nínive e do seu império, que fora construído na base da violência. Os assírios eram grandes guerreiros. Construíram sua nação com o espólio de outros povos. Faziam tudo para inspirar terror. Diziam fazer isso em obediência ao seu deus Assur. Deus iria condenar Nínive a perecer de maneira violenta também. A profecia de Naum não era uma chamada ao arrependimento (como o foi no caso de Jonas), mas a declaração de uma condenação certa e definitiva.
 

Conteúdo:
invasão de Nínive
 
O livro de Naum focaliza-se num único interesse: a queda da cidade de Nínive. Três seções principais, correspondentes aos três capítulos, abrangem a profecia. A primeira descreve o grande poder de Deus e como aquele poder opera na forma de proteção pra o justo, mas de julgamento para o ímpio. Embora Deus nunca seja rápido em julgar, sua paciência não pode ser admitida sempre. Toda a Terra está sob o seu controle; e, quando ele aparece em poder, até mesmo a natureza treme diante dele (1.1-8). Na sua condição de miséria e aflição (1.12), Judá podia facilmente duvidar da bondade de Deus e até mesmo questionar os inimigos de seu povo (1.13-15) e remover a ameaça de uma nova angústia (1.9). A predição do juízo sobre Nínive forma uma mensagem de consolação para Judá (1.15).
A segunda seção principal, descreve a ida da destruição para Nínive (2.1-3). Tentativas de defender a cidade contra seus atacantes serão em vão, porque o Senhor já decretou a queda de Nínive e a ascensão de Judá (2.1-7). As portas do rio se abrirão, inundando a cidade e varrendo todos os poderosos, e o palácio se derreterá (2.6). O povo de Nínive será levado cativo (2.7); outros fugirão com terror (2.8). Os tesouros preciosos serão saqueados (2.9); toda a força e autoconfiança se consumirão (2.10). O covil do leão poderoso será desolado, porque “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos” (2.11-13).

soldado assírio
 
O terceiro capítulo forma a seção final do livro. O julgamento de Deus parece excessivamente cruel, mas ele é justificado em sua condenação. Nínive era uma “cidade ensanguentada” (3.1), uma cidade culpada por espalhar o sangue inocente de outras pessoas. Ele era uma cidade conhecida pela mentira, falsidade rapina e devassidão (3.1,4). Tal vício era uma ofensa a Deus; portanto, seu veredicto de julgamento era inevitável (3.2-3, 5-7). Semelhante a Nô-Amom, uma cidade egípcia que sofreu queda, apesar de numerosos aliados e fortes defesas. Nínive não pode escapar do julgamento divino (3.14-15). Tropas se espalharão, os líderes sucumbirão e o povo se derramará pelos montes (3.16-18). O julgamento de Deus sobreveio, e os povos que a Assíria fez outrora vítimas tão impiedosamente baatem palmas e celebram em resposta às boas-novas (3.19).
 

Propósito
Naum teve duplo propósito. (1) Deus o usou para pronunciar a destruição iminente da ímpia e cruel Nínive. Nenhuma nação tão ímpia, como os assírios, poderia alimentar esperança quanto ao juízo divino. Ela não ficaria impune. (2) Ao mesmo tempo, Naum entrega uma mensagem de consolo ao povo de Deus. O consolo deriva-se, não do derramamento do sangue dos inimigos, mas em saber que Deus preserva a justiça no mundo, e que um dia estabelecerá o seu reino de paz. 

 

Esboços 

Teológico de Naum

I. O SENHOR, cap.1
II. A CIDADE, cap.2 

Geral de Naum
 
I. O Deus de Israel (1.1-15)
A. A grandeza de Deus (1.1-6)
B. As ações de Deus (1.7-11)
C. Os intentos de Deus (1.12-15) 

II. A queda de Nínive (2.1-3.19)
A. O aviso (2.1)
B. Uma promessa a Israel (2.2)
C. Sua destruição (2.3-3.19)
1. A narrativa da destruição (2.3-13)
2. A recapitulação da destruição (3.1-6)
3. A celebração da destruição (3.7-11)
4. Nínive é ridicularizada (3.12-19) 

 

Referências:
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos. CPAD.

 

 

 

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