Jacó
e Esaú eram gêmeos, filhos de Isaque, e netos de Abraão. Enquanto Esaú se
mostrava indiferente aos valores espirituais, Jacó desejava ardentemente herdar
as promessas da aliança de Deus. Séculos mais tarde, os descendentes dos dois
irmãos formam duas nações: Judá, que possuía Jerusalém e as montanhas e vales
ao sul da Terra Prometida e Edom, que desde o século XIII a.C. ocupava a área
ao sul e à leste do mar Morto. Contudo, até a época de Davi, a hostilidade
entre eles era muito grande. O acontecimento registrado neste livro de
profecias, de apenas um capítulo, dirigido contra Edom é a participação, de
alguma forma, dos edomitas, num ataque bem-sucedido contra Jerusalém. Dadas as
semelhanças entre Jeremias 49.9,14-16 e Obadias 1-5, muitos comentaristas acreditam
que o ataque em questão corresponde ao do exército de Nabucodonosor, em 586
a.C.
Autoria: Obadias (1.1)
Data: 586 a.C.
Tema: O Julgamento de Edom.
Contexto
Histórico:
O
livro de Obadias não oferece uma data específica, a evidência interna combinada
com informações obtidas a partir de outras referências do Antigo Testamento
possibilita datar Obadias. O profeta refere-se a um ataque a Jerusalém
(vv.11-14). Os ataques sobre Jerusalém registrados no Antigo Testamento relacionam-se
com os de Sisaque, rei do Egito (925
a.C.; 1 Rs 14.25,26; 2 Cr 12.2-9); os dos filisteus e árabes durante o
reinado de Jeorão (cerca 850 a.C.;
2 Cr 21.8-10,16,17); os de Joás, rei de Israel (cerca 790 a.C.; 2 Cr 25); e os de Nabucodonosor, rei de Babilônia
(586 a.C.; 2 Rs 25.1,2). A maioria
dos eruditos data o livro depois da destruição de Jerusalém por Nabucodonosor,
em 586 a.C. Eis o que encontramos no Comentário Bíblico Moody: “A profecia de Obadias faz alusão a uma
situação histórica na qual os idumeus aliaram-se aos inimigos de Israel e
participaram no saque de Jerusalém (vv. 10-14). Jerusalém foi despojada pelos
filisteus e árabes durante o tempo de Jeorão (2 Cr 21.16,17), nos meados do
século nono mais ou menos. Edom foi mencionado aqui tendo mais de um aliado
(vv. 7,11). Sabe-se que Edom aliou-se aos babilônios e outros quando da queda
de Jerusalém em 587-586 a.C., e participou do saque da cidade. Provavelmente a
profecia de Obadias encaixa-se melhor nesse período”.
Portanto,
Edom ajudou e instigou o ataque de Nabucodonosor sobre Jerusalém, saqueou a
cidade e impediu que seus habitantes fugissem (veja Sl 137.7; Lm 4.21,22; Ez
35; Jl 3.19). Esta ação dos edomitas ocorre por ocasião da última leva de
cativos para Babilônia e, consequente queda do Reino do Sul (Judá), dando
sequência aos setenta anos de exílio Babilônico. Vale salientar que a contagem
das setentas semanas de Daniel não se inicia em 586 a.C., mas a partir de 606
a.C. por ocasião da primeira invasão Babilônica.
Mensagem:
Obadias é um dos profetas
mencionados por Deus a dirigir uma mensagem quase que, exclusivamente, a uma
nação gentia (os outros profetas são
Jonas e Naum). Sua mensagem se baseia na ira de Deus contra os edomitas por
terem se regozijado com o sofrimento de Judá e a entrega da palavra de juízo
divino contra Edom. Obadias profetiza o resultado final da atuação de Deus para
os edomitas - destruição; e para Israel, o povo de Deus - livramento no futuro
Dia do Senhor.
Conteúdo:
Obadias, que significa em hebraico “servo ou adorador do Senhor”,
é o menor livro do AT. Ele começa com um título que identifica a profecia como
“visão
de Obadias” e que atribui o pronunciamento do Senhor Jeová (v.1). O
livro é dividido em duas seções principais. A primeira (vs 1-14) é endereça a
Edom e anuncia sua inevitável queda. Da sua posição de soberba e falsa
segurança, Deus irá derribá-lo (vs 2-4). A terra e o povo serão saqueado e
espoliados, a destruição final e completa (vs 5-9). Por quê? Por causa da
violência que Edom praticou contra seu irmão Jacó (v.10), porque Edom de
regozijou com o sofrimento de Israel e juntou-se com seus atacantes para roubar
e violar Jerusalém no dia da sua calamidade (vs 11-13) e porque os edomitas
impediram a fuga do povo de Judá e os entregou aos invasores (v.14). A segunda
seção principal da profecia reflete sobre o Dia do Senhor (vs 15-21). Esse dia
será um tempo de retribuição, de colher o que se havia plantado. Para Edom,
este é um pronunciamento de perdição (vs 15-16), mas, para Judá de proclamação
de liberdade (vs 17-20) Edom será julgado severamente, mas o povo de Deus
experimentará a abençoada e gloriosa restauração de sua terra. O monte Sião
governará as montanhas de Esaú, e o reino pertencerá ao Senhor (v.21)
Propósito:
Este livro foi escrito: (1)
para revelar a intensa ira de Deus contra os edomitas por terem se regozijado
com o sofrimento de Judá; e (2) para entregar a palavra do juízo divino
contra Edom. Obadias profetiza o resultado final da atuação de Deus: para os
edomitas — destruição; para Israel, o povo de Deus — livramento no futuro dia
do Senhor.
Esboços:
I. Título v.1
II. O decreto do Senhor, vv. 1-14
II. O decreto do Senhor, vv. 1-14
A condenação de Edom,
vv.1-4
O colapso de Edom, vv.5-9
Os crimes de Edom, vv.10-14
O colapso de Edom, vv.5-9
Os crimes de Edom, vv.10-14
III. O Dia do Senhor, vv.15-21
O dia da retribuição
divina, vv.16-16
O dia da restituição divina, vv.17-20
O dia do domínio divino, v. 21
O dia da restituição divina, vv.17-20
O dia do domínio divino, v. 21
Fonte: Bíblia Plenitude
Introdução (v.1)
I. O Juízo de Deus sobre Edom (vv.2-9)
II. A base para o juízo de Edom (vv.10-14)
III. O Dia do Senhor (vv.15-21)
a. O juízo de Deus
sobre as nações (vv.15,16)
b. A libertação de
Israel (vv.17-21)
Fonte: Bíblia da Mulher
Referências:
Ø
BOYER, Orlando. Pequena
Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø
Bíblia de Estudo da Mulher. Editora Mundo Cristão.
Ø
GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos.
CPAD.
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