sexta-feira, 29 de março de 2013

LIÇÃO 13 – A MORTE DE ELISEU


2 Rs 13.14-21



INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre, estudaremos sobre o fim do ministério profético de Eliseu e sobre a sua morte. Eliseu foi um homem íntegro, que teve um ministério próspero por cerca de cinquenta anos e foi poderosamente usado por Deus, não apenas para transmitir a Sua mensagem, mas, também, para realizar grandes milagres. Porém, como qualquer ser humano, ele estava sujeito a doença e a morte. Veremos também que, tal qual o profeta Elias, ele nos deixou um grande legado moral, ministerial e espiritual. Seu exemplo de vida, caráter e ministério se constitui numa herança, não somente para os seus contemporâneos, mas também para todos aqueles que são chamados por Deus para uma obra específica.


I – A ÚLTIMA PROFECIA DE ELISEU
Como disse o salmista “Os que estão plantados na casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos...” (Sl 92.13,14). O profeta Eliseu, mesmo doente e idoso, profetizou para o rei Jeoás (II Rs 13.14-19). Ao chegar à casa do profeta, o rei Jeoás disse: “Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros” (II Rs 13.14). Com esta expressão, o rei estava temendo a morte do profeta, pois sabia que ele era um homem de Deus e que, por meio dele, o Senhor havia dado grandes livramentos ao seu povo (II Rs 3.-27; 6.8-23; 7.1-20). Mas, quando ele pensava em consolar, foi consolado. Eliseu lhe disse que ele pegasse um arco e flechas e que atirasse em direção ao Oriente. Esta atitude representava o livramento contra os sírios (II Rs 13.17). Como o rei feriu a terra apenas três vezes, o profeta lhe disse que ele não iria os consumir por completo, mas, três vezes os feriria. Esta profecia cumpriu-se na íntegra, como havia predito o homem de Deus: “E Jeoás, filho de Jeoacaz, tornou a tomar as cidades das mãos de Ben-Hadade, que ele tinha tomado das mãos de Jeoacaz, seu pai, na guerra; três vezes Jeoás o feriu, e recuperou as cidades de Israel” (II Rs 13.25).
  

II – A DOENÇA DE ELISEU
O profeta Eliseu, apesar de ter um ministério marcado por muitos milagres (II Rs 2.13,14; 2.19-22; 4.1-7; 18-37; 38-41; 42-44; 5.1-27; 6.1-23), em sua velhice, ele adoeceu. Embora os seguidores da Teologia da Prosperidade ensinem que o servo de Deus não pode adoecer, e, caso ele adoeça, dizem eles, que é por falta de fé, por estar em pecado, ou estar sendo afligido por Satanás. 
Mas, ao lermos a Bíblia, encontramos diversos exemplos de servos de Deus que estiveram doentes, tais como: o rei Ezequias (II Rs 20.1; Is 38.1); o profeta Daniel (Dn 8.27); Epafrodito, Timóteo e Trófimo, companheiros de Paulo (Fp 2.25-27; I Tm 5.23; II Tm 4.20). Estes e outros exemplos demonstram claramente que um servo de Deus poder adoecer.

  
III – A MORTE DE ELISEU
A morte é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), pela qual o homem é introduzido no mundo invisível. Essa experiência descreve-se simbolicamente como: “dormir” (Jo 11.11; Dt 31.16); “o desfazer da casa terrestre” (II Co 5.1); “deixar este tabernáculo” (II Pe 1.14); “descer ao silêncio” (Sl 115.17); “expirar” (At 5.10); “tornar-se em pó” (Gn 3.19); e “partir” (Fp 1.23). Nas Sagradas Escrituras, a morte é descrita como consequência do pecado (Gn. 2.17), por conseguinte, todos os homens estão sujeitos a morte, inclusive os servos de Deus (Rm 3.23; 6.23). Mas, para os justos, a morte não é o fim de tudo; pelo contrário, é o início de uma vida eterna com Deus. Por isso, os justos, até na morte tem esperança, como veremos a seguir:

   Ø  “O justo até na sua morte tem esperança.” (Pv 14:32);
   Ø  “Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá.” (Sl 49:15);
   Ø  “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra.” (Jó 19:25);
   Ø  “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (Sl 16.10);
   Ø  “Quanto a mim, contemplarei a Tua face na justiça; satisfar-me-ei da Tua semelhança quando acordar.” (Sl 17:15).

Para o verdadeiro cristão, a morte é lucro, pois é partindo para a eternidade que podemos estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.21-23). Portanto, a morte é o momento no qual o cristão é recolhido ao celeiro celestial como trigo maduro (Mt 3.12). A Bíblia nos ensina que não devemos enxergar a morte como uma derrota, pois o evangelho ressalta a esperança da ressurreição em Cristo quando a morte será vencida (I Co 15.51-54).


IV – O ÚLTIMO MILAGRE “DE ELISEU”
Mesmo depois de morto e sepultado, o Senhor Deus manifestou o seu poder através dos ossos do profeta. Quando os moabitas invadiram as terras de Israel, um grupo de homens iam sepultar um morto. Ao verem os soldados do exército de Moabe, eles lançaram o defunto na sepultura de Eliseu. Ao cair nela o homem que havia morrido, tocando os ossos de Eliseu, ele reviveu e se levantou (II Rs 13.20,21). Sem dúvida, O Senhor Deus estava ensinando uma grande lição para os contemporâneos do profeta: Eliseu morreu, mas o EU SOU estava vivo! Por isso, Israel deveria continuar confiando no cuidado e provisão divina, pois Ele é Eterno, ou seja, “não teve começo e nunca terá fim” (Sl 45.6; 90.2; 93.2; Is 40.28; 57.15).

  
V – O LEGADO DE ELISEU
Como já vimos em lições anteriores, legado diz respeito a um valor, objeto ou herança que alguém deixa para outros através de testamento. Aurélio traduz a palavra “legado” como “dádiva deixada em testamento; valor previamente determinado, ou objeto previamente endividado, que alguém deixa a outrem por meio de testamento”. Tal qual Elias, o profeta Eliseu nos deixou um grande legado, como veremos a seguir:

5.1 Moral. Eliseu era um homem íntegro. Ele jamais se deixou corromper.

   Ø  Quando o general Naamã foi curado, ofereceu ao profeta um presente, mas ele recusou (II Rs 5.15-17). Ele entendeu que não deveria receber pagamento pela bênção que graciosamente Deus havia outorgado, e disse: “Vive o SENHOR, em cuja presença estou, que não a aceitarei. E instou com ele para que a aceitasse, mas ele recusou” (II Rs 5.15);

   Ø  O profeta Eliseu foi reconhecido como sendo um homem de Deus (II Rs 4.7,9,16,21,22,25; 5.8,14,15; 6.6,9,10). A mulher sunamita disse acerca dele: “Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus” (II Rs 4.9).

5.2 Espiritual. O legado espiritual que o profeta Eliseu nos deixou não se restringe aos milagres que Deus operou por intermédio dele (2 Rs 2.13,14, 19-22; 4.1-7, 8-37, 38-44; 6.1-7, 11-23; 13.21), mas, também, pela mensagem divina que ele transmitiu, quando:

   Ø  Anunciou que Deus enviaria água e que daria vitória a Israel sobre os moabitas (II Rs 3.17-20);
   Ø  Revelou os planos do rei da Síria, quando este preparava emboscada contra o exército de Israel (II Rs 6.8-10,12);
   Ø  Predisse que haveria abundância de víveres, em meio a fome e escassez em Samaria (II Rs 7.1);
   Ø  Anunciou a morte de Ben-Hadade, rei da Síria, e que Hazael reinaria em seu lugar (II Rs 8.7-15);
   Ø  Revelou que o rei Jeoás iria ferir os sírios por três vezes (II Rs 13.14-19).

5.3 Ministerial. Deus havia ordenado a Elias que ungisse Eliseu como profeta em seu lugar: “A Eliseu, filho de Safate ungirás profeta em teu lugar” (I Rs 19.16). Quando Elias lançou-lhe a capa, ele o seguiu, demonstrando estar disposto a renunciar o trabalho e até mesmo o convívio familiar para atender ao chamado divino (I Rs 19.20,21). Dali em diante ele passou a servir a Elias (II Rs 3.11). Quando Elias foi transladado (II Rs 2.1-11), Eliseu iniciou o seu ministério que durou cerca de cinquênta anos (II Rs 2.12-13.25). Por intermédio dele, o Senhor Deus abriu o rio Jordão (2 Rs 2.13,14); multiplicou o azeite da viúva (2 Rs 4.1-7); ressuscitou o filho da sunamita (2 Rs 4.8-37); curou o general Naamã (2 Rs 5); fez o machado flutuar (2 RS 6.1-7); dentre outros milagres.

  
CONCLUSÃO
O profeta Eliseu foi chamado por Deus para o ministério profético, aprendeu com o profeta Elias, e tornou-se um dos personagens mais notáveis da Bíblia. Sua história está registrada em (I Rs 19-16 - II Rs 13.20), onde a Bíblia registra não apenas suas profecias, mas, também, sua vida e suas obras. Ele foi reconhecido como um santo homem de Deus! Sem dúvida, ele nos deixou um grande legado, moral, ministerial e espiritual, e, até mesmo o registro de sua doença na velhice, bem como a sua morte, nos ensina grandes lições de vida.



REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

O GALÃO DE LEITE



Eram aproximadamente 22 horas quando um jovem começou a se dirigir para casa. Sentado no seu carro, ele começou a pedir: 
      - Deus! Se ainda falas com as pessoas, fale comigo. Eu irei ouvi-lo. Farei tudo para obedecê-lo.
     Enquanto dirigia pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho:
        - Pare e compre um galão de leite.
        Ele balançou a cabeça e falou alto:
        - Deus? É o Senhor?
        Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa. Porém, novamente, surgiu o pensamento:
        - Compre um galão de leite. Muito bem, Deus! No caso de ser o Senhor, eu comprarei o leite.
      O jovem parou, comprou o leite e reiniciou o caminho de casa. Quando ele passava pela sétima rua, novamente ele sentiu um pedido:
        - Vire naquela rua.
        Isso é loucura, pensou ele e passou direto pelo retorno. Novamente ele sentiu que deveria ter virado na sétima rua. No retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se a sétima rua. Meio brincalhão ele falou alto
        - Muito bem, Deus. Eu farei.
       Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Ele brecou e olhou em volta. Era uma área mista de comércio e residência. Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria das casas estava escura, as pessoas já tinham ido dormir, exceto uma do outro lado que estava acesa. Novamente, ele sentiu algo:
        - Vá e dê o leite para as pessoas que estão naquela casa do outro lado da rua.
        O jovem olhou a casa. Ele começou a abrir a porta do carro, mas voltou a sentar-se.           
        - Senhor, isso é loucura. Como posso ir para uma casa estranha no meio da noite?
       
Mais uma vez, ele sentiu que deveria ir e dar o leite. Finalmente, ele abriu a porta...
        - Muito Bem, Deus, se é o Senhor, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas. Se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca, muito bem. Eu quero ser obediente. Acho que isso vai contar para alguma coisa, contudo, se eles não responderem imediatamente, eu vou embora daqui. Ele atravessou a rua e tocou a campainha. Ele pode ouvir um barulho vindo de dentro, parecido com o choro de uma criança. A voz de um homem soou alto:
        - Quem está aí? O que você quer?
         A porta abriu-se antes que o jovem pudesse fugir. Em pé, estava um homem vestido de jeans e camiseta. Ele tinha um olhar estranho e não parecia feliz em ver um desconhecido em pé na sua soleira.
          - O que é?
          O jovem entregou-lhe o galão de leite e disse:
          - Comprei isto para vocês.
         O homem pegou o leite e correu para dentro falando alto. Depois, uma mulher passou pelo corredor carregando o leite e foi para a cozinha. O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava. Lágrimas corriam pela face do homem e ele começou a falar, meio soluçando:
          - Nós oramos... Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o nosso dinheiro havia acabado. Não tínhamos mais leite para o nosso bebê. Apenas orei e pedi a Deus que me mostrasse uma maneira de conseguir leite.
          Sua esposa gritou lá da cozinha:
          - Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco de leite... Você é um anjo?
          O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e colocou-o na mão do homem. Ele voltou-se e foi para o carro, enquanto as lágrimas corriam pela sua face. Ele teve certeza que Deus responde as orações.

Autor desconhecido.

segunda-feira, 25 de março de 2013

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2013


       (Elias e Eliseu – Um Ministério de Poder Para toda a Igreja)



Lição 12

1. Segundo a lição, o que podemos aprender sobre o aspecto institucional da Escola de Profetas?
R. Que a educação possui forma e função.

2. Destaque dois dos objetivos da Escola de Profetas?
R. Treinamento e encorajamento.

3. De acordo com a lição, que conteúdos faziam parte do currículo da Escola de Profetas?
R. A Escritura e a experiência.

4. Cite dois dos métodos educacionais usados na Escola de Profetas.
R. Ensino através da palavra e do exemplo.

5. O que podemos observar através do ministério de Eliseu?
R. Observamos que as escolas de profetas eram dedicadas ao ensino formal.


sexta-feira, 22 de março de 2013

LIÇÃO 12 – ELISEU E A ESCOLA DE PROFETAS


2 Rs 6.1-7


INTRODUÇÃO
Entender os princípios que fundamentavam a escola de profetas é de suma importância para a educação cristã do século XXI, pois através deles é possível fazer um contraste entre o ensino bíblico e o paradigma educacional emergente. O que a escola de profetas, liderada pelo profeta Eliseu, tem a nos ensinar? A escola é uma fábrica de cultura, isto é, como uma instituição que cuida da formação do homem em sociedade, e que para ela realizar essa função, deve ter em vista o cultivo do homem. Como isso acontecia no antigo Israel? Quais ensinamentos podemos extrair da escola de profetas no AT?


I – DEFINIÇÃO DE ENSINO
O discipulado é o relacionamento entre um mestre e um aluno onde o mestre reproduz no aluno o conteúdo do aprendizado, capacitando-o a treinar outros para que também ensinem novos discípulos. Nas páginas das Escrituras encontramos vários termos equivalentes ao ato de ensinar. Vejamos: Paideuõ “instruir, treinar”, Didasko “dar instrução”, Didaktos “aquilo que pode ser ensinado”, Didaké “ensino”, Didaskalia “instrução”, Didaskalós “mestre, professor”, Didaskein “ensino”, Theodidaktos “ensinado por Deus”.


II – CONCEITOS E DEFINIÇÃO DE PROFETA E PROFECIA
As Escolas de Profetas realmente existiram, mas há pouca informação sobre essas instituições. Muito do que ensamos não passa de suposições, já que as passagens bíblicas não apontam de forma direta o propósito dessas escolas. Na verdade, é muito difícil responder sobre os objetivos, conteúdo e a formação delas. Não há elementos para uma explicação detalhada. Há até teólogos que acham que “escolas de profetas” é linguagem figurada, mas não que tenha sido uma organização. Apesar disso, os textos das Sagradas Escrituras nos dão algumas informações sobre o assunto. Para uma melhor compreensão dessa lição, enumeramos alguns conceitos e definições:

Ø  Profecia. É a revelação inspirada, sobrenatural e única da vontade de Deus. A profecia não é, necessariamente, uma previsão do futuro, e sim, a revelação do conhecimento de Deus à humanidade (Am 3.7; Jr 36.1-3; Ez 2.3-8; 3.4-11).
Ø  Profeta. A palavra profeta deriva-se do termo hebraico nabbi que significa “falar” ou “dizer”, e do termo grego prophete, que significa “falar de antemão”. Portanto, o profeta é um mensageiro de Deus. Sua principal função é tornar conhecidas as revelações divinas e transmitir os oráculos de Deus ao povo (Êx 7.1; Nm 12.6; I Sm 3.20; Hb 1.1,2).
Ø  Ministério Profético. A palavra ministério significa “ofício”, “cargo, “função”, etc. Nas Sagradas Escrituras esse termo é coletivo e aponta para vários oficiais e autoridades religiosas e civis, bem como denota ofícios específicos, tais como ministério cristão, ministério dos anjos, etc. Assim, podemos afirmar que o termo Ministério Profético refere-se ao ofício ou função exercida pelos profetas de Deus.


III - A ESCOLA DOS PROFETAS
As escolas de profetas eram “instituições” de ensino do AT cujo objetivo era a transmissão dos valores morais e espirituais que Deus havia entregado a Israel através de sua Palavra. Não tinham como propósito ensinar os alunos a profetizarem. A profecia é um dom divino, por isso, somente o Senhor pode ensinar os seus servos quanto ao profetizar. Todavia, um dos objetivos desta escola era passar às gerações mais jovens a herança cultural e espiritual da nação. Os estudiosos acreditam que as escolas de profetas surgiram com o profeta Samuel (1Sm 10.5,10; 19.20) “E todos os profetas desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (At 3.24 cf. 13.20; Hb 11.32) e, posteriormente, consolidaram-se com os profetas Elias e Eliseu (2Rs 6. 1-2). As escolas de profetas forneciam instrução e encorajamento aos alunos a fim de que eles buscassem uma melhor compreensão da Palavra de Deus. Eliseu não era apenas um homem com dons sobrenaturais, mas também um profeta que possuía uma “missão pedagógica” (2 Rs 2.15, 19-22; 4.1-7, 42-44).


IV – EXEMPLOS DE ESCOLAS DE PROFETAS
Ao que parece, como foi dito acima, as primeiras “escolas teológicas” foram organizadas pelo profeta Samuel (1Sm 10.5; 19.20), e então foram mais firmemente estabelecidas pelos profetas Elias e Eliseu, no Reino do Norte ou reino de Samaria (2Rs 2.3; 4.38; 6.1). Essas escolas seguiam o modelo do ideal hebreu de relação entre o professor e o aluno. Eles viviam em comunidades e o ensinamento era bíblico e também através do exemplo pessoal. Vejamos alguns exemplos:

Ø  Escolas de profetas de Ramá e Gibeá (1Sm 19.20; 10.5, 10);
Ø  Escolas de profetas de Gilgal, Betel e Jericó (2Rs 4.38; 2.3,5,7,15; 4.1; 9.1);
Ø  Cerca de 100 alunos, isto é, discípulos dos profetas acompanhavam Eliseu (2Rs 4.38, 42-44);
Ø  Cerca de 50 desses discípulos achavam-se com Elias e Eliseu quando eles foram até ao Jordão (2Rs 2.7, 16-17);
Ø  Viviam em casas comuns, na companhia dos profetas (2Rs 6.1);
Ø  Alguns deles eram casados, e tinham suas próprias casas (2Rs 4.1);
Ø  Há alguma indicação de que havia música e poesia envolvida no “currículo escolar” (1Sm 10.5).


V – A ESCOLA DOS PROFETAS E O ENSINO
As escolas de profetas eram centros de vida religiosa, onde se buscava a comunhão com Deus mediante a oração e meditação. É evidente que estudavam as profecias, inquirindo sobre o tempo de seu cumprimento (1 Pd 1.10-12), além de recordarem os grandes feitos de Deus no passado. Através dessas escolas, cresceu em Israel uma ordem profética reconhecida (2 Rs 2.3,5). No contexto do AT temos uma relação de homens usados por Deus para ensinar Seu povo: Samuel (1 Sm 12.23), Josafá (2 Cr 17.7-12), Esdras e Neemias (Ne 8.17), Davi (Sl 51.13 cf. Sl 25.4; 27.11) e Isaías (Is 28.10). Analisemos como funcionava o ensino na escola dos profetas:

Ø  Através do treinamento. O texto de 2 Reis 2.15,16, mostra que fazia parte desse treinamento trabalhar sob as ordens do líder, obtendo assim permissão para a execução de determinadas tarefas;
Ø  Através do encorajamento. Os expositores bíblicos observam que o profeta Eliseu não limitava o seu ministério à pregação itinerante e à operação de milagres, mas agia também como um supervisor de várias escolas de profetas nos seus dias;
Ø  Através das Escrituras. Quando fazemos um acompanhamento do ministério do profeta Elias, vemos que a Palavra de Deus fazia parte do conteúdo ensinado nas Escolas de Profetas;
Ø  Através da sua experiência. Tanto Elias como Eliseu eram homens experientes e compartilhavam com os outros aquilo que haviam aprendido (2 Rs 2.15; 2.19-22; 4.1-7,42-44);
Ø  Através do exemplo. Os estudiosos estão de acordo que essas Escolas de Profetas seguiam o idealismo hebreu concernente à educação. Havia uma relação entre professor e aluno na comunidade onde viviam;
Ø  Através da Palavra. Eliseu não deixou nada escrito. O que sabemos dele é através do cronista bíblico. Mas esse fato não significa que esse profeta não usasse a Palavra de Deus em sua vida devocional e também como instrumento de instrução na Escola de Profetas.


VI – A PRÁTICA DO ENSINO NAS ESCRITURAS
Vemos diversas vezes a expressão “filhos dos profetas” do hebraico “bene ba-nabiim” aparecer nos livros de 1 e 2 Reis. Observamos pelas Escrituras que os filhos dos profetas estavam radicados em locais como Betel, Jericó e Gilgal (1Rs 20.35; 2Rs 2.3,5,7,15; 4.1,38; 6.1). O contexto dessas passagens não deixa dúvidas de que esta expressão pode ser entendida como sendo sinônimo para “Escola de Profetas”. Esse fato serve para nos mostrar que a educação religiosa ou formal já recebia destaque no Antigo Israel. Todavia a Escola de Profetas é um testemunho vivo de que o povo de Deus em um passado tão distante se preocupava em passar às gerações posteriores sua herança cultural e espiritual. Sempre pesou sobre o povo de Deus a responsabilidade de ensinar a Palavra de Deus. Vejamos como se desenvolveu a instrução religiosa nos tempos bíblicos:

Ø  Nos dias de Moisés. Examinando o Pentateuco, vemos que no princípio, entre o povo de Deus, eram os próprios pais os responsáveis pelo ensino da revelação divina no lar. O lar, então, era de fato uma escola onde os filhos aprendiam a temer e amar a Deus (Dt 6.5-9; 11.18,19);
Ø  Na época dos Reis e Sacerdotes. Os sacerdotes eram mediadores entre Deus e o homem. Além do culto divino, eles tinham o encargo do ensino da Lei (Dt 24.8; I Sm 12.23; II Cr 15.3; Jr 18.18). Já os reis de Israel, quando piedosos e tementes a Deus, tinham a preocupação com a leitura e o ensino da Palavra de Deus para a nação (II Cr 17.7-9);
Ø  Durante o Cativeiro Babilônico. Nessa época, os judeus no exílio, privados do seu grandioso templo em Jerusalém, instituíram as sinagogas, que eram usadas como “escola bíblica”, casa de cultos e escola pública.
Ø  No pós-cativeiro. Nos dias de Esdras e Neemias, quando o povo retornou do cativeiro, houve um grande avivamento espiritual, originado pela leitura e ensino das Escrituras, como podemos observar nos capítulos 8 e 9 do livro de Neemias;
Ø  Durante o Ministério de Jesus. Jesus exerceu um tríplice ministério de cura, pregação e ensino da palavra de Deus (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1). Esse mesmo ministério tríplice foi ordenado e confiado à Igreja (Mt 28.19; Mc 16.15-18);
Ø  Nos dias da Igreja. Após a ascensão do Senhor, os apóstolos e discípulos continuaram a ensinar. A igreja dos dias primitivos dava muita importância a esse ministério (At 5.41,42). Paulo e Barnabé, por exemplo, passaram um ano todo ensinando na igreja de Antioquia (At 11.26). Em Éfeso, Paulo ficou três anos ensinando (At 20.20,31) e em Corinto, ficou um ano e seis meses (At 18.11). Seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino da Palavra de Deus (At 28.31).

  
CONCLUSÃO
Observamos nesta lição que através do ministério do profeta Eliseu os filhos dos profetas pertenciam a uma escola dedicada ao ensino formal. Vimos também que ali era ensinado a Palavra de Deus tanto na sua forma oral como escrita. Esse fato é por si só de grande relevância para nós porque demonstra a preocupação desse homem de Deus em passar a outros o conhecimento correto sobre Deus.



REFERÊNCIAS
  Ø  ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
  Ø  SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
  Ø  SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia. CPAD.
  Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 
   
   
Por Rede Brasil de Comunicação


quinta-feira, 21 de março de 2013

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2013


       (Elias e Eliseu – Um Ministério de Poder Para toda a Igreja)



Lição 11

1. Quais milagres de provisão são listados na lição?
R. Multiplicação dos pães e abundância de víveres.

2. Que lição podemos aprender com o machado que flutuou?
R. O Senhor está pronto a restituir ou restaurar quem perdeu alguma coisa, desde que se tome consciência disso.

3. Cite pelo menos duas lições extraídas da cura de Naamã.
R. Deus não opera milagres para satisfazer nossa curiosidade. Ele também resiste aos soberbos.

4. Como os rapazes zombaram do profeta?
R. “Sobe, calvo. Sobe, calvo”.

5. Cite pelo menos duas razões pelas quais Geazi experimentou o juízo divino.
R. Geazi viu apenas uma ação humana quando deveria ver uma ação divina e também trocou a verdade pela mentira.