sexta-feira, 29 de março de 2013

LIÇÃO 13 – A MORTE DE ELISEU


2 Rs 13.14-21



INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre, estudaremos sobre o fim do ministério profético de Eliseu e sobre a sua morte. Eliseu foi um homem íntegro, que teve um ministério próspero por cerca de cinquenta anos e foi poderosamente usado por Deus, não apenas para transmitir a Sua mensagem, mas, também, para realizar grandes milagres. Porém, como qualquer ser humano, ele estava sujeito a doença e a morte. Veremos também que, tal qual o profeta Elias, ele nos deixou um grande legado moral, ministerial e espiritual. Seu exemplo de vida, caráter e ministério se constitui numa herança, não somente para os seus contemporâneos, mas também para todos aqueles que são chamados por Deus para uma obra específica.


I – A ÚLTIMA PROFECIA DE ELISEU
Como disse o salmista “Os que estão plantados na casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos...” (Sl 92.13,14). O profeta Eliseu, mesmo doente e idoso, profetizou para o rei Jeoás (II Rs 13.14-19). Ao chegar à casa do profeta, o rei Jeoás disse: “Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros” (II Rs 13.14). Com esta expressão, o rei estava temendo a morte do profeta, pois sabia que ele era um homem de Deus e que, por meio dele, o Senhor havia dado grandes livramentos ao seu povo (II Rs 3.-27; 6.8-23; 7.1-20). Mas, quando ele pensava em consolar, foi consolado. Eliseu lhe disse que ele pegasse um arco e flechas e que atirasse em direção ao Oriente. Esta atitude representava o livramento contra os sírios (II Rs 13.17). Como o rei feriu a terra apenas três vezes, o profeta lhe disse que ele não iria os consumir por completo, mas, três vezes os feriria. Esta profecia cumpriu-se na íntegra, como havia predito o homem de Deus: “E Jeoás, filho de Jeoacaz, tornou a tomar as cidades das mãos de Ben-Hadade, que ele tinha tomado das mãos de Jeoacaz, seu pai, na guerra; três vezes Jeoás o feriu, e recuperou as cidades de Israel” (II Rs 13.25).
  

II – A DOENÇA DE ELISEU
O profeta Eliseu, apesar de ter um ministério marcado por muitos milagres (II Rs 2.13,14; 2.19-22; 4.1-7; 18-37; 38-41; 42-44; 5.1-27; 6.1-23), em sua velhice, ele adoeceu. Embora os seguidores da Teologia da Prosperidade ensinem que o servo de Deus não pode adoecer, e, caso ele adoeça, dizem eles, que é por falta de fé, por estar em pecado, ou estar sendo afligido por Satanás. 
Mas, ao lermos a Bíblia, encontramos diversos exemplos de servos de Deus que estiveram doentes, tais como: o rei Ezequias (II Rs 20.1; Is 38.1); o profeta Daniel (Dn 8.27); Epafrodito, Timóteo e Trófimo, companheiros de Paulo (Fp 2.25-27; I Tm 5.23; II Tm 4.20). Estes e outros exemplos demonstram claramente que um servo de Deus poder adoecer.

  
III – A MORTE DE ELISEU
A morte é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), pela qual o homem é introduzido no mundo invisível. Essa experiência descreve-se simbolicamente como: “dormir” (Jo 11.11; Dt 31.16); “o desfazer da casa terrestre” (II Co 5.1); “deixar este tabernáculo” (II Pe 1.14); “descer ao silêncio” (Sl 115.17); “expirar” (At 5.10); “tornar-se em pó” (Gn 3.19); e “partir” (Fp 1.23). Nas Sagradas Escrituras, a morte é descrita como consequência do pecado (Gn. 2.17), por conseguinte, todos os homens estão sujeitos a morte, inclusive os servos de Deus (Rm 3.23; 6.23). Mas, para os justos, a morte não é o fim de tudo; pelo contrário, é o início de uma vida eterna com Deus. Por isso, os justos, até na morte tem esperança, como veremos a seguir:

   Ø  “O justo até na sua morte tem esperança.” (Pv 14:32);
   Ø  “Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá.” (Sl 49:15);
   Ø  “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra.” (Jó 19:25);
   Ø  “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (Sl 16.10);
   Ø  “Quanto a mim, contemplarei a Tua face na justiça; satisfar-me-ei da Tua semelhança quando acordar.” (Sl 17:15).

Para o verdadeiro cristão, a morte é lucro, pois é partindo para a eternidade que podemos estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.21-23). Portanto, a morte é o momento no qual o cristão é recolhido ao celeiro celestial como trigo maduro (Mt 3.12). A Bíblia nos ensina que não devemos enxergar a morte como uma derrota, pois o evangelho ressalta a esperança da ressurreição em Cristo quando a morte será vencida (I Co 15.51-54).


IV – O ÚLTIMO MILAGRE “DE ELISEU”
Mesmo depois de morto e sepultado, o Senhor Deus manifestou o seu poder através dos ossos do profeta. Quando os moabitas invadiram as terras de Israel, um grupo de homens iam sepultar um morto. Ao verem os soldados do exército de Moabe, eles lançaram o defunto na sepultura de Eliseu. Ao cair nela o homem que havia morrido, tocando os ossos de Eliseu, ele reviveu e se levantou (II Rs 13.20,21). Sem dúvida, O Senhor Deus estava ensinando uma grande lição para os contemporâneos do profeta: Eliseu morreu, mas o EU SOU estava vivo! Por isso, Israel deveria continuar confiando no cuidado e provisão divina, pois Ele é Eterno, ou seja, “não teve começo e nunca terá fim” (Sl 45.6; 90.2; 93.2; Is 40.28; 57.15).

  
V – O LEGADO DE ELISEU
Como já vimos em lições anteriores, legado diz respeito a um valor, objeto ou herança que alguém deixa para outros através de testamento. Aurélio traduz a palavra “legado” como “dádiva deixada em testamento; valor previamente determinado, ou objeto previamente endividado, que alguém deixa a outrem por meio de testamento”. Tal qual Elias, o profeta Eliseu nos deixou um grande legado, como veremos a seguir:

5.1 Moral. Eliseu era um homem íntegro. Ele jamais se deixou corromper.

   Ø  Quando o general Naamã foi curado, ofereceu ao profeta um presente, mas ele recusou (II Rs 5.15-17). Ele entendeu que não deveria receber pagamento pela bênção que graciosamente Deus havia outorgado, e disse: “Vive o SENHOR, em cuja presença estou, que não a aceitarei. E instou com ele para que a aceitasse, mas ele recusou” (II Rs 5.15);

   Ø  O profeta Eliseu foi reconhecido como sendo um homem de Deus (II Rs 4.7,9,16,21,22,25; 5.8,14,15; 6.6,9,10). A mulher sunamita disse acerca dele: “Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus” (II Rs 4.9).

5.2 Espiritual. O legado espiritual que o profeta Eliseu nos deixou não se restringe aos milagres que Deus operou por intermédio dele (2 Rs 2.13,14, 19-22; 4.1-7, 8-37, 38-44; 6.1-7, 11-23; 13.21), mas, também, pela mensagem divina que ele transmitiu, quando:

   Ø  Anunciou que Deus enviaria água e que daria vitória a Israel sobre os moabitas (II Rs 3.17-20);
   Ø  Revelou os planos do rei da Síria, quando este preparava emboscada contra o exército de Israel (II Rs 6.8-10,12);
   Ø  Predisse que haveria abundância de víveres, em meio a fome e escassez em Samaria (II Rs 7.1);
   Ø  Anunciou a morte de Ben-Hadade, rei da Síria, e que Hazael reinaria em seu lugar (II Rs 8.7-15);
   Ø  Revelou que o rei Jeoás iria ferir os sírios por três vezes (II Rs 13.14-19).

5.3 Ministerial. Deus havia ordenado a Elias que ungisse Eliseu como profeta em seu lugar: “A Eliseu, filho de Safate ungirás profeta em teu lugar” (I Rs 19.16). Quando Elias lançou-lhe a capa, ele o seguiu, demonstrando estar disposto a renunciar o trabalho e até mesmo o convívio familiar para atender ao chamado divino (I Rs 19.20,21). Dali em diante ele passou a servir a Elias (II Rs 3.11). Quando Elias foi transladado (II Rs 2.1-11), Eliseu iniciou o seu ministério que durou cerca de cinquênta anos (II Rs 2.12-13.25). Por intermédio dele, o Senhor Deus abriu o rio Jordão (2 Rs 2.13,14); multiplicou o azeite da viúva (2 Rs 4.1-7); ressuscitou o filho da sunamita (2 Rs 4.8-37); curou o general Naamã (2 Rs 5); fez o machado flutuar (2 RS 6.1-7); dentre outros milagres.

  
CONCLUSÃO
O profeta Eliseu foi chamado por Deus para o ministério profético, aprendeu com o profeta Elias, e tornou-se um dos personagens mais notáveis da Bíblia. Sua história está registrada em (I Rs 19-16 - II Rs 13.20), onde a Bíblia registra não apenas suas profecias, mas, também, sua vida e suas obras. Ele foi reconhecido como um santo homem de Deus! Sem dúvida, ele nos deixou um grande legado, moral, ministerial e espiritual, e, até mesmo o registro de sua doença na velhice, bem como a sua morte, nos ensina grandes lições de vida.



REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Nenhum comentário:

Postar um comentário