2 Rs 13.14-21
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre,
estudaremos sobre o fim do ministério profético de Eliseu e sobre a sua morte. Eliseu
foi um homem íntegro, que teve um ministério próspero por cerca de cinquenta anos
e foi poderosamente usado por Deus, não apenas para transmitir a Sua mensagem,
mas, também, para realizar grandes milagres. Porém, como qualquer ser humano,
ele estava sujeito a doença e a morte. Veremos também que, tal qual o profeta
Elias, ele nos deixou um grande legado moral, ministerial e espiritual. Seu
exemplo de vida, caráter e ministério se constitui numa herança, não somente
para os seus contemporâneos, mas também para todos aqueles que são chamados por
Deus para uma obra específica.
I – A ÚLTIMA PROFECIA DE ELISEU
Como disse o salmista “Os
que estão plantados na casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice
ainda darão frutos...” (Sl 92.13,14). O profeta Eliseu, mesmo doente e
idoso, profetizou para o rei Jeoás (II Rs 13.14-19). Ao chegar à casa do
profeta, o rei Jeoás disse: “Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus
cavaleiros” (II Rs 13.14). Com esta expressão, o rei estava temendo a
morte do profeta, pois sabia que ele era um homem de Deus e que, por meio dele,
o Senhor havia dado grandes livramentos ao seu povo (II Rs 3.-27; 6.8-23;
7.1-20). Mas, quando ele pensava em consolar, foi consolado. Eliseu lhe disse
que ele pegasse um arco e flechas e que atirasse em direção ao Oriente. Esta atitude
representava o livramento contra os sírios (II Rs 13.17). Como o rei feriu a
terra apenas três vezes, o profeta lhe disse que ele não iria os consumir por
completo, mas, três vezes os feriria. Esta profecia cumpriu-se na íntegra, como
havia predito o homem de Deus: “E Jeoás, filho de Jeoacaz, tornou a tomar
as cidades das mãos de Ben-Hadade, que ele tinha tomado das mãos de Jeoacaz,
seu pai, na guerra; três vezes Jeoás o feriu, e recuperou as cidades de Israel”
(II Rs 13.25).
II – A DOENÇA DE ELISEU
O profeta Eliseu, apesar de ter
um ministério marcado por muitos milagres (II Rs 2.13,14; 2.19-22; 4.1-7; 18-37; 38-41; 42-44; 5.1-27; 6.1-23), em sua velhice, ele adoeceu. Embora os
seguidores da Teologia da Prosperidade ensinem que o servo de Deus não pode
adoecer, e, caso ele adoeça, dizem eles, que é por falta de fé, por estar em
pecado, ou estar sendo afligido por Satanás.
Mas, ao lermos a Bíblia,
encontramos diversos exemplos de servos de Deus que estiveram doentes, tais
como: o rei Ezequias (II Rs 20.1; Is 38.1); o profeta Daniel (Dn 8.27);
Epafrodito, Timóteo e Trófimo, companheiros de Paulo (Fp 2.25-27; I Tm 5.23; II
Tm 4.20). Estes e outros exemplos demonstram claramente que um servo de Deus
poder adoecer.
III – A MORTE DE ELISEU
A morte é a separação da alma e
espírito do corpo (Tg 2.26), pela qual o homem é introduzido no mundo invisível.
Essa experiência descreve-se simbolicamente como: “dormir” (Jo
11.11; Dt 31.16); “o desfazer da casa terrestre” (II Co 5.1); “deixar
este tabernáculo” (II Pe 1.14); “descer ao silêncio” (Sl 115.17);
“expirar” (At 5.10); “tornar-se em pó” (Gn 3.19); e
“partir” (Fp 1.23). Nas Sagradas Escrituras, a morte é descrita
como consequência do pecado (Gn. 2.17), por conseguinte, todos os homens estão
sujeitos a morte, inclusive os servos de Deus (Rm 3.23; 6.23). Mas, para os
justos, a morte não é o fim de tudo; pelo contrário, é o início de uma vida
eterna com Deus. Por isso, os justos, até na morte tem esperança, como veremos
a seguir:
Ø
“O
justo até na sua morte tem esperança.” (Pv 14:32);
Ø
“Deus
remirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá.” (Sl 49:15);
Ø
“Eu
sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra.” (Jó 19:25);
Ø
“Pois
não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja
corrupção” (Sl
16.10);
Ø
“Quanto
a mim, contemplarei a Tua face na justiça; satisfar-me-ei da Tua semelhança
quando acordar.” (Sl
17:15).
Para o verdadeiro cristão, a
morte é lucro, pois é partindo para a eternidade que podemos estar com Cristo,
o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.21-23). Portanto, a morte é o momento no
qual o cristão é recolhido ao celeiro celestial como trigo maduro (Mt 3.12). A
Bíblia nos ensina que não devemos enxergar a morte como uma derrota, pois o evangelho
ressalta a esperança da ressurreição em Cristo quando a morte será vencida (I
Co 15.51-54).
IV – O ÚLTIMO MILAGRE “DE ELISEU”
Mesmo depois de morto e
sepultado, o Senhor Deus manifestou o seu poder através dos ossos
do profeta. Quando os moabitas invadiram as terras de Israel, um grupo de
homens iam sepultar um morto. Ao verem os soldados do exército de Moabe, eles
lançaram o defunto na sepultura de Eliseu. Ao cair nela o homem que havia
morrido, tocando os ossos de Eliseu, ele reviveu e se levantou (II Rs
13.20,21). Sem dúvida, O Senhor Deus estava ensinando uma grande lição para os contemporâneos
do profeta: Eliseu morreu, mas o EU SOU estava vivo! Por isso, Israel deveria
continuar confiando no cuidado e provisão divina, pois Ele é Eterno, ou seja,
“não teve começo e nunca terá fim” (Sl 45.6; 90.2; 93.2; Is 40.28; 57.15).
V – O LEGADO DE ELISEU
Como já vimos em lições
anteriores, legado diz respeito a um valor, objeto ou herança que alguém deixa para outros através de testamento. Aurélio traduz a palavra “legado” como
“dádiva deixada em testamento; valor previamente determinado, ou objeto
previamente endividado, que alguém deixa a outrem por meio de testamento”. Tal
qual Elias, o profeta Eliseu nos deixou um grande legado, como veremos a
seguir:
5.1 Moral. Eliseu era um homem íntegro. Ele
jamais se deixou corromper.
Ø
Quando
o general Naamã foi curado, ofereceu ao profeta um presente, mas ele recusou
(II Rs 5.15-17). Ele entendeu que não deveria receber
pagamento pela bênção que graciosamente Deus havia outorgado, e disse: “Vive o SENHOR, em cuja presença
estou, que não a aceitarei. E instou com ele para que a aceitasse, mas ele recusou” (II Rs 5.15);
Ø
O
profeta Eliseu foi reconhecido como sendo um homem de Deus (II Rs
4.7,9,16,21,22,25; 5.8,14,15; 6.6,9,10). A mulher sunamita disse acerca dele: “Eis
que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus”
(II Rs 4.9).
5.2 Espiritual. O legado espiritual que o profeta
Eliseu nos deixou não se restringe aos milagres que Deus operou por intermédio
dele (2 Rs 2.13,14, 19-22; 4.1-7, 8-37, 38-44; 6.1-7, 11-23; 13.21), mas,
também, pela mensagem divina que ele transmitiu, quando:
Ø
Anunciou
que Deus enviaria água e que daria vitória a Israel sobre os moabitas (II Rs
3.17-20);
Ø
Revelou
os planos do rei da Síria, quando este preparava emboscada contra o exército de
Israel (II Rs 6.8-10,12);
Ø
Predisse
que haveria abundância de víveres, em meio a fome e escassez em Samaria (II Rs
7.1);
Ø
Anunciou
a morte de Ben-Hadade, rei da Síria, e que Hazael reinaria em seu lugar (II Rs
8.7-15);
Ø
Revelou
que o rei Jeoás iria ferir os sírios por três vezes (II Rs 13.14-19).
5.3 Ministerial. Deus havia ordenado a Elias que
ungisse Eliseu como profeta em seu lugar: “A Eliseu, filho de Safate ungirás
profeta em teu lugar” (I Rs 19.16). Quando Elias lançou-lhe a capa, ele
o seguiu, demonstrando estar disposto a renunciar o trabalho e até mesmo o
convívio familiar para atender ao chamado divino (I Rs 19.20,21). Dali em
diante ele passou a servir a Elias (II Rs 3.11). Quando Elias foi transladado
(II Rs 2.1-11), Eliseu iniciou o seu ministério que durou cerca de cinquênta
anos (II Rs 2.12-13.25). Por intermédio dele, o Senhor Deus abriu o rio Jordão
(2 Rs 2.13,14); multiplicou o azeite da viúva (2 Rs 4.1-7); ressuscitou o filho
da sunamita (2 Rs 4.8-37); curou o general Naamã (2 Rs 5); fez o machado
flutuar (2 RS 6.1-7); dentre outros milagres.
CONCLUSÃO
O profeta Eliseu foi chamado por
Deus para o ministério profético, aprendeu com o profeta Elias, e tornou-se um dos
personagens mais notáveis da Bíblia. Sua história está registrada em (I Rs
19-16 - II Rs 13.20), onde a Bíblia registra não apenas suas profecias, mas,
também, sua vida e suas obras. Ele foi reconhecido como um santo homem de Deus!
Sem dúvida, ele nos deixou um grande legado, moral, ministerial e espiritual,
e, até mesmo o registro de sua doença na velhice, bem como a sua morte, nos
ensina grandes lições de vida.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e
Filosofia. HAGNOS.
ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo
Testamento. VIDA.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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