2
Rs 2.9-14
INTRODUÇÃO
Os poderosos milagres do Senhor
através do profeta Eliseu (2 Rs 2.21,22; 4.36,37; 4.43; 5.14; 6.6; 7.1),
mostram que Deus controla não apenas os grandes exércitos, mas também os
acontecimentos da vida cotidiana. Quando ouvimos e obedecemos a Deus, Ele nos
mostra seu poder de transformar qualquer situação. O cuidado de Deus é para
todos aqueles que estão dispostos a segui-lo. O Senhor tem todo o poder para
realizar milagres em nossa vida (Gn 5.24; Êx 3.2; Nm 22.28; Js 3.16; At 3.1).
I – A PORÇÃO DOBRADA DO ESPÍRITO
Antes de ser levado aos céus,
Elias perguntou a Eliseu o que ele desejava receber para exercer o seu
ministério. Eliseu então sabiamente lhe respondeu: “Peço-te que haja
porção dobrada de teu espírito sobre mim” (II Rs 2.9-b). Segundo Donald
C. Stamps, comentarista da Bíblia Pentecostal, o termo “porção dobrada” não
significa terminantemente o dobro do poder espiritual de Elias; refere-se
antes, ao relacionamento entre pai e filho, em que o filho primogênito recebia
o dobro da herança que os demais (Dt 21.17). Eliseu estava pedindo que seu pai
espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu espírito profético, para,
deste modo, ele executar a missão de Elias. É um fato curioso que o número de
milagres que Deus operara por intermédio de Eliseu foi o dobro do que realizara
através de Elias. Vejamos isso no quadro abaixo:
MILAGRES DE ELIAS
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REFERÊNCIA
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Profetizou
que não choveria por três anos e meio e não choveu
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I
Rs 17.1 / Tg 5.17
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Disse
que a farinha e o azeite da viúva se multiplicariam
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I
Rs 17.14-15
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Orou
para que o filho da viúva ressuscitasse e ele reviveu
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I
Rs 17.21-22
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Orou
para que caísse fogo do céu sobre o altar e assim aconteceu
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I
Rs 17.37-38
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Pediu
que caísse fogo do céu sobre os soldados e eles foram consumidos
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II
Rs 1.9-12
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Feriu
com a capa as águas do Jordão e ele se abriu
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II
Rs 1.8
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MILAGRES DE ELISEU
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REFERÊNCIA
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O
rio Jordão é separado
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II
Rs 2.14
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As
águas perto de Jericó são saradas
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II
Rs 2.19
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As
ursas devoram os rapazinhos por ordem de Eliseu
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II
Rs 2.23-24
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Vinte
pães satisfazem cem homens
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II
Rs 4.42-44
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O
azeite da viúva é multiplicado
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II
Rs 4.1
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O
filho da sunamita é ressuscitado
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II
Rs 4.31
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A
comida envenenada é purificada
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II
Rs 4.38
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Naamã
é curado da lepra
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II
Rs 5.1
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Geazi
é punido com a lepra de Naamã
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II
Rs 5.20-27
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O
machado flutua
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II
Rs 6.1
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Soldados
inimigos cegados
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II
Rs 6.18
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Um
homem ressuscitado quanto tocou nos ossos do profeta
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II
Rs 13.20-21
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II – TRÊS PROPÓSITOS DOS MILAGRES
Ø
Glorificar
a Deus. Os
milagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento encontramos os profetas e
apóstolos, buscando chamar a atenção para si (II Rs 5.15,16; Dn 2.27,28; At
3.8,12; 14.14,15);
Ø
Dar
uma resposta a necessidade humana. Todos
os textos narrando os milagres realizados através e Eliseu deixam bem claro
que os mesmos ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também em
resposta ao sofrimento humano (2 Rs 4. 1-7; 4. 8-38;
5.1-19; 6.1-7);
Ø
Propiciar
evidências para que haja fé em Deus. Os
milagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demonstração do poder de
Deus. Todos eles tiveram como propósito especifico despertar a fé no único Deus
Verdadeiro, que demonstra a sua graça e glória nas mais diferentes situações na
vida, como o general Naamã que recebeu uma cura divina (2 Rs 5.1-19).
III - A
CONTEMPORANEIDADE DOS MILAGRES
Há
os que defendem a teoria de que os milagres eram restritos à era apostólica e
afirmam que os sinais sobrenaturais e os dons do Espírito Santo, foram enviados
com o propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar os primeiros
pregadores do Evangelho e sua mensagem. Argumentam também que a necessidade de
tais manifestações sobrenaturais cessaram depois de completado o Novo
Testamento, porém a Bíblia nos mostra que os milagres de Deus são necessários
ainda hoje, porque confirmam a pregação do evangelho (Mc 16.20). Jesus fez uma
excelente promessa dizendo: “E estes sinais seguirão aos que crerem”
(Mc 16.17).
Logo, a manifestação de sinais ficou restrita a era dos apóstolos,
pois a fé é a principal condição para que estes sinais ocorram (Mt 21.22; Jo
11.40). É necessário destacar também que dentre as insondáveis riquezas
espirituais que Deus coloca à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os
dons sobrenaturais do Espírito Santo, entre os quais estão os dons de poder (I
Co 12.7-11). Como o próprio nome já diz, são dons que transmitem poder, através
de operações sobrenaturais. É o poder de Deus concedido ao crente para ele
realizar maravilhas:
Ø
O
Dom da Fé (I Co 12.9). Esse
Dom opera frequentemente em conjunto com os dons de curas e operação de maravilhas.
Não se trata da fé natural nem da fé para a salvação, mas uma Fé sobrenatural
capacitando o crente a crer em Deus, para a realização de milagres
extraordinários como a cura de doenças incuráveis, ressurreição de mortos ou a realização
de coisas impossíveis pelos meios naturais. O Dom da Fé é a capacitação
sobrenatural do crente para crer no impossível (Gn 22.5; Mt 8.1-3; Mc 1.22-24;
Lc 17.6; Hb 11);
Ø
Os
Dons de Curar (I Co 12.9). Os
dons de curar são dados à Igreja para, por meios divinos, proporcionar a restauração
da saúde do corpo físico. A palavra “dons” no plural pode sugerir a
multiplicidade desses dons, bem como a cura de diferentes tipos de
enfermidades, de acordo com o Dom que se recebe (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8;
4.30; 19.11,12; 28.7,8). Os dons de curar não são concedidos a todos os membros
do corpo de Cristo (I Co 12.11,30), todavia, todos podem orar pelos enfermos,
na autoridade do nome de Jesus (Mc 16.17,18), e havendo fé, os enfermos serão
curados. Pode haver também cura de enfermidades através da unção com óleo,
conforme ensinou o apóstolo Tiago (Tg 5.14-16);
Ø
Dom
de Operação de Maravilhas (I Co 12.10). Esse Dom manifesta-se como os demais, de maneira
sobrenatural, geralmente sendo uma intervenção divina nas leis da natureza. É
Deus modificando as leis naturais para manifestar o seu supremo poder (Js
10.12-14; At 9.36-42; 20.9-12). Sempre que o Dom de Operação de Maravilhas se
manifesta, os resultados são imediatos e visíveis (At 2.43; 8.5-8,13; 19.11).
IV - COMO RECEBER O MILAGRE DE
DEUS
Podemos destacar o personagem
bíblico Naamã, como alguém que tomou as atitudes certas para receber o milagre
de Deus. Vejamos quais foram:
Ø
Naamã
creu. Ao ouvir
por sua esposa o que havia sido dito por uma menina que estava em sua casa, de
que havia um profeta em Samaria que poderia conduzi-lo a cura de sua lepra ele
creu: “Então foi Naamã e notificou ao seu senhor, dizendo: Assim e assim
falou a menina que é da terra de Israel” (II Rs 5.4);
Ø
Naamã
buscou ao Senhor. A
Bíblia diz que Naamã residia na Síria e o profeta estava em Samaria. No
entanto, motivado pela fé, ele foi em busca do homem de Deus a fim de receber o
favor divino: “Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro,
e parou à porta da casa de Eliseu” (II Rs 5.9);
Ø
Naamã
se humilhou. A
princípio, o general sírio, não gostou da forma como o homem de Deus lhe tratou
e do que recomendara fazer para que fosse curado. Por ser uma autoridade
esperava um tratamento diferenciado segundo seus próprios conceitos (II Rs
5.10-12). Porém ao ser aconselhado servos que foram com ele a casa do profeta
Eliseu, ele resolveu deixar o seu ego de lado e se submeter a direção divina
dita pelo profeta: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes,
conforme a palavra do homem de Deus” (II Rs 5.14-a);
Ø
Naamã
perseverou. O
texto bíblico nos informa que além do profeta anunciar o lugar onde o general
haveria de mergulhar, diz também quantas vezes era necessário. Isto exigia de
Naamã agir com perseverança: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete
vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a
carne de um menino, e ficou purificado” (II Rs 5.14).
CONCLUSÃO
Os milagres são operações de
caráter divino, fazendo intervenções na esfera física podendo ser vistos na
cura de doentes, na multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos
da natureza e até na ressurreição de mortos. Mas os milagres ainda seguem um
padrão: eles seguem os que creem, conforme (Mc 16.17). Esperar milagres da
parte do Senhor é importante, mas não é a essência da vida cristã; e a presença
constante de milagres não garante necessariamente a fé e a fidelidade das
pessoas. Devemos aprender que precisamos ter comunhão com o Senhor Deus,
independente de que Ele realize milagres ou não.
REFERÊNCIAS
Ø CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de
Bíblia Teologia e Filosof. HAGNOS.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
É uma satisfação, ainda ver pessoas trabalhar com a palavra de Deus com zelo e ordem,pois este comentário esta uma maravilha, pois apresenta uma grande área de conhecimento para igreja de Jesus.
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