quarta-feira, 23 de abril de 2014

LIÇÃO 04 – DONS DE PODER



I Co 12.4,9-11




INTRODUÇÃO
Entre os dons espirituais concedidos a Igreja, encontram-se o dom da fé, os dons de curar, e operação de maravilhas que podem ser denominados de Dons de Poder. Nesta lição, definiremos a palavra poder, veremos quais os propósitos de Deus através destas habilidades espirituais, e, por fim, destacaremos detalhadamente cada um destes dons e sua função para edificação do corpo de Cristo.


I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA PODER
A palavra poder no grego é “dúnamis”, que significa “força”, “energia”, “habilidade”, “poder”, mas que normalmente se refere a algum agente de poder ou força capaz de realizar um determinado trabalho. Nosso vocábulo “dinamite” se deriva desse termo grego; e isso ilustra a natureza da palavra. Tal palavra era usada para indicar “milagres” e “maravilhas”, isto é, “feitos” que requerem poder extraordinário e sobre-humano (Mt 7.22; 11.20,23; 13.54). Nos trechos de Atos 3.12 e 4.7, essa palavra é empregada para indicar o poder que Pedro usou a fim de curar o aleijado. Em Atos 1.8, o poder referido é o do Espírito Santo, que seria dado aos crentes primitivos no dia de Pentecostes (CHAMPLIM, 2004, p. 311).


II – DEFINIÇÃO E PROPÓSITO DOS DONS DE PODER
Em (I Co 12.9,10) o apóstolo Paulo fala do segundo grupo dos dons espirituais: o dom da fé; os dons de curar e operação de maravilhas. Eles podem ser classificados didaticamente como Dons de Poder. Como o próprio nome já diz, estes são dons que transmitem poder, através de operações sobrenaturais. Por isso, apesar de distintos entre si, existe uma estreita correlação entre eles, inclusive em seus aspectos visíveis, ou seja, em seus resultados. Assim como os outros dons, estes também “são recursos extraordinários que o Senhor Jesus Cristo, mediante o Espírito, colocou à disposição da Igreja, visando: (1) o aperfeiçoamento dos santos; (2) a ampliação do conhecimento, de poder e da proclamação do povo de Deus; e (3) chamar a atenção dos incrédulos à realidade divina” (ANDRADE, 2006, p. 150).


III – OS DONS DE PODER
3.1 O dom da fé (I Co 12.9-a). A palavra fé no hebraico é “heemim” e no grego é “pisteuõ”. A Bíblia diz que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). O dom da fé “é a capacidade concedida pelo Espírito Santo para o crente realizar coisas que transcendem à esfera natural, visando o benefício e a edificação da igreja” (RENOVATO, 2014, p. 45). Algumas considerações devem ser feitas a respeito desse dom: (1) Esse tipo de fé não são todos que possuem (I Co 12.7-9) e (2) ele nada tem a ver com chamada confissão positiva nem com a força do pensamento positivo, pois é um dom que atua sob o controle do Espírito e não do homem (I Co 12.7,11). Como o termo fé é recorrente na Bíblia, destacaremos no quadro abaixo os vários tipos de fé que existem:

TIPOS DE FÉ
DEFINIÇÃO




Natural

Conhecimento produzido pela detida observação da natureza, via de regra, conduz o ser humano a crer na existência de Deus. Este tipo de fé pode ser encontrado, por exemplo nos filósofos gregos que, embora desconhecessem os escritos dos profetas hebreus, lograram descobrir, nalgum ponto de suas especulações, a presença imarcescível do Criador de todas as coisas (Rm 1.19-21).



Salvífica

Proveniente da proclamação do Evangelho, esta fé leva-nos a receber a Cristo como o nosso único e suficiente Salvador (Jo 3.16). A fé salvadora só nasce no coração humano através da pregação do evangelho (Rm 10.13,16). Sem a mensagem da cruz não pode haver fé salvadora.



Aspecto do Fruto

Elevadíssima confiança em Deus desenvolvida a partir de uma íntima comunhão com o Espírito Santo (Gl 5.22). É uma fé constante, paciente e regular; independe de circunstâncias (Hb 3.17,18); ela nasce como resultado de um singular relacionamento do crente com a Palavra de Deus.




Dom

O dom da fé diz respeito a uma fé sobrenatural que capacita o crente a crer em Deus, para a realização de milagres extraordinários como a cura de doenças, ressurreição de mortos ou a realização de coisas impossíveis pelos meios naturais. O Dom da Fé é a capacitação sobrenatural do crente para crer e realizar o impossível no Nome do Senhor (Mt 17.20; At 3.6,7; 14.9,10).


3.2 Os dons de curar (I Co 12.9-a). “Este dom é multiforme na sua constituição e na sua operação. É uma sublime mensagem para os enfermos não importando a sua doença. São dons de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo para a cura de doenças e enfermidades do corpo, da alma e do espírito para crentes e descrentes” (GILBERTO, 2006, p. 197). A cura divina era parte fundamental no ministério de Jesus (Mt 4.23-25; 8.16; 10.1; Lc 4.14; At 10.38). O livro de Atos, o segundo tratado de Lucas, nos mostra também que Pedro, Filipe, Estevão e Paulo eram tremendamente usados por Deus com este dom (At 3.6-8; 6.8; 8.6-8; 19.11,12; 28.7,8; Rm 15.19; I Co 2.4; II Co 12.12).

3.2.1 Porque dons? É interessante notar que todos os outros dons listados por Paulo estão no singular. Mas os dons de curar estão no plural “E a outro...os dons de curar” (I Co 12.9). Não há, portanto, um “dom de curar”, mas uma variedade deles. A expressão “dons de curas” designa as variadas formas pelas quais o Espírito Santo pode operar em diferentes ocasiões. Podem ser manifestos através da pregação da Palavra, de outro dom, de uma palavra de ordem, da imposição de mãos, da oração, dentre outras (At 3.1-8; 5.15,16; 9.32-34; 28.8,9).

3.2.2 Todos tem este dom? Os dons de curar não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (I Co 12.11,30), todavia, todos podem orar pelos enfermos, na autoridade do Nome de Jesus, porque Ele prometeu realizar sinais que confirmam a Sua Palavra (Mc 16.17,18), e havendo fé, os enfermos serão curados (Mt 21.22; Jo 11.40). Pode haver também cura de enfermidades através da unção com óleo, conforme ensinou Tiago (Tg 5.14-16). É interessante destacar três verdades sobre a cura: (1) a cura expressa a compaixão divina (Mt 14.14); (2) ela encontra-se entre os benefícios divinos que compõe o pão dos filhos (Mc 7.24-30); e, (3) faz parte da obra redentora de Cristo (Is 53.4,5; Mt 8.16,17).

3.2.3 A contemporaneidade dos dons de curar. Embora uma corrente da teologia cessacionista afirme que os dons do Espírito Santo não são para os tempos hodiernos, mas estiveram restritos ao período apostólico, os ensinos de Cristo e dos apóstolos mostram exatamente o contrário (At 2.39; I Co 12.28). A escassez ou pouca manifestação destes dons nos nossos dias pode ser por algumas causas: (1) Incredulidade (Mt 13.58; Ef 2.8; Rm 8.32; At 2.17); (2) falta de interesse em buscar este dom (I Co 12.31; 14.1; II Tm 1.6); e, (3) falta de temor, adoração e santidade (Pv 8.13; Js 3.5; At 2.43).

3.3 O dom de Operação de Maravilhas (I Co 12.10). Esse Dom manifesta-se como os demais, de maneira sobrenatural, geralmente sendo uma intervenção divina nas leis da natureza. É Deus modificando as leis naturais para manifestar o seu supremo poder (Js 10.12-14; At 9.36-42; 20.9-12). Sempre que o Dom de Operação de Maravilhas se manifesta, os resultados são imediatos e visíveis (At 2.43; 8.5-8,13; 19.11). “A palavra 'maravilha' no grego 'teras', 'algo estranho' que leva o observador a se maravilhar, sempre é usado no plural e geralmente depois do termo semeia, 'sinais'; o oposto ocorre em At 2.22,43; 6.8; 7.36; em At 2.19, o termo 'teras' aparece sozinho 'prodígios'. O sinal tem o propósito de apelar para o entendimento, a 'maravilha' apela para a imaginação, o poder 'dúnamis' indica que sua fonte é sobrenatural” (VINE, 2002, p. 774).

3.3.1 Propósitos dos milagres. Deus não faz milagres apenas por fazer. Sempre que ele realiza algo sobrenatural e extraordinário tem em mente alguns propósitos, entre os quais podemos citar:

PROPÓSITOS DE DEUS COM OS MILAGRES


A glorificação do Seu
Nome

Os milagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento encontramos os profetas e apóstolos, buscando chamar a atenção para si (II Rs 5.15,16; At 3.8,12; 14.14,15).


Dar uma resposta a
necessidade humana

Todos os textos narrando os milagres realizados deixam bem claro que os mesmos ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também em resposta ao sofrimento humano (I Rs 17.5-7; 9-16; II Rs 4, 5 e 6; Mt 8.23-27; Lc 7.11-17).


Propiciar evidências
para que haja fé em
Deus

Os milagres operados pelos servos de Deus são uma clara demonstração do poder divino. Todos eles tiveram como propósito especifico despertar a fé no único Deus Verdadeiro, que demonstra a sua graça e glória nas mais diferentes situações na vida (I Rs 18.36-39; Jo 20.31).


CONCLUSÃO
Sinais, curas e milagres ocuparam parte importante do ministério de Cristo Jesus e dos seus santos apóstolos, com a finalidade de confirmar a mensagem do evangelho que pregaram. Este mesmo poder, permanece com a Igreja nos dias de hoje a fim de que esta se desenvolva espiritualmente e possa conduzir muitas vidas a experiência da salvação.



REFERÊNCIAS
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø GILBERTO, Antonio. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais & Ministeriais. CPAD.
Ø  SOUZA, Estevam Ângelo de. Nos Domínios do Espírito. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD. 



Por Rede Brasil de Comunicação


sábado, 19 de abril de 2014

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2014



  Dons Espirituais e Ministeriais –
Servindo a Deus e aos homens
com poder extraordinário  





Lição 03

1. De acordo com a lição, defina sabedoria.
R. Discernimento inspirado nas coisas sobrenaturais e humanas.

2. Cite dois exemplos de sabedoria vinda de Deus no Antigo Testamento.
R. José e Salomão.

3. O que é o dom da palavra da ciência?
R. Este dom se relaciona ao ensino das verdades da Palavra de Deus, fruto do resultado da iluminação do Espírito acerca das revelações dos mistérios de Deus.

4. Qual é a função do dom da palavra da ciência?
R. Preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou artimanha do Maligno.

5. Segundo a lição, defina o dom de discernimento dos espíritos.
R. É uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

LIÇÃO 03 – DONS DE REVELAÇÃO



1 Co 12.8,10; At 6.8-10; Dn 2.19-22




INTRODUÇÃO
Os Dons de Revelação são aqueles que manifestam a sabedoria de Deus: o dom da palavra da ciência, o dom da palavra da sabedoria e o dom de discernir os espíritos. Através desses dons o crente passa a conhecer coisas de forma sobrenatural; resolver problemas e também identificar a procedência das manifestações espirituais. Nesta lição veremos as definições, a importância e alguns exemplos da manifestação desses dons no seio da igreja.


I A MANIFESTAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS
No AT as revelações ocorridas diziam respeito a manifestações esporádicas, específicas e restritas a pessoas chamadas por Deus para cumprir determinadas missões, sendo sua natureza e manifestações diferentes do período neotestamentário (1 Sm 9.15,20; 1 Rs 3.16-28; 14.1-6; 2 Rs 5.20-27; 6.9-12; 1 Co 12.1-11). Já no Novo Testamento, estas manifestações são universais, pois, na presente dispensação, a Igreja dispõe da presença permanente do Espírito Santo (1 Co 6.19), bem como do batismo com o Espírito Santo (At 2.1-4; 10.42-46; 19.1-6) que é a plataforma para a manifestação dos dons descritos em (1 Co 12.1-11).


II - O DOM DA PALAVRA DE SABEDORIA
2.1 Definição. O dom da palavra da sabedoria (1 Co 12.7,8) é a manifestação da sabedoria de Deus na vida do crente, capacitando-o a solucionar causas difíceis. “Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6) (STAMPS, 1995, p. 1756).

2.2 Importância. Todo servo de Deus necessita desse dom, principalmente aqueles que são chamados para liderança na Igreja, e, frequentemente estão aconselhando e resolvendo questões difíceis. É um dom altamente necessário no governo da igreja, administração, liderança e direção de qualquer um de seus departamentos e instituições. “Esse dom proporciona, pela operação do Espírito Santo, uma compreensão (cf. Ef 3.4) da profundidade da sabedoria de Deus, ensinando a aplicá-la, seja no trabalho seja nas decisões no serviço do Senhor, e a expô-la a outros, de modo a ser bem entendida” (BERGSTÉN apud RENOVATO, 2014, p. 23).

2.3 Exemplos de manifestações do dom da palavra da Sabedoria.
ü A sabedoria de Salomão ao solucionar a causa de duas mulheres que disputavam a mesma criança (1 Rs 3.16-28);
ü A sabedoria de Jesus causava admiração a todos (Mt 13.54; Mc 6.2);
ü Jesus prometeu aos discípulos que o Espírito Santo lhes ensinaria o que falar diante dos líderes judeus (Lc 12.11,12); e, em outra ocasião, disse-lhes que ninguém poderia resisti-los e nem contradizê-los (Lc 21.14,15);
ü A sabedoria de Pedro e João diante do sinédrio chamou a atenção dos sacerdotes e saduceus (At 4.13);
ü No discurso de Estêvão, ninguém podia resistir “... à sabedoria, e ao espírito com que falava” (At 6.10);
ü No Concílio de Jerusalém, Tiago trouxe a solução de um problema que estava causando contenda entre judeus e gentios (At 15.1-29).


III O DOM DA PALAVRA DA CIÊNCIA
3.1 Definição. O dom da palavra da ciência (1 Co 12.8), também conhecido como dom da palavra do conhecimento, se manifesta na vida do crente trazendo o conhecimento de fatos e circunstâncias pelo Espírito Santo, que a pessoa não seria capaz de saber pelos métodos naturais. Este dom pode ser definido como sendo a revelação sobrenatural de algum fato que existe na mente de Deus, mas que o homem não pode conhecer, a não ser que o Espírito Santo lhe revele. “Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Frequentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1 Co 14.24,25) (STAMPS, 1995, p. 1756).

3.2 Importância. A Bíblia recomenda que busquemos este dom através da oração. “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação” (Ef 1.16,17). Deus não nos concede a faculdade da onisciência, que é um atributo exclusivamente divino, mas, por meio do Espírito Santo, nos concede o dom da palavra da ciência, para realizarmos a Sua obra ( 1 Co 12.8).

3.3 Exemplos de manifestações do dom da palavra da Ciência.
ü Deus revelou a Samuel sobre Saul, e também sobre as jumentas de seu pai (1 Sm 9.15,20);
ü O Senhor revelou ao profeta Aías sobre a mulher de Jeroboão que ia até ele disfarçada (1 Rs 14.1-6);
ü O profeta Eliseu soube da avareza e estratégia de Geazi para receber presentes de Naamã (2 Rs 5.20-27);
ü O rei de Israel foi avisado pelo profeta Eliseu das emboscadas preparadas pelo rei da Síria (2 Rs 6.9-12);
ü Quando Jesus pregou para a mulher samaritana revelou segredos que o conhecimento humano não teria condições de saber (Jo 4.16-19);
ü Pedro identificou a hipocrisia e mentira de Ananias e Safira (At 5.3).


IV O DOM DE DISCERNIR OS ESPÍRITOS
4.1 Definição. O dom de discernir os espíritos (1 Co 12.10) é uma ação sobrenatural do Espírito Santo na vida do crente, capacitando-o a discernir as manifestações sobrenaturais. “Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (1 Co 14.29; 1 Jo 4.1) (STAMPS, 1995, p. 1756). “O dom de discernir os espíritos não é técnica, perícia ou psicologia humana, e sim, uma atuação direta do Espírito Santo na mente do homem, capacitando-o a distinguir as manifestações vindas de Deus das procedentes do próprio homem ou de espíritos demoníacos” (SILVA, 1996, p. 76).

4.2 Importância. Em um universo religioso como este em que vivemos onde existe muitas ações malignas, imitações e até supostas ações sobrenaturais faz-se necessário a manifestação deste dom para sabermos a origem delas. A Bíblia diz que: (1) Satanás usa as Escrituras e as interpreta para o mal (Mt 4.6; Lc 4.10,11); (2) Ele opera grandes sinais e prodígios (Mt 24.24; 2 Ts 2.9; Ap 16.14; 19.20); e (3) Ele tem poder de transformar-se em anjo de luz (2 Co 11.14). Pelo dom de discernimento, o crente pode saber, por exemplo, se uma determinada profecia vem de Deus, do homem ou dos demônios. Ou seja, esse dom capacita a “enxergar” todas as aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza de uma inspiração. “No fim dos tempos, onde os falsos mestres e a distorção do cristianismo bíblico crescem assustadoramente (Mt 24.5; 1Tm 4.1), esse dom espiritual é de extrema importância para a Igreja”. (STAMPS, 1995, p. 1756).

4.3 Exemplos de manifestações do dom de discernir os espíritos.
ü O Mestre identificou a malícia dos fariseus e herodianos, dizendo: “Por que me experimentais, hipócritas?" (Mt 22.16-18; Mc 12.13-17);
ü Jesus identificou a murmuração dos escribas e fariseus porque disse ao paralítico de Cafarnaum: “perdoados estão os teus pecados” (Mc 2.7,8; Lc 5.21,22);
ü O Senhor Jesus revelou que muitos lhe procuravam, pelo pão que eles haviam comido e se saciado (Jo 6.26);
ü Jesus curou uma mulher que vivia encurvada há 18 anos e revelou que aquela enfermidade era de origem maligna
(Lc 13.10-17);
ü Além dos exemplos acima citados, diversos milagres Jesus operou, identificando a origem das doenças, que era espiritual (Mt 12.22; Mc 9.25; Lc 8.29);
ü Através desse dom, o Espírito Santo revelou a Paulo que tipo de espírito operava na jovem de Filipos (At 16.18).


CONCLUSÃO
Como pudemos ver, os Dons de Revelação são extremamente necessários à Igreja do Senhor Jesus. Por intermédio deles, o crente é capaz de resolver causas difíceis, com a sabedoria de Deus; ter conhecimento de fatos e situações, que estão além da visão e conhecimento humano; e também discernir a origem das manifestações espirituais.


 REFERÊNCIAS
Ø ANTÔNIO, Gilberto. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais & Ministeriais. CPAD.
Ø SILVA, Severino Pedro da. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. CPAD.
Ø SOUZA, Estevam Ângelo de. Nos Domínios do Espírito. CPAD.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.  


Por Rede Brasil de Comunicação


PRESENTES DO ESPÍRITO SANTO



Objetivo: Conhecer os tipos de Dons Espirituais

Material:
03 caixas de presente.
Na caixa 01 colocar papel digitado com os dons de Revelação: Palavra da Sabedoria, Palavra da Ciência e Discernimento de Espíritos.
Na caixa 02 colocar papel digitado com os dons de Poder: Fé, Dons de Curar e Operação de Maravilhas.
Na caixa 03 colocar papel digitado com os dons de Elocução: Profecia, Variedade de Línguas e Interpretação das Línguas.

Procedimento:
- Falem que os Dons Espirituais são concedidos pelo Espírito Santo ao povo de Deus. Eles podem ser considerados como valiosos presentes.
- Apresentem as 03 caixas de presente e distribuam para 03 pessoas da classe.
- Solicite que abram as caixas, uma de cada vez.
- Ao abri-las, peçam para olhar o conteúdo do presente. Então, ao retirar o papel digitado, solicitem para que o aluno leia para a turma.
- Quando for lido os nomes de todos os dons, falem que este será o tema das 03 aulas posteriores. Mas, na aula de hoje vamos estudar sobre os dons de revelação.
- Então, escrevam no quadro os dons de Revelação(Palavra da Sabedoria, Palavra da Ciência e Discernimento de Espíritos) e comecem o estudo do tema.


Por Sulamita Macedo.

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2014



  Dons Espirituais e Ministeriais –
Servindo a Deus e aos homens
com poder extraordinário




Lição 02

1. Qual é o verdadeiro propósito dos dons divinos?
R. Edificar-nos e unir-nos, fortalecendo assim a Igreja de Cristo.

2. De acordo com a lição, Paulo priorizava na igreja o ato de profetizar ou o de falar em línguas? Por quê?
R. O ato de profetizar. Porque assim todos seriam edificados.

3. Quantos capítulos, Paulo dedicou para falar a respeito dos dons? Quais são estes capítulos?
R. Dois capítulos: 13 e 14.

4. O que é essencial o crente ter para que a igreja seja edificada?
R. Amor.

5. Segundo a lição, o que fazia o despenseiro?
R. Era a pessoa responsável por administrar a despensa.


quinta-feira, 10 de abril de 2014

LIÇÃO 02 – O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS



 1 Co 12.8-11; 13.1,2 




INTRODUÇÃO
Veremos nesta segunda lição quais os propósitos dos dons espirituais para a Igreja, bem como o que a Bíblia nos ensina sobre este assunto; e por fim analisaremos algumas teorias contrárias a contemporaneidade destes dons onde estudaremos sobre a relação paulina mencionada em sua primeira carta aos coríntios capítulo 12 versos do 8 até ao 11.


I – O QUE SÃO OS DONS ESPIRITUAIS
“Dons Espirituais são meios pelos quais o Espírito Santo revela o poder e a sabedoria de Deus através de instrumentos humanos... (1Co 12.7,11)” (BERGSTÉN, 2007, p. 102). “Os dons do Espírito devem distingui-se do dom do Espírito. Os primeiros descrevem as capacidades sobrenaturais concedidas pelo Espírito para ministérios especiais; o segundo refere-se à concessão do Espírito aos crentes conforme ministrado pelo Cristo que ascendeu aos céus (At 2.33)” (PEARLMAN, 2010, p. 319 – grifo nosso). Em resumo: “É uma operação especial e sobrenatural do Espírito Santo por meio do crente”. Vale ressaltar que os dons são do Espírito Santo e não daqueles através dos quais eles operam... e, através deles, o Espírito opera em quem quer, como quer, quando quer e onde quer, com a finalidade precípua de edificar a Igreja, o corpo vivo de Cristo (SILVA, 1996, p. 89).


II - PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS
O apóstolo Paulo explica que os dons são "faculdades divinas operando na pessoa humana", capacitando homens e mulheres a servirem melhor a Deus no crescimento e edificação da Igreja: "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil" (1Co 12.7). Ainda comenta o seguinte: "Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual a fim de que sejais confortados" (Rm 1.11). Analisemos os propósitos dos dons espirituais:

   ü  Edificar a Igreja (1Co 12.12-27; 1Co 14. 4, 5, 12);
   ü  Edificar o crente ( Ef 4.11-12);
   ü  Capacitar o crente a testemunhar de Cristo (At 6. 8-10; 1Co 2. 4,5);
   ü  Capacitar o crente para ganhar almas para Cristo (At 8.5-8; 9.32-42);
   ü  A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16.14);
   ü  A confirmação da Palavra de Deus (Mc 16.17-20; Hb 2.3-4);
   ü  O crescimento da obra de Deus em qualidade e quantidade (At 6.7, 9.31, 19.20; Rm 15.19);
   ü  A Unidade da Fé e do conhecimento de Jesus (Ef. 4.13; 4.15; 2 Pe 3.18);
   ü  A Maturidade Cristã (Ef 4.13,14);
   ü  Utilidade no serviço cristão (1Co 12.7; Ef. 4.12; 1Pe 4:10).


III - O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE OS DONS ESPIRITUAIS
A expressão do apóstolo, em 1 Co 12.1: "Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes", subentende que, na Igreja Primitiva, os dons espirituais eram bastante frequentes. Cinco passagens do NT ensinam claramente que todo crente fiel está capacitado a receber algum dom espiritual (Rm 12.6; 1Co 7.7; 12.4-7; Ef 4.7; 1Pe 4.10). Em alguns cristãos, este dom encontra-se adormecido! Entretanto, a recomendação divina é que "despertes o dom de Deus, que existe em ti" (2Tm 1.6). Percebamos:

   Ø  Não devemos ser ignorantes (1Co 12.1);
   Ø  Devemos procurar, ou seja, pedir, buscar (1Co 12.31; 14.1);
   Ø  Os Dons são do Espírito Santo e não podem ser usados pela vontade do próprio crente (1Co 12.6);
   Ø  O Espírito Santo distribui como quer. Não depende da nossa vontade a escolha dos Dons (1Co 12.11);
   Ø  A maturidade de uma igreja não depende, necessariamente da manifestação dos Dons (Mt 7.20; 1Co 1.7; 3.1-4);
   Ø  Os Dons são para a Igreja e não apenas para um cristão (1Co 12. 7-11);
   Ø  Apesar de sua importância, os Dons não substituem às Escrituras (2Pe 1. 20,21; 2Tm 3. 16,17; 1Co 14.29);
   Ø  Quando um dom espiritual se manifesta na vida do crente, ele deve atribuir toda a Glória ao Senhor (At 4. 9,10).


IV - OS DONS SÃO FACULDADES DA TRINDADE DIVINA
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes (1 Co 12.7-11). Essas manifestações do Espírito Santo visam à edificação e santificação da igreja (1Co 12.7; 14.26). Em 1 Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede a Igreja. Os dons, quer ministeriais, ou espirituais, são distribuídos diretamente pela Trindade Divina. Diz Paulo que o Pai, o Filho e o Espírito Santo operam conjuntamente no exercício desses dons. Vejamos o que diz 1 Co 12.4-6:

   ü  É o Espírito Santo quem CONCEDE os dons - "Ora há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo" (v.4);
   ü  É o Filho quem DISTRIBUI os dons - "E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo" (v.5);
   ü  É o Pai quem OPERA os dons - "E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos" (v.6).


V – PRINCIPAIS TEORIAS CONTRÁRIAS A CONTEMPORANEIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS
Uma corrente da teologia cessacionista afirma que os dons do Espírito Santo são habilidades naturais, santificadas e aperfeiçoadas por Deus após a conversão do indivíduo. Uma outra acredita que os dons espirituais não são para os tempos hodiernos, mas estiveram restritos ao período apostólico. Vamos a elas:

   Ø  Teoria de que os dons eram restritos à era apostólica - Esta teoria afirma que os dons do Espírito Santo, foram enviados com o propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar os primeiros pregadores do Evangelho e sua mensagem. Porém, a Bíblia nos fala: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At. 2.39; Jl 2.17,18; 1 Co 14.1).

   Ø  Teoria de que os dons hoje são habilidades naturais - Isto é, Deus premia algumas pessoas privilegiadas, dando-lhes dotes especiais. Entretanto as Escrituras nos dizem que os dons são outorgados por Deus a todos e não são habilidades naturais (1Pe 4.10; 1Co 12.7; Rm 12.3-5; Ef. 4.11).

   Ø  Teoria de que os dons são inalcançáveis - Os que advogam esta interpretação, dizem que os dons são tão grandiosos e santos na sua essência, que ninguém está suficientemente preparado para merecê-los; portanto ninguém os possui. A Bíblia não ensina isso (At. 2.4; 1 Pe 4.10; 1Co 12.7; Rm 12.3-5; Ef. 4.11).


VI – ADVERTÊNCIAS QUE A BÍBLIA NOS FAZ ACERCA DOS DONS ESPIRITUAIS
É importante observar que a palavra grega “charismata”, traduzida em português por "carismático", aparece por 17 vezes no NT (Rm 1.11; 5.15,16; 6.23; 11.29; 12.6; 1Co 1.7; 7.7; 12.4,9,28,30,31; 2Co 1.11; 1Tm 4.14; 2Tm 1.6; 1Pe 4.10). Relaciona-se com o verbo charizomai”, que significa "eu dou como um favor". A expressão se completa com o substantivo “charismata”, que quer dizer "dons gratuitos de Deus" (SILVA, 1996, p. 63). A Bíblia nos faz algumas advertências acerca dos dons espirituais, entre elas estão:

   ü  Conhecer os dons – “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” (1Co 12.1).
   ü  Buscar os dons – “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; (...)” (1Co 12.31).
   ü  Zelar pelos dons – “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; (...)” (1Co 12.31).
   ü  Ser abundante nos dons – “(...) procurai abundar neles, para edificação da igreja.” (1Co 14.12);
   ü  Ter autodisciplina nos dons – “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.” (1Co 14.32);
   üTer decência e ordem no exercício dos dons – “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”. (1Co 14.40).
   ü  Não desprezar os dons espirituais - Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias”. (1Ts. 5.19,20);
   ü  Não proibir a manifestação dos dons - “ (…) e não proibais falar línguas.” (1Co 14:39).


VII - OS DONS DO ESPÍRITO SANTO MENCIONADOS EM 1 CO 12. 8-11
Os dons mencionados em 1 Coríntios 12.8-11 são tecnicamente chamados "os nove dons espirituais" Vejamos:

   Ø  Dom da Palavra da Sabedoria– Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo;

   Ø  Dom da Palavra do Conhecimento - Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas e situações específicas;

   Ø  Dom da Fé – Não se trata da fé para a salvação, mas uma fé sobrenatural e especial, capacitando o crente a crer e realizar coisas extraordinárias e milagrosas;

   Ø  Dons de Curar – São concedidos à igreja para a restauração da saúde física dos seus membros;

   Ø  Dom de Operação de Milagres – Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza;

   Ø  Dom da Profecia – Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra da parte de Deus. Não se trata da entrega de um sermão previamente preparado.

   Ø  Dom de Discernimento de espíritos – Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito Santo, para o portador discernir e julgar corretamente as manifestações espirituais e sobrenaturais;

   Ø  Dom de Variedade de Línguas – Trata-se do falar em outras línguas humanas e vivas a “xenolália” (At 2.4) ou uma língua desconhecida do falante “glossolália” (1Co 13.1; 14.2);

   Ø  Dom de Interpretação de Línguas – Trata-se da capacidade pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas estranhas.


CONCLUSÃO
Concluímos que os propósitos dos dons concedidos a igreja são para edificação, fortificação e crescimento espiritual dos crentes, bem como para glorificação do Deus Pai, o Filho e o Espírito Santo.



REFERÊNCIAS
FRANCISCO. Raimundo F. de Oliveira. Pentecostes Hoje. CPAD.
SILVA, Severino Pedro da. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.  


Por Rede Brasil de Comunicação