Tt
1.5-7; I Pe 5.1-4
INTRODUÇÃO
Como líderes os presbíteros estão
para a congregação como um pastor de ovelhas para o rebanho. Por isso, eles alimentam
com a Palavra de Deus, ajudando o rebanho a crescer espiritualmente e ficando
alertas contra quaisquer perigos de erro ou pecado, que seria uma ameaça para o
bem-estar espiritual do rebanho (1 Ts 5.14). Veremos nesta lição a definição da
palavra presbítero, analisaremos sua função na Igreja Primitiva, e estudaremos
também suas atribuições e deveres nas suas funções ministeriais como líder e
servo de Deus.
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA
PRESBÍTERO
De acordo com a Bíblia de Estudo
Palavras-Chaves (2012, p. 2369. Nota 4245), o termo presbíteros do grego “presbyteros”
é uma forma
comparativa da palavra grega “presby” que significa: “uma pessoa
experiente, madura, mais velha, anciã”. Os presbíteros tomavam parte ativa no
apascentamento da igreja (At 20.28) e também no ensino, pois uma das qualidades
exigidas do candidato ao presbitério era que fosse “apto para ensinar” (1 Tm
3.2). Os presbíteros constituíam um corpo auxiliar no governo da igreja,
sob a presidência do pastor. Convém salientar que os ministros também
se consideravam presbíteros. O apóstolo Pedro escreveu para os presbíteros que
ele também era presbítero (1 Pe 5.1), e o apóstolo João considerava-se ancião
(2 Jo 1) ou presbítero (3 Jo 1) (BERGSTÉN, 1999, p. 270).
II - O PRESBÍTERO NA IGREJA PRIMITIVA
Segundo o relato de Lucas sobre a
origem e expansão do Cristianismo, os presbíteros já estavam presentes na igreja
de Jerusalém (At 11.30, 14.23, 15.2,4,6-23), onde eram constituídos de cidade
em cidade (Tt 1.5). Tiago e Pedro em suas epístolas gerais, dirigem-se aos
presbíteros (1Pe 5.1,2; Tg 5.14). Paulo dirige-se a eles e os chama de bispos, outra
palavra empregada para designar este mesmo cargo (At 20.28). Não se sabe quem
eram e como foram escolhidos esses presbíteros, provavelmente pela imposição de
mãos (At 6.6; 13.3; 1 Tm 4.14; 5.22) mas certamente foram consagrados pela
igreja sob orientação do Espírito Santo através do líder maior e conforme suas
qualificações. Parece que atuavam de maneira semelhante aos anciãos das
comunidades judaicas e do Sinédrio (At 11.30; 15.2-6.22-23; 16.4; 21.18). Os
presbíteros são “anciãos” porque não são novatos, mas sim, mais velhos na fé e
já tiveram tempo para desenvolver
a sua maturidade espiritual (1Tm
3.6; 1Tm 5.17; 3.5,12).
III – OS
PRESBÍTEROS COMO LÍDERES E MINISTROS DA PALAVRA
3.1 À luz do NT, o presbítero
poderia ser o próprio pastor local: "Rogo, pois, aos PRESBÍTEROS que há entre vós, eu,
presbítero como eles... PASTOREAI o rebanho de Deus que há entre vós..." (1Pe 5.1-4). “Olhai,
pois, por vós, e por todo
o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para APASCENTARDES
a igreja de Deus...” A
designação "pastor", do grego “poimen”, fala-nos da atividade de cuidar
do rebanho, que envolvia: alimentar, guiar, cuidar (VINE, 2003, p. 856). Dessa
forma, os presbíteros, do grego “presbyteros”, literalmente "homem idoso,
ancião, os que cuidam espiritualmente da igreja", que assim exerciam seus
presbitérios, eram chamados também de "pastor" (idem, 2003, p. 396). “...Os
presbíteros que PRESIDEM bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham
na palavra e na doutrina” (1Tm
5.17).
3.2 O pastor que na igreja
primitiva "presidia", sempre que exercia essa função, era chamado de
"bispo". A Bíblia de Estudo Pentecostal afirma
em sua nota sobre "Dons Ministeriais para a Igreja" que: "Os
pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas
necessidades espirituais. Também chamados "presbíteros" (At 20.17; Tt
1.5) e "bispos" ou supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.17)" (STAMPS,
1995, p. 1815). Do grego “episkopos”, "literalmente, 'inspetor'
formado de “epi”, 'por cima de', e “skopeo”,
'olhar' ou 'vigiar', é encontrado
em At 20.28; Fp 1.1; 1Tm 3.2; Tt 1.7; 1Pe 2.25. (VINE, 2003, p. 434 – grifo
nosso). Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo ministério
de administrar as igrejas, bem como do ensino da Palavra. Sua atividade é
necessária para o bom ordenamento das atividades das igrejas locais (RENOVATO,
2014, p. 130).
3.3 Bispo, presbítero ou ancião e
pastor - são usados em referência aos líderes da igreja. Alguns aludem a 1 e 2 Timóteo e Tito como o
"Manual do Pastor", por causa das preciosas instruções e
qualificações dadas ao ministério e à igreja. Em 1 Tm 3, há orientações muito
específicas a todo aquele que aspira ao pastorado. Observe a afirmação que segue:
"Para efeito de esclarecimento, os títulos bispo, presbítero ou ancião e
pastor são usados intercambiavelmente na Escritura e referem-se ao mesmo
ofício, mas expressam responsabilidades diferentes, como supervisão
administrativa, liderança espiritual e ministério, bem como alimentar e atender
o rebanho de Deus. Em Atos 20, todos os três conceitos: bispo, ancião e pastor
- são usados em referência aos líderes da igreja em Éfeso (TRASK et al, 1999,
p. 110).
IV
- DEVERES E FUNÇÕES MINISTERIAIS DO PRESBÍTERO
A evidência bíblica indica que
“bispo” é simplesmente outro termo para presbítero também (At 20.17-35; Tt 1.7).
A maioria dos estudiosos reconhece isso, que na linguagem do NT o mesmo ofício
na Igreja é chamado indiferentemente de bispo “episkopos”
e ancião ou presbítero “presbyteros”. Em terminologia bíblica, presbíteros
pastoreiam, supervisionam, lideram e cuidam da igreja local. De acordo com o
NT, os presbíteros são responsáveis por:
ü
Administrar
e supervisionar uma igreja local, pois
são líderes na igreja (1 Tm 5.17; Tt 1.7; 1 Pe 5.1-2);
ü
Ensinar
e pregar a Palavra (1
Tm 3.2; 5.17; 2 Tm 4.2; Tt 1.9);
ü
Proteger
a igreja de
falsos mestres (At 20.17, 28-31; 1 Tm 4.1; Tt 1.9);
ü
Exortar
e admoestar os
santos na sã doutrina (1 Tm 4.13; 2Tm 3.13-17; Tt 1.9);
ü
Visitar
e orar pelos
doentes ungindo-os com óleo (Tg 5.14; At 20.35);
ü
Julgar
questões
doutrinárias (At 15.16);
ü
Dirigir
igrejas (1 Pe
5.2; 1Tm 5.17);
ü
Apascentar
e cuidar da
igreja (1 Pe 5.2; Hb 13.17).
O termo "poimen" enfatiza
o trabalho de pastor, pastoreador, guardião, cuidador, defensor, sarador, apascentador,
alimentador das ovelhas (Ef 4.11; 1 Pe 2.25). O termo "episcopos"
que significa Bispo ou supervisor, enfatiza o trabalho de
supervisionar, cuidar, zelar, fazer funcionar bem todo a igreja local, o corpo
do Cristo. (At 2.28; Fp 1.1; 1 Tm 3.2; Tt 1.7; 1Pe 2.25) “Olhai, pois, por vós,
e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu
BISPOS, para APASCENTARDES a igreja de Deus, que ele
resgatou com seu próprio sangue. (At 20.28).
V - CARACTERÍSTICAS MORAIS E
MINISTERIAIS DO PRESBÍTERO
Os padrões bíblicos do presbítero
são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro é mais importante do
que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou
graus acadêmicos, por mais que tudo isso seja também importante. O enfoque das
qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera
na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida.
Há três textos bíblicos
principais que apresentam, em forma de instrução e prescrição, as qualificações
necessárias dos presbíteros (1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; 1 Pe 5.1-3). O assunto é
extremamente importante e sempre atual para cada igreja local. O cristão
consciente sabe muito bem o quanto é valioso para a igreja ter presbíteros que
satisfaçam a essas referências bíblicas. São listados a seguir alguns
qualificações necessários aos presbíteros. Vejamos:
ü
Irrepreensível
(1 Tm 3.2; Tt 1.6,7);
ü
Vigilante,
sóbrio, temente, honesto e moderado (1 Tm 3.2; Tt 1.7,8);
ü
Hospitaleiro
(1 Tm 3.2; Tt 1.8);
ü
Apto
para ensinar, sábio (1 Tm 3.2; Tt 1.9);
ü
Não
dado ao vinho e não violento, mas moderado (1 Tm 3.3; Tt 1.7);
ü
Inimigo
de contendas (1 Tm 3.3; Tt 1.6);
ü
Não
cobiçoso ou avarento (1 Tm 3.3; Tt 1.7);
ü
Aprovado
na sua família (1 Tm 3.4,5; Tt 1.6);
ü
Marido
de uma mulher e que governe bem sua casa (Tm 3.2; Tt 1.6);
ü
Não
seja neófito, ou seja, novo convertido (1 Tm 3.6; Tt 1.7);
ü
É
preciso ser experimentado para não se ensoberbecer, obediente (Tt 1.6);
ü
Ter
bom testemunho (1 Tm 3.7);
ü
Ser
“exemplo dos fiéis” (1 Tm 4.12,15; Tt 2.7; 1Pe 5.3);
ü
Ser
Fiel (1 Co 4.1,2);
ü
Amigo
do bem (Tt 1.8; 1 Pe 5.2);
ü
Ser
dedicados à Palavra e ao ensino (1 Tm 5.17-19).
CONCLUSÃO
Aprendemos que se algum homem
deseja ser presbítero, deseja um encargo nobre e importante (1 Tm 3.1). É necessário,
porém, que o obreiro seja chamado por Deus e essa aspiração seja confirmada pela
Palavra de Deus (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10). A igreja não aceita pessoa
alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade,
sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A
principal missão do presbítero é servir a Deus, assim como esta também é a
missão do diácono. Porém, o serviço a ser realizado pelo presbítero corresponde
à administração da casa do Senhor no campo espiritual e esta administração é
principalmente realizada pelo ensino autêntico da Palavra de Deus.
REFERÊNCIAS
Ø CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø RENOVATO,
Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens
com o poder extraordinário. CPAD.
Ø BERGSTÉN,
Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. CPAD.
Ø TRASK,
Thomas E. et ali. O pastor pentecostal: um mandato para o século XXI.
CPAD.
Ø VINE, W. E.et al. Dicionário VINE: o
significado exegético e expositivos das palavras do AT e NT. CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação