quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A TIGELA DE MADEIRA



Um senhor idoso foi morar com seu filho, nora e o netinho de 4 anos de idade. As mãos do senhor eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do senhor o atrapalharam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão.
Quando pegava o copo, o leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritavam-se com a bagunça.
- Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai, disse o filho.
- Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão.
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa com satisfação.
Desde que o senhor quebrara um ou dois pratos, sua comida era servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes com lágrimas nos olhos, mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair no chão.
O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Ele perguntou delicadamente ao filho:
- O que você está fazendo?
O menino respondeu:
- Ah, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem quando eu crescer.
O garoto sorriu e voltou a fazer o trabalho. Aquelas palavras tiveram grande impacto nos pais e eles ficaram chocados, pensativos, refletiram suas atitudes.
Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite, o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.
Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E, por alguma razão, o marido e a mulher não se importavam mais com um garfo e com a colher quando caiam ou quando o leite era derramado ou a toalha da mesa sujava. 

Autor desconhecido.

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