Êx
20.14; Dt 22.22-30
INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento do Decálogo “não
adulterarás” tem como principais objetivos a pureza do matrimônio e a proteção
da família. Nesta lição analisaremos este mandamento; veremos o que a Bíblia
nos diz sobre o adultério tanto no AT quanto no NT; destacaremos alguns tipos
de adultério e qual o plano original de Deus quanto ao casamento; e, por fim,
quais as atitudes que devemos tomar para evitar esta obra da carne.
I
– O SÉTIMO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
O quinto mandamento protege a
inviolabilidade do lar (Êx 20.12); o sexto defende a sacralidade da vida (Êx 20.13),
já o sétimo “Não adulterarás” a sacralidade do casamento (Êx
20.14). “A palavra adultério vem do latim, adulterium, que
tem o sentido de “dormir na cama alheia”. É a relação sexual entre pessoa
casada, com outra que não é o seu cônjuge” (RENOVATO, 2013, p. 69). Este
mandamento tem como objetivo a abstenção de toda impureza da carne e ainda
exorta para conservação do leito sem mácula, isto é, o amor conjugal e a
coabitação. Ele visa proteger o matrimônio por ser uma instituição sagrada
instituída por Deus. Esta prática nociva se constitui num pecado contra Deus,
contra si mesmo e contra o próximo (Gn 39.9; I Co 6.18; Rm 13.9). A pena
capital para o adultério era a morte (Lv 20.10).
II
- O ADULTÉRIO À LUZ DA BÍBLIA
“O adultério é um pecado
gravíssimo aos olhos de Deus, o Criador do casamento, do lar e da família. A
sociedade sem Deus, relativista e hedonista, não o vê como algo pecaminoso, e
sim, como tendência natural do ser humano, que, segundo interpretação da teoria
da evolução, o homem é polígamo por natureza, seguindo o exemplo de certos
animais. No entanto, a visão cristã passa pelas lentes fortes e cristalinas da
Palavra de Deus, que considera a infidelidade conjugal como vergonhosa traição
aos princípios sagrados, estabelecidos por Deus para o casamento” (RENOVATO,
2013, p. 67). Abaixo destacaremos o que a Bíblia diz sobre esta prática
pecaminosa:
2.1 No Antigo Testamento. O mandamento “Não
adulterarás” faz parte do Decálogo e foi dado ao povo de Israel a fim de
preservar a santidade do lar (Êx 20.14; Dt 5.18). É interessante destacar que
“também está envolvida a questão da herança da família e a preservação da
pureza tribal. Finalmente, o próprio ato era considerado um crime sério, um ato
de contaminação (Lv 18.20). Por esse motivo, era imposta a pena de morte,
envolvendo a execução de ambos os culpados (Êx 20.14; Lv 20.1). A pena de morte
mostra que as sociedades antigas encaravam o adultério não meramente como um ato
privado errado, mas que ameaçava o arcabouço do lar e da sociedade” (CHAMPLIN,
2004, vl. 01, p. 66). Infere-se que passagens como Levítico 20.10-21, que
tratam de comportamentos sexuais proibidos, sejam simplesmente uma extensão da
lei sobre adultério.
2.2 No Novo Testamento. Os ensinamentos neotestamentários
seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto à reprovação da prática do
adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo
adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos (Mc 10.19; 18.20),
incluindo até o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Pedro fez
semelhante declaração “Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando
de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na
avareza, filhos de maldição” (II Pe 2.14). O apóstolo Paulo acrescentou
que o adultério é uma obra da carne e que os que praticam são passíveis de
morte e não herdarão o Reino dos céus (Rm 1.29-32; I Co 6.10; Gl 5.21). Confira
também (Ap 22.15).
III
– TIPOS DE ADULTÉRIO
A violação do sétimo mandamento,
pode se dar pelo menos de três formas:
TIPOS
DE ADULTÉRIO
|
DEFINIÇÃO
|
REFERÊNCIAS
|
Adultério físico
|
Intercurso carnal entre uma
pessoa casada com outra que não seja o seu cônjuge.
|
Êx 20.14; Lv 20.10; Dt 5.18; Mt 5.27; 19.18; Rm 13.9; I Co 6.9
|
Adultério em
pensamento
|
Neste o adultério não se dá de
forma física, mas mental, através de pensamentos imorais dirigidos a alguém.
|
Gn 6.5; Pv 6.18; Mt 5.27-28; II Pe 2.14
|
Adultério virtual
|
Este é cometido quando alguém
casado alimenta-se com cenas pornográficas na TV ou na Internet com conversas
maliciosas com o sexo oposto.
|
Sl
101.3; Pv 7.10-23; Fp 4.8; I Ts 5.22
|
IV
- O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA
Para nós, crentes em Jesus, o
conceito de certo e do errado deve ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra
de fé e prática”. Ela nos mostra que, ao criar Adão e Eva, Deus
estabeleceu seu plano para o casamento. Vejamos abaixo:
4.1 União heterossexual (Heteros
= diferente) + (sexual = sexo).
O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja,
entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Qualquer união sexual
fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência
ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17). Visto que, o objetivo principal
do casamento é a procriação e, biologicamente, a prática homossexual não pode
cumprir esse propósito. Por isso, em (Rm 1.26-28), Paulo diz que tal
comportamento é: (1) “contrário à natureza”; (2) “sentimento
perverso” e (3) “coisas que não convêm”.
4.2 União Monossomática (mono =
um) + (soma = corpo).
Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha
em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne.” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam ser
considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos
laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão ambos uma
carne” (Gn 2.24).
4.3 União indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela
que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua
mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa:
“apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no sentido de
“colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e
também as ideias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn
2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE,
2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos atestam a indissolubilidade do
casamento. Deus diz: “e apegar-seá à sua mulher” (Gn 2.24-b);
Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); e, Paulo diz: “Porque a
mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2).
4.4 União monogâmica (mono = um)
+ (gamós = casamento).
Monogamia é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só
mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento
(Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada
um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I
Co 7.2). A monogamia foi ensinada como um preceito moral contra o adultério “Não
cobiçarás... a mulher do teu próximo (singular)”. Isso traz implícito
que o próximo só poderia ter uma esposa legítima.
V
– COMO EVITAR O ADULTÉRIO
Vigilância, oração e meditação na
Palavra de Deus são os recursos mais importantes para quem deseja vencer toda e
qualquer tentação (Mt 26.41; Sl 119.9,11). Mas, no que diz respeito à sedução
do adultério, existe outros cuidados que o casal deve tomar. Vejamos:
ü
Evitando
conversas
íntimas com pessoas do sexo oposto (I Co 15.33);
ü
Ocupando
a mente com
o que é proveitoso (Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 4.8; Cl 3.1-3);
ü
Afastando
dos olhos
aquilo que pode levar a pessoa a alimentar o pecado (Jó 31.1; Sl 101.3; Mt
6.22,23);
ü
Mantendo-se
longe de
pessoas cujo comportamento está em desacordo com a Bíblia (Sl 1.1-3; I Co
5.11);
ü
Mortificando
a carne e
andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18);
ü
Abstendo-se
do ato
sexual com o cônjuge apenas por consentimento mútuo e por tempo
determinado (I Co 7.5);
ü
Mantendo
o cônjuge satisfeito
(a) (Pv 5.15; I Co 7.3);
ü
Observando
a Palavra de
Deus (Sl 119.11; Pv 4.20);
ü
Orando
e vigiando sempre
(Mt 26.41).
CONCLUSÃO
Após a Queda do homem no Éden, a
perversão sexual passou a fazer parte da história do ser humano, e, por esta razão,
Deus condenou as práticas sexuais ilícitas na Bíblia sagrada. Dentre elas,
encontra-se o adultério, que é a relação sexual com pessoa que não seja o
cônjuge. O Senhor proibiu terminantemente esta prática no decálogo, visando à
pureza do matrimônio e a proteção da família.
ATENÇÃO! Para essa lição sugiro as dinâmicas: A Cistena e Fidexilina. Boa Aula!!
ATENÇÃO! Para essa lição sugiro as dinâmicas: A Cistena e Fidexilina. Boa Aula!!
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø LOPES,
Hernandes Dias. Casamento, Divórcio e Novo Casamento. HAGNOS.
Ø PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário
Bíblico Wyclliffe. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø REIFLER,
Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA.
Ø RENOVATO,
A Família Cristã e os ataques do inimigo.
CPAD
Ø VINE, W.E, et al. Dicionário Vine.
CPAD.
Por Rede Brasil de
Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário