Êx
20.15; 22.1-9
INTRODUÇÃO
O oitavo mandamento do Decálogo “não
furtarás” visa orientar o homem a tratar com respeito a propriedade alheia.
No caso de furto de algum bem material, a orientação divina como pena capital
era a restituição. Nesta lição trataremos de forma mais detalhada este
mandamento; destacaremos alguns tipos de práticas que podem ser consideradas como
furto; quais as obras da carne que levam uma pessoa a infringir esse
mandamento; e, por fim, pontuaremos que aquele que serve a Deus deve ter
compromisso com a honestidade diante de Deus e dos homens.
I – O OITAVO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
“Não furtarás” é o oitavo mandamento do Decálogo
(Êx 20.15). Esse mandamento proíbe o furto, isto é, tomar para si algo que pertença
a outrem. Assim, ele aprova o direito de propriedade. O homem pode possuir
aquilo que é o resultado justo de seu trabalho, ou um presente. “Furtar ou
roubar são atos que provocam instabilidade social. Aquele que furta demonstra
desrespeito por outros ou inveja deles. Isso se aplica tanto aqueles que se
apropriam diretamente dos bens de alguém quanto àqueles que usam de artifícios
para obter ou reter consigo bens pertencentes a outrem. Além de se preocupar
com as questões espirituais, a Bíblia nos instrui acerca da natureza dos
relacionamentos interpessoais saudáveis. Assim, vários textos bíblicos tratam
de questões do cotidiano, como a relação entre os ricos e os pobres ou entre os
patrões e os funcionários. Muitas vezes, essas relações são negativas, pois uma
parte procura se beneficiar usando de métodos que podem prejudicar a outra”
(ADEYEMO, 2010, p. 114).
1.1 A pena capital para o roubo. Em Êxodo 22 encontramos nas
leis civis Deus orientando o povo de Israel através de Moisés como seria a pena
capital para aquele que havia furtado algo do seu próximo. O ladrão devia pagar
cinco cabeças de gado para cada boi roubado e abatido e quatro ovelhas para
cada ovelha roubada e abatida (Êx 22.1). Se o animal fosse encontrado com vida,
o ladrão devia pagar em dobro, ou seja, dois bois ou duas ovelhas para cada boi
ou ovelha roubada (Êx 22.4). A multa servia para dissuadir o criminoso em
potencial e também levava em consideração o fato de que os danos causados por
esse tipo de crime não se limitam ao valor da propriedade roubada, como no caso
do sequestro onde o sequestrador era punido com a morte (Êx 21.16; Dt 24.7).
II – O PRINCÍPIO DO RESPEITO À
PROPRIEDADE ALHEIA
O oitavo mandamento do Decálogo
está entre os que dizem respeito aos relacionamentos interpessoais. O princípio
nele contido - o respeito à propriedade alheia, é destacado tanto no AT quanto
no NT como veremos a seguir:
2.1 Antigo Testamento. O mandamento que proíbe o furto
faz parte da legislação mosaica (Êx 20.15; Dt 5.19). “O Antigo Testamento
inclui proibições referentes ao furto, ao dano às propriedades e ao mau uso das
propriedades ou objetos pertencentes ao próximo (Êx 21.33,34; 22.5,6; 22.4,7,9;
20.15; Gn. 31.31; II Sm 23.21)” (CHAMPLIN, 2006, vol 2, p. 836). Vejamos o que
o AT diz sobre o furto: (a) o furto é uma abominação (Jr 7.9,10); (b)
não pagar salários justos é um furto (Lv 19.13); (c) os ímpios são
inclinados ao furto (Sl 119.61); a cobiça promove o furto (Am 3.10); (d) aqueles
que consentem com o furto também tornam-se culpados (Jó 24.14; Ob 5); (e) geralmente
quem furta também mata (Jr 7.9; Os 4.2); (f) paira uma maldição sobre o
ladrão (Os 4.2,3; Ml 3.5); e, (g) o furto provoca a ira de Deus (Ez
22.29,31). Eis alguns exemplos de homens honestos: José (Gn 39.2-4); Samuel (I
Sm 12.2-5); Daniel (Dn 6.1-4).
III - TIPOS DE
FURTO
O mandamento de não furtar é
amplíssimo, pois trata do respeito à propriedade alheia. A falta de honestidade
nos negócios e na vida social rompe os vínculos que mantém a comunidade unida e
resultam em injustiça e caos por toda parte. Abaixo destacaremos os vários
tipos de infrações que se constituí numa violação deste mandamento:
TIPOS DE FURTO
|
REFERÊNCIAS
|
Omissão no pagamento dos
impostos
|
Pv 16.8; Mc 12.17;
Rm 13.7
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Sequestro
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Êx 21.16; Dt 24.7;
I Tm 1.10
|
Propina: suborno
|
Êx 23.6; Dt 27.19;
Ez 18.8; II Pe 2.15
|
Comprar e não pagar, ou
contrair dívidas que não pode pagar é desonestidade
|
Hc 2.6,7; Rm 1.31
|
Não pagar o salário do
funcionário justamente
|
Lv 19.13; Dt 24.15;
Jr 22.13; Tg 5.4
|
Não devolver o que achou
sabendo quem é o dono
|
Lv 6.1-4
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IV – OBRAS DA CARNE RELACIONADAS
AO FURTO
À luz da Bíblia, o furto é um
pecado motivado por algumas obras da carne, como veremos a seguir:
OBRAS
DA CARNE
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REFERÊNCIAS
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Cobiça
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Êx 20.17; Js 7.21
|
Inveja
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Mc 7.22; I Pe 2.1;
I Tm 6.8
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Preguiça
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Pv 13.4; 21.25; Ef
4.28
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Mentira
|
Pv 11.1; 20.23;
21.6; At 5.1-4
|
V
– O CRISTÃO DEVE TER COMPROMISSO COM A HONESTIDADE
5.1 “Pois zelamos do que é
honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (II Co 8.21). “O trecho de Pv 3.4, ao qual
bem provavelmente Paulo aludia aqui, reconhece a importância não somente da
posse de um caráter piedoso, mas também de termos boa reputação até mesmo entre
os homens. É muito importante o que os homens pensam a nosso respeito, porque
aquilo que eles pensam a nosso respeito também pensarão sobre Cristo, posto que
somos os seus representantes na terra. Esse é o fato que Paulo reconhece no
versículo que temos a frente. Comparemos isso com o trecho de II Co 6.3, onde
Paulo exorta que nenhum motivo de escândalo deem os crentes em qualquer coisa,
a fim de que o “ministério” cristão não seja vilipendiado. Essa exortação ele
faz apresentando o seu próprio exemplo, a fim de que, pelo menos em seu caso
pessoal, o ministério pudesse manter boa reputação, visto que todas as atitudes
por ele tomadas condiziam com os excelentes princípios cristãos” (CHAMPLIN,
2002, vol. 4, p. 380). Honestidade total deve sempre ser a marca do povo de
Deus. Portanto, devemos nos esforçar para criar uma cultura de honestidade em
nosso âmbito de relacionamentos (I Tm 2.2; Tt 2.14).
CONCLUSÃO
O princípio do respeito ao que é
do próximo está explícito tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Deus espera
daquele que lhe serve que evite o mal “não furtar” e pratique o
bem “seja honesto”, cada um para com o seu próximo, pois a
verdadeira espiritualidade envolve todas as áreas da nossa vida.
REFERÊNCIAS
Ø
ADEYEMO,
Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
Ø
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø
CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
Ø
Comentário do Novo Testamento. Aplicação
Pessoal. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação.
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