Lc 14.25-35
INTRODUÇÃO
Como
seus alunos estão reagindo diante das lições? Eles estão interagindo com a
mesma? Muito bem! Pois, nesta lição, nossa abordagem será sobre o início do
ministério de Jesus. Assim, trataremos de diversos assuntos relacionados ao Seu
ministério, porém, teremos como foco o Seu discipulado. Aliás, não sei se você
observou, ou se concorda ou discorda; mas, julgo haver certa desarmonia entre o
título da lição e seu respectivo texto. Porquanto, embora o título da lição enfoque
‘Jesus escolhe seus discípulos’, o
texto, porém, trata das prerrogativas necessárias para aquele que deseja ser um
discípulo de Cristo, visto trata-se também de uma parábola. Por esse motivo, no
tópico I, trabalharemos com o capítulo 4 de Lucas e, posteriormente, com o
texto proposto. Contudo, desejo a todos uma excelente aula!
I.
JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
Por
ocasião da tentação, como já estudado, Jesus encontrava-se voltando para
Galileia (Lc 4.1 cf Mt 3.13; 4.12; Mc 1.14). Lucas faz notório este fato,
dizendo: “Então, pelo poder do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama
correu por todas as regiões circunvizinhas” (Lc 4.14). Assim, Jesus
estava voltando para casa, ou seja, para Nazaré. Lucas deixa subentendido em
sua narrativa que Jesus, possivelmente, quisesse fazer da terra onde fora
criado a base ou sede de Seu ministério (Lc 4.16-30). Porém, é em Cafarnaum que o Mestre fixa sua
base (Lc 4.31; Mc 2.1; 9.33; Mt 9.1). Assim, embora Jesus tenha pregado,
curado, libertado e realizado grandes sinais em seu ministério; o ensino foi
onde Ele centralizou a maior parte de seu ministério. O relato lucano mostra
justamente o ensino como a primeira e principal atividade ministerial de Jesus
na Galileia. Ele diz: “Ele ensinava nas suas sinagogas, e por todos
era louvado” (Lc 4.15). Jesus passou ensinando na sinagoga de cada
cidade até chegar em Nazaré, e quando lá chegou fez o mesmo (4.16-20). Jesus
era o mestre da Galileia!
Aliás,
o Pastor Geremias do Couto comentando sobre o fato, diz: “A maior parte do ministério de Jesus se desenvolveu ao norte de Israel,
nas redondezas do mar da Galileia, região em que realizou, também, grande parte
de seus portentosos milagres (Mt 4.23,24). Naquelas imediações está o Monte das
bem-aventuranças, onde pregou o mais conhecido sermão de todos os tempos, no
qual balizou os princípios do Reino de Deus”. Realmente, até mesmo suas
pregações, eram recheadas de conteúdo pedagógico. Entre os sermões proferidos
por Cristo aos discípulos, o Sermão do monte, como ficou conhecido, traduz de
forma marcante e reveladora a essência e a natureza de sua doutrina (Mt 5-7). O
Sermão do Monte é, portanto, a síntese do ensino de Cristo para seu povo. Nele
estão as vigas mestras que constituem o modelo de vida cristã trazido pelo
Reino de Deus, isto é, sua ética.
Além
disso, Jesus sempre usava figuras de linguagem para comunicar os ensinamentos
do Reino. O Mestre usou a símile (Mt 13.44), a Metáfora (Mt 5.14), a Metonímia
(Mc 16.15), a Prosopopeia (Lc 19.40), entre outros. Porém, a parábola era a
mais utilizada pelo Mestre dos mestres. O que é uma parábola? A parábola, como a encontramos nos evangelhos,
é um recurso didático cujo propósito visa elucidar as grandes verdades e
mistérios do Reino de Deus. Etimologicamente, o termo grego “parabolé”
significa “colocar uma coisa ao lado de outra”. Ou seja, fazer uma
comparação. Segundo a hermenêutica, a parábola é uma narrativa alegórica
constituída de personagens, coisas, incidentes e atitudes que, através de
compreensão de realidades que se acham além do nosso entendimento. Portanto, ao
ensinar através de parábolas, tinha o Senhor Jesus em mente, esclarecer os
mistérios do Reino de Deus aos pequeninos e ocultar esses mesmos mistérios
daqueles que, julgando-
se mestres, recusavam-lhe a doutrina (Lc 10.21; Mt
13.11-15).
Outra metodologia de ensino utilizada por Cristo era o Exemplo. Aliás, segundo a pedagogia, o aluno aprende quando vê fazer. Ou seja, pela demonstração o aluno aprende observando, e motivando sua potencialidade e capacidade adormecidas ou latentes. É evidente que toda a vida de Jesus é um exemplo a ser seguido (Cl 2.6;1 Pe 2.21; 1 Jo 2.6), porém, há um episódio à parte que, impactou a todos quando foi realizado por Cristo. Com o fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhes com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5). Que cena chocante para um judeu! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas. Isso se deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas “espírito e vida” (Jo 6.63). Ele nos convida a fazer o mesmo: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também” (Jo 13.13-15). Esta era a autoridade existente no ensino de Jesus, ele vivia o que ensinava e ensinava o que vivia (Rm 2.21)!
Outra metodologia de ensino utilizada por Cristo era o Exemplo. Aliás, segundo a pedagogia, o aluno aprende quando vê fazer. Ou seja, pela demonstração o aluno aprende observando, e motivando sua potencialidade e capacidade adormecidas ou latentes. É evidente que toda a vida de Jesus é um exemplo a ser seguido (Cl 2.6;1 Pe 2.21; 1 Jo 2.6), porém, há um episódio à parte que, impactou a todos quando foi realizado por Cristo. Com o fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhes com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5). Que cena chocante para um judeu! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas. Isso se deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas “espírito e vida” (Jo 6.63). Ele nos convida a fazer o mesmo: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também” (Jo 13.13-15). Esta era a autoridade existente no ensino de Jesus, ele vivia o que ensinava e ensinava o que vivia (Rm 2.21)!
II.
O CHAMADO, HONRA E RESPONSABILIDADE DOS ESCOLHIDOS PELO MESTRE
É
exatamente a existência dessa nova categoria que mais tem intrigado os
pesquisadores. Quem são? O que os números dizem sobre ela? Faustino Teixeira
comenta: “A dificuldade de precisão
analítica na apreensão correta dos dados sobre os evangélicos deve-se, em
parte, ao significativo número de fiéis evangélicos classificados na categoria
de “evangélicos não determinados”. Nada menos de que 9,2 milhões de pessoas,
perfazendo 21,8% de todo o contingente evangélico, num patamar que envolve 5%
de toda a população brasileira. Alguns analistas os identificam como “evangélicos genéricos” ou “evangélicos sem igreja”, indicando a
afirmação de uma diversidade interna no campo evangélico, seja mediante
caminhos diversificados de assunção da pertença evangélica, seja o exercício de
crença fora das instituições, ou na múltipla pertença evangélica”.
A
revista Superinteressante, em 2004, fez uma matéria sobre o crescimento
evangélico em que concluiu: “quanto mais
crescem, menos os evangélicos mudam a cara do país”. Então, você pode
indagar: “O que há de errado com essa explosão da população evangélica?” O
Pr José Gonçalves comenta: “Não há
dúvidas de que há um “boom” no
crescimento evangélico! Mas esse não é um crescimento sadio, mas um crescimento
com inchaços! Na verdade os números revelam mais um inchamento do que um
crescimento de fato. A razão, portanto, da existência de tantos desigrejados,
cristãos indeterminados ou genéricos, está na ausência de um discipulado
bíblico que permitisse esses crentes terem um crescimento natural e sadio. São
cristãos que não estabeleceram vínculo nenhum com a igreja local e pouco ou
quase nada sabem sobre o senhorio de Jesus”.
É
verdade! Existe uma verdadeira perda de identidade no movimento evangélico pela
falta de compromisso com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus! Jesus não
enganou ninguém nem camuflou as implicações envolvidas em seu chamado, quando
disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz
e siga-me” (Mt 16.24). Então, a primeira coisa, a saber, é: “o que
é ser discípulo?” Lawrence Richards responde: “Discípulo era um termo comum no século I para uma pessoa que era um
seguidor compromissado de um líder religioso, filosófico e político. No mundo
judaico, o termo era particularmente para os estudantes de um rabi, o mestre
religioso. Por isso, o termo “discípulo”
no grego é “mathetes” que significa “aprendiz; aluno”. Esses
discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores que passaram pelo
sistema de educação judaica – os que já tinham memorizado as Escrituras
hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos específicos
dos rabis sobre a lei e os profetas a fim de que pudesse ensinar isso a outros.
Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado por um rabi para
ser seu discípulo”.
Ao
iniciar seu ministério itinerante, Jesus por iniciativa própria começa a chamar
aqueles que seriam seus discípulos. Ele inicia chamando a Simão, André, Tiago e
João (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20); mais adiante chama Mateus (Mt 9.9), depois,
chamou a Filipe (Jo 1.43) e este indica Natanael (Jo 1.45,46). Assim, o Mestre
foi recrutando aqueles que tiveram a grande honra de tornar-se seu discípulo.
Veja que este chamado não é ainda o ministerial, porém, posteriormente, quando
Jesus assevera: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos
designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que
tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda”. Aqui, sim,
ocorre o chamado ministerial! Dentre aqueles que Jesus chamou para ser
discípulo (salvo), Ele chamou (separou) alguns para serem seus apóstolos (Lc
6.13-16; Ef 4.11,12), os quais dariam continuidade a sua obra após sua ascensão
(Lc 24.46-49; At 1.8; Mc 16.20).
Como
já dito, Jesus não ocultou as implicações para aqueles que queriam tornar-se um
discípulo seu. Por isso, revelou a abrangência da mesma, ao dizer: “Se
alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e
irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu
discípulo” (Lc 14.26,27). Aqui, como também no texto de Mt 16.24, Jesus
trata do alto custo do seu discipulado – A Renúncia. O que significa isso? Renúncia
quer dizer “ato ou efeito de renunciar”
e renunciar significa “não querer;
rejeitar, recusar; deixar voluntariamente a posse de algum bem, de alguma coisa”
(Aurélio). No sentido aplicado por Jesus, a renúncia significa a voluntariedade
em abrir mão dos próprios interesses, e da própria vida, a fim de segui-lo
fielmente. Tal exigência envolve a renúncia da família, parentes e amigos (Lc
14.26; Mc 10.28-30), a renúncia de bens (Lc 14.33; Mc 10.21,22) a renúncia de si
mesmo (Mt 16.24; Lc 9.23; 14.26), além de também apossar-se da cruz (Lc 14.27).
Aliás, que quer dizer “tomar ou levar a
cruz”? Primeiramente, deve-se saber que essa cruz não significa problemas
de ordem material como doenças, desempregos, problemas financeiros,
relacionamento conjugal difícil ou filhos desobedientes. Pelo contrário, tomar
a cruz significa dedicação total, consagração em profundidade. Significa viver
para Deus. O discípulo de Cristo deve assumir as consequências da sua decisão,
conscientemente. Portanto, enquanto a salvação é um presente, o discipulado
possui um alto custo. Jesus quer que consideremos o alto grau de compromisso
que Ele exige daqueles que querem ser seus discípulos, por isso não queria que
ninguém o seguisse apenas por mera empolgação ou coisa semelhante (Lc 9.57-62).
III.
O TREINAMENTO, NECESSÁRIO A TODO DISCÍPULO DE JESUS
Embora a fosse cruz o ápice do treinamento e vida de um discípulo de Cristo, ao longo de seu ministério, Jesus procurou por meio de seus ensinos mudar a mentalidade de seus discípulos. Em uma de suas ministrações, disse: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus. Ele faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e envia chuva sobre justos e injustos. Se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os cobradores de impostos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também assim?” (Mt 5.43-47). Assim, o treinamento durou aproximadamente três anos e seis meses, neste período Jesus treinou e mudou a mentalidade dos seus discípulos!
IV. A MISSÃO, IDE “PREGAI”
OU “ENSINAI”
CONCLUSÃO
Aprendemos, na presente lição, que
ser discípulo de Jesus é mais que ser um mero seguidor, pois o discípulo possui
compromisso com seu Mestre e com os Seus ensinos. Pois, é a Palavra que transforma o caráter do
discípulo! O seguidor, por sua vez, não quer compromisso com o Mestre, nem com
chamado, treinamento ou missão. Tampouco com Seus ensinos! Antes, busca apenas
os milagres realizados por Jesus, não sabendo que o maior milagre é, na
verdade, ser chamado pelo Mestre para ser seu discípulo, ou seja, é ser uma “nova
criatura” (1 Co 5.17; Ef 2.10). Obrigado, Senhor, pois um dia tu
chegaste a mim, e dissestes: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens” Senhor, abençoai teus discípulos! Deus abençoe a todos!!
REFERÊNCIAS
Ø RICHARDS,
Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia.
CPAD.
Ø GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Dominical.
CPAD.
Ø MELLO,
Cyro. Manual do Discipulador Cristão.
CPAD.
Ø GONÇALVES,
José. Lucas – O Evangelho de Jesus, o
Homem Perfeito. CPAD.
Ø GONÇALVES,
José. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2015). CPAD.
Ø RENOVATO,
Elinaldo. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2014). CPAD.
Ø CABRAL, Elienai. Lições
Bíblicas. (2º Trimestre de 2005). CPAD.
Ø COUTO, Geremias
do. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2001). CPAD.
Ø RENOVATO,
Elinaldo. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2000). CPAD.
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