domingo, 6 de março de 2016

LIÇÃO 10 – MILÊNIO – UM TEMPO GLORIOSO PARA A TERRA






Ap 20.1-6




INTRODUÇÃO
Nesta lição, traremos uma definição do Milênio. Destacaremos as três principais escolas de interpretação acerca desse evento escatológico, destacando a que mais se harmoniza com as Escrituras; responderemos com o devido respaldo bíblico os questionamentos que envolvem esta sétima dispensação; e, por fim, o que será o Milênio para Israel.


I. O QUE É O MILÊNIO
“O Milênio será o Reino com duração de mil anos a ser instaurado, na terra, pelo Senhor Jesus, logo após o arrebatamento da Igreja e do término da Grande Tribulação (Ap 20.4-6). Trata-se de um reino literal, cujo principal objetivo é a exaltação de Jesus não somente como o Messias de Israel e de todas as demais nações. De acordo com as profecias, pode-se conceber o futuro do Reino de Deus de duas formas distintas: 1) Em sua realização milenial. O Reino de Deus materializar-se-á no estabelecimento do Milênio. Expresso em termos materiais, terá como objetivo reverter a maldição que, desde o Éden, vem destruindo o mundo e toda a sua economia. O Milênio representará o auge da história terrena e o ápice da intervenção divina nos negócios humanos (Is 2; 11; 35). 2) Em sua realização eternal. Nesta fase, que se dará logo após o Juízo Final, o Reino de Deus traduzir-se-á na união eterna entre Cristo e a sua Igreja; será a Nova Jerusalém com toda as bem-aventuranças que o Pai Celeste reservou-nos (Ap 21)” (ANDRADE, sd, p. 109 – acréscimo nosso).


II. AS TRÊS PRINCIPAIS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO ACERCA DO MILÊNIO
Existem pelo menos três Escolas de interpretação acerca do Milênio. Abaixo destacaremos de forma detalhada cada um delas, a fim de verificarmos qual a mais coerente com as Escrituras:

2.1 Amilenismo.
“Apresentada por Agostinho, ela sustenta que não haverá um reino literal futuro de Cristo sobre a Terra, de mil anos de duração, mas que o Milênio se refere a presente era. Como essa posição não oferecia uma interpretação literal das passagens milenares foi designada como amilenista a partir do século XX. A interpretação amilenista oferece várias explicações para o cumprimento das profecias ligadas ao milênio. A mais popular, a explicação agostiniana, relaciona os mil anos à presente dispensação como um reino espiritual em que Cristo domina sobre os corações dos crentes ou é materializado no progresso do Evangelho na Igreja” (WALVOORD, 2002, p. 14).

2.2 Pós-milenismo.
“Segundo esta linha de interpretação, a segunda vinda de Cristo ocorrerá depois do Milênio. A pregação do evangelho pela Igreja irá trazer um tempo de paz e prosperidade, e o conhecimento do Senhor encherá toda a terra. Considera-se a duração desse período como sendo de aproximadamente mil anos. Esta teoria foi promulgada pela primeira vez na Inglaterra pelos ensinos de Daniel Whitby (1638-1726). Ela foi bem popular até que a Primeira Guerra Mundial trouxe uma desilusão aos homens, que perceberam que no final o evangelho não seria aceito por todos, e que a humanidade não estava progredindo moralmente” (WYCLIFFE, 2007, p. 1272).

2.3 Pré-milenismo.
Segundo esta doutrina, o Senhor Jesus virá no final da Grande Tribulação, com a sua igreja, para estabelecer seu Reino Milenial na terra de maneira literal. Esta Escola de interpretação bíblica é a mais coerente e aceita por nós, por algumas razões: (a) as Escrituras ensinam que o reino sobre o qual Cristo reinará terá a duração de mil (Ap 20.4-6). A interpretação pré-milenialista ensina que será um reino literal sob a égide de Cristo, que perdurará por mil anos; (b) Tal posição se fundamenta também nas inúmeras profecias messiânicas encontradas no AT (Gn 49.10; Sl 2-1-12; Is 9.6,7; 11 e 12; Dn 2.44,45); (c) Esta foi também a posição predominante na Igreja Primitiva (Lc 1.31-3; I Co 15.24; II Tm 4.1; Ap 11.15); (d) Os pais da igreja, tais como: “Papias, discípulo de João era milenista. Justino Mártir, que viveu em Éfeso cerca de 135 d.C. também (CHAMPLIN, 2004, p. 276); e, (e) A passagem de (Ap 20.1,2) deixa bem claro que Satanás não estará simplesmente restrito, como ensinam alguns, mas permanecerá totalmente inativo durante o Milênio. Em contraste com isso, o NT ensina que ele está ativo na presente dispensação (II Co 4.3,4; I Ts 2.18; I Pe 5.8)” (WALVOORD, 2002, p. 543).


III. QUEM REINARÁ SOBRE A TERRA
As profecias nos mostram que o Messias, Jesus Cristo, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, estará reinando literalmente na terra durante este período e eternamente (Is 2.2-4; 9.3-7; 11.1-10; 16.5; 24.21-23; 31.4-32.2; 42.1-7,13; 49.1-7; 51.4,5; 60.12; Dn 2.44; 7.15-28; Ob 17-21; Mq 4.1-8; 5.2-5,15; Sf 3.9-10,18,19; Zc 9.10-15; 14.16,17). “É evidente que não há e nunca haverá um reino teocrático na terra sem a presença pessoal e manifesta do Senhor Jesus Cristo. Toda a era depende de Seu retorno a terra como prometido. Tudo o que existe no milênio tem origem no Rei revelado. O milênio não poderia existir sem a manifestação de Cristo, de quem depende toda a era milenar” (PENTECOST, sd, p. 488).

IV. O QUE ACONTECERÁ NO MILÊNIO
“Na era milenar a justiça divina deverá ser demonstrada (Is 11.5; 32.1; Jr 23.6; Dn 9.24). Será também o teste final de Deus para a humanidade nas circunstâncias ideais. Todos os recursos de tentação serão retirados para que o homem demonstre o que ele de fato é, independentemente da influência satânica. A fim de que possa haver a manifestação completa da justiça e o teste da humanidade livre da tentação externa, Satanás será afastado desta esfera. Logo, na segunda vinda, ele será preso e tirado de cena durante todo o período milenar” (PENTECOST, sd, p. 487).

V. ONDE SERÁ A SEDE DO GOVERNO DE CRISTO
Embora o reino do Messias seja universal, a sede do seu governo será em Jerusalém: “[...] de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor” (Is 2.3). O sacerdote Melquisedeque reinou nesta cidade (Gn 14.18). Davi fez de Jerusalém a sede do seu governo, ao ponto de ser chamada de Cidade de Davi (II Sm 5.7; I Rs 2.10; I Cr 13.13; 15.1). O nome Jerusalém significa: “habitação da paz” e Jesus é chamado profeticamente de Príncipe da paz (Is 9.6). Portanto, ele reinará sobre o mundo a partir de Jerusalém.


VI. CARACTERÍSTICAS DO REINO DE CRISTO
A Bíblia nos mostra que o reino de Cristo terá as seguintes características:

6.1 Justiça.
Graças à presença do Messias, Jerusalém será a fonte da qual toda a justiça do milênio emanará em glória (Is 62.1c,2a). Sião será chamada “cidade de justiça” (Is 1.26), e estará cheia de direito e justiça (Is 33.5). A justiça será o termo descritivo que caracterizará o governo do Messias como um todo. Cristo será um rei que rege com justiça (Is 32.1).

6.2 Paz.
A paz nacional e individual é fruto do reino do Messias (Is 2.4; 9.4-7; 11.6-9; 32.17,18; 33.5,6; 54.13; 55.12; 60.18; 65.25; 66.12; Ez 28.26; 34.25,28; Os 2.18; Mq 4.2,3; Zc 9.10).

6.3 Alegria.
A plenitude da alegria será marca característica da era milenar (Is 9.3,4; 12.3-6; 14.7,8; 25.8,9; 30.29; 42.1,10-12; 52.9; 60.15; 61.7,10; 65.18,19; 66.10-14; Jr 30.18,19; 31.13,14; Sf 3.14-17; Zc 8.18,19; 10.6,7).


VII. OS PARTICIPANTES DO MILÊNIO
As pessoas inclusas no reino milenial de Cristo serão os santos da Grande Tribulação: judeus e gentios, tanto vivos como ressurretos (Mt 24.32-40; Ap 20.4) e a Igreja do Senhor Jesus Cristo com corpo glorioso (Ap 1.6; 2.6; 5.10). Embora somente os remidos possam entrar no reino do Messias, os santos vivos que escaparem da Tribulação adentrarão o reino em seus corpos naturais e com a capacidade de procriar. As crianças que nascerem durante o Milênio precisarão de salvação, que lhes será oferecida por intermédio de Israel (LAHAYE, 2010, pp. 149-150 – acréscimo nosso).


VIII. O QUE SERÁ O MILÊNIO PARA ISRAEL
Segundo o teólogo Pentecost (sd, p. 486), esse período verá o cumprimento completo de todas as alianças que Deus fez com o povo de Israel. Observa-se, assim, que a era milenar traz consigo pleno cumprimento de todas as promessas de Deus para com a nação de Israel, como veremos a seguir. Notemos:

8.1 A aliança abraâmica.
As promessas da aliança abraâmica a respeito da terra e da descendência são cumpridas na era milenar (Is 10.21,22; Jr 30.22; 32.38; Ez 34.24,30,31; Mq 7.19,20; Zc 13.9; Ml 3.16-18). A perpetuidade de Israel, sua posse total da terra e sua herança das bênçãos estão diretamente relacionadas ao cumprimento desta aliança.

8.2 A aliança davídica.
As promessas da aliança davídica a respeito do rei, do trono e da casa real são cumpridas pelo Messias na era milenar (Is 11.1,2; 55.3,11; Jr 23.5-8; 33.20-26; Ez 34.23-25; 37.23,24; Os 3.5; Mq 4.7,8). O fato de Israel possuir um reino, governado pelo Filho de Davi, baseia-se nessa aliança davídica.

8.3 A aliança palestina.
As promessas da aliança palestina a respeito da ocupação da terra são cumpridas por Israel na era milenar (Is 11.11,12; 65.9; Ez 16.60-63; 36.28,29; 39.28; Os 1.10-2.1; Mq 2.12; Zc 10.6). Essas referências à ocupação da terra prometem o cumprimento da aliança palestina.

8.4 A nova aliança.
As promessas da nova aliança no tocante a um novo coração, ao perdão dos pecados e à plenitude do Espírito Santo são cumpridas para com a nação convertida na era milenar (Jr 31.31-34; 32.35-39; Ez 11.18-20; 16.60-63; 37.26; Rm 11.26-29). Todas as bênçãos espirituais que Israel recebe são cumprimento dessa aliança.


CONCLUSÃO
Por ocasião da segunda fase da segunda vinda, Cristo descerá com a Sua igreja para implantar o seu Reino Milenial na terra, a fim de cumprir a promessa feita a nação de Israel. Sob o governo teocrático, esse período de mil anos literais será marcado pela justiça, paz e alegria no Espírito Santo para todos os homens.



REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Corrêa de. Dicionário de Escatologia Bíblica. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
Ø  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD. 




Por Rede Brasil de Comunicação. 

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