Ap 21.1-5,24-27
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
veremos uma definição sobre o que é o futuro “estado eterno”;
analisaremos biblicamente o que será o “novo céu e nova terra”;
pontuaremos sobre qual será a condição do povo de Israel na eternidade,
falaremos sobre os redimidos e o seu estado eterno; citaremos as
características da Nova Jerusalém – a cidade celeste; e por fim, concluiremos vendo
as características do perfeito e eterno estado com Deus.
I.
O QUE É O ESTADO ETERNO
A expressão “eterno”
vem do grego “aiõnios” que significa: “era, século, idade,
aquilo que não tem fim” (VINE, 2002, p. 628). O Estado eterno é aquilo
que não tem fim, é o estado de bem-aventuranças e inefáveis gozos a ser
desfrutado pelos redimidos logo após a consumação de todas as coisas temporais
e históricas (2 Pe 3.13; Ap 21 e 22). O Estado Eterno, que será inaugurado logo
após o Juízo Final, terá lugar nos Novos Céus e Terra, onde os salvos estarão a
desfrutar do amor de Cristo pelos séculos dos séculos (ANDRADE, 2006, p. 171).
II.
O QUE É O NOVO CÉU E NOVA TERRA
É a realidade
que passará a existir após a consumação de todas as coisas pertinentes à
dimensão material (Is 65.17; 66.22; 2 Pe 3.7-10; Ap 21.1-3). A Bíblia não
explícita se os novos céus e terra serão o resultado do reaproveitamento dos atuais.
Em torno do assunto, há muita especulação. De uma coisa, porém, tenhamos
certeza: os novos céus e terra serão uma realidade já antevista (Is 66.22).
Segundo depreendemos de Apocalipse 21.2, os novos céus estarão interligados à
nova terra, formando um todo harmonioso e sem igual. Será uma realidade jamais
sonhada pelo ser humano. Uma realidade tão superior a esta dimensão (1Co 2.9).
A nova terra será apropriada para a presença de Deus (ANDRADE, 2006, p. 118).
III.
ISRAEL E O ESTADO ETERNO
Em muitas
passagens da Bíblia (Is 65.17; 66.22; Hb 1.10-12; 2 Pe 3.10-14; Ap 20.11;
21.1-4) está declarado que haverá uma nova terra e um novo céu, e que o
povo terrestre, Israel, continuará para sempre na terra glorificada, que virá a
existir (Is 66.22; Jr 31.36, 37), e que o reino davídico, que é terreno será
centrado em Jerusalém e continuará para sempre (Is 9.6,7; Dn 7.14; Lc 1.31-33;
Ap 11.15). A glória eterna da terra é descrita (Ap 21.3, 4). O
entendimento humano, acostumado como está à corrupção que se vê na terra,
dificilmente pode compreender a ideia de uma nova terra "onde habita
a justiça" (2 Pe 3.13). Uma terra tão pura e santa e apropriada
para a habitação de Deus. Deve haver uma nova terra eterna, porque Deus
concedeu a Israel à promessa de uma posse eterna na terra (Dt 30.1-10). Está,
além disso, declarado por Isaías que a nova terra e o novo céu superarão tanto
o presente que as coisas de agora nunca mais serão lembradas (Is 65.17)
(CHAFER, 2003, vols 3 e 4, p. 742).
IV.
OS REDIMIDOS E O ESTADO ETERNO
Está claramente
asseverado que o céu é "incomparavelmente melhor" do
que a terra (Fp 1.23). É no céu que o filho de Deus será conformado à imagem de
Cristo (Rm 8.29; Fp 3.20, 21; 1 Jo 3.1-3), e ele conhecerá então como Deus conhece
agora, e os crentes estarão juntos com o Senhor (1Ts 4.16, 17). Deus criará uma
nova ordem de seres humanos, através dos judeus e gentios. Esses compreendem
que a nova criação reterá apenas uma pequena lembrança daquilo que eles foram.
A cidadania deles terá sido mudada, seus corpos terão sido transformados, o ser
total deles terá sido conformado à imagem de Cristo; aqueles que agora estão
unidos a Cristo, então, estarão para sempre com Cristo em glória. Por estarem agora
em Cristo, eles partilham daquilo que Ele é, e, por estarem casados com Cristo,
compartilharão com Ele em todas as coisas (CHAFER, 2003, vols 3 e 4, p. 758).
V.
A NOVA JERUSALÉM - A CIDADE CELESTE
Em adição a
estas duas esferas de habitação “o novo céu e a nova terra” há
uma cidade que três vezes é dita descer de Deus, do céu (Ap 3.12; 21.2,10). A
conclusão natural é que, de algum modo, essa cidade é separada do novo céu do
qual ela desce. Após o Juízo Final do Grande Trono Branco, o Universo dará
lugar a esta nova realidade (2 Pe 3.13; Mt 5.5), na qual haverá uma Santa
Cidade (Hb 12.22; Ap 21.1-3), e ali Deus será tudo em todos (1Co 15.28). A
esperança do cristão não está voltada para a Jerusalém terrestre, mas, para a
celestial (Fp 3.20; Hb 11.13-16; 12.22). Lá não existirá mais maldição (Ap
22.3; 21.4,27) (PENTECOST, sd, p. 568). Notemos algumas características desta
cidade:
5.1 A Nova
Jerusalém é santa (Ap 21.2,10). A palavra para “santa” no grego é “hagios”
que é da mesma raiz de “hagnos” que significa
fundamentalmente “separado”. Nesta cidade não haverá pecado, pois
há uma separação do santo e do profano (Ap 21.2; 22.15).
5.2 A Nova
Jerusalém tem a glória de Deus (Ap 21.11). A palavra para “glória”
no grego é “doxa” que é aplicada para descrever a natureza de
Deus em sua auto manifestação (Ap 21.11). Esta cidade será o tabernáculo de
Deus com os homens (Ap 21.3).
5.3 A Nova
Jerusalém tem iluminação própria (Ap 21.11). A sua luz desta cidade é
semelhante a uma pedra preciosa. Iluminada pela glória de Deus, sua luz tem a
resplandecência do jaspe. Não haverá mais templo, Sol, Lua e noite (Ap 21.22,23;
22.5). A existência de algum astro não fará sentido, pois a glória de Deus
iluminará a Santa Cidade.
5.4 A Nova
Jerusalém tem uma arquitetura própria (Ap 21.12-14). A cidade possui
um grande e alto muro com doze portas sendo três de cada lado e nos fundamentos
dos muros estão os nomes dos doze apóstolos. Na antiga cidade de Jerusalém,
havia também doze portas, sendo, por assim dizer, uma cópia da Jerusalém
celestial ( Hb 8.5; 9.23; Ap 21.12).
5.5 A Nova
Jerusalém tem uma dimensão própria (Ap 21.16). O seu arquiteto
e construtor é o próprio Deus (Hb 11.10). A cidade é quadrangular perfazendo um
total de doze mil estádios de comprimento (Ap 21.16-21). Sua área total, pois,
seria equivalente a metade do Continente Americano. A cidade será um perfeito
cubo como o Santo dos santos. Por inferência, podemos dizer que a cidade será um
imenso “Santo dos Santos” (HORTON, 2001, pp. 305,06).
5.6 A Nova
Jerusalém tem um tipo de material próprio (Ap 21.18). O livro do
Apocalipse traz muitas alusões ao ouro.
Mas, tudo nos
leva a crer que o ouro ali descrito refere-se a um material desconhecido aqui
na terra, de qualidade infinitamente superior, e que é descrito como ouro
apenas para que possamos ter a ideia da beleza que está reservado para os
salvos no futuro.
5.7 A Nova
Jerusalém tem um reino próprio (Ap 22.5). O reino de Cristo não está
limitado a mil anos, pois, Ele reinará para sempre (2 Sm 7.13,15; Lc 1.32,33;
Ap 11.15). O reino milenar se funde com o reino eterno, e então os santos são descritos
reinando não apenas por mil anos, mas, continuam a reinar pela eternidade (Sf
3.20) (PENTECOST, sd, p. 573).
VI. AS CARACTERÍSTICAS DO
PERFEITO E ETERNO ESTADO
Chegará de fato
o fim do mundo (2 Pe 3.7,10-12), que ensejará um novo início, o começo do “dia
da eternidade” (Lc 20.35; 2 Pe 3.18; Ap 21-22). Nos Novos céus e nova
terra (Ml 4.1; 2Pd 3.7,10), o pecado terminará o seu curso. Os salvos já
estarão glorificados e os perdidos estarão no seu lugar, no Inferno. Céus e
terra serão renovados e tornar-se-ão como eram no princípio no Éden antes da
queda (Gn 2.8). Então, Deus será tudo em todos (1 Co 15.28), e para sempre continuará
o eterno e perfeito estado e todas as coisas terão sido restauradas (At 3.21;
Dn 7.18). As infinitas belezas celestiais irreveladas começarão a ser
conhecidas (1 Co 2.9) (GILBERTO, 2007, p 103). Vejamos:
6.1 A comunhão
será perfeita (Ap 14.13; 19.1; 21.2,11; 22.4). Através da fé em
Cristo, nós podemos desfrutar de uma comunhão com Deus já no presente século (1
Co 1.9; Fp 2.1; 1Jo 1.3). Mas, no futuro, esta comunhão será ainda mais perfeita
(1 Co 13.12; 1Jo 3.2).
6.2 O conhecimento
será perfeito (1 Co 13.10,12; Cl 3.4). Devido às limitações humanas, todos
necessitamos de estudos, pesquisas e de aprendizado. Até mesmo para conhecer
“as coisas de Deus”, nós necessitamos, além da Bíblia, de livros e de tratados
teológicos. Porém, no futuro, os mistérios de Deus serão revelados.
6.3 O serviço
será perfeito. Ao
contrário do que muita gente pensa, o céu não é um lugar de ociosidade. Aquele
que colocou o homem no primeiro paraíso, e deu-lhe instruções para o lavrar e
guardar (Gn 2.15), certamente não deixará o homem sem ter o que fazer no
segundo paraíso: "... e os seus servos o servirão" (Ap
22.3).
6.4 A vida será
perfeita e abundante (1 Tm 4.8). Enquanto estivermos aqui no mundo, todos
estamos sujeitos ao sofrimento (Jo 16.33). Na eternidade, os salvos estarão
livres de todo sofrimento (Ap 21.4; 22.3; Rm 5.12; Is 35.10; 65.19). Ali não
haverá mais morte (Ap 20.14; 21.4; 1Co 15.26,55; Ap 20.14).
6.5 Não haverá
mais pecado, pecadores e maldição (Ap 21.17; 22.3). Nada que
contamine e ninguém que cometa pecado entrarão na Santa Cidade (Ap 21.8;
22.15,). Somente os purificados pelo sangue do Cordeiro, inscritos no livro da
vida, entrarão nela pelas portas (Ap 21.27; 22.14). O pecado, e a maldição
decorrente dele (Gn 3.17; G1 3.13), serão, então, extinguidos, cumprindo-se
plenamente o que está escrito em João 1.29.
6.6 Terá um
governo e habitantes perfeitos (Ap 21.24-26). O seu governante
é o próprio Deus na pessoa de seu amado Filho. Tudo será administrado com
perfeição máxima. Os redimidos de todas as eras lá estarão. Ali, os patriarcas,
profetas e apóstolos receberão elevadas distinções (Lc 13.28; Ap 21.14). As
tribos de Israel serão igualmente honradas (Ap 21.12).
CONCLUSÃO
Vimos que uma
das mais belas descrições do livro do Apocalipse foi a da “Nova
Jerusalém” e dos “Novos Céus e Nova Terra”. Que possamos
permanecer firmes até vinda do Senhor Jesus para que tenhamos acesso a essa
Nova Cidade e a essa nova Terra futura que está preparada para os fiéis.
REFERÊNCIAS
Ø LAHAYE,
Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø ZIBORDI,
Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
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