Lv 16.12,13;
Ap 5.6-10
INTRODUÇÃO
Nesta lição
falaremos de um dos móveis que estava no lugar santo do tabernáculo: o altar de
incenso. Destacaremos detalhes a respeito deste utensílio e sua finalidade;
trataremos ainda sobre o incenso e o seu devido uso; por fim, finalizaremos
mostrando que há um altar de incenso no céu, para onde vão as orações dos
santos.
I. O ALTAR DE OURO:
UM IMPORTANTE UTENSÍLIO DO TABERNÁCULO
Deus revelou
como deveria ser o tabernáculo com os seus móveis a Moisés no monte (Êx
25.9,40; 26.30). No entanto, para fabricação destes móveis, Deus capacitou,
pelo Espírito Santo, a Bezalel e a Aoliabe (Êx 31.1-6). Um destes móveis
construídos foi o altar de incenso (Êx 30.1). Abaixo destacaremos
especificamente algumas coisas a respeito do altar de ouro. Vejamos:
1. Construção (Êx 30.1).
Deus mostrou a
Moisés que este altar deveria ser: a)
de madeira de acácia (Êx 30.1); b)
com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que
equivalem a “45 cm de largura e 90 cm de altura” (Êx 30.2); c) forrado de “ouro puro” completamente
(Êx 30.3); e, d) deveria ter “quatro
pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2); (e) duas argolas nos cantos, para
receber os varais e ser transportado junto com o tabernáculo, quando necessário
(Êx 30.4; 37.25-27); e, f) uma
moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).
2. Localização (Êx 30.6).
Diferente do
altar do holocausto que ficava no pátio do tabernáculo, o altar de incenso
ficava no interior deste, precisamente no “lugar santo”, em frente ao véu que
dava acesso ao santíssimo lugar: “E o porás diante do véu que está diante da
arca do testemunho, diante do propiciatório […]” (Êx 30.6). O altar
do incenso relacionava-se mais estreitamente com o lugar santíssimo do que com
os demais móveis do lugar santo. É descrito como o altar “que está perante a face do Senhor”
(Lv 4.18). A localização deste utensílio era tão próxima do Lugar Santíssimo,
que fez o escritor aos hebreus considerá-lo como pertencente a este (Hb 9.3,4).
3. Finalidade (Êx 30.7-10).
O altar de ouro
foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx
30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de
sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era
purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx
30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no
tempo aprazado (Êx 30.7,8). Era neste altar que Deus se encontrava
particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).
II. O INCENSO
SAGRADO PARA SER QUEIMADO NO ALTAR DE OURO
O incenso era
feito de uma substância aromática que, quando era queimada, exalava um odor
agradável. Abaixo destacaremos alguns detalhes sobre o incenso. Notemos:
1. Quem podia oferecer o incenso (Lv 2.2).
Somente os
sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor
(Êx 30.7,8). Com a multiplicação do número de sacerdotes, havia uma escala para
a queima do incenso (Lc 1.9-a). Quando o rei Uzias intentou queimar incenso,
assumindo a função sacerdotal, foi ferido com lepra pelo Senhor (2 Cr 26.19).
Aqueles que tentaram usurpar a função sacerdotal da oferenda de incenso foram
punidos com a morte, como o caso de Corá, Datã e Abirão (Nm 16.31-33), ou com
doenças, como Uzias (2Cr 26.19), e até mesmo os sacerdotes que ofereceram
incenso indevidamente foram mortos (Lv 10.1,2). Enquanto o sacerdote entrava no
Lugar Santo para queimar o incenso, o povo ficava do lado de fora do
tabernáculo ou do templo em oração (Lc 1.9-b).
2. O tempo da queima do incenso (Êx 30.7,8).
Haviam tarefas
diárias no tabernáculo para o sacerdote, e uma delas era a queima do incenso,
que deveria ocorrer pela manhã (Êx 30.7), e novamente à tarde (Êx 30.8). No Dia
da Expiação, o sumo sacerdote oferecia o incenso composto em um incensário
sobre a Arca (Lv 16.12,13).
3. A composição do incenso (Êx 30.34-36).
O incenso que
era oferecido ao Senhor era composto de ingredientes especiais, a saber: “estoraque,
e onicha, e gálbano” (Êx 30.34). Estas especiarias aromáticas deviam
ser moídas junto com incenso para ser queimado no altar de ouro, coisa
santíssima era (Êx 30.36).
4. Advertências acerca do incenso (Êx 30.37,38).
O povo de Israel
foi orientado a não reproduzir o incenso do culto levítico, pois este era
santo, ou seja, separado exclusivamente para o Senhor (Êx 30.37), e aquele que
tentasse fabricar essa especiaria para cheirar, deveria receber como punição a
morte: “o homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu
povo” (Êx 30.38). Outra forma condenável de queimar incenso também era
quando o povo o fazia a outros deuses e não ao Senhor (Jr 44.5,8,15,17; Os
2.13).
IV. O ALTAR DE OURO
E O INCENSO E SUA APLICAÇÃO PARA A IGREJA
Quando Deus
ordenou a Moisés que construísse o tabernáculo conforme o modelo que lhe foi
mostrado no monte (Êx 25.9,40; 26.30), o escritor aos hebreus disse que o
tabernáculo terrestre é uma figura do tabernáculo celeste (Hb 8.5). O apóstolo
João confirmou essa interpretação, no livro do Apocalipse, quando foi
arrebatado ao céu viu um altar de incenso perante o Senhor: “E veio outro anjo,
e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito
incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que
está diante do trono” (Ap 8.3). Tradicionalmente, o incenso é o símbolo da
oração, do louvor (Lv 16.12,13; Sl 141.2; Lc 1.9,10). Como o incenso é colocado
no altar pelo homem, e ao queimar, sobe até Deus. Da mesma forma, nossas
orações começam em nosso coração e ascendem aos céus até Deus. Abaixo
destacaremos algumas aplicações sobre o incenso na vida cristã:
1. Quem pode oferecer o incenso.
Na Antiga
Aliança apenas os descendentes de Arão estavam habilitados para a queima do
incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8; Lv 1.9). Na Nova Aliança a igreja é
chamada de “o sacerdócio real […]” (1 Pd 2.9). E, cada crente foi feito
sacerdote (Ap 1.6; 5.10). Portanto, podemos entrar na presença de Deus para lhe
oferecer incenso que é o louvor e a oração que sobem a Sua presença como cheiro
suave (Sl 141.2).
2. O tempo da queima do incenso.
O incenso
deveria ser queimado pela manhã pela tarde (Êx 30.8). Isso nos ensina que a
oração deve ser uma prática diária, sem cessar (Lc 18.1; Rm 12.12; Ef 6.18; Cl
4.2; 1 Ts 5.17).
3. A composição do incenso.
Cada uma das
especiarias que compunha o incenso sagrado (Êx 30.34-35) nos transmite verdades
espirituais acerca da adoração e da oração. Vejamos:
INGREDIENTES DO INCENSO
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APLICAÇÃO
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a) O estoraque. O estoraque era uma resina extraída
sem precisar fazer incisão, ou seja, um corte. Ela brotava do arbusto
espontaneamente.
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A adoração, a
oração e o louvor que prestamos a Deus deve ser voluntário e não forçado (Sl
54.6; 119.108).
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b) A onica ou onicha. Uma
substância extraída de certos tipos de moluscos, e que emite um aroma forte e
penetrante, quando queimado. O mar Vermelho exibe várias espécies desse
molusco.
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A adoração, a
oração e o louvor não podem ser superficiais (Is 29.13; Jl 2.13), mas devem
partir do mais profundo da nossa alma (Sl 42.1; 103.1,2; 130.1).
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c) O gálbano. O gálbano é um arbusto do
deserto. Para ser extraído suas folhas deviam ser moídas e quebradas.
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A adoração, a
oração e o louvor deve brotar de um coração quebrantado e contrito (Sl 34.18;
51.17).
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4. Advertências acerca do incenso.
As restrições
quanto ao uso do incenso sagrado nos transmite as seguintes lições:
A) Não podemos
adorar a nós mesmos.
A palavra
“autolatria” é formada por dois vocábulos gregos: “autos”, que significa “a si
mesmo” e “latria”, que quer dizer “adoração”. Logo, “autolatria”
significa “adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é
conhecida como “egolatria”. Encontramos alguns exemplos na Bíblia, tais como:
Lúcifer (Ez 28.11-19; Is 14.12-14), o rei Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21)
e Herodes (At 12.21-23).
B) Não podemos
adorar a ídolos.
No Decálogo, os
dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à idolatria (Êx 20.3,4;
Dt 5.6-8). Esta ordem foi repetida em outras ocasiões (Êx 23.13,24; 34.14-17;
Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2 Rs 17.35,37,38). O Senhor Deus ordenou
também a destruição dos ídolos das nações que habitavam na terra de Canaã (Êx
23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3). A Palavra de Deus nos revela que quem oferece
sacrifícios aos ídolos, oferece aos demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 2 Cr 11.15; Sl
106.37; 1 Co 10.20,21).
C) O louvor e a
adoração pertencem unicamente ao Senhor.
O louvor como
forma de adoração deve ser prestado unicamente a Deus (Lv 22.29; Dt 10.21; Sl
150.6; Is 42.8). A Bíblia aponta diversos motivos devemos louvar ao Senhor.
Vejamos alguns: a) Sua majestade (Sl
96.1,6); b) Sua glória (Sl 138.5); c) Sua excelência (Sl 148.13); d) Sua grandeza (Sl 145.3); e) Sua bondade e Suas maravilhas (Sl
107.8); f) Sua fidelidade (Sl 89.1);
g) Sua longanimidade e veracidade
(Sl 138.2); h) Sua salvação (Sl
18.46); i) Suas maravilhosas obras
(Sl 89,5); j) Suas consolações (Sl
42.5); l) Seus juízos (Sl 101.1); m) Seus conselhos eternos (Sl 16.7); n) Sua proteção (Sl 71.6); o) Seu livramento (Sl 40.1-3); p) Porque Ele é digno (Sl 145.3); q) por sua resposta às orações (Sl
28.6); r) porque Ele perdoa pecados
(Sl 103.1-3); s) Porque Ele é bom
(Sl 106.1); e, (t) porque é bom louvar ao Senhor (Sl 92.1).
CONCLUSÃO
Nossas orações
sobem a presença de Deus e são depositadas na presença de Deus como incenso.
Tal verdade deve nos motivar a buscarmos intensamente ao Senhor, pois Ele está
atento às orações dos santos.
REFERÊNCIAS
ü ALMEIDA,
Abraão de. O tabernáculo e a igreja.
CPAD.
ü ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário
Teológico. CPAD.
ü CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e
Filosofia. HAGNOS.
ü CONNER,
Kevin J. Os segredos do Taberrnáculo de
Moisés. ATOS
ü HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa.
OBJETIVA.
ü STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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