sábado, 22 de setembro de 2018

LIÇÃO 13 – AS ORAÇÕES DOS SANTOS NO ALTAR DE OURO (SUBSÍDIO)


  



Lv 16.12,13; Ap 5.6-10




INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos de um dos móveis que estava no lugar santo do tabernáculo: o altar de incenso. Destacaremos detalhes a respeito deste utensílio e sua finalidade; trataremos ainda sobre o incenso e o seu devido uso; por fim, finalizaremos mostrando que há um altar de incenso no céu, para onde vão as orações dos santos.


I. O ALTAR DE OURO: UM IMPORTANTE UTENSÍLIO DO TABERNÁCULO
Deus revelou como deveria ser o tabernáculo com os seus móveis a Moisés no monte (Êx 25.9,40; 26.30). No entanto, para fabricação destes móveis, Deus capacitou, pelo Espírito Santo, a Bezalel e a Aoliabe (Êx 31.1-6). Um destes móveis construídos foi o altar de incenso (Êx 30.1). Abaixo destacaremos especificamente algumas coisas a respeito do altar de ouro. Vejamos:

1. Construção (Êx 30.1).
Deus mostrou a Moisés que este altar deveria ser: a) de madeira de acácia (Êx 30.1); b) com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que equivalem a “45 cm de largura e 90 cm de altura” (Êx 30.2); c) forrado de “ouro puro” completamente (Êx 30.3); e, d) deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2); (e) duas argolas nos cantos, para receber os varais e ser transportado junto com o tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e, f) uma moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).

2. Localização (Êx 30.6).
Diferente do altar do holocausto que ficava no pátio do tabernáculo, o altar de incenso ficava no interior deste, precisamente no “lugar santo”, em frente ao véu que dava acesso ao santíssimo lugar: “E o porás diante do véu que está diante da arca do testemunho, diante do propiciatório […]” (Êx 30.6). O altar do incenso relacionava-se mais estreitamente com o lugar santíssimo do que com os demais móveis do lugar santo. É descrito como o altar “que está perante a face do Senhor” (Lv 4.18). A localização deste utensílio era tão próxima do Lugar Santíssimo, que fez o escritor aos hebreus considerá-lo como pertencente a este (Hb 9.3,4).

3. Finalidade (Êx 30.7-10).
O altar de ouro foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx 30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no tempo aprazado (Êx 30.7,8). Era neste altar que Deus se encontrava particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).


II. O INCENSO SAGRADO PARA SER QUEIMADO NO ALTAR DE OURO
O incenso era feito de uma substância aromática que, quando era queimada, exalava um odor agradável. Abaixo destacaremos alguns detalhes sobre o incenso. Notemos:

1. Quem podia oferecer o incenso (Lv 2.2).
Somente os sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8). Com a multiplicação do número de sacerdotes, havia uma escala para a queima do incenso (Lc 1.9-a). Quando o rei Uzias intentou queimar incenso, assumindo a função sacerdotal, foi ferido com lepra pelo Senhor (2 Cr 26.19). Aqueles que tentaram usurpar a função sacerdotal da oferenda de incenso foram punidos com a morte, como o caso de Corá, Datã e Abirão (Nm 16.31-33), ou com doenças, como Uzias (2Cr 26.19), e até mesmo os sacerdotes que ofereceram incenso indevidamente foram mortos (Lv 10.1,2). Enquanto o sacerdote entrava no Lugar Santo para queimar o incenso, o povo ficava do lado de fora do tabernáculo ou do templo em oração (Lc 1.9-b).

2. O tempo da queima do incenso (Êx 30.7,8).
Haviam tarefas diárias no tabernáculo para o sacerdote, e uma delas era a queima do incenso, que deveria ocorrer pela manhã (Êx 30.7), e novamente à tarde (Êx 30.8). No Dia da Expiação, o sumo sacerdote oferecia o incenso composto em um incensário sobre a Arca (Lv 16.12,13).

3. A composição do incenso (Êx 30.34-36).
O incenso que era oferecido ao Senhor era composto de ingredientes especiais, a saber: “estoraque, e onicha, e gálbano” (Êx 30.34). Estas especiarias aromáticas deviam ser moídas junto com incenso para ser queimado no altar de ouro, coisa santíssima era (Êx 30.36).

4. Advertências acerca do incenso (Êx 30.37,38).
O povo de Israel foi orientado a não reproduzir o incenso do culto levítico, pois este era santo, ou seja, separado exclusivamente para o Senhor (Êx 30.37), e aquele que tentasse fabricar essa especiaria para cheirar, deveria receber como punição a morte: “o homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu povo” (Êx 30.38). Outra forma condenável de queimar incenso também era quando o povo o fazia a outros deuses e não ao Senhor (Jr 44.5,8,15,17; Os 2.13).


IV. O ALTAR DE OURO E O INCENSO E SUA APLICAÇÃO PARA A IGREJA
Quando Deus ordenou a Moisés que construísse o tabernáculo conforme o modelo que lhe foi mostrado no monte (Êx 25.9,40; 26.30), o escritor aos hebreus disse que o tabernáculo terrestre é uma figura do tabernáculo celeste (Hb 8.5). O apóstolo João confirmou essa interpretação, no livro do Apocalipse, quando foi arrebatado ao céu viu um altar de incenso perante o Senhor: “E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono” (Ap 8.3). Tradicionalmente, o incenso é o símbolo da oração, do louvor (Lv 16.12,13; Sl 141.2; Lc 1.9,10). Como o incenso é colocado no altar pelo homem, e ao queimar, sobe até Deus. Da mesma forma, nossas orações começam em nosso coração e ascendem aos céus até Deus. Abaixo destacaremos algumas aplicações sobre o incenso na vida cristã:

1. Quem pode oferecer o incenso.
Na Antiga Aliança apenas os descendentes de Arão estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8; Lv 1.9). Na Nova Aliança a igreja é chamada de “o sacerdócio real […]” (1 Pd 2.9). E, cada crente foi feito sacerdote (Ap 1.6; 5.10). Portanto, podemos entrar na presença de Deus para lhe oferecer incenso que é o louvor e a oração que sobem a Sua presença como cheiro suave (Sl 141.2).

2. O tempo da queima do incenso.
O incenso deveria ser queimado pela manhã pela tarde (Êx 30.8). Isso nos ensina que a oração deve ser uma prática diária, sem cessar (Lc 18.1; Rm 12.12; Ef 6.18; Cl 4.2; 1 Ts 5.17).

3. A composição do incenso.
Cada uma das especiarias que compunha o incenso sagrado (Êx 30.34-35) nos transmite verdades espirituais acerca da adoração e da oração. Vejamos:

INGREDIENTES DO INCENSO
APLICAÇÃO
a) O estoraque. O estoraque era uma resina extraída sem precisar fazer incisão, ou seja, um corte. Ela brotava do arbusto espontaneamente.
A adoração, a oração e o louvor que prestamos a Deus deve ser voluntário e não forçado (Sl 54.6; 119.108).
b) A onica ou onicha. Uma substância extraída de certos tipos de moluscos, e que emite um aroma forte e penetrante, quando queimado. O mar Vermelho exibe várias espécies desse molusco.
A adoração, a oração e o louvor não podem ser superficiais (Is 29.13; Jl 2.13), mas devem partir do mais profundo da nossa alma (Sl 42.1; 103.1,2; 130.1).
c) O gálbano. O gálbano é um arbusto do deserto. Para ser extraído suas folhas deviam ser moídas e quebradas.
A adoração, a oração e o louvor deve brotar de um coração quebrantado e contrito (Sl 34.18; 51.17).



4. Advertências acerca do incenso.
As restrições quanto ao uso do incenso sagrado nos transmite as seguintes lições:

A) Não podemos adorar a nós mesmos.
A palavra “autolatria” é formada por dois vocábulos gregos: “autos”, que significa “a si mesmo” e “latria”, que quer dizer “adoração”. Logo, “autolatria” significa “adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é conhecida como “egolatria”. Encontramos alguns exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is 14.12-14), o rei Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21) e Herodes (At 12.21-23).

B) Não podemos adorar a ídolos.
No Decálogo, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à idolatria (Êx 20.3,4; Dt 5.6-8). Esta ordem foi repetida em outras ocasiões (Êx 23.13,24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2 Rs 17.35,37,38). O Senhor Deus ordenou também a destruição dos ídolos das nações que habitavam na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3). A Palavra de Deus nos revela que quem oferece sacrifícios aos ídolos, oferece aos demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 2 Cr 11.15; Sl 106.37; 1 Co 10.20,21).

C) O louvor e a adoração pertencem unicamente ao Senhor.
O louvor como forma de adoração deve ser prestado unicamente a Deus (Lv 22.29; Dt 10.21; Sl 150.6; Is 42.8). A Bíblia aponta diversos motivos devemos louvar ao Senhor. Vejamos alguns: a) Sua majestade (Sl 96.1,6); b) Sua glória (Sl 138.5); c) Sua excelência (Sl 148.13); d) Sua grandeza (Sl 145.3); e) Sua bondade e Suas maravilhas (Sl 107.8); f) Sua fidelidade (Sl 89.1); g) Sua longanimidade e veracidade (Sl 138.2); h) Sua salvação (Sl 18.46); i) Suas maravilhosas obras (Sl 89,5); j) Suas consolações (Sl 42.5); l) Seus juízos (Sl 101.1); m) Seus conselhos eternos (Sl 16.7); n) Sua proteção (Sl 71.6); o) Seu livramento (Sl 40.1-3); p) Porque Ele é digno (Sl 145.3); q) por sua resposta às orações (Sl 28.6); r) porque Ele perdoa pecados (Sl 103.1-3); s) Porque Ele é bom (Sl 106.1); e, (t) porque é bom louvar ao Senhor (Sl 92.1).


CONCLUSÃO
Nossas orações sobem a presença de Deus e são depositadas na presença de Deus como incenso. Tal verdade deve nos motivar a buscarmos intensamente ao Senhor, pois Ele está atento às orações dos santos.




REFERÊNCIAS
ü  ALMEIDA, Abraão de. O tabernáculo e a igreja. CPAD.
ü  ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
ü  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
ü  CONNER, Kevin J. Os segredos do Taberrnáculo de Moisés. ATOS
ü  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.




Por Rede Brasil de Comunicação.



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