sábado, 20 de junho de 2020

LIÇÃO 12 – A CONDUTA DO CRENTE EM RELAÇÃO À FAMÍLIA (SUBSÍDIO)

  



Ef 4.1-4; Cl 1.9-12




INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição do termo conduta; estudaremos como a mulher deve se comportar no seu lar; pontuaremos o papel do marido no matrimônio, e por fim; notaremos qual deve ser o relacionamento entre pais e filhos.


I. DEFINIÇÃO DO TERMO CONDUTA
1.Definição de conduta.
O dicionário da língua portuguesa define “conduta” como: “modo de agir, de se portar, de viver; procedimento” (HOUAISS, 2001. p. 793). Deus constituiu a família e estabeleceu as normas de conduta para o relacionamento entre seus membros, na Bíblia o manual divino, encontramos as verdades fundamentais que orientam a família em todos os tempos. É dever de todo cristão, ter uma conduta íntegra, independente do modelo e dos padrões da sociedade moderna (Fp 2.15; Ml 3.18; 2Rs 4.9; 1Tm 4.12).


II. A CONDUTA CRISTÃ DA MULHER NO SEU LAR
A Palavra de Deus apresenta o perfil da mulher virtuosa, capaz de construir a grandeza do seu lar, como também o oposto, revelando que a tola é capaz de destruí-lo: “Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos” (Pv 14.1). Vejamos à luz da Bíblia como deve ser o seu comportamento:

1. Submissão ao esposo (Ef 5.22).
A expressão “submissão” no grego é “hupotassõ” que quer dizer: “submeter-se; obedecer; subordinar”. Não se trata de uma determinação paulina e sim, de um princípio divino que visa a boa ordem na família. Não significa inferioridade porque Deus criou homem e mulher à sua imagem, e ambos tem igual valor (Gn 1.27; 1Co 11.8,9). O próprio Cristo sendo igual a Deus, se submeteu ao Pai para executar o plano da salvação: “Cristo é a cabeça de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo” (1Co 11.3). Paulo faz uma analogia comparando o marido como a cabeça e a esposa como o corpo, logo, a cabeça não pode viver sem seu respectivo corpo e nem o corpo pode viver sem sua cabeça um depende do outro (Ef 5.23-24). A sujeição da mulher a seu marido não pode ser interpretada como subserviência, arbitrariedade, humilhação e depreciação. Não deve ser ordenada pelo marido, mas exercitada de maneira voluntária, carinhosa e decente pela mulher. A ordem é irrestrita, aplicando-se a toda mulher cristã, não importa quais possam ser suas próprias habilidades, instrução, conhecimento da Escritura, maturidade espiritual, ou quaisquer outras qualificações em relação às de seu marido (Cl 3.18). A expressão “como ao Senhor” (Ef 5.22), indica que sua postura de sujeição ao marido é um ato de obediência ao próprio Deus.

2. A influência da mulher cristã na vida do marido não crente (1Pe 3.1).
Uma mulher temente a Deus é capaz de influenciar a vida espiritual do marido e de seus filhos. “Pela lei romana, aquele que fosse marido e pai tinha autoridade absoluta sobre todos os membros de sua casa, inclusive sobre sua esposa. Exigir seus direitos como uma mulher livre em Cristo poderia arriscar seu casamento, caso o marido desaprovasse tal atitude” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2012, p.1767). Pensando nestas circunstâncias, Pedro exorta como a esposa crente deve agir: a) com sujeição; ou seja, a esposa crente deve ser submissa ao marido mesmo que ele “não obedeça à palavra” (1Pe 3.1), b) conduta santa; “pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra” (1Pe 3.1a) esta declaração não significa, deixar de pregar-lhe o evangelho, e sim, evitar discussões e permitir que sua vida fale mais que suas palavras. O apóstolo Paulo também deixa claro que continuar na relação do casamento com um cônjuge descrente não contamina o crente. Pelo contrário, a fé do crente em Jesus tem uma influência santificadora: “Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido” (1Co 7.14). Ou seja, o cônjuge não crente não será salvo por que sua esposa é crente, mas ele poderá ser salvo por meio da esposa, pois ela pode ser o canal através do qual ele venha a ser redimido (1Co 7.16) não se trata de uma promessa, e sim uma possibilidade.


III. A CONDUTA CRISTÃ DO HOMEM NO MATRIMÔNIO
1. Amar sua esposa como Cristo amou a igreja (Ef 5.25).
Paulo usa o amor de Cristo pela Igreja, para dizer que de forma semelhante o esposo deve amar a esposa. Esse amor é descrito pelo apóstolo como: a) Incondicional – Cristo amou a Igreja, mesmo com suas fragilidades, de igual modo o marido deve amar a esposa, apesar dos seus defeitos (1Co 13.1-8); b) Perseverante – Cristo amou, ama e amará a Igreja, o marido deve manter o seu amor por sua esposa até que a morte os separe (Mt 19.5,6); c) Santificador – o apóstolo diz que Cristo se entregou por sua Igreja “para a santificar”. Portanto o marido que ama a sua esposa mantém o seu lar em santificação, evitando brigas, desavenças, mágoas e infidelidade (1Ts 4.7; Hb 13.4); d) Sacrificial – Cristo se sacrificou pela Igreja, assim o marido deve amar a esposa, pois ferindo-a, ferirá a si mesmo e amando-a amará a si mesmo (Ef 5.28,29); e) Romântico – Cristo não só se sacrificou pela Igreja como dela cuida e alimenta (Ef 5.29). O marido deve seguir o mesmo padrão, demonstrando seu romantismo por palavras (Ct 2.10,13), mas também por obras, ou seja, dedicando-lhe tempo e agradando-lhe (1Co 7.33).

2. Reconhecer a mulher como a parte mais fraca (1Pe 3.7).
É dever do marido considerar sua mulher a parte mais frágil. “Quando Pedro chama a mulher de “vaso mais fraco”, ele não está tratando de inferioridade moral ou intelectual, mas, sim, reconhecendo as limitações físicas da mulher. Na época de Pedro, se as mulheres não tivessem a proteção dos homens, eram vulneráveis a ataques, abusos e ao desastre financeiro” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2012, p. 1768). Um homem que reconhece a mulher como sexo mais frágil a protegerá, respeitará, ajudará e sempre irá tratá-la com ternura. O apóstolo Paulo exorta aos maridos: “amai a vossa mulher e não vos irriteis contra ela” (Cl 3.19). Se um homem não tiver consideração e respeito para com sua esposa, suas orações não serão ouvidas: “para que não sejam impedidas as vossas orações” (1Pe 3.7b). Como assinala Bigg: “Os suspiros da mulher maltratada se interpõem entre as orações do marido e o ouvido de Deus” (apud, BARCLAY, sd, p. 107).


IV. A CONDUTA CRISTÃ NO RELACIONAMENTO ENTRE PAIS E FILHOS
É dever essencial dos pais dar aos filhos a instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Os pais devem ser exemplos de vida e conduta cristã, e se importar mais com a salvação dos filhos do que com seu emprego, profissão, trabalho na igreja ou posição social (Dt 6.6-9; Sl 127.3). Vejamos a exortação paulina aos pais:

1. Não provocar a ira aos filhos (Ef 6.4).
Os pais tem o dever de disciplinar e corrigir seus filhos: “Castiga o teu filho, e te fará descansar e dará delicias à tua alma” (Pv 29.17). O castigo físico, aplicado de maneira apropriada, torna o filho sábio, (Pv 28.7) livra sua alma do inferno (Pv 23.13-16), e como resultado trará alegria aos pais (Pv 29.17; Pv 19.18; Pv 10.1). De acordo com Gene (apud, COLLINS, 2004 p. 177 – acréscimo nosso) os pais provocam os filhos quando: “maltratam fisicamente, abusam psicologicamente (humilhando-os e tratando com desrespeito), negligenciam suas necessidades, não tentam entendê-los, esperam demais deles, sonegam o amor para conseguir que façam o que querem em troca de carinho, forçam a aceitar os seus alvos e ideias, e se recusam admitir seus próprios erros”. A correção não deve ser feita com tirania muito menos ira, e sim com amor para que os filhos não percam o ânimo (Hb 12.6-10; Cl 3.21).

2. Criar na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4).
São os pais, e não a igreja, que tem a principal responsabilidade de através do ensino, transmitir sua herança espiritual e moral aos filhos (Dt 6.6-9). Esse legado gira em torno da experiência pessoal do livramento divino do pecado (Rm 6.23); da revelação de Deus em Jesus Cristo (Jo 14.6; Hb 1.1); e, da sua morte por nós na cruz (Jo 3.16-18; Tt 2.11-14). A salvação e santificação dos filhos deve ser a maior preocupação dos pais (Lc 1.17; Mt 19.14; 2 Tm 3.14-17; 1.5; Jó 1.5). Criar na doutrina e admoestação do Senhor em uma sociedade que despreza os princípios e valores cristãos não é uma tarefa fácil, é preciso diligência, persistência, naturalidade e acima de tudo o exemplo dos pais (Dt 6.5). Pais que ouvem, obedecem e amam a Deus, servem de modelo para os filhos e consequentemente os filhos seguirão o exemplo (2Tm 3.14,15).

3. O dever dos filhos no relacionamento com seus pais (Ef 6.1-3).
Existem padrões divinos para o marido e a mulher, mas também para os filhos. Eles consistem no dever de honrar, respeitar e obedecer aos pais, bem como lhes serem agradecidos, evidenciando a dignidade de filhos.

4. Obediência e honra aos pais (Ef 6.1-2).
Os filhos devem estar debaixo da autoridade dos pais em submissão e obediência, porque é um mandamento de Deus (Ex 20.12). Paulo apresenta quatro razões para os filhos obedecerem aos pais: a) Porque é justo, b) É um mandamento, c) traz bem-estar “para te vá bem”, e d) longevidade (Ef 6.1-3;). “Há uma diferença ente obedecer e honrar. Obedecer significa agir de acordo com as instruções recebidas. Honrar significa respeitar e amar. Os filhos não devem desobedecer a Deus ao obedecerem aos pais. Não se requer que os filhos adultos obedeçam a pais tiranos. Os filhos são obrigados a obedecer enquanto estiverem sob os cuidados dos pais, mas a responsabilidade de honrá-los é vitalícia” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2012, p.1654). Jesus nos deixou o maior exemplo de obediência aos pais: “E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso” (Lc 2.51). O apóstolo Paulo afirma que a obediência dos filhos aos pais: “é agradável ao Senhor” (Cl 3.20).

5. Algumas atitudes dos filhos que honram os pais.
Honrar os pais é um imperativo, ou seja, uma ordem, pois se constitui numa obrigação moral imposta por Deus (Êx 20.12; Dt 5.16). Esta obrigação deve ser levada a sério pelos filhos por toda a vida. Na Bíblia encontramos como procedem os filhos que honra aos pais: a) comportam-se dignamente (Pv 10.1; 15.5), b) ouvem a correção (Pv 13.1), c) trazem alegria (Pv 23.15-16; 23.24,25; 27.11), d) não os desprezar na velhice (Pv 23.22), e) ajudam no sustento financeiro quando necessário (1Tm 5.4,8; Mc 7.10-13), f) tem gratidão e cuidado (1Tm 5.4,8), g) ajudam nos afazeres domésticos (Gn 29.9; Êx 2.16; 1Sm 17.15), e h) amam seus pais (Mt 10.37; Mt 22.39).


CONCLUSÃO
A Bíblia não fala somente da instituição da família, como também destaca quais os papéis que cada um dos membros que a compõe deve exercer para que esta permaneça unida e espiritualmente saudável na presença de Deus. Devemos seguir e cumprir a Palavra de Deus em todo o tempo, a despeito de todas as mudanças ocorridas na sociedade, pois, fazendo assim, seremos abençoados: “Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!” (Sl 128.4).
  


REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. CPAD
Ø  COLLINS, R. Garry. Aconselhamento Cristão Edição Século 21. VIDA NOVA



Por Rede Brasil de Comunicação.



sexta-feira, 19 de junho de 2020

LIÇÃO 12 - AS CIDADES DE REFÚGIO SÃO ESTABELECIDAS (VÍDEO AULA)






LIÇÃO 12 - A CONDUTA DO CRENTE EM RELAÇÃO À FAMÍLIA (VÍDEO AULA)





QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2020






   TEMPO DE CONQUISTAS –
Fé e Obediência no Livro de Josué.







Lição 11

Hora da Revisão
A respeito de “Uma Herança Conquistada pela Fé”, responda:


1. Quais as tribos que herdaram terras na Transjordânia?
Rúben, Gade e meia tribo de Manassés.

2. Quais as primeiras tribos que receberam herança em Canaã?
Judá, Efraim e meia tribo de Manassés.

3. Qual o versículo que explica o motivo pelo qual as tribos de José e Levi não entraram na divisão da herança?
Josué 14.4.

4. Quantas tribos foram chamadas por Josué de negligentes em tomar posse da terra de Canaã?
Conforme Josué 18.2,3 foram 7 tribos.

5. Qual cidade Josué recebeu por herança?
Timnate-Sera, na montanha de Efraim (Js 19.50).



QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2020






   A IGREJA ELEITA –
Redimida pelo Sangue de Cristo
e Selada com o Espírito Santo
da Promessa.







Lição 11

Para Refletir
A respeito de “Atributos da Unidade da Fé: Humildade, Mansidão e Longanimidade”, responda:


Qual é o apelo apostólico?
O apelo apostólico é para que os crentes “andem de modo digno da vocação” (Ef 4.1).

Onde que a humildade aparece como virtude?
Na vida de Cristo que a humildade aparece como virtude, pois Ele “não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6,7).

Que conceitos a palavra “mansidão” transmite?
A palavra “mansidão” transmite os conceitos de “ternura”, “gentileza”, “cortesia” e “paciência”.

Cite os dois grandes exemplos de mansidão na Bíblia.
Moisés e Jesus Cristo.

Qual é o sentido de longanimidade?
Longanimidade tem o sentido de “paciência”, “tolerância” e “constância”.



domingo, 14 de junho de 2020

LIÇÃO 11 – ATRIBUTOS DA UNIDADE DA FÉ: HUMILDADE, MANSIDÃO E LONGANIMIDADE (SUBSÍDIO)


  



Ef 4.1-4; Cl 1.9-12



INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre três virtudes que são imprescindíveis para os relacionamentos interpessoais, a saber: humildade, mansidão e a longanimidade; veremos os significados desses termos à luz das Escrituras; e, por fim, a importância dessas qualidades para a conservação da unidade cristã.


I. UM APELO A UMA CONDUTA DIGNA
Com o capítulo 4, o apóstolo, seguindo o plano de Gálatas, Romanos e Colossenses, depois de analisar as grandes verdades de redenção reveladas por Deus, passa à exortação e instrução ética. Os três primeiros capítulos tratam de doutrina, de nossas riquezas em Cristo, enquanto os três últimos capítulos explicam os deveres, nossas responsabilidades em Cristo. A palavra-chave da última metade é andar (Ef 4.1,17; 5.2,8,15). Nestes três capítulos, Paulo nos admoesta a andar em unidade (Ef 4.1-16), pureza (Ef 4.17 – 5.1 7), harmonia (Ef 5.18 – 6.9) e vitória (Ef 6.10-24).

1. O andar digno.
Dois termos importantes são usados pelo apóstolo em Efésio 4.1: “rogo e pois”. O termo rogar indica que Deus, em seu amor, nos insta a viver para sua glória. Não segue mais o padrão do Antigo Testamento, no qual ele dizia: “se me seguir, eu o abençoarei”. Agora, Deus diz: “Eu já o abençoei; agora, obedeça-me em resposta a meu amor e a minha graça”. Ele nos chamou de modo maravilhoso em Cristo; nossa responsabilidade é viver à altura desse chamado. O termo, pois indica que Paulo baseia suas exortações ao dever nas doutrinas ensinadas nos três primeiros capítulos. Sua intenção é provocar nos leitores reflexão séria sobre o modo em que vivem a vida. Ele os exorta a andar como é digno da vocação para a qual foram chamados (cf. Fp 1.27; Cl 1.10; 1Ts 2.12). A expressão “andeis” do grego: “peripateo”, no Novo Testamento, significa: “conduzir a vida”, “conduzir- se”, “comportar-se”. A vida é consequência da doutrina e a doutrina é a base da vida. Neste caso, o apelo inicial é para viver de modo “digno” em grego: “axios”, ou seja, “condizente, apropriadamente” à vocação ou “chamado”. O que cremos determina como vivemos. Paulo ensina que o nosso andar precisa refletir a vida de Deus. A vocação com que fostes chamados não se refere ao chamado divinamente dado para o ministério, mas diz respeito ao chamado para a salvação, um relacionamento resultante da conversão.


II. UM APELO A PRESERVAÇÃO DA UNIDADE DA IGREJA
O apelo de Paulo quanto a conduta do cristão de acordo com os padrões divinos nesta passagem, tem como alvo a preservação da unidade na igreja: “procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3). Esta unidade foi um dos propósitos pelos quais o Senhor Jesus orou ao Pai, na oração chamada de oração sacerdotal (Jo 17.20-23). E a base para esta unidade, afirma Paulo é que: “há um só corpo e um só Espírito […] uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus” (Ef 4.4-6). A unidade dos cristãos em Cristo já é uma realidade espiritual, dos dois povos Ele fez um (Ef 2.14); nossa responsabilidade, portanto, é guardar, proteger e preservar essa unidade. Para isso, precisamos entender que, o apóstolo destaca algumas virtudes pelas quais, a unidade na igreja é preservada.


III. ANDANDO EM HUMILDADE
1. Definição do termo.
A expressão humildade advém do grego: “tapeinophrosune” que quer dizer: “ter uma opinião humilde de si mesmo; senso profundo de insignificância (moral); modéstia, submissão de mente”. De acordo com Houaiss (2001, p. 1555) a palavra humildade significa: “qualidade de humilde; virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações; modéstia, simplicidade; sentimento de fraqueza”. É o mesmo que ausência de orgulho, soberba ou vaidade. De forma prática é: “um sentimento de gratidão pela dependência a Deus”, é o antônimo de orgulho e vaidade. A postura da humildade é da pessoa que olha para cima”. Ser humilde significa colocar Cristo em primeiro lugar, os outros em segundo e a si mesmo em último.

2. Sua importância para a conservação da unidade na igreja.
A humildade é necessária para quem deseja servir a Deus (Mq 6.8), pois, é uma das principais virtudes dos santos (Sl 34.2; Pv 16.19; Mt 5.3; Ef 4.1,2), e ela precede a honra (Pv 15.33; 22.4). Entre o povo de Deus, a humildade é um imperativo (Pv 3.34; Tg 4.6; 1Pe 5.6), é a virtude que promove a unidade, é o remédio para prevenir e combater os males que atacam a unidade da igreja. O apóstolo Paulo para tratar de problemas interpessoais na igreja em Filipos entre irmãos (Fp 4.2), se reporta para a virtude da humildade personificada em Cristo, para motivar a resolução de toda querela entre irmãos e conservar a união na igreja (Fp 2.1-7).


IV. ANDANDO EM MANSIDÃO
1. Definição do termo.
A palavra grega traduzida por mansidão é: “prautes” que segundo Barclay (1988, p. 105) significa: “suavidade”. O adjetivo “manso” quer dizer: “de gênio brando ou índole pacífica; bondoso; pacato; sereno, sossegado, tranquilo”, sendo assim, pode-se dizer que a mansidão é o antônimo de aspereza ou rispidez.

2. Uma característica do fruto do Espírito.
Mansidão é a oitava virtude elencada por Paulo pertencente ao Fruto do Espírito (Gl 5.22). A mansidão como fruto do Espírito, trata-se da virtude gerada por Ele no crente, proporcionando a habilidade de ser “gentil, humilde, cortês, amável, suave, tolerante” (1Co 4.21; Gl 5.22,23; Ef 4.2; Cl 3.12; Tt 3.2; 1Pe 3.15). Matthew Henry (2008, p. 45) diz que os mansos: “podem suportar provocações sem se irritar, sem se deixar levar a qualquer indecência; que conseguem ficar tranquilos quando os outros estão acalorados, que preferem perdoar vinte ofensas a vingar uma”. Na Bíblia, metaforicamente, os servos do Senhor são comparados com a ovelha por causa da mansidão (Sl 95.7; 100.3; Jr 23.3; Jo 10.14,15).

3. Um antídoto contra as pelejas.
A palavra “peleja” significa: “combate, luta, batalha”. A palavra no grego é “erithéia” que quer dizer: “rivalidade, ambição egoísta, discórdias, espírito partidário que se fundamenta no egoísmo” (GOMES, 2016, p.128). A Bíblia nos exorta a agirmos com mansidão nas seguintes situações: a) para ensinar os resistentes (2Tm 2.23-26); b) para corrigir os faltosos (Gl 6.1); c) da esposa para com o cônjuge não crente (1Pe 3.1-4); e, d) no uso da apologética (1Pe 3.15; 2Tm 2.23; Tt 3.9).


V. ANDANDO EM LONGANIMIDADE
1. Definição do termo.
A palavra longanimidade advém da expressão grega: “makrothumia” também traduzida por “paciênica”. É a junção de: “makros” que significa: “grande ou longo” e: “thumos” que quer dizer: “ânimo ou disposição” (BARCLAY, 1988 p. 88). De acordo com Champlin (2004, p. 904), há catorze ocorrências dessa palavra no NT (Rm 2.4; 9.22; 2Co 6.6; Gl 5.22; Ef 4.2; Cl 1.11; 3.12; 1Tm 1.16; 2Tm 3.10; 4.2; Hb 6.12; Tg 5.10; 1Pe 3.20; 2Pe 3.15). Essa palavra grega aponta para a grande paciência, para a grande tolerância, para a persistência em não se deixar arrebatar pelas emoções fortes. Longanimidade seria a disposição de ânimo de pacientemente suportar o sofrimento e os maus tratos com a forte esperança de melhoria (cf. Rm 2.4; 1Pe 3.20). O oposto desta virtude é “a irritabilidade, a irascibilidade”.

2. Uma característica do fruto do Espírito.
A paciência ou longanimidade é o quarto aspecto ou característica, das relacionadas por Paulo como sendo o fruto do Espírito (Gl 5.22); trata-se da virtude gerada por Ele no crente, proporcionando a habilidade de suportar, de forma graciosa, uma situação insuportável e resistir, com paciência, o irresistível (2Co 6.6). Segundo Gilberto (2004, p. 46): “A paciência como fruto do Espírito, capacita o crente a exercer o autodomínio (conter-se ou refrear-se) diante da prova. Não é precipitado em acertar as contas ou punir […] Todos estes aspectos da longanimidade são parte do processo que nos conforma à imagem de Cristo” (2Co 3.18; Cl 3.10; 2Pe 1.5-8). Por meio dessa virtude, o cristão tem condições de manter o equilíbrio em meios as provações e diante das afrontas, sem alimentar o sentimento de vingança, antes entregando tudo nas mãos do Senhor (Rm 12.19). “[...] Longanimidade é o amor sofrendo ou suportando” (OLIVEIRA, 1987, p. 140).

3. A sua importância para a unidade na Igreja.
O que tem longanimidade é longânimo, do hebraico: “erekappayim”, que quer dizer: “lento em irar-se”, e literalmente, essa expressão significa: “comprido de nariz ou comprido de rosto”, e veio a ser associada à ideia de irar-se com dificuldade (talvez devido ao fato de que é no rosto que a pessoa mostra suas emoções fortes, pelo que, a fisionomia seria indicadora dessas emoções) ou então, como outros têm sugerido, o nariz é um indicador da ira, visto que a pessoa respira forte quando excitada pela ira (CHAMPLIN, 2004, p. 904). Vejamos a importância de possuir a paciência:

A) No relacionamento interpessoal.
As primeiras qualidades do fruto do Espírito – amor, alegria e paz – são ingredientes essenciais de nossa vida espiritual interior, de nossa relação pessoal com Deus; os três seguintes começando com a paciência ou longanimidade, são manifestações exteriores do amor, da alegria e da paz em nossas relações com as pessoas à nossa volta (GILBERTO, 2004, p. 76). Sobre a importância da longanimidade destacamos: a) O apóstolo Paulo expressa aos Colossenses o desejo de que eles tenham essa qualidade (Cl 1.9-11); b) uma das características do autêntico cristão (Cl 3.12); c) deve ser exercitada com todos (1Ts 5.14); d) virtude imprescindível para o ministério do ensino (2 Tm 4.2); e, e) pacifica as intrigas (Pv 15.18; (Rm 12.18). Fomos conclamados a seguir a paz e, na medida do possível, ter paz com todos os homens (Sl 34.14; 133.1; Mt 5.9; Ef 4.1-3; 1Co 7.15; Hb 12.14; 1Pe 3.11), lembrando que: “E ao servo do Senhor não convém contender [...]” (2Tm 2.24,25 ver Tt 3.2).

B) Prevenindo contra a dissensão.
Sobre a dissenção, já temos visto ser uma das obras da carne listadas pelo apóstolo Paulo aos gálatas. Do grego: “dichostasia”, significa: “sedição, rebelião”, e também: “posicionar-se uns contra os outros”; trata-se daquele sentimento que só pensa no que é seu, e não também no que é dos outros. Na igreja que estava em Corinto, Paulo faz uma incisiva advertência sobre esse sentimento presente entre os irmãos; apesar de ser uma igreja fervorosa onde havia manifestações diversas dos dons espirituais (1Co 1.7) contudo, o apóstolo os chama de crentes carnais e não de espirituais (1Co 3.1). “Aqui, Paulo não está falando de diferenças fundamentadas em crenças sinceras; ele está preocupado com divisões ocasionadas por motivos errados, cuja procedência é determinada pela natureza pecaminosa” (BEACON, 2006, p.72). Uma vez que havia dissensões no seio da igreja trazendo partidarismo (1Co 1.10-12; 3.1-4) como também prejuízo à liturgia do culto (1Co 11.17-21); para corrigir esses e outros erros, o apóstolo reafirma a necessidade de possuir o “Fruto do Espírito” caracterizado pela sua principal virtude o amor (1Co 13.1-7). Todas as nossas atitudes se não estiverem fundamentadas no verdadeiro amor, não tem valor algum, pois ele é vínculo da perfeição (Cl 3.14); uma dívida que temos para com o próximo (Rm 13.8a); e quem exercita o amor como fruto do Espírito cumpre a lei (Rm 13.8,10).


CONCLUSÃO
Concluímos que ter humildade, mansidão e longanimidade em amor, é uma necessidade de todo cristão, diante das diversas situações a que estão submetidos, como também nos tornar capazes de suportar e saber agir pacientemente, para conservação da unidade cristã evitando as divisões.




REFERÊNCIAS
Ø  BARCLAY, William. As obras da carne e o fruto do Espírito. VIDA NOVA.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS
Ø  GILBERTO, Antonio. O Fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. CPAD.
Ø  GOMES, Oziel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito Santo. CPAD.
Ø  HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento. CPAD.
Ø  OLIVEIRA, Raimundo. As Grandes Doutrinas da Bíblia. CPAD



Por Rede Brasil de Comunicação.



sábado, 13 de junho de 2020

LIÇÃO 11 - UMA HERANÇA CONQUISTADA PELA FÉ (VÍDEO AULA)





LIÇÃO 11 - ATRIBUTOS DA UNIDADE DA FÉ: HUMILDADE, MANSIDÃO E LONGANIMIDADE (VÍDEO AULA)





QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2020







   TEMPO DE CONQUISTAS –
Fé e Obediência no Livro de Josué.







Lição 10

Hora da Revisão
A respeito de “As Lutas dos Hebreus no Tempo da Conquista”, responda:


1. Segundo Josué 12.2, quem eram os reis, os quais os filhos de Israel feriram e possuíram sua terra?
Seom, Ogue, Jarmute. Vide os nomes em Josué 12.1-24

2. Quantos reis Josué feriu?
Trinta e um reis.

3. Segundo o historiador Flávio Josefo, quantos homens havia na confederação do Norte?
Cerca de 300 mil soldados, 10 mil cavalos e 20 mil cargos de guerra.

4. De acordo com a lição, qual era a principal arma de ataque utilizada pelos hebreus?
Espadas forjadas em bronze.

5. Qual era o segredo da vitória dos hebreus?
Era o Senhor Todo-Poderoso.



QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2020







   A IGREJA ELEITA –
Redimida pelo Sangue de Cristo
e Selada com o Espírito Santo
da Promessa.







Lição 10

Para Refletir
A respeito de “A Intercessão pelos Efésios”, responda:


O que o apóstolo Paulo pede?
Paulo pede para que a Igreja seja fortalecida com poder, que seja habitada por Cristo, que compreenda o amor divino e tenha pleno desenvolvimento espiritual (3.16-19).

Qual é a única força que habilita o crente a se manter firme?
A única força que habilita o crente a se manter firme advém do Espírito Santo (Jo 14.16,17), que atua no homem interior e capacita o crente a perseverar, a manter-se afastado do pecado e a compreender as coisas espirituais (1Co 2.12-16).

Qual a maior de todas as virtudes?
O amor é a maior de todas as virtudes e o princípio que norteia o fruto do Espírito (1Co 13.13).

Qual a ênfase da oração apostólica?
A ênfase recai em que Cristo nos amou e ainda nos ama e que, por isso, devemos amar uns aos outros (1Jo 4.10-11).

Como Paulo encerra Efésios 3?
Paulo encerra esse capítulo com o convite de adoração a Deus cuja glória é devida “na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações” (3.21).