Ef 4.1-4; Cl 1.9-12
INTRODUÇÃO
Nesta lição
veremos a definição do termo conduta; estudaremos como a mulher deve se
comportar no seu lar; pontuaremos o papel do marido no matrimônio, e por fim;
notaremos qual deve ser o relacionamento entre pais e filhos.
I. DEFINIÇÃO DO
TERMO CONDUTA
1.Definição de conduta.
O dicionário da
língua portuguesa define “conduta” como: “modo de agir, de se portar, de
viver; procedimento” (HOUAISS, 2001. p. 793). Deus constituiu a família
e estabeleceu as normas de conduta para o relacionamento entre seus membros, na
Bíblia o manual divino, encontramos as verdades fundamentais que orientam a
família em todos os tempos. É dever de todo cristão, ter uma conduta íntegra,
independente do modelo e dos padrões da sociedade moderna (Fp 2.15; Ml 3.18;
2Rs 4.9; 1Tm 4.12).
II. A CONDUTA
CRISTÃ DA MULHER NO SEU LAR
A Palavra de
Deus apresenta o perfil da mulher virtuosa, capaz de construir a grandeza do
seu lar, como também o oposto, revelando que a tola é capaz de destruí-lo: “Toda
mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos”
(Pv 14.1). Vejamos à luz da Bíblia como deve ser o seu comportamento:
1. Submissão ao esposo (Ef 5.22).
A expressão
“submissão” no grego é “hupotassõ” que quer dizer: “submeter-se;
obedecer; subordinar”. Não se trata de uma determinação paulina e sim,
de um princípio divino que visa a boa ordem na família. Não significa
inferioridade porque Deus criou homem e mulher à sua imagem, e ambos tem igual
valor (Gn 1.27; 1Co 11.8,9). O próprio Cristo sendo igual a Deus, se submeteu
ao Pai para executar o plano da salvação: “Cristo é a cabeça de todo varão, e o varão,
a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo” (1Co 11.3). Paulo faz
uma analogia comparando o marido como a cabeça e a esposa como o corpo, logo, a
cabeça não pode viver sem seu respectivo corpo e nem o corpo pode viver sem sua
cabeça um depende do outro (Ef 5.23-24). A sujeição da mulher a seu marido não pode
ser interpretada como subserviência, arbitrariedade, humilhação e depreciação.
Não deve ser ordenada pelo marido, mas exercitada de maneira voluntária,
carinhosa e decente pela mulher. A ordem é irrestrita, aplicando-se a
toda mulher cristã, não importa quais possam ser suas próprias habilidades,
instrução, conhecimento da Escritura, maturidade espiritual, ou quaisquer
outras qualificações em relação às de seu marido (Cl 3.18). A expressão “como
ao Senhor” (Ef 5.22), indica que sua postura de sujeição ao marido é um
ato de obediência ao próprio Deus.
2. A influência da mulher cristã na vida do marido
não crente (1Pe 3.1).
Uma mulher
temente a Deus é capaz de influenciar a vida espiritual do marido e de seus
filhos. “Pela lei romana, aquele que fosse marido e pai tinha autoridade
absoluta sobre todos os membros de sua casa, inclusive sobre sua esposa. Exigir
seus direitos como uma mulher livre em Cristo poderia arriscar seu casamento,
caso o marido desaprovasse tal atitude” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2012, p.1767).
Pensando nestas circunstâncias, Pedro exorta como a esposa crente deve agir: a) com sujeição; ou seja, a esposa
crente deve ser submissa ao marido mesmo que ele “não obedeça à palavra”
(1Pe 3.1), b) conduta santa; “pelo
procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra” (1Pe 3.1a) esta
declaração não significa, deixar de pregar-lhe o evangelho, e sim, evitar
discussões e permitir que sua vida fale mais que suas palavras. O apóstolo
Paulo também deixa claro que continuar na relação do casamento com um cônjuge
descrente não contamina o crente. Pelo contrário, a fé do crente em Jesus tem
uma influência santificadora: “Porque o marido descrente é santificado
pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido” (1Co
7.14). Ou seja, o cônjuge não crente não será salvo por que sua esposa é crente,
mas ele
poderá ser salvo por meio da esposa, pois ela pode ser o
canal através do qual ele venha a ser redimido (1Co 7.16) não se trata
de uma promessa, e sim uma possibilidade.
III. A CONDUTA
CRISTÃ DO HOMEM NO MATRIMÔNIO
1. Amar sua esposa como Cristo amou a igreja (Ef
5.25).
Paulo usa o amor
de Cristo pela Igreja, para dizer que de forma semelhante o esposo deve amar a
esposa. Esse amor é descrito pelo apóstolo como: a) Incondicional
– Cristo amou a Igreja, mesmo com suas fragilidades, de igual modo o marido
deve amar a esposa, apesar dos seus defeitos (1Co 13.1-8); b) Perseverante –
Cristo amou, ama e amará a Igreja, o marido deve manter o seu amor por sua
esposa até que a morte os separe (Mt 19.5,6); c) Santificador –
o apóstolo diz que Cristo se entregou por sua Igreja “para a santificar”.
Portanto o marido que ama a sua esposa mantém o seu lar em santificação,
evitando brigas, desavenças, mágoas e infidelidade (1Ts 4.7; Hb 13.4); d) Sacrificial
– Cristo se sacrificou pela Igreja, assim o marido deve amar a esposa, pois
ferindo-a, ferirá a si mesmo e amando-a amará a si mesmo (Ef 5.28,29); e) Romântico
– Cristo não só se sacrificou pela Igreja como dela cuida e alimenta (Ef 5.29).
O marido deve seguir o mesmo padrão, demonstrando seu romantismo por palavras
(Ct 2.10,13), mas também por obras, ou seja, dedicando-lhe tempo e
agradando-lhe (1Co 7.33).
2. Reconhecer a mulher como a parte mais fraca (1Pe
3.7).
É dever do
marido considerar sua mulher a parte mais frágil. “Quando Pedro chama a mulher
de “vaso
mais fraco”, ele não está tratando de inferioridade moral ou
intelectual, mas, sim, reconhecendo as limitações físicas da mulher. Na época
de Pedro, se as mulheres não tivessem a proteção dos homens, eram vulneráveis a
ataques, abusos e ao desastre financeiro” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2012, p. 1768).
Um homem que reconhece a mulher como sexo mais frágil a protegerá, respeitará,
ajudará e sempre irá tratá-la com ternura. O apóstolo Paulo exorta aos maridos:
“amai
a vossa mulher e não vos irriteis contra ela” (Cl 3.19). Se um homem
não tiver consideração e respeito para com sua esposa, suas orações não serão
ouvidas: “para que não sejam impedidas as vossas orações” (1Pe 3.7b).
Como assinala Bigg: “Os suspiros da mulher maltratada se
interpõem entre as orações do marido e o ouvido de Deus” (apud,
BARCLAY, sd, p. 107).
IV. A CONDUTA
CRISTÃ NO RELACIONAMENTO ENTRE PAIS E FILHOS
É dever
essencial dos pais dar aos filhos a instrução e a disciplina condizente com a
formação cristã. Os pais devem ser exemplos de vida e conduta cristã, e se
importar mais com a salvação dos filhos do que com seu emprego, profissão,
trabalho na igreja ou posição social (Dt 6.6-9; Sl 127.3). Vejamos a exortação
paulina aos pais:
1. Não provocar a ira aos filhos (Ef 6.4).
Os pais tem o
dever de disciplinar e corrigir seus filhos: “Castiga o teu filho, e te fará
descansar e dará delicias à tua alma” (Pv 29.17). O castigo físico,
aplicado de maneira apropriada, torna o filho sábio, (Pv 28.7) livra sua alma
do inferno (Pv 23.13-16), e como resultado trará alegria aos pais (Pv 29.17; Pv
19.18; Pv 10.1). De acordo com Gene (apud, COLLINS, 2004 p. 177 – acréscimo
nosso) os pais provocam os filhos quando: “maltratam fisicamente, abusam
psicologicamente (humilhando-os e tratando com desrespeito), negligenciam suas
necessidades, não tentam entendê-los, esperam demais deles, sonegam o amor para
conseguir que façam o que querem em troca de carinho, forçam a aceitar os seus
alvos e ideias, e se recusam admitir seus próprios erros”. A correção não deve ser feita com
tirania muito menos ira, e sim com amor para que os filhos não percam o ânimo
(Hb 12.6-10; Cl 3.21).
2. Criar na doutrina e admoestação do Senhor (Ef
6.4).
São os pais, e
não a igreja, que tem a principal responsabilidade de através do ensino,
transmitir sua herança espiritual e moral aos filhos (Dt 6.6-9). Esse legado
gira em torno da experiência pessoal do livramento divino do pecado (Rm 6.23);
da revelação de Deus em Jesus Cristo (Jo 14.6; Hb 1.1); e, da sua morte por nós
na cruz (Jo 3.16-18; Tt 2.11-14). A salvação e santificação dos filhos deve ser
a maior preocupação dos pais (Lc 1.17; Mt 19.14; 2 Tm 3.14-17; 1.5; Jó 1.5).
Criar na doutrina e admoestação do Senhor em uma sociedade que despreza os
princípios e valores cristãos não é uma tarefa fácil, é preciso diligência,
persistência, naturalidade e acima de tudo o exemplo dos pais (Dt 6.5). Pais que
ouvem, obedecem e amam a Deus, servem de modelo para os filhos e
consequentemente os filhos seguirão o exemplo (2Tm 3.14,15).
3. O dever dos filhos no relacionamento com seus
pais (Ef 6.1-3).
Existem padrões
divinos para o marido e a mulher, mas também para os filhos. Eles consistem no
dever de honrar, respeitar e obedecer aos pais, bem como lhes serem
agradecidos, evidenciando a dignidade de filhos.
4. Obediência e honra aos pais (Ef 6.1-2).
Os filhos devem
estar debaixo da autoridade dos pais em submissão e obediência, porque é um
mandamento de Deus (Ex 20.12). Paulo apresenta quatro razões para os filhos
obedecerem aos pais: a) Porque é
justo, b) É um mandamento, c) traz bem-estar “para te vá bem”, e d) longevidade (Ef 6.1-3;). “Há uma
diferença ente obedecer e honrar. Obedecer significa agir de acordo com as
instruções recebidas. Honrar significa respeitar e amar. Os filhos não devem
desobedecer a Deus ao obedecerem aos pais. Não se requer que os filhos adultos
obedeçam a pais tiranos. Os filhos são obrigados a obedecer enquanto estiverem
sob os cuidados dos pais, mas a responsabilidade de honrá-los é vitalícia”
(APLICAÇÃO PESSOAL, 2012, p.1654). Jesus nos deixou o maior exemplo de
obediência aos pais: “E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso”
(Lc 2.51). O apóstolo Paulo afirma que a obediência dos filhos aos pais: “é
agradável ao Senhor” (Cl 3.20).
5. Algumas atitudes dos filhos que honram os pais.
Honrar os pais é
um imperativo, ou seja, uma ordem, pois se constitui numa obrigação moral
imposta por Deus (Êx 20.12; Dt 5.16). Esta obrigação deve ser levada a sério
pelos filhos por toda a vida. Na Bíblia encontramos como procedem os filhos que
honra aos pais: a) comportam-se
dignamente (Pv 10.1; 15.5), b) ouvem
a correção (Pv 13.1), c) trazem
alegria (Pv 23.15-16; 23.24,25; 27.11), d)
não os desprezar na velhice (Pv 23.22), e)
ajudam no sustento financeiro quando necessário (1Tm 5.4,8; Mc 7.10-13), f) tem gratidão e cuidado (1Tm 5.4,8), g) ajudam nos afazeres domésticos (Gn
29.9; Êx 2.16; 1Sm 17.15), e h) amam
seus pais (Mt 10.37; Mt 22.39).
CONCLUSÃO
A Bíblia não
fala somente da instituição da família, como também destaca quais os papéis que
cada um dos membros que a compõe deve exercer para que esta permaneça unida e espiritualmente
saudável na presença de Deus. Devemos seguir e cumprir a Palavra de Deus em
todo o tempo, a despeito de todas as mudanças ocorridas na sociedade, pois,
fazendo assim, seremos abençoados: “Eis que assim será abençoado o homem que
teme ao Senhor!” (Sl 128.4).
REFERÊNCIAS
Ø HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø BÍBLIA
DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. CPAD
Ø COLLINS,
R. Garry. Aconselhamento Cristão Edição Século 21. VIDA NOVA
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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