sexta-feira, 31 de julho de 2020

LIÇÃO 05 - ZOROBABEL RECOMEÇA A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO (VÍDEO AULA)



Vídeo 01



Vídeo 02



LIÇÃO 04 - A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO ENFRENTOU OPOSIÇÃO (EM LIBRAS)





QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2020








   OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE –
A Reconstrução de Jerusalém e o Avivamento
Espiritual como Exemplos para os Nossos Dias.







Lição 04

Para Refletir
A respeito de “A Construção do Templo Enfrentou Oposição”, responda:


Como foi feito o lançamento dos alicerces do Templo?
Com solenidade.

De que forma podemos considerar a reedificação do Templo?
Como um resultado do reavivamento que moveu o coração do rei Ciro.

Que povo vizinho a Israel tentou frustrar a construção do Templo?
Os samaritanos.

Por que os judeus deveriam procurar o rei da Pérsia?
Para assegurar a construção do Templo.

Por que os judeus deveriam ter recorrido a Deus?
Porque Deus era quem os estava dirigindo naquele negócio.



sábado, 25 de julho de 2020

LIÇÃO 04 – A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO ENFRENTOU OPOSIÇÃO (SUBSÍDIO)






Ed 4.7,9,11-13;15,16,21-24




INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos uma definição do termo “oposição”; pontuaremos o contexto histórico dos repatriados e a reconstrução do Templo; e por fim, notaremos como se desenvolveu a oposição dos inimigos do povo de Deus.


I. SIGNIFICADO DO TERMO OPOSIÇÃO
1. Definição da palavra oposição.
O dicionário Houaiss da língua portuguesa define oposição como: “ato ou efeito de opor-se; impedimento; obstáculo; objeção; contrate; contestação; impugnação; negação; resistência; contraposição; protesto; queixa; contradita; desmentido; obstáculo” (2001, p. 2072). Podemos destacar alguns exemplos de personagens que sofreram oposições: Moisés (Êx 5.20,20; 14.11,12; Nm 16.1-3); Isaque (Gn 26.1-35); Davi (1Sm 18.17-19; 2Sm 15.1-13); Jesus (Mt 11.18,19; Mc 3.22; Lc 23.2); e, Paulo (At 13.45; 14.19,20; 16.22,23).


II. O CONTEXTO HISTÓRICO DOS REPATRIADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1. O contexto histórico.
No ano 538 a.C., Ciro rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus repatriados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (2Cr 36.22,23; Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel a Deus (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar a Jerusalém (aproximadamente 50 mil judeus), havia lançado os alicerces do novo Templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10; 6.13-18). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando aos trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C..

2. O contexto espiritual.
A indiferença espiritual do povo generalizou-se, induzindo os repatriados a voltar à reconstrução de suas próprias casas e abandonar a reconstrução do Templo e se voltando para outros interesses, de modo que o Senhor enviou seus profetas Ageu e Zacarias em 520 a.C. para incitá-los a renovar seus esforços, no segundo ano de Dario, e, depois disso, expediu-se um decreto que apoiava a ordem original de Ciro (Ed 5.1,2; 6.1-12). O governador Zorobabel, da tribo de Judá, e Josué (Jesua), o sumo sacerdote, chefiaram os repatriados que retornaram e entre as primeiras coisas feitas por Josué e seus irmãos, os sacerdotes, foi a construção dum altar para a oferta dos sacrifícios diários (Ed 3.1-3) (ELISSEN, 2004, p. 330).

3. O contexto político.
No ano 536 a.C., começou uma grande era para os judeus com a volta do cativeiro e o reinício das ofertas da aliança em Jerusalém. Mas a pausa na reconstrução por causas políticas e de uma denúncia acusatória dos vizinhos e inimigos do povo judeu (Ed 3.8,9; 4.7,8,17-24) esfriou o entusiasmo de todos, e eles se voltaram para interesses pessoais (Ag 1.4). A reconstrução estava sendo feita por força do decreto de Ciro, rei da Pérsia que era o representante político do povo (Ed 1.1; 6.3). Os judeus retornaram e o Templo foi restaurado (2Cr 36.22,23; Ed 1.1-4; 5.13,17; 6.3,14; Ed 5.1-6.15).

4. O contexto cronológico.
O livro de Esdras resume cronologicamente várias tentativas de interromper os trabalhos de reconstrução do Templo durante os reinados de: Ciro (Ed 4.1-5); Xerxes (A tradição judaica identifica-o com o mesmo Assuero do Livro de Ester. Alguns estudiosos consideram que “Assuero” era um título real que os monarcas persas recebiam) (Ed 4.6); Artaxerxes (Ed 4.7-23); e, Dario (Ed 4.24). Conhecer a ordem dos acontecimentos nos ajudará a entender Esdras. Vejamos:

DATA
ACONTECIMENTOS

538 a.C.
Decreto de Ciro para o retorno dos judeus a fim de reconstruírem o Templo (Ed 1.1).

537 a.C.
Retorno dos primeiros cativos sob governo de Zorobabel (Ed 2.1,2); e o altar é reerguido em Jerusalém (Ed 3.6).
536 a.C.
Começa a reconstrução das fundações do Templo (Ed 3.10).

534 a.C.
A reconstrução do Templo é interrompida devido a ameaça dos samaritanos (Ed 4.4-5).
530 a.C.
Interrupção oficial da reconstrução do Templo por ordem de Artaxerxes (Ed 4.6,21).
521 a.C.
A ascensão de Dario ao trono persa (Ed 4.5).

520 a.C.
Retomada da reconstrução do Templo (Ed 5.1,2; Ag 1.14,15) e decreto de Dario para conclusão obra (Ed 4.24; 6.8).

516 a.C.
A conclusão da reconstrução do Templo possibilitando a observância da festa Páscoa (Ed 6.13-22).


III. A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO E A OPOSIÇÃO DOS INIMIGOS DO POVO DE DEUS
1. Usaram de falsidade (Ed 4.2).
Os opositores da obra de Deus mascararam suas más intenções e mentiram para enganar o povo: “[...] Deixa-nos edificar convosco, porque como vós, buscaremos a vosso Deus”. O texto bíblico os chama de “adversários” (Ed 4.1), e esta era a natureza daqueles homens maus. Seu discurso de compartilhar a mesma fé e oferecer ajuda, era falacioso (Tt 1.16). Essa conversa que “somos todos irmãos era uma armadilha maligna” objetivava ganhar a afeição do povo Deus, para depois “desviar os fracos e atacar a liderança” (1Co 5.11). Os servos de Deus devem apoiar aos líderes contra os opositores (Ed 1.3; Tt 1.9-11).

2. Forjaram uma aliança (Ed 4.2).
Provavelmente foram os samaritanos que fizeram a proposta ao povo de Israel para o estabelecimento de uma aliança, mas seus intentos eram outros, queriam se infiltrar entre os judeus para obstruírem a obra que estava sendo realizada: “[...] Deixa-nos edificar convosco”. Não poderia haver acordo, porque os inimigos adoravam outros deuses e não se submetiam à Palavra de Senhor (2Rs 17.24-41; ver ainda Ml 3.18; 2Co 6.14-18).

3. Provocaram desânimo (Ed 4.4).
Outro artifício dos inimigos do povo foi usar as armas do desânimo (falta de ânimo, desalento, abatimento), e da inquietação (falta de sossego, apreensão, aflição): “[...] debilitava as mãos do povo de Judá”. Devemos reagir contra estes sentimentos, e acreditar na possibilidade da vitória, na providência divina (Sl 46.10,11; Jo 14.1). A alegria e a força do Senhor em nós é o fruto de um real avivamento.

4. Semearam inquietação (Ed 4.4).
Os inimigos não cuidam das próprias responsabilidades, mas se prontificam em desviarem e desanimarem aqueles que estavam trabalhando: “[...] e inquietava-os no edificar”. Em nosso contexto atual essa passagem expõe e desmascara o homem que não evangeliza, não participa da escola bíblica dominical, não contribui, não honra a liderança, não frequenta a doutrina, mas tenta a todo custo desencorajar os que estão trabalhando.

5. Usaram o suborno e acusação (Ed 4.5).
Os inimigos deram dinheiro a certos funcionários do governo para que estes atrapalhassem os planos dos israelitas: “E alugaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano [...]”. Depois, acusaram o povo judeu diante dos governantes da Pérsia, o que resultou na paralisação da obra por dezesseis anos (Ed 1.7-24). Certamente que durante este período, o povo judeu aguardou um mover divino em seu favor. Às vezes parece que o Senhor está indiferente à nossa situação, mas devemos sempre lembrar que Ele está no controle de todas as coisas (Is 64.4).

6. Usaram de violência (Ed 4.5).
Eles contrataram pessoas para os ajudarem a atacar a liderança do povo e os trabalhadores. O texto diz que fizeram isso: “[...] todos os dias de Ciro até o reinado de Dario”. A Bíblia ainda diz que: “[...] apressadamente foram eles a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força de braço e com violência” (Ed 4.23). A igreja não pode ceder diante da persistência de tais homens maus, eles buscam destruir a igreja (At 20.29), porém, Deus o dono da obra é maior (Mt
16.18).

7. Usaram a mentiram e a calúnia (Ed 4.6,12,13,16)
Nos dias atuais, essa velha estratégia ainda é usada: “[...] escreveram uma carta contra os habitantes de Judá e de Jerusalém”. Os opositores do reino, maliciosamente recheiam seus discursos de benfeitorias, piedade e humildade para maquiarem a mentira e a calúnia. Eles tentam descredibilizar os homens de Deus para fragilizarem as ovelhas. Os opositores da obra de Deus têm “pressa” de fazer cessar o trabalho dos servos de Deus (Ed 4.23).


V. O QUE FAZER PARA VENCER AS OPOSIÇÕES
1. Ouvir a voz de Deus e de seus líderes (Ed 5.1; 6.14).
A primeira coisa que os repatriados fizeram para vencer as oposições contra a obra de Deus foi dá ouvidos a voz de Deus e de seus líderes e seguiram suas orientações: “E os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá, e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram”. Podemos ver outros exemplos na Bíblia (2Cr 15.1,2; 20.15; 1Tm 1.18).

2. Viver em união (Ed 5.2).
A segunda posição que os judeus fizeram foi mesmo em meio as oposições procuraram viver em união: “[…] e começaram a edificar a casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus, que os ajudavam”. Todos aqueles que vivem em união amam a obra de Deus (2Tm 4.11).

3. Receber as bênçãos de Deus (Ed 5.5).
A terceira atitude que os repatriados experimentaram foi receber as bênçãos de Deus: “Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio chegasse a Dario, e viesse resposta por carta sobre isso”. Os servos de Deus são fiéis a sua obra (2Tm 3.10, 4.11; 1Co 16.10; Fp 2.19).

4. Ser voluntário (Ed 5.8).
A voluntariedade de espírito foi a quarta ação do povo de Deus: “Seja notório ao rei, que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, a qual se edifica com grandes pedras, e a madeira já está sendo posta nas paredes; e esta obra vai sendo feita com diligência, e se adianta em suas mãos”. A voluntariedade na obra do Senhor é fundamental (Rm 16.3,4; 1Co 16.19).

5. Ser dedicado (Ed 5.11).
A dedicação dos judeus também foi uma atitude para vencerem as oposições a obra de Deus: “[…] Nós somos servos do Deus dos céus e da terra, e reedificamos a casa que há muitos anos foi edificada [...]” . Os servos de Deus são dedicados a sua obra (Tt 1.4; 2Co 8.16,17; 2Co 7.13-15).

6. Ter prontidão (Ed 5.16).
A última atitude dos repatriados judeus foi a a prontidão em fazer a obra de Deus: “Então veio este Sesbazar, e pôs os fundamentos da casa de Deus, que está em Jerusalém, e desde então para cá se está reedificando [...]. Aqueles que amam a obra do Senhor são sempre disponíveis (2Tm 4.12; Tt 3.12; 2Tm 4.19; At 18.1-3,24-28).


CONCLUSÃO
Todos nós estamos sujeitos à enfrentar algum tipo de oposição, principalmente quando estamos exercendo alguma função de liderança. O arqui-inimigo do povo de Deus utiliza-se de todos os artifícios possíveis para tentar deter o avanço da obra. No entanto, aprendemos com Esdras que devemos confiar em Deus, orar, vigiar e continuar trabalhando (Ne 2.20).



REFERÊNCIAS
Ø  BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. Vida. 2010.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias, Integridade e Coragem em Tempos de Crise. CPAD. 2011.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 2010
Ø  LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
Ø  PACKER, J. I. Neemias paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 1997. 


Por Rede Brasil de Comunicação.



quarta-feira, 22 de julho de 2020

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2020







   OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE –
A Reconstrução de Jerusalém e o Avivamento
Espiritual como Exemplos para os Nossos Dias.







Lição 03

Para Refletir
A respeito de “O Despertamento Renova o Altar”, responda:


O que caracteriza o verdadeiro despertamento?
A necessidade dos homens se aproximarem mais de Deus.

Como começam os despertamentos espirituais genuínos?
Começam com a restauração do altar.

Em relação ao altar, o que representa Cristo hoje para nós?
Representa o ponto central de nossa comunhão com Deus.

Qual a atuação do Espírito Santo na morte vicária de Cristo?
O Espírito Santo ajudou o Senhor Jesus a superar todos os obstáculos para que a sua obra vicária se completasse no Gólgota.

Por que devemos tomar cuidado com os falsos despertamentos?
Porque comprometem o desenvolvimento sadio da obra de Deus.



domingo, 19 de julho de 2020

LIÇÃO 03 – O DESPERTAMENTO RENOVA O ALTAR (SUBSÍDIO)







Ed 3.2-5;10-13




INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos uma definição etimológica do termo “altar”; pontuaremos o altar como uma prioridade na vida dos judeus pós-exílio; notaremos quais foram às atitudes condizentes com o despertamento espiritual na vida dos exilados e que também devemos ter como crentes; e, por fim, comentaremos sobre a importância do altar na vida do cristão.


I. DEFINIÇÃO DO TERMO ALTAR
1. Conceito do termo.
A palavra altar vem do hebraico “mizbeah” substantivo masculino que significa: “altar, o lugar de sacrifício”. É uma palavra bastante comum no AT onde ocorre cerca de 396 vezes, a primeira ocorrência se encontra em Gênesis 8.20 “[...] E edificou Noé um altar ao Senhor”. “O altar, de acordo com as Escrituras, era um lugar construído para nele se oferecerem sacrifícios e holocaustos de animais. Era um testemunho perpétuo, um favor; sentia-se nele a manifestação divina, significava a presença de Deus, santificava as ofertas, e era o lugar onde se realizava a comunhão com o Senhor e por tais razões o altar era respeitado” (CONDE, 1983, pp. 45-46).


II. O ALTAR COMO UMA PRIORIDADE PÓS-EXÍLIO
1. A construção do altar (Ed 3.2).
Após o despertamento divino e o retorno à terra prometida, o remanescente judaico estava diante de um desafio: a renovação do culto e a reconstrução do Templo em Jerusalém. É importante destacar, que eles não começaram reconstruindo o Templo ou os muros da cidade, mas reedificando o altar: “[…] e edificaram o altar do Deus de Israel” (Ed 3.2). Mais importante que construir o Templo era restabelecer a verdadeira adoração a Deus e lhes oferecer sacrifícios: “[…] para sobre ele oferecerem holocaustos” (Ed 3.2). Abraão tinha marcado sua chegada naquela terra exatamente do mesmo modo, estabelecendo seu altar ao Deus que lhe fez promessas (Gn 12.7). Quando há despertamento espiritual na vida de um crente, o seu maior desejo e prioridade será aproximar-se do altar de Deus (Tg 4.8). O crente pode até viver sem o templo; mas nunca sem altar (1Rs 18.30).

2. Em busca do favor de Deus (Ed 3.3).
O altar simbolizava a presença e a proteção de Deus para os judeus. De acordo com Stamps (2012, p. 713 – acréscimo nosso) a restauração do altar foi prioridade por duas razões: a) O povo foi motivado, pelo menos em parte, a edificar o altar, por causa do perigo representado pelos ‘povos da terra’ (v.3). Esses israelitas sabiam que Deus os protegeria do mal, somente à medida que se achegassem a Ele, com fé e obediência (Êx 19.5; 29.43); e, b) Demonstrava também o propósito primordial deles como reino sacerdotal de oferecer sacrifícios ao Senhor como fora determinado na lei por Moisés (Ed 3.2; Êx 19.6; 27.1; Dt 12.4-7). Sempre que buscamos ao Senhor, alcançamos o seu favor e misericórdia (Hb 4.16).


III. ATITUDES CONDIZENTES COM O DESPERTAMENTO ESPIRITUAL
1. A unidade do povo.
O texto relata que a comunidade inteira tinha uma só mente, ou seja, havia unanimidade naquele projeto: “o povo se ajuntou como um só homem” (Ed 3.1). Este ajuntamento se deu na praça diante da “Porta das Águas” (Ne 8.1). A unidade do povo foi de fundamental importância para que o altar, o Templo, e a cidade fossem reconstruídos. Este exemplo do passado nos ensina que a unidade de propósitos torna possível a bênção de Deus e nos capacita a realizar sua obra mesmo em tempos de crises como vivenciado pelos judeus pós-exílio. Quando vivemos em união o óleo e o orvalho, símbolos do Espírito Santo são derramados sobre nós trazendo bênção e vida: “[…] porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre” (Sl 133.3).

2. A presença de Deus era prioridade.
A decisão de construir primeiro o altar é uma demonstração do quanto estavam preocupados em colocar Deus em primeiro plano (Ed 3.2). Onde se tem altar, tem adoração e a presença de Deus é manifestada. Às vezes se faz necessário uma limpeza na nossa vida para que a presença de Deus seja manifesta. Assim foi com Jacó quando Deus o apareceu e lhe disse: “levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão” (Gn 35.1). Todavia, para Jacó experimentar uma renovação espiritual em sua vida, foi necessário uma mudança radical na sua casa: “tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes” (Gn 35.2). Ao edificar o altar, Jacó chama aquele lugar de El-Betel que significa o “Deus da casa de Deus” (Gn 35.7). Quando Deus é prioridade na vida do crente, não há espaço para deuses estranhos (Jz 6.24-26; 1Rs 18.21; Mt 6.24).

3. Consagração total.
Com o altar edificado, agora se podia oferecer holocaustos ao Senhor: “[…] e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos de manhã e de tarde” (Ed 3.3). A palavra hebraica traduzida como holocausto é: “olah”, e significa literalmente: “aquilo que vai para cima”. O dicionário Vine (2002, p. 692), lembra que no grego o termo advém de: “holokautõma” (Mc 12.33; Hb 10.6,8) e que denota: “oferta queimada por inteiro”, formado de “holos”, “inteiro”, e “kautos”, em lugar de “kaustos”, adjetivo verbal de “kaiõ”, que quer dizer: “queimar”. Também chamada de oferta queimada, era inteiramente consumida sobre o altar com exceção da pele e entranhas dos animais (Lv 1.9;1.16; 6.9; 7.8). Era o único sacrifício regularmente estabelecido para o culto no santuário e era oferecido diariamente, de manhã e à tarde por isso era chamado de o sacrifício “tãmíd”, ou seja, perpétuo, contínuo (Ed 2.3-5; Êx 29.38-42). Vejamos duas verdades sobre o holocausto que se aplica a vida cristã:

A) Holocausto fala da nossa entrega total a Deus.
Na oferta de holocausto o adorador deveria colocar a mão sobre o animal a ser sacrificado (Lv 1.4) gesto que simbolizava duas coisas: a) a identificação do ofertante com o sacrifício; e, b) a transferência de algo para o sacrifício. No caso do holocausto, o ofertante estava dizendo: “Assim como esse animal é entregue inteiramente a Deus no altar, também eu me entrego inteiramente ao Senhor”. Devemos entregar por completo a nossa vida no altar de Deus como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1).

B) Holocausto fala de um ato contínuo.
Como já vimos, o holocausto era um sacrifício contínuo (Nm 28.6) e deveria ser apresentado de manhã e à tarde (Ed 3.3; Êx 29.39). Os judeus construíram o altar para ser usado, e assim, o fizeram (Ed 3.3-5). Altar sem sacrifício, não tem valor. O apóstolo Pedro nos exorta a: “oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pe 2.5). Diariamente o crente deve se preocupar com a manutenção do seu altar (Lv 6.10-13;), e oferecer seu sacrifício a Deus, somente assim: “O fogo arderá continuadamente sobre o altar, não se apagará” (Lv 6.13).

4. Consciência da dependência divina.
O momento de renovação que os judeus estavam vivendo incluía o reinício da celebração das antigas festas, que faziam de Israel um povo distinto. E assim aconteceu com a celebração da festa dos tabernáculos (Ed 3.4). Esta festa era um ajuntamento anual quando os judeus habitavam em cabanas (tendas) por sete dias para rememorar sua libertação do Egito, e peregrinação pelo deserto até a terra prometida num tempo em que não tinham habitação permanente (Lv 23.33-44). Assim como a festa dos tabernáculos lembrava os judeus a sua dependência de Deus, devemos reconhecer a nossa dependência constante do Senhor Jesus: “[…] porque sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5).


IV. A IMPORTÂNCIA DO ALTAR NA VIDA DO CRENTE
Os judeus quando retornaram do cativeiro babilônico entenderam que sua maior necessidade era restabelecer a sua comunhão com Deus, e para isto, imediatamente reconstruíram o altar colocando-o em suas bases, retomando desta forma as ofertas de holocausto ao Senhor. Esta atitude nos ensina que o altar deve ser uma prioridade em nossas vidas. Observemos algumas verdades sobre o altar na vida do crente:

1. O altar é um lugar de oração.
Vários personagens da Bíblia edificaram “altares” ao Senhor com o propósito de invocar o nome do Senhor como por exemplos: a) Abraão (Gn 12.8; 13.4); b) Isaque (Gn 26.25); e, c) Jacó (Gn 35.1,7). O altar da oração jamais deve ser negligenciado pelo crente. Quando falta oração, falta também unção, graça, temor de Deus e o crente se torna presa fácil para o diabo (Mt 26.41; Lc 22. 31-38). O sacerdote todos os dias deveria oferecer holocaustos no altar, assim também deve ser a nossa vida de oração (Lc 18.1; Ef 6.18; 1Ts 5.17).

2. O altar é o lugar do encontro com Deus.
O altar do holocausto era um lugar de encontro de Deus com o homem: “[…] onde vos encontrarei para falar contigo ali” (Êx 29.42). Não há privilégio maior para o salvo de que desfrutar da comunhão com Deus. Se houver em nós disposição para “oferecer sacrifícios espirituais” (1Pe 2.5), Deus sempre virá ao nosso encontro. Neste encontro ouvimos a sua voz: “[…] vos encontrarei para falar contigo ali” (Êx 29.42) e recebemos a sua bênção: “[…] virei a ti e te abençoarei” (Êx 20.24).

3. O altar é um lugar de santidade e devoção a Deus.
Deus exigia dos sacerdotes santidade diante do altar (Êx 29.44). Uma das orientações que Moisés recebeu de Deus sobre o altar, era que nele não deveria existir degraus (Êx 20.26). Esta orientação visava proteger os sacerdotes de expor sua nudez aos olhos do povo. O Senhor quando apareceu a Gideão exigiu dele que antes de construir um altar a Deus, deveria primeiro derribar o altar de Baal que pertencia a seu pai (Jz 6.25,26). O altar é um lugar de santidade e devoção ao Senhor (Rm 12.1). Deus nunca receberá o sacrifício de um altar imundo e profano, é necessário separar o precioso do vil (Jr 15.19; Is 1.11-16; Ml 1.6-14; 2Co 6.14-18).


CONCLUSÃO
Aprendemos com esta lição que todos os despertamentos genuínos que a Bíblia apresenta começaram com a restauração do altar (1Rs 18.16-40; 2Cr 29.3,27-28; 2Rs 16.10-12). Quando os judeus voltaram do cativeiro, construíram o altar sobre as suas antigas bases, do modo como manda a lei (Ed 3.3) e sacrificaram holocaustos ao Senhor mostrando assim, um verdadeiro despertamento espiritual. A alegria foi grande entre os judeus, pois podiam de novo sacrificar a Deus, e celebrar a festa dos tabernáculos.




REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 1997.
Ø  LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Neemias integridade e coragem em tempos de crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
Ø  PACKER, J. I. Neemias paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: OBJETIVA. 2001.
Ø  VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD. 2002.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. PDF.



Por Rede Brasil de Comunicação.