sábado, 25 de julho de 2020

LIÇÃO 04 – A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO ENFRENTOU OPOSIÇÃO (SUBSÍDIO)






Ed 4.7,9,11-13;15,16,21-24




INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos uma definição do termo “oposição”; pontuaremos o contexto histórico dos repatriados e a reconstrução do Templo; e por fim, notaremos como se desenvolveu a oposição dos inimigos do povo de Deus.


I. SIGNIFICADO DO TERMO OPOSIÇÃO
1. Definição da palavra oposição.
O dicionário Houaiss da língua portuguesa define oposição como: “ato ou efeito de opor-se; impedimento; obstáculo; objeção; contrate; contestação; impugnação; negação; resistência; contraposição; protesto; queixa; contradita; desmentido; obstáculo” (2001, p. 2072). Podemos destacar alguns exemplos de personagens que sofreram oposições: Moisés (Êx 5.20,20; 14.11,12; Nm 16.1-3); Isaque (Gn 26.1-35); Davi (1Sm 18.17-19; 2Sm 15.1-13); Jesus (Mt 11.18,19; Mc 3.22; Lc 23.2); e, Paulo (At 13.45; 14.19,20; 16.22,23).


II. O CONTEXTO HISTÓRICO DOS REPATRIADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1. O contexto histórico.
No ano 538 a.C., Ciro rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus repatriados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (2Cr 36.22,23; Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel a Deus (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar a Jerusalém (aproximadamente 50 mil judeus), havia lançado os alicerces do novo Templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10; 6.13-18). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando aos trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C..

2. O contexto espiritual.
A indiferença espiritual do povo generalizou-se, induzindo os repatriados a voltar à reconstrução de suas próprias casas e abandonar a reconstrução do Templo e se voltando para outros interesses, de modo que o Senhor enviou seus profetas Ageu e Zacarias em 520 a.C. para incitá-los a renovar seus esforços, no segundo ano de Dario, e, depois disso, expediu-se um decreto que apoiava a ordem original de Ciro (Ed 5.1,2; 6.1-12). O governador Zorobabel, da tribo de Judá, e Josué (Jesua), o sumo sacerdote, chefiaram os repatriados que retornaram e entre as primeiras coisas feitas por Josué e seus irmãos, os sacerdotes, foi a construção dum altar para a oferta dos sacrifícios diários (Ed 3.1-3) (ELISSEN, 2004, p. 330).

3. O contexto político.
No ano 536 a.C., começou uma grande era para os judeus com a volta do cativeiro e o reinício das ofertas da aliança em Jerusalém. Mas a pausa na reconstrução por causas políticas e de uma denúncia acusatória dos vizinhos e inimigos do povo judeu (Ed 3.8,9; 4.7,8,17-24) esfriou o entusiasmo de todos, e eles se voltaram para interesses pessoais (Ag 1.4). A reconstrução estava sendo feita por força do decreto de Ciro, rei da Pérsia que era o representante político do povo (Ed 1.1; 6.3). Os judeus retornaram e o Templo foi restaurado (2Cr 36.22,23; Ed 1.1-4; 5.13,17; 6.3,14; Ed 5.1-6.15).

4. O contexto cronológico.
O livro de Esdras resume cronologicamente várias tentativas de interromper os trabalhos de reconstrução do Templo durante os reinados de: Ciro (Ed 4.1-5); Xerxes (A tradição judaica identifica-o com o mesmo Assuero do Livro de Ester. Alguns estudiosos consideram que “Assuero” era um título real que os monarcas persas recebiam) (Ed 4.6); Artaxerxes (Ed 4.7-23); e, Dario (Ed 4.24). Conhecer a ordem dos acontecimentos nos ajudará a entender Esdras. Vejamos:

DATA
ACONTECIMENTOS

538 a.C.
Decreto de Ciro para o retorno dos judeus a fim de reconstruírem o Templo (Ed 1.1).

537 a.C.
Retorno dos primeiros cativos sob governo de Zorobabel (Ed 2.1,2); e o altar é reerguido em Jerusalém (Ed 3.6).
536 a.C.
Começa a reconstrução das fundações do Templo (Ed 3.10).

534 a.C.
A reconstrução do Templo é interrompida devido a ameaça dos samaritanos (Ed 4.4-5).
530 a.C.
Interrupção oficial da reconstrução do Templo por ordem de Artaxerxes (Ed 4.6,21).
521 a.C.
A ascensão de Dario ao trono persa (Ed 4.5).

520 a.C.
Retomada da reconstrução do Templo (Ed 5.1,2; Ag 1.14,15) e decreto de Dario para conclusão obra (Ed 4.24; 6.8).

516 a.C.
A conclusão da reconstrução do Templo possibilitando a observância da festa Páscoa (Ed 6.13-22).


III. A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO E A OPOSIÇÃO DOS INIMIGOS DO POVO DE DEUS
1. Usaram de falsidade (Ed 4.2).
Os opositores da obra de Deus mascararam suas más intenções e mentiram para enganar o povo: “[...] Deixa-nos edificar convosco, porque como vós, buscaremos a vosso Deus”. O texto bíblico os chama de “adversários” (Ed 4.1), e esta era a natureza daqueles homens maus. Seu discurso de compartilhar a mesma fé e oferecer ajuda, era falacioso (Tt 1.16). Essa conversa que “somos todos irmãos era uma armadilha maligna” objetivava ganhar a afeição do povo Deus, para depois “desviar os fracos e atacar a liderança” (1Co 5.11). Os servos de Deus devem apoiar aos líderes contra os opositores (Ed 1.3; Tt 1.9-11).

2. Forjaram uma aliança (Ed 4.2).
Provavelmente foram os samaritanos que fizeram a proposta ao povo de Israel para o estabelecimento de uma aliança, mas seus intentos eram outros, queriam se infiltrar entre os judeus para obstruírem a obra que estava sendo realizada: “[...] Deixa-nos edificar convosco”. Não poderia haver acordo, porque os inimigos adoravam outros deuses e não se submetiam à Palavra de Senhor (2Rs 17.24-41; ver ainda Ml 3.18; 2Co 6.14-18).

3. Provocaram desânimo (Ed 4.4).
Outro artifício dos inimigos do povo foi usar as armas do desânimo (falta de ânimo, desalento, abatimento), e da inquietação (falta de sossego, apreensão, aflição): “[...] debilitava as mãos do povo de Judá”. Devemos reagir contra estes sentimentos, e acreditar na possibilidade da vitória, na providência divina (Sl 46.10,11; Jo 14.1). A alegria e a força do Senhor em nós é o fruto de um real avivamento.

4. Semearam inquietação (Ed 4.4).
Os inimigos não cuidam das próprias responsabilidades, mas se prontificam em desviarem e desanimarem aqueles que estavam trabalhando: “[...] e inquietava-os no edificar”. Em nosso contexto atual essa passagem expõe e desmascara o homem que não evangeliza, não participa da escola bíblica dominical, não contribui, não honra a liderança, não frequenta a doutrina, mas tenta a todo custo desencorajar os que estão trabalhando.

5. Usaram o suborno e acusação (Ed 4.5).
Os inimigos deram dinheiro a certos funcionários do governo para que estes atrapalhassem os planos dos israelitas: “E alugaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano [...]”. Depois, acusaram o povo judeu diante dos governantes da Pérsia, o que resultou na paralisação da obra por dezesseis anos (Ed 1.7-24). Certamente que durante este período, o povo judeu aguardou um mover divino em seu favor. Às vezes parece que o Senhor está indiferente à nossa situação, mas devemos sempre lembrar que Ele está no controle de todas as coisas (Is 64.4).

6. Usaram de violência (Ed 4.5).
Eles contrataram pessoas para os ajudarem a atacar a liderança do povo e os trabalhadores. O texto diz que fizeram isso: “[...] todos os dias de Ciro até o reinado de Dario”. A Bíblia ainda diz que: “[...] apressadamente foram eles a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força de braço e com violência” (Ed 4.23). A igreja não pode ceder diante da persistência de tais homens maus, eles buscam destruir a igreja (At 20.29), porém, Deus o dono da obra é maior (Mt
16.18).

7. Usaram a mentiram e a calúnia (Ed 4.6,12,13,16)
Nos dias atuais, essa velha estratégia ainda é usada: “[...] escreveram uma carta contra os habitantes de Judá e de Jerusalém”. Os opositores do reino, maliciosamente recheiam seus discursos de benfeitorias, piedade e humildade para maquiarem a mentira e a calúnia. Eles tentam descredibilizar os homens de Deus para fragilizarem as ovelhas. Os opositores da obra de Deus têm “pressa” de fazer cessar o trabalho dos servos de Deus (Ed 4.23).


V. O QUE FAZER PARA VENCER AS OPOSIÇÕES
1. Ouvir a voz de Deus e de seus líderes (Ed 5.1; 6.14).
A primeira coisa que os repatriados fizeram para vencer as oposições contra a obra de Deus foi dá ouvidos a voz de Deus e de seus líderes e seguiram suas orientações: “E os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá, e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram”. Podemos ver outros exemplos na Bíblia (2Cr 15.1,2; 20.15; 1Tm 1.18).

2. Viver em união (Ed 5.2).
A segunda posição que os judeus fizeram foi mesmo em meio as oposições procuraram viver em união: “[…] e começaram a edificar a casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus, que os ajudavam”. Todos aqueles que vivem em união amam a obra de Deus (2Tm 4.11).

3. Receber as bênçãos de Deus (Ed 5.5).
A terceira atitude que os repatriados experimentaram foi receber as bênçãos de Deus: “Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio chegasse a Dario, e viesse resposta por carta sobre isso”. Os servos de Deus são fiéis a sua obra (2Tm 3.10, 4.11; 1Co 16.10; Fp 2.19).

4. Ser voluntário (Ed 5.8).
A voluntariedade de espírito foi a quarta ação do povo de Deus: “Seja notório ao rei, que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, a qual se edifica com grandes pedras, e a madeira já está sendo posta nas paredes; e esta obra vai sendo feita com diligência, e se adianta em suas mãos”. A voluntariedade na obra do Senhor é fundamental (Rm 16.3,4; 1Co 16.19).

5. Ser dedicado (Ed 5.11).
A dedicação dos judeus também foi uma atitude para vencerem as oposições a obra de Deus: “[…] Nós somos servos do Deus dos céus e da terra, e reedificamos a casa que há muitos anos foi edificada [...]” . Os servos de Deus são dedicados a sua obra (Tt 1.4; 2Co 8.16,17; 2Co 7.13-15).

6. Ter prontidão (Ed 5.16).
A última atitude dos repatriados judeus foi a a prontidão em fazer a obra de Deus: “Então veio este Sesbazar, e pôs os fundamentos da casa de Deus, que está em Jerusalém, e desde então para cá se está reedificando [...]. Aqueles que amam a obra do Senhor são sempre disponíveis (2Tm 4.12; Tt 3.12; 2Tm 4.19; At 18.1-3,24-28).


CONCLUSÃO
Todos nós estamos sujeitos à enfrentar algum tipo de oposição, principalmente quando estamos exercendo alguma função de liderança. O arqui-inimigo do povo de Deus utiliza-se de todos os artifícios possíveis para tentar deter o avanço da obra. No entanto, aprendemos com Esdras que devemos confiar em Deus, orar, vigiar e continuar trabalhando (Ne 2.20).



REFERÊNCIAS
Ø  BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. Vida. 2010.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias, Integridade e Coragem em Tempos de Crise. CPAD. 2011.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 2010
Ø  LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
Ø  PACKER, J. I. Neemias paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 1997. 


Por Rede Brasil de Comunicação.



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