sábado, 31 de outubro de 2020

LIÇÃO 05 – O LAMENTO DE JÓ (SUBSÍDIO)

 




Jó 3.1-26 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre o momento em que Jó quebra o silêncio em uma lamentação pelas adversidades enfrentadas; veremos também a definição do termo lamento à luz do Antigo e Novo Testamento; faremos algumas considerações sobre a lamentação do patriarca; e por fim, quais as lições que podemos extrair do lamento de Jó e sua aplicação para a vida cristã.
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA LAMENTO
A origem da palavra lamento advém do latim “lamentum”, que indica literalmente: “expressão de sofrimento”, e ainda: “ação de lamentar; lamentação; expressão de pesar, de mágoa diante do infortúnio. Ato de se expressar com lamentações, gemidos; pranto, queixa, gemido”. Há cerca de quinze palavras em toda a Bíblia, que indicam o ato de lamentar, entre elas a hebraica: “abal” que indica: “o senso interior de tristeza, lamentação, bater no peito, rasgar, cortar” (Gn 37.34); os termos gregos: “threneo”, e “pentheo”, que significam respectivamente: “entristecer-se, se lamentar”, e ainda: “levantar a voz, chorar em voz alta” (Mt 11.27; Jo 16.20; Mt 5.4; Ap 18.11,15,19) (CHAMPLIN, 2004, p.718 - acréscimo nosso).
 
 
II. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LAMENTAÇÃO DE JÓ
1. A ocasião do lamento.
Durante sete dias iniciais de sofrimento (Jó 2.13; 3.1), Jó não abriu a boca para blasfemar contra Deus, como Satanás havia proposto que faria (Jó 1.11; 2.5), no entanto, ao término destes dias, ele quebrou o silêncio para lamentar: “Depois disto, abriu Jó a boca [...]” (Jó 3.1), entre outras coisas, lamentando o dia do seu próprio nascimento: “E Jó, falando, disse: Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!” (Jó 3.2,3). Achamos algo idêntico no caso de Jeremias, ele também, não podendo resistir à pressão das diferentes provações que iam acumulando-se, deu lugar aos seus sentimentos com estas palavras: “Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz” (Jr 20.14).
 
2. A causa do lamento.
Devido à avalanche de dificuldades que lhe sobreviera, foram atingidas as principais colunas sobre as quais a vida humana está fundamentada: a) família (Jó 1.18,19); b) bens materiais (Jó 1.16,17); e, c) saúde (Jó 2.7,8). Jó caiu no abismo de uma profunda desesperança, devido à natureza da adversidade vivenciada e pela não compreensão de o conciliar a sua fidelidade a Deus (Jó 3.26) e o experimentar tamanha dor (Jó 2.13; 3.24). Curiosamente, Jó expôs o receio que tinha em seu coração, de um dia ter que passar por esta experiência, pelo que veio a dizer: “Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu” (Jó 3.25).
 
 
III. ETAPAS DO LAMENTO DE JÓ
1. Jó lamentou pela sua existência.
Os dias de dor implacáveis tinham abalado a serenidade de Jó. O patriarca não consegue entender a razão de ter nascido se ele viria a ter tanta miséria. E assim ele protesta contra o dia de seu nascimento: “[...] abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia” (Jó 3.1). Não obstante, os homens habitualmente celebravam com alegria o retorno anual do dia do seu nascimento, Jó o considerou o dia mais infeliz do ano, por ser o mais infeliz da sua vida, considerando-o como a porta de entrada para toda a sua aflição (Jó 3.10). Nesse lamento, Jó fala da tristeza e sofrimento que se acumulam em seu coração e indagou: “Por que não morri eu desde a madre? E em saindo do ventre, não expirei?” (Jó 3.11). Essa é uma pergunta que, nos momentos de dor, já foi feita aos prantos por muitos filhos de Deus, entre esses, o profeta Jeremias (Jr 20.14-18).
 
2. Jó lamentou pela preservação de sua vida.
Como se não bastasse Jó amaldiçoar o dia do seu nascimento, ele, também, expressou o seu desejo de que, não deveria mais estar vivo, ou seja, ele se incomodava com a preservação da sua vida, e por isso estivesse passando por tal sofrimento (Jó 3.12,13; 6.9; 7.15,16; 14.13). Jó se sentiu preso, cercado como um pássaro na gaiola. Para Jó, morrer seria libertar-se dessa situação. É assim, que algumas vezes, nos sentimos em momentos de provação intensa como o profeta Elias (1 Rs 19.4). Destacamos, porém, que em momento algum, Jó fala de dar cabo da própria vida. A lamentação pelo nascimento ou o anseio pelo fim da vida, proferida por ele não é uma apologia ao suicídio nem à eutanásia, mas sim, a declaração de um homem cujo sofrimento era tão intenso que ele desejou jamais ter nascido.
 
3. Jó lamentou pela prolongação de sua vida.
Num misto de sentimentos, Jó critica a providência divina como sendo injusta e impiedosa ao prolongar a vida quando os seus confortos são retirados: “Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo?” (Jó 3.20). Ele considera injusto, de maneira geral, que vidas miseráveis fossem prolongadas (Jó 3.21). No livro de Jó, a vida é chamada de luz, porque é agradável e útil para se caminhar e trabalhar, e dito que essa luz nos é concedida; pois, não fora ela prolongada diariamente por uma nova dádiva, se consumiria. Mas Jó considera que para aqueles que estão na miséria é uma dádiva sem a qual eles estariam melhor, uma vez que, a luz só lhes serve para, através dela, verem a sua própria miséria (Jó 3.23,24) (HENRY, 2010, p.22).
 
4. Jó lamentou pela falta de ânimo em continuar vivendo.
Em seu estado de aflição, os transtornos eram incessantemente sentidos. Jó acreditava que tinha motivos suficientes para estar cansado de viver, pois: a) não tinha nenhum consolo em sua vida: “Porque antes do meu pão vem o meu suspiro [...]” (Jó 3.24a). As tristezas impediam e antecipavam-se aos sustentos da vida; além disso, elas afastavam o apetite que ele deveria sentir por seu alimento necessário. E ainda mais, tão grande era a extensão da sua dor e da sua agonia que ele não somente suspirava, mas gemia: “[...] e os meus gemidos se derramam como água” (Jó 3.24b) e, b) não tinha nenhuma perspectiva de melhora da sua situação: “[...] cujo caminho está escondido, e a quem Deus cercou de todos os lados? (Jó 3.23 - ARA). Ele não via nenhum caminho aberto em direção à libertação, nem sabia que rumo deveria tomar; o seu caminho foi cercado com espinhos, para que não pudesse encontrar a sua vereda (Jó 23.8; Lm3.7).
 
 
IV. LIÇÕES EXTRAÍDAS DO LAMENTO DE JÓ
1. Os servos de Deus devem superaras crises pessoais que venham a enfrentar.
Sobre o patriarca Jó, o apóstolo Tiago escreveu: “[...] Ouvistes da paciência de Jó [...] (Tg 5.11), mas percebemos que essa paciência não foi em todo momento. Ficamos admirados que um homem seja tão paciente como ele fora (caps. 1 e 2), mas nos surpreende também que um homem bom seja tão impaciente como é no capitulo três de seu livro; que foi escrito para ensinar, não para que o imitemos nesse quesito, mas como uma advertência (Rm 15.3) para que aquele que cuida estar em pé, vigie para que não caia (1Co 10.12). É comum entre os servos de Deus enfrentar altos e baixos, quando estão em intensa pressão ou quando não compreendem determinados processos em sua vida, foi assim com: a) Abraão (Gn 15.1-3); b) Asafe (Sl 73.1-9,13-16); c) Elias (1Rs 19.2-4); e, d) Paulo (2Co 1.8), mas todos em comum superaram tais crises confiando na graça de Deus (2Co 12.9).
 
2. O sofrimento não pode ofuscar a percepção das bênçãos de Deus.
Não podemos permitir que os infortúnios desta vida, tirem de nós a gratidão por todas as dádivas advindas do Criador: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes [...]” (Tg 1.17), a vida é um dom divino para nós: “[...] pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração [...]” (At 17.25), resultante da ação direta de Deus: “Antes que eu te formasse no ventre te conheci [...]” (Jr 1.5; ver Sl 139.14-16), de modo que a existência e preservação da vida, são bênçãos que não podem ser desvalorizadas: “[...] porque nEle vivemos, e nos movemos, e existimos [...]” (At 17.28). A ingratidão não pode achar guarida no coração dos servos de Deus (Sl 103.2), que embora sejam profundamente provados ainda têm motivos diversos para continuarem louvando ao Senhor, como fez o profeta Habacuque: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides; ainda que falhe o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado da malhada e nos currais não haja gado. Todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Hc 3.17,18).
 
3. No momento de angústia precisamos continuar crendo no cuidado divino.
Em meio as grandes dificuldades a recomendação bíblica é continuar crendo em Deus (Mc 5.36), não permitindo que o desespero tome conta da situação, “Porque andamos por fé, e não por vista” (2Co 5.7), de modo que, a esperança cristã não estar fundamentada nas circunstâncias (Rm 8.24,25) ou nos bens materiais (1Tm 6.17), mas sim em Deus (1Pe 1.21). Confiar no cuidado de Deus é necessário porque:
a) é um remédio contra a ansiedade (1Pe 5.7);
b) Deus tem o controle de tudo (Rm 8.26);
c) cada luta tem começo e fim (Sl 30.5); e,
d) o sofrimento é pedagógico (Rm 5.3-5; Tg 1.2-4).
 
 
CONCLUSÃO
O lamento de Jó destaca não só a natureza da sua adversidade como mostra a sua fragilidade como ser humano, a despeito de suas virtudes atestadas pelo próprio Deus, o patriarca revelou por meio de sua lamentação a sua extrema necessidade de confiar ainda mais em Deus. 

 

 

 

REFERÊNCIAS

Ø  CHAMPLIN, Russel,Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

Ø  HENRY, Mattew. Comentário Bíblico Antigo Testamento Jó a Cantares. Vol 3. CPAD.

Ø  WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo Vol. 3. GEOGRAFICA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 


 

 

 

Por Rede Brasil de Comunicação.

 


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

LIÇÃO 05 - O LAMENTO DE JÓ (VÍDEO AULA)





 

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2020


 
 
 

   OS BONS E MAUS EXEMPLOS –
Aprendendo com Homens e Mulheres de Deus.
 

 
 





Lição 04
 
Hora da Revisão
A respeito de “Saul: Somente ser Escolhido Não faz a Diferença”, responda:
 
 
1. Cite uma referência bíblica que mostra que os hebreus seriam governados por um monarca.
“Quando entrares na terra que te dá o SENHOR, teu Deus, e a possuíres, e nela habitardes, e disseres: Porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que estão em redor de mim, porás, certamente, sobre ti como rei aquele que escolher o SENHOR, teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti, não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos” (Dt 17.14,15).
 
2. Segundo a lição, quais eram as normas para a escolha de um monarca hebreu?
Esse rei seria escolhido pelo Senhor e deveria ser um hebreu. Não poderia haver um estrangeiro governando o povo de Israel.
 
3. Quais os sinais da vocação e escolha de Saul, conforme a lição?
Saul recebeu um lugar de honra numa refeição em que Samuel havia convidado trinta homens. Após isso, Samuel diz que Saul foi escolhido por Deus, e acrescenta que as jumentas de Quis, pai de Saul, foram achadas, e que ele encontraria um grupo de profetas, profetizando logo em seguida e se tornando um novo homem (1Sm 10.6).
 
4. Qual foi a saudação do povo ao ser apresentado ao novo rei?
“Viva o rei”.
 
5. Qual o pecado de Saul que o fez perder o trono?
A desobediência deliberada a Deus. 


QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2020


 
 
 
 
   A FRAGILIDADE HUMANA E A SOBERANIA DIVINA –
O Sofrimento e a Restauração de Jó.
  

 
 
 




Lição 04

Para Refletir
A respeito de “O Drama de Jó”, responda:

 
 
Como eram medidas a riqueza e prosperidade de Jó?
Eram medidas pela grande quantidade de animais e servos a serviço de Jó.
 
Qual era o principal negócio de Jó?
A atividade do campo era, sem dúvida, o principal negócio de Jó.
 
Jó perdeu quantos filhos em um só dia?
Dez filhos.
 
Após tocar nos bens e na família de Jó, em qual área o Diabo tem permissão para tocar?
O Adversário tem a permissão divina para tocar na saúde de Jó.
 
Segundo a lição, qual sofrimento Jó experimentou além do físico?
Não há dúvida, que além do sofrimento físico, Jó também experimentou o sofrimento psicológico. 


sábado, 24 de outubro de 2020

LIÇÃO 04 – O DRAMA DE JÓ (SUBSÍDIO)

 




Jó 1.13-22; 2.6-8
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, definiremos a palavra “drama”. Pontuaremos quais foram as perdas que só sofreu e o drama que isto lhe causou; por fim, destacaremos o seu exemplo heroico, que diante apesar das tragédias que sofreu, permaneceu firme e inabalável no Senhor.
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA DRAMA
O dicionário Houaiss define a palavra “drama” de forma figurada como: “situação ou sequência de acontecimentos em que predomina emocionante conflito de forças, podendo apresentar tumulto e agitação”. Por extensão significa também: “estado que comove pela dificuldade que encerra ou que constitui experiência emocional penosa e desgastante” (HOUAISS, 2001, p. 1083). 
 

II. O QUE JÓ PERDEU
Embora nem toda perda seja por provação, mas também por falta de sabedoria (Pv 24.30,31) e falta de equilíbrio (1Tm 6.8-10; 17-19), não podemos negar que um crente pode vir a perder suas posses por uma provação. O verbo “provar” no hebraico é “tsãraph” que quer dizer: “refinar, provar, fundir”. A Bíblia diz que Deus prova os seus (Êx 20.20; Dt 8.2; 1Cr 29.17; Sl 7.9; Jo 6.6; At 14.22; 1Pe 4.12-19). O patriarca Jó foi acusado por Satanás de servir a Deus com sinceridade, retidão, temor e prudência em troca de sua proteção (Jó 1.9-11). Para mostrar que Satanás estava errado, Deus permitiu que o adversário tirasse o que Jó possui. Vejamos:
 
1. Seu patrimônio.
Tudo o que Jó havia conseguido com a bênção de Deus e como fruto do trabalho de suas mãos (Jó 1.10), mas agora, mediante a permissão divina, Satanás foi autorizado e tirar-lhe todos estes bens. Notemos o que Jó perdeu do seu patrimônio financeiro:

a) Os bois e os jumentos.

O relato bíblico diz que quinhentos bois e as quinhentas jumentas que Jó tinha foram roubados e os servos que tomavam conta foram mortos pelos sabeus, escapando apenas um para dar a notícia (Jó 1.13-15).
 
b) As ovelhas.
Em seguida deste triste relato, outro mensageiro chegou e noticiou que o rebanho de sete mil ovelhas que Jó possuía, foram carbonizadas, juntamente com os pastores que tomavam conta delas, por um raio que caiu do céu, escapando apenas um para trazer o relato (Jó 1.16).
 
c) Os camelos.
O terceiro mensageiro chegou e trouxe mais uma notícia triste, para o patriarca Jó. Os caldeus se organizaram em três bandos e saquearam os três mil camelos de Jó, e mataram seus guardadores a fio de espada, restando também apenas um para contar o que aconteceu (Jó 1.17).
 
2. Sua família.
A mais terrível das notícias ainda estava para vir. O quarto mensageiro correu a Jó a dizer que na festa de aniversário do seu primogênito, que como de costume, reunia todos os outros irmãos, sobreveio um grande vento, que pode ter sido um tufão, com força tão grande que derrubou a casa onde estava seus filhos e os matou esmagados, e como das outras vezes, escapou apenas um servo para trazer a notícia (Jó 1.18,19).
 
3. Sua saúde.
Não bastasse todas as perdas que Jó sofreu, por permissão divina, Satanás também intentou contra a sua saúde, com uma doença terrível: “Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça” (Jó 2.7). Sua doença trouxe-lhe diversas consequências. Notemos algumas:
 

v  Atingiu toda a sua pele (Jó 2.7);

v  Feridas e crostas supurantes (Jó 2.8);

v  Coceira (Jó 2.8);

v  Deformou seu corpo (Jó 2.12);

v  Insônia (Jó 3.13);

v  Agonia (Jó 7.1-4)

v  Vermes sobre a pele (Jó 7.5);

v  Pesadelos (Jó 7.13,14);

v  Se contorcia (Jó 13.27);

v  Mau hálito (Jó 19.17);

v  Perda de peso (Jó 19.20);

v  Pele enegrecida (Jó 30.30a);

v  Calafrios e febre (Jó 30.30b).



III. O DRAMA DE JÓ
Por certo, o que mais afligiu Jó não foi apenas a perda de tudo que construiu, mas a forma como perdeu. Notemos:
 
1. Perdeu tudo num só dia.
O texto deixa claro que Jó não perdeu seus bens de forma paulatina em questão de meses ou anos. Tudo foi embora, em apenas um dia: “E sucedeu um dia” (Jó 1.13), inclusive todos os filhos (Jó 1.18,19). Neste mesmo dia, veio um mensageiro após o outro trazer as notícias das perdas (Jó 1.14,16,17,18). Diante disto, devemos ter consciência da transitoriedade dos bens (Pv 27.24; Ec 9.10). Tudo o que é material se destrói, se corrompe (Tg 5.2,3). Somente os bens espirituais é que são permanentes (1Pe 1.4). Devemos estar atentos para a exortação de Jesus quanto a preocupação exagerada com o acúmulo de bens terrenos, porque eles se estragam e podem ser roubados (Mt 6.19).
 
2. Perdeu sem ter pecado.
O fato de ter perdido tudo não significa que Jó havia pecado e que Deus o havia punido. Se assim fosse, por certo aceitaria a correção divina. O próprio Jó indagou a Deus o que havia feito para enfrentar aquilo, já que procurava ser reto diante de Deus: “Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo. Parece-te bem que me oprimas, que rejeites o trabalho das tuas mãos e resplandeças sobre o conselho dos ímpios? Bem sabes tu que eu não sou iníquo; todavia ninguém há que me livre da tua mão” (Jó 10.1,2,7). Veja ainda (Jó 23).
 
3. Perdeu e não foi consolado.
Antes as muitas perdas que Jó sofreu, ele não recebeu consolação de ninguém. Sua esposa falhou gravemente com suas palavras querendo induzi-lo a pecar contra Deus, sugerindo-o a blasfemar contra Deus e provavelmente praticar o suicídio (Jó 2.9,10). Seus amigos que vieram consolá-lo (Jó 2.12,13), o atormentaram ainda mais com suas palavras (Jó 16.1,2).
 
 
IV. COMO LIDAR COM AS PERDAS
Enquanto estivermos no mundo, estamos sujeitos a passar por momentos difíceis: “No mundo tereis aflições...” (Jo 16.33a). Enfermidade, morte, violência, privações materiais, perseguições, angústias e outros males podem sobrevir ao crente. No entanto, a Bíblia nos ensina como devemos proceder quando nos depararmos com momentos de perda. Vejamos:
 
1. Tendo fé em Deus.
O termo fé, do hebraico “heemin” e do grego “pisteuõ” é definido pela própria Bíblia como “...o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). É a confiança que depositamos em todas as providências de Deus (Gn 22.8). É a crença de que Ele está no controle de tudo, e que é capaz de manter as leis que estabeleceu (Is 43.13). No livro de Jó encontramos ele perdendo seus bens, no entanto, vemo-lo conservando a sua fé: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).
 
2. Aceitando a vontade divina.
O nosso Deus é Soberano. Isto significa dizer que Ele exerce autoridade absoluta e inquestionável sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus. Portanto, como seus servos devemos aceitar seus desígnios sem questionar (Rm 9.20). Vemos essa submissão a vontade de Deus bem expressa nas palavras de Jó, quando diante de todas as calamidades que lhe aconteceram, disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21).
 
3. Permanecendo firme.
É impossível viver sem passar por crises, pois a vida é composta inevitavelmente também de dias maus (Ec 11.8). Logo, o justo pode até vir a sofrer perdas, porém, deve permanecer firme no Senhor (Pv 24.10). O alicerce da nossa vida não deve estar fundamentado nas posses materiais, e sim, em Deus e Sua Palavra, porque quando as tempestades nos sobrevêm, avaliam a qualidade do nosso alicerce (Sl 125.1; Mt 7.24-27). Jó, em meio a mais intensa dor de ter perdido riquezas, filhos e saúde, permaneceu firme e glorificou ao Senhor (Jó 1.13-22), provando assim seu amor verdadeiro por Deus (Jó 19.25). Imitemos, pois a conduta do patriarca Jó diante das perdas que sofreu: “Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1.22).
 
 
CONCLUSÃO
O cristão não está isento de sofrer abalos, fazendo com que venha a perder aquilo que construiu em sua vida. No entanto, tal como Jó, devemos nos posicionar com fé, submissão e firmeza, sabendo que não somos donos do que temos, e que os bens eternos, são melhores, pois estão guardados em um lugar totalmente seguro, e neles é que o nosso coração deve estar.
 
 
 
REFERÊNCIAS

Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

Ø  COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as aflições da vida. CPAD.

Ø  GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.

Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Ø  VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD

 

 

 

Por Rede Brasil de Comunicação.




PROVA DE FOGO



Objetivo:
Mostrar o que a dor e as perdas podem fazer conosco, caso não tenhamos uma fé fundamentada em Jesus Cristo.
 
 
Material:
Quadro com o esquema abaixo.
 
 
Procedimento:
Inicie a aula fazendo as seguintes perguntas: "Por que os justos sofrem?" e "O que as perdas podem causar em nossa saúde física, emocional e espiritual?". Ouça os alunos com atenção. Depois, mostre o quadro e vá completando juntamente com os alunos (na hora de reproduzir o esquema abaixo, não coloque as respostas da segunda coluna). Deixe que os alunos, juntos, respondam.
 
 
 
                  O SOFRIMENTO            X          O QUE DIZ DEUS
                    E AS PERDAS                               A RESPEITO 

Podem nos fazer sentir que estamos sozinhos.

[...] Eis que eu estou convosco to- dos os dias, até à consumação dos séculos, Amém! (Mt 28.20)

Podem nos levar a ter medo.

"No dia em que eu temer, hei de confiar em ti. Em Deus louvarei a sua palavra; em Deus pus a minha confiança e não temerei; que me pode fazer a carne" (SI 56. 3,4).

Podem nos levar a pensar que Deus não nos ama.

"Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!" (Rm 8.38,39).

Pode trazer sentimento de culpa.

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9).

Pode nos levar a perder a esperança.

"E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, saben- do que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5.3-5).

 


Por Telma Bueno e Simone Maia.
Adaptado pelo Amigo da EBD.