sábado, 10 de outubro de 2020

LIÇÃO 02 – QUEM ERA JÓ (SUBSÍDIO)






Jó 1.1-5 




INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre o personagem secundário desta lição, já que o primeiro é o nosso Deus. Sendo assim para sabermos bem quem foi este homem de Deus precisamos entender bem o que o próprio Deus falou acerca Dele; estudaremos os dias difíceis que ele viveu, seu comportamento diante dos homens, de Deus e também da sua família, além de no final entenderemos a importância do comportamento do cristão em nossos dias.  
 
 
I. JÓ, UM SERVO DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS 
Boa parte dos historiadores bíblicos colocam Jó dentro do período patriarcal, ou seja, ele foi por certo contemporâneo de Abraão, Isaque e Jacó. Este era um tempo em que os homens se distanciavam de Deus (Js 24.2), ao ponto de Deus escolher um para trazer novamente seu Nome sobre ele e seus descendentes (Gn 12.1-3). Sendo assim, precisamos enxergá-lo como um Enoque, Noé ou Abraão de seus dias. O comportamento de Jó chamou atenção até mesmo do inimigo (Jó 1.7-9). Algo que também nos surpreende, é que, antes de se mencionar o que Jó tinha, o texto bíblico faz questão de mostrar quem ele realmente era (Jó 1.1). Vamos analisar agora quem era este homem diante da Sociedade, em relação a Deus e da sua família. 
 
 
II. O COMPORTAMENTO DE JÓ DIANTE DA SOCIEDADE
A sociedade é regida por normas, a isso damos o nome de Ética, mas quando olhamos para Jó enxergamos nele alguém que tinha uma ética muito superior aos homens de seu tempo. Vejamos: 
 
1. Sincero/integro (Jó 1.1).
Jó era "íntegro" (Jó 1.1). Não era um indivíduo sem pecados, pois essa é uma característica que ninguém pode requerer para si (1Jo 1.8). Porém, seu caráter era maduro e pleno, e sua conduta, "reta". O termo "integridade" é outra palavra importante em Jó (Jó 2.3,9; 27.5; 31.6). Pessoas íntegras são indivíduos completos, sem qualquer hipocrisia ou duplicidade (WIERSBE, 2012, p. 8). O termo sincero na corrigida tem o seu sentido etimológico do latim; sincērus; e significa sincero a um, puro; leal, franco; algo escasso na sociedade desde os tempos de Jó. 
 
2. Reto (Jó 1.1).
Além de ser sincero, também lemos que Jó era reto (...). Não havia falta em Jó. Ele preenchia todos os requisitos dos seus dias de um homem exemplar. Na narrativa, essas qualidades em Jó não constituem a avaliação de homens, mas sim, a avaliação do próprio Deus (CHAPMAN, 2016, p. 28). Esta qualidade é uma virtude de seguir, sem desvios, a direção indicada pelo senso de justiça, pela equidade; virtude de estar em conformidade com a razão, com o dever; integridade, lisura, probidade. 
 
 
III. O COMPORTAMENTO DE JÓ EM RELAÇÃO A DEUS
De Deus ninguém se esconde (Sl 139.7-12; Jr 23.24; Hb 4.13; Ap 2.2), alguém pode até fingir um certo modelo ético de comportamento devido a moral, ou seja, por estar sempre sendo vigiado, mas em Jó podemos enxergar também seu comportamento diante de Deus. Também vemos que até pelo crivo divino Jó passou com louvor (Jó 1.8), vejamos: 
 
1. Temente a Deus (Jó 1.1).
Richard Alleine assim descreve o homem piedoso: “Aquele que sabe o que é ter prazer em Deus temerá a sua perda; aquele que viu sua face, terá medo de ver suas costas”. Esta declaração é um perfeito resumo do relacionamento de Jó com o Todo-Poderoso (...) A expressão hebraica que descreve o homem temente a Deus que é a expressão “yará”, evoca um medo santo e respeitoso pelo Todo-Poderoso. Medo esse, aliás, que não tem a natureza do terror. (ANDRADE, p. 35, 2006). O temor ao Senhor é a base para qualquer ser humano se relacionar com Ele (Lv. 25.17; 2Cr 19.7; Pv. 9.16; 14.27; 16.6; Is 8.13) e como pudemos observar nos textos citados ele mudará o nosso relacionamento com o próximo. Podemos perceber que esse era o alicerce de seu caráter. “Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento” (Jó. 28. 28). Temer ao Senhor significa respeitá-lo por seu caráter, seus atos e suas palavras.
 
2. Desviava-se do mal (Jó 1. 1).
Era um homem moral. Rejeitava o que era errado; não meramente o evitava. O escopo da conduta nobre de Jó desdobra-se à medida em que a história progride. Chega ao seu clímax no seu testemunho final (capítulos 29-31), onde insiste que suas realizações são publicamente conhecidas (29) e nega quaisquer falhas sérias (31). Era irrepreensível diante dos homens (4.3-6) ou de Deus (42.8) (WIERSBE, p.8, 2012). O mais interessante que este ato de se desviar do mal não está muitas vezes ligado apenas a algo prático, mas ao coração. Jó já entendia que Deus sonda as mentes e corações (1Sm 16.7; Sl 139.1; Pv 21.2; Jr 11.20). 
 

IV. O COMPORTAMENTO DE JÓ EM RELAÇÃO A SUA FAMILIA

Uma das características que encontramos em Jó é o seu zelo por sua família. O ambiente familiar pode gerar em alguns um sentimento de liberdade para ser diferente do que se é em sociedade, mas, mais uma vez Jó demonstrar seu caráter distinto. Pelo que entendemos em seus dias não havia ainda autoridades sacerdotais escolhidas por Deus tal qual o período levítico, sendo assim, Jó já entendia que Ele deveria ser o sacerdote de seu lar. Vejamos agora o que podemos enxergar em Jó com relação a sua família.  

1. Um empresário que tinha tempo para a família (Jó 1.3).

Os bens de Jó eram tantos que o autor Bíblico inspirado afirmar “Este homem era maior do que todos no oriente”. Porém, observamos que mesmo sendo tão rico, Jó não renunciava à sua família. Essa sempre foi a vontade de Deus para os pais (Dt 6.6-9; Pv 22.6). Infelizmente muitos pais têm negligenciado tamanha responsabilidade e colherão um fruto amargo se não mudarem drasticamente. Que sua família seja sua prioridade, ela é o nosso maior bem (Sl 128). 
 
2. Um pai que mantinha sua família unida (Jó 1.4).
Sabemos que a união entre os irmãos é algo agradável a Deus (Sl 133.1), encontramos isso na família de Jó. Diferente de outras famílias que são apresentadas na Bíblia onde havia disputa por poder, como no caso de Jacó e Esaú (Gn 27.36) e de José e seus irmãos (Gn 37.4,11,20,27-28). Mesmo possuindo um pai rico, enxergamos seus filhos desfrutando dos bens de seu pai em harmonia. Isso só pôde ser uma realidade por conta dos ensinamentos e oração que seu pai sempre fazia. 
 
3. Um intercessor contínuo (Jó 1.5).
Jó não orava as vezes por seus filhos, ou apenas os ensinava quando estes erravam, o trabalho de Jó é um trabalho preventivo, ele chegava antes do problema. Se preocupava até com os possíveis pecados de coração deles: “Talvez os meus filhos tenham pecado e blasfemado contra Deus em seu coração”. Observemos pontualmente o trabalho de Jó para manter seus filhos na presença de Deus: a) Santificava-os; b) Oferecia Holocaustos por cada um; c) Preocupava-se com a vida espiritual deles e, d) continuamente fazia assim. Que nunca esqueçamos este exemplo, sua família é de sua responsabilidade diante do Senhor (1Tm 5.8). 
 
 
V. A IMPORTANCIA DO TESTEMUNHO CRISTÃO 
A palavra de Deus, como “regra de fé e prática” do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do cristão, independentemente de sua cultura, status, época etc. (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17). Como Jó também temos a responsabilidade de viver uma vida na qual nosso Deus seja visto e glorificado. Vejamos, então, na Palavra de Deus, quais devem ser as atitudes do cristão neste mundo: 

1. Não nos conformar com o mundo. (Rm 12.2).

A expressão “não vos conformeis” tem o sentido de “não tomar a forma” ou “não ser igual”. Em outras palavras, o apóstolo Paulo estava dizendo: “não queira ser igual ao mundo”. O cristão deve reconhecer que o presente sistema mundano é mau (At 2.40; Gl 1.4) e que está sob o controle de Satanás (Jo 12.31; 1Jo 5.19).
 
2. Demonstrar à sociedade que somos novas criaturas.
Através do testemunho cristão, o crente demonstra à sociedade que já não é mais o mesmo, e que sua vida foi transformada, tornando-se numa nova criatura (Rm 8.1; 2Co 5.17);
 
3. Evangelizarmos com a vida.
Através do seu testemunho pessoal o cristão também evangeliza (1Tm 4.16). Sua própria vida já é um testemunho vivo do poder de Deus. Se demonstrarmos um bom testemunho diário, propagaremos, com eficácia, o poder do Evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, conforme (Rm 1.16); 
 
4. Cuidar da nossa família (1Tm 5.8).
O apostolo Paulo nos deixou um duro recado, se falharmos no cuidado com nosso próximo, principalmente com os de nossa família, somos piores que os infiéis, ele nos exorta assim porque conhecemos a verdade, os infiéis não. Que possamos conduzir nossa família aos pés de Cristo sempre.  

 
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição que nosso comportamento diante dos homens, de Deus e nossa família são a base de nosso caráter.  Que possamos como cristãos imitadores de Cristo viver uma vida irrepreensível em dias tão difíceis. Que nossa vida de boa conduta baseada nas Escrituras possa ser conhecida dos homens, mas principalmente chancelada por Deus. Jó conseguiu e com a graça de Deus creio que nós também conseguiremos. 
  
 

 

REFERÊNCIAS

Ø  ANDERSEN, Francis. Introdução e comentário de Jó. VIDA

Ø  ANDRADE, Claudionor Correia. O problema do Sofrimento do Justo e o seu propósito. CPAD

Ø  CHAPMAN, Milo L. PURKISER, W. T. Comentário BEACON Vol. 3. CPAD

Ø  WIERSBE. Warren W.  Comentário Bíblico Expositivo Vol. 4. GEOGRAFICA 

 



Por Rede Brasil de Comunicação. 



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