2Tm 4.6-8; 1Ts 5.1-11
INTRODUÇÃO
Na última lição
deste trimestre, refletiremos sobre a postura do apóstolo Paulo diante da
chegada da morte; destacaremos a esperança como uma das principais virtudes da
vida cristã evidenciadas na vida de Paulo; e, por fim, destacaremos as
principais características da gloriosa esperança, a volta do Senhor Jesus.
I. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A GLORIOSA ESPERANÇA
1. Definição
bíblica da palavra esperança.
Esperança é uma
das principais virtudes da vida cristã (“Agora pois permanecem a fé, a
esperança e o amor, estes três [...]” [1Co 13.13a]), através da qual o
crente é motivado a crer no impossível. Houaiss define esperança como: “o
sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja;
expectativa, espera” (2001, p. 1228). Do ponto de vista bíblico, é a
certeza de receber as promessas feitas por Deus por meio de Cristo Jesus (Rm
15.13; Hb 11.1); é uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo
deriva-se do grego “elpis” e significa: “expectativa
favorável e confiante” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar
à espera de, aguardar, contar com a realização de uma coisa desejada ou
prometida”.
2. A vinda de Jesus, a
gloriosa esperança do apóstolo.
Paulo
fala do retorno de Cristo como a bendita esperança da Igreja: “aguardando
a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13). Ao contrário de uma expectativa
escapista, a esperança cristã quanto à volta de Jesus, é o testemunho altaneiro
(que permanece nas alturas), de que o nosso porvir jaz além dos limites das
expectativas e possibilidades deste mundo (1Co 15.9).
II. AS DUAS FASES DA SEGUNDA VINDA DE JESUS
Segundo as Escrituras, a Segunda Vinda terá duas fases, a saber: a) Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.17) e b) Aparecimento em glória (Ap 1.7). Vejamos:
1. A primeira fase
da segunda vinda.
Esta fase destina-se à Igreja, será invisível e é chamada de “encontro” ou “arrebatamento” (1Ts 4.17). Nessa ocasião ocorrerá a ressurreição dos que morreram em Cristo (1Ts 4.16) e os crentes vivos serão transformados. Seus corpos se revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53) e tanto os crentes ressurretos como os que foram transformados, serão arrebatados para encontrar-se com Cristo nos ares (1Ts 4.17).
2. A segunda fase
da segunda vinda.
Esta fase acontecerá sete anos depois do arrebatamento, ou seja, após a Grande Tribulação. O regresso de Cristo, desta vez, será visível e glorioso e todos verão a Jesus (Zc 12.10; 13.1,2; 14.3,4; Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7). Seu primeiro toque neste mundo será no Monte das Oliveiras, como está escrito pelo profeta Zacarias (14.14), e Cristo virá acompanhado com os seus santos e com os anjos (Mt 25.31; Ap 19.11-16).
III. DIFERENÇAS ENTRE O ARREBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA DE
CRISTO EM GLÓRIA
É preciso
distinguir os dois momentos da vinda de Jesus: o Arrebatamento (nos ares
de maneira invisível), para a noiva e a Vinda em Glória (à Terra
de maneira visível), com a esposa (Ap 19.7). Vejamos as seguintes
diferenças:
ARREBATAMENTO DA IGREJA
|
SEGUNDA VINDA DE JESUS EM GLÓRIA
|
Será
antes da Tribulação (1Ts 5.9; Ap 3.10);
|
Será
depois da Tribulação (Ap 6-19);
|
O
Senhor vem para a Igreja (Jo 14.2,3);
|
O
Senhor vem com a Igreja (Jd 14; Zc 14.5);
|
A igreja encontrará o Senhor
nos ares (1Ts 4.17; Tt 2.14);
|
A igreja retornará com o
Senhor à terra (Zc 14.4,5; Ap 19.14);
|
Ninguém sabe o dia (Mc 13.32; 1Co 15.50-54);
|
Sabe-se o dia, pois
ocorrerá 7 anos após o rapto (Ap 19.11-16);
|
Será invisível e
secreto (1Co 15.52);
|
Será visível e público
(Mt 24.29-30; Lc 21.25-28; Ap 1.7);
|
Será um ato de libertação
(1Ts 4.13-17; 5:9);
|
Será um ato de julgamento
(Mt 24.40-41);
|
O Senhor virá para libertar a
Igreja (1Ts 1.10);
|
O Senhor virá para libertar Israel
(Sl 6.1-4; Zc 12.6-14; 14.1-11);
|
O Senhor reunirá os seus santos
(1Ts 4.15-18; 2 Ts 2.1);
|
Os seus anjos reunirão os
remanescentes de Israel (Mt 24.30,31);
|
O Senhor levará os crentes
para fora deste mundo deixando para trás os ímpios (Jo 14.2,3);
|
Os ímpios são
tirados do mundo para julgamento e os crentes são deixados para desfrutar de
bênçãos na terra (Mt 13.41-43; 25.41);
|
IV. A VOLTA DE CRISTO, A BEM-AVENTURADA ESPERANÇA DA IGREJA
1.
Esperança consoladora.
Segundo
o dicionário Houaiss (2001, p. 811), consolar é: “aliviar a dor, o
sofrimento, a aflição (de outrem ou a própria), com palavras, recompensas,
promessas”. Podemos notar que, na maioria das vezes em que a doutrina
do Arrebatamento aparece nas páginas do NT, vem com o propósito, dentre outras
coisas, de trazer consolo para a Igreja. No cenáculo, momentos antes da sua
crucificação, face à tensão em que os apóstolos estavam (Jo 14.1), Jesus, de
forma enfática, declara, trazendo alento para seus servos: “[...] virei
outra vez, e vos levarei para mim mesmo [...]”, “Não vos deixarei
órfãos; voltarei para vós”, “[…] Vou, e venho para vós [...]” (Jo
14.3,18,28; ver At 1.6-12). Ao tratar sobre o Arrebatamento da Igreja e os
eventos relacionados a ele, o apóstolo Paulo exortou que os irmãos deveriam
mutuamente se consolarem, com a bendita esperança da vinda de Cristo: “Portanto,
consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18; ver At
1.11).
2.
Esperança motivadora.
Diante
da tentação de se afastarem da verdade do evangelho, o escritor aos hebreus
motiva os destinatários de sua carta, a prosseguirem na caminha cristã,
exortando que eles deveriam continuar perseverantes, apesar de todo sofrimento
vivido (Hb 10.36). Para tanto, cita uma das maiores promessas, que é a segunda
vinda de Cristo: “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem
virá e não tardará” (Hb 10.37 – ARA); e declara que, por ocasião desse
esperado advento, os crentes fiéis estarão livres de: a) todas as
aflições e perseguições (2Co 5.2,4; Fp 3.21; Ap 3.10); b) da presença
do pecado e da morte (1Co 15.51-56); e c) da ira futura, por ocasião da
Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9).
3.
Esperança segura.
O
Arrebatamento é uma promessa garantida pelo próprio Deus. E ainda que
escarnecedores tenham surgido ao longo da história com o objetivo de negar essa
verdade (2Pe 3.3,4,8,9; Jd v.18), sabemos que o Arrebatamento é um advento
iminente. Jesus em seu sermão profético deixou certa a sua segunda vinda ao
compará-la ao fato histórico vivido por Noé e sua família: “E, como foi
nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt
24.37). Os cristãos nunca devem abrir mão de sua expectativa, mantida em
oração, de que ainda hoje a trombeta poderá soar e o Senhor voltará.
4.
Esperança gloriosa.
Em
face da glória que há de ser revelar em nós, temos motivação para superar
quaisquer sofrimentos: “Porque para mim tenho por certo que as aflições
deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelada” (Rm 8.18; ver 1Pe 5.1). Quanto mais sofrimento, mais glória: “Porque
a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente” (2Co 4.17). Na ocasião do arrebatamento da Igreja,
experimentaremos a glorificação do corpo (1Co 15.42,43,51-54) e os que forem
fiéis receberão a coroa de glória (1Pe 5.4).
CONCLUSÃO
O
Arrebatamento é a bendita esperança da Igreja. Estejamos, pois, esperando
Aquele que há de vir (Hb 10.37). Diante dessa gloriosa promessa, devemos estar
vigilantes, vivendo em santidade, esperando este dia em que estaremos
definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor.
REFERÊNCIAS
Ø APLICAÇÃO PESSOAL, Comentário
do Novo Testamento. CPAD.
Ø ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário
Teológico. CPAD.
Ø CHAMPLIN, R. N. O Novo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
Ø CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico do Novo Testamento: Atos a Apocalipse. CPAD.
Ø SWINDOLL, Charles. Paulo:
um homem de coragem e graça. MUNDO CRISTÃO.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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