sábado, 17 de setembro de 2022

LIÇÃO 12 – A SUTILEZA DA ESPIRITUALIDAE HOLÍSTICA

 
 


Jo 14.4-6 

 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, definiremos os termos “espiritualidade” e “holístico”; mostraremos em que consiste a espiritualidade holística; pontuaremos as sutilezas da espiritualidade holística; e por fim; estudaremos a filosofia e as vãs sutilezas da espiritualidade holística.
 
 
I. DEFINIÇÕES DOS TERMOS “ESPIRITUALIDADE” E “HOLÍSTICO”
1. Definição do termo espiritualidade.
O ser humano é religioso por natureza e tem a necessidade de expressar sua espiritualidade. De acordo com Houaiss (2001, p. 1234) espiritualidade diz respeito a: “qualidade do que é espiritual, característica do que tem ou revela intensa atividade religiosa ou mística; tudo que como objetivo a vida espiritual; elevação, transcendência, sublimidade”. A busca do sagrado é uma necessidade humana (At 17.22), e o fenômeno religioso está presente na raça humana como um todo (SI 42.1). Há na humanidade uma necessidade de possuir um objeto de adoração é uma verdade inconteste. É um fenômeno presente em todas as culturas (At 17.16). É nessa carência espiritual de preencher o anseio mais profundo da alma, que a humanidade é enganada pelo Diabo (2Co 4.4; 1Tm 4.1). Nenhum ser humano consegue escapar de sua própria consciência religiosa (At 17.22) (CHAMPLIN, 2013, vol. 3, p. 638).
 
2. Definição do termo holístico.
O termo “holismo” vem da palavra “holos” do grego clássico e significa: “inteiro, completo, global, o todo”. O holismo se fundamentada em princípios extraídos das religiões orientais. Esta palavra [...] alude a um sistema filosófico (ANDRADE, 2010, p. 214). Aplicado ao ser humano, o holismo é a maneira de ver que cada ser humano está diretamente conectado com todos os seres humanos e com todas as demais coisas do universo entre os elementos da terra, do ar, da água e do espaço. Segundo Gonçalves (2022, p. 134) o holismo basicamente diz que tudo na natureza e no universo estão interligados e que cada parte faz parte e um todo maior. O que de forma prática é antigas crenças e práticas orientais revivas. O holismo é uma mistura de crenças orientais do hinduísmo, budismo, xintoísmo, taoísmo e sobretudo do panteísmo. Existe, portanto, nesta visão, uma relação direta do homem com o planeta (BICKEL, JANTZ, 2011. p. 221 – grifo nosso).
 
 
II. EM QUE CONSISTE A ESPIRTUALIDADE HOLÍSTICA
Qualquer espiritualidade que não tenha Cristo como o centro é pagã e anticristã. É muito importante estar alerta nos dias atuais. A influência da espiritualidade oriental tem crescido muito por meio de movimentos que buscam nova roupagem para crenças claramente pagãs. As palavras “espiritualidade” e “transcendência” aparecem de modo geral na mídia. É muito comum falarem que cada pessoa tem a sua espiritualidade. Por trás dessa aparente atitude inofensiva, a cada dia aparecem antigas práticas pagãs travestidas de espiritualidade contemporânea (Dt 12.29,30; Jr 10.2,3).
 
1. Divinização do universo.
De maneira bem prática, a “espiritualidade holística” diz que tudo é Deus. Tudo no universo estaria de alguma maneira interligado. Deste modo, o “divino, o homem e a natureza” são uma só coisa. Podemos então afirmar, que na espiritualidade holística, é a mesma coisa que o panteísmo. O holismo basicamente diz que tudo na natureza e no universo estão interligados e que cada parte faz parte de um todo muito maior (GONÇALVES, 2022).
 
2. Divinização do ser humano.
O alvo da divinização do homem é de inspiração holística. Trata-se de deificar ou cultuar o homem como se fosse um deus, um tipo de humanismo e antropocentrismo. A partir de uma interpretação equivocada de Salmos 82.6 e João 10.34 os teólogos da espiritualidade holística criaram a doutrina dos “pequenos deuses”. Outro texto usado para justificar o ensinamento que o homem é um “pequeno deus” é 2Pedro 1.4. O ensino da deificação do homem, assemelha esse cristianismo ao movimento da Nova Era, que tem como doutrina básica, o homem-deus (MARTIN, 1994, p. 17). A Bíblia, porém, diz que o homem é estruturalmente pó (Gn 2.7; 3.19). A sociedade pós-moderna tem como base a célebre declaração de que “o homem é a medida de todas as coisas”. A filosofia holística coloca o homem como o centro do universo em contraste com o ensino bíblico (Sl 73.25; 1Co 10.31; 1Pe 4.11) (HANEGRAAFF, 2004, p. 35).
 
3. A negação da pessoalidade de Deus.
Dentro desta visão religiosa o “deus” deles não passa uma “energia impessoal” que está em atividade no universo, ou seja, uma força cósmica que habita no universo (Cl 2.8; 2Co 11.3). A Bíblia condena o panteísmo que ensina que “tudo é Deus”; e o monismo, que ensina que “Deus e a natureza dissolvem-se em uma só realidade impessoal”. O Deus revelado na Bíblia possui atributos pessoais: inteligência, vontade e emoção (Jó 23.13; Mt 6.10). É, portanto, um Ser pessoal. Transcendente e Criador de tudo quanto existe, não se confunde com a criação (Sl 19.1; 90.2). Os adeptos da espiritualidade holística servem e honram mais a criatura do que ao Criador (Rm 1.25).
 
4. Meditação transcendental.
O holismo é uma mistura de filosofia pós-moderna e mística oriental. E muito mais do que isso, uma nova religião com os antigos deuses do paganismo. Seu conceito sobre Deus é proveniente do panteísmo da religião hindu. Somos advertidos a “não dar crédito a qualquer espírito, antes, a provar os espíritos se procedem de Deus...” (1Jo 4.1).
 
 
III. CAMINHOS DAS SUTILEZAS DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA
1. Neopaganismo.
A palavra neopaganismo deriva-se dos termos gregos “neo” que significa: “novo” mais a palavra paganismo, que é o sistema religioso que desconhece a supremacia de Deus, aceitando como real a existência e a intervenção de “outros” deuses nos negócios humanos. A Nova Era, ou Era Aquariana são as “novas” vestes do paganismo. Basta uma visão histórica desse movimento para nos mostrar que não há nada de novo. A Nova Era são as velhas crenças ocultistas do Hinduísmo e de outras religiões transcendentais do Extremo Oriente, cultivadas agora no Ocidente. Trata-se de uma filosofia que absorve todas as religiões, sendo um conjunto de crenças, seitas, práticas e ideologias, que negam os valores espirituais do Cristianismo. A origem, história, influência, objetivo, e crenças da Nova Era são frontalmente contra a Bíblia. O neopaganismo, portanto, é a violação dos preceitos concernentes a adoração ao verdadeiro Deus (Êx 20.4,5).
 
2. Sincretismo religioso.
Fé cristã não é superstição. Os filhos de Ceva, tendo em vista o misticismo de Éfeso, cuidaram fosse o apóstolo Paulo um mágico com uma nova fórmula: o nome de Jesus (At 19.13). Mas eles se equivocaram. Ainda hoje há os que transformam elementos cristãos em superstições. Baseados em lendas e mitologias, muitos supõem que, fazendo uso de rituais holísticos, podem expulsar os espíritos maus. Jesus disse: “em meu nome expulsarão demônios” (Mc 16.17). Ele conferiu essa autoridade aos seus servos (Mt 10.8). Todos os que usarem o nome de Jesus como amuletos poderão ter a mesma decepção dos filhos de Ceva (At 19.16).
 
3. Ecumenismo.
O ecumenismo, que é uma das manifestações do neopaganismo, equipara salvos e ímpios como se não houvesse diferença entre eles. A Palavra de Deus diz que há: “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve” (Ml 3.18). A ideia ecumenista de que todas as religiões levam a Deus é falsa, pois, a Bíblia nos mostra que há: “um só Senhor” (Ef 4.5), e não há comunhão entre a luz e as trevas (1Co 6.14-17).
 
 
IV. A FILOSOFIA E AS VÃS SUTILEZAS DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA
A sutileza é uma poderosa arma usada pelos heresiarcas e seus agentes; sobre esses falsos mestres e seus ensinos, o apóstolo Paulo adverte: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8). As “filosofias”, aqui são conceitos mundanos, contrários aos princípios cristãos concernentes à doutrina e à ética. Paulo afirma que tudo isso nega Cristo. Vejamos:
 
1. “Ninguém vos faça presa sua” (Cl 2.8a).
O significado de “presa” revela o que acontece, ainda hoje. O verbo grego “sylagogeo” significa: “levar como despojo, prisioneiro de guerra, sequestro, roubo”, descreve o estado espiritual dos que seguem os falsos mestres. Um dos objetivos dos promotores de heresias é escravizar as suas vítimas para terem domínio sobre elas (Cl 2.18). Hoje, muitos estão nos grilhões da espiritualidade holística como escravos (Gl 4.17).
 
2. “Por meio de filosofias” (Cl 2.8b).
Não há indícios de que o apóstolo esteja fazendo alusão às escolas filosóficas da Grécia. O estoicismo e o epicurismo eram as filosofias predominantes do mundo romano na era apostólica e são mencionadas em o NT (At 17.18). As “filosofias” de que Paulo trata são conceitos mundanos, contrários à doutrina e à ética cristã. Qualquer sistema de pensamento, ou disciplina moral, era, naqueles dias, chamado de “filosofia”.
 
3. “Vãs sutilezas” (Cl 2.8c).
Engano e sutileza, nesse contexto, significam a mesma coisa. A palavra grega usada para sutileza é “apate”, isto é, “engano” (Ef 4.22), “sedução” (Mt 13.22). É usada para referir-se a pessoas de conduta enganosa e embusteira que levam outras ao engano. É mediante tais recursos que os mestres do erro conduzem suas vítimas ao desvio. Tais sutilezas impedem as pessoas de verem a verdade e, como consequência, tornam-se cativas das astúcias de Satanás através das espiritualidades holísticas.
 
4. “Segundo a tradição dos homens” (Cl 28d).
Não é a tradição apostólica nem judaica, mas um sincretismo de elementos cristãos, judaicos e pagãos como por exemplo: angelolatria, astrologia e ascetismo. Eram práticas que se opunham ao evangelho. Trata-se de tradição humana, ao passo que o evangelho veio do céu (Gl 1.11,12).
 
 
CONCLUSÃO
As superstições, independentemente de sua origem, são nocivas à fé cristã. Crer em coisas triviais, ou nas aparentemente bíblicas, é rejeitar a fé em Deus ou acrescentar algo além dEle. Nós cremos num Deus que pode guardar-nos de todos os males (2Tm 1.12).


 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  BICKEL, B.; JANTZ, S. Guia de Seitas e Religiões. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. vol. 3. Hagnos.
Ø  GONÇALVES, J. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. CPAD.
Ø  HANEGRAAFF, H. Cristianismo em Crise. CPAD.
Ø  MARTIN, Walter. Como entender a Nova Era. Editora Vida.
Ø  GEISLER, N. L.; RHODES, R. Resposta às seitas. CPAD.
Ø  ROMEIRO, P.; RINALDI, N. Desmascarando as seitas. CPAD.
Ø  SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. CPAD.
Ø  SOARES, E. Manual de apologética cristã. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  
 
Por Rede Brasil de Comunicação.

 

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