Jo 14.4-6
INTRODUÇÃO
Nesta lição, definiremos os termos “espiritualidade” e
“holístico”; mostraremos em que consiste a espiritualidade holística;
pontuaremos as sutilezas da espiritualidade holística; e por fim; estudaremos a
filosofia e as vãs sutilezas da espiritualidade holística.
I. DEFINIÇÕES DOS
TERMOS “ESPIRITUALIDADE” E “HOLÍSTICO”
1. Definição
do termo espiritualidade.
O ser humano é religioso por natureza e tem a necessidade de
expressar sua espiritualidade. De acordo com Houaiss (2001, p. 1234)
espiritualidade diz respeito a: “qualidade do que é espiritual,
característica do que tem ou revela intensa atividade religiosa ou mística;
tudo que como objetivo a vida espiritual; elevação, transcendência, sublimidade”.
A busca do sagrado é uma necessidade humana (At 17.22), e o fenômeno religioso
está presente na raça humana como um todo (SI 42.1). Há na humanidade uma
necessidade de possuir um objeto de adoração é uma verdade inconteste. É um
fenômeno presente em todas as culturas (At 17.16). É nessa carência espiritual
de preencher o anseio mais profundo da alma, que a humanidade é enganada pelo
Diabo (2Co 4.4; 1Tm 4.1). Nenhum ser humano consegue escapar de sua
própria consciência religiosa (At 17.22) (CHAMPLIN, 2013, vol. 3, p.
638).
2.
Definição do termo holístico.
O termo “holismo” vem da palavra “holos” do
grego clássico e significa: “inteiro, completo, global, o todo”.
O holismo se fundamentada em princípios extraídos das religiões orientais. Esta
palavra [...] alude a um sistema filosófico (ANDRADE, 2010, p. 214). Aplicado
ao ser humano, o holismo é a maneira de ver que cada ser humano está
diretamente conectado com todos os seres humanos e com todas as demais coisas
do universo entre os elementos da terra, do ar, da água e do espaço. Segundo
Gonçalves (2022, p. 134) o holismo basicamente diz que tudo na natureza e no
universo estão interligados e que cada parte faz parte e um todo maior. O que
de forma prática é antigas crenças e práticas orientais revivas. O
holismo é uma mistura de crenças orientais do hinduísmo, budismo, xintoísmo,
taoísmo e sobretudo do panteísmo. Existe, portanto, nesta visão, uma relação
direta do homem com o planeta (BICKEL, JANTZ, 2011. p. 221 – grifo
nosso).
II. EM QUE CONSISTE
A ESPIRTUALIDADE HOLÍSTICA
Qualquer
espiritualidade que não tenha Cristo como o centro é pagã e anticristã. É muito
importante estar alerta nos dias atuais. A influência da espiritualidade
oriental tem crescido muito por meio de movimentos que buscam nova roupagem
para crenças claramente pagãs. As palavras “espiritualidade” e “transcendência”
aparecem de modo geral na mídia. É muito comum falarem que cada pessoa
tem a sua espiritualidade. Por trás dessa aparente atitude inofensiva, a
cada dia aparecem antigas práticas pagãs travestidas de espiritualidade
contemporânea (Dt 12.29,30; Jr 10.2,3).
1.
Divinização do universo.
De maneira bem prática, a “espiritualidade holística” diz
que tudo é Deus. Tudo no universo estaria de alguma maneira interligado. Deste
modo, o “divino, o homem e a natureza” são uma só coisa. Podemos
então afirmar, que na espiritualidade holística, é a mesma coisa que o
panteísmo. O holismo basicamente diz que tudo na natureza e no universo estão
interligados e que cada parte faz parte de um todo muito maior (GONÇALVES,
2022).
2. Divinização
do ser humano.
O alvo da divinização do homem é de inspiração holística.
Trata-se de deificar ou cultuar o homem como se fosse um deus, um tipo de
humanismo e antropocentrismo. A partir de uma interpretação equivocada de
Salmos 82.6 e João 10.34 os teólogos da espiritualidade holística criaram a
doutrina dos “pequenos deuses”. Outro texto usado para justificar
o ensinamento que o homem é um “pequeno deus” é 2Pedro 1.4. O ensino da
deificação do homem, assemelha esse cristianismo ao movimento da Nova Era, que
tem como doutrina básica, o homem-deus (MARTIN, 1994, p. 17). A Bíblia, porém,
diz que o homem é estruturalmente pó (Gn 2.7; 3.19). A sociedade pós-moderna
tem como base a célebre declaração de que “o homem é a medida de todas as
coisas”. A filosofia holística coloca o homem como o centro do universo
em contraste com o ensino bíblico (Sl 73.25; 1Co 10.31; 1Pe 4.11) (HANEGRAAFF,
2004, p. 35).
3. A
negação da pessoalidade de Deus.
Dentro desta visão religiosa o “deus” deles não passa uma “energia
impessoal” que está em atividade no universo, ou seja, uma força
cósmica que habita no universo (Cl 2.8; 2Co 11.3). A Bíblia condena o panteísmo
que ensina que “tudo é Deus”; e o monismo, que ensina que “Deus e a natureza
dissolvem-se em uma só realidade impessoal”. O Deus revelado na Bíblia possui
atributos pessoais: inteligência, vontade e emoção (Jó 23.13; Mt
6.10). É, portanto, um Ser pessoal. Transcendente e Criador de tudo quanto
existe, não se confunde com a criação (Sl 19.1; 90.2). Os adeptos da
espiritualidade holística servem e honram mais a criatura do que ao Criador (Rm
1.25).
4. Meditação transcendental.
O holismo é uma mistura de filosofia pós-moderna e mística
oriental. E muito mais do que isso, uma nova religião com os antigos deuses do
paganismo. Seu conceito sobre Deus é proveniente do panteísmo da religião
hindu. Somos advertidos a “não dar crédito a qualquer espírito, antes, a
provar os espíritos se procedem de Deus...” (1Jo 4.1).
III. CAMINHOS DAS SUTILEZAS DA
ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA
1. Neopaganismo.
A palavra
neopaganismo deriva-se dos termos gregos “neo” que significa: “novo”
mais a palavra paganismo, que é o sistema religioso que desconhece a supremacia
de Deus, aceitando como real a existência e a intervenção de “outros” deuses
nos negócios humanos. A Nova Era, ou Era Aquariana são as “novas” vestes
do paganismo. Basta uma visão histórica desse movimento para nos mostrar que
não há nada de novo. A Nova Era são as velhas crenças ocultistas do Hinduísmo e
de outras religiões transcendentais do Extremo Oriente, cultivadas agora no
Ocidente. Trata-se de uma filosofia que absorve todas as religiões, sendo um
conjunto de crenças, seitas, práticas e ideologias, que negam os valores
espirituais do Cristianismo. A origem, história, influência, objetivo, e
crenças da Nova Era são frontalmente contra a Bíblia. O neopaganismo, portanto,
é a violação dos preceitos concernentes a adoração ao verdadeiro Deus (Êx
20.4,5).
2. Sincretismo
religioso.
Fé cristã não é
superstição. Os filhos de Ceva, tendo em vista o misticismo de Éfeso, cuidaram
fosse o apóstolo Paulo um mágico com uma nova fórmula: o nome de Jesus (At
19.13). Mas eles se equivocaram. Ainda hoje há os que transformam elementos
cristãos em superstições. Baseados em lendas e mitologias, muitos supõem que,
fazendo uso de rituais holísticos, podem expulsar os espíritos maus. Jesus
disse: “em meu nome expulsarão demônios” (Mc 16.17). Ele conferiu
essa autoridade aos seus servos (Mt 10.8). Todos os que usarem o nome de Jesus
como amuletos poderão ter a mesma decepção dos filhos de Ceva (At 19.16).
3. Ecumenismo.
O ecumenismo, que
é uma das manifestações do neopaganismo, equipara salvos e ímpios como se não
houvesse diferença entre eles. A Palavra de Deus diz que há: “Então
voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a
Deus, e o que não o serve” (Ml 3.18). A ideia ecumenista de que todas
as religiões levam a Deus é falsa, pois, a Bíblia nos mostra que há: “um só
Senhor” (Ef 4.5), e não há comunhão entre a luz e as trevas (1Co 6.14-17).
IV. A FILOSOFIA E AS VÃS SUTILEZAS
DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA
A sutileza é uma
poderosa arma usada pelos heresiarcas e seus agentes; sobre esses falsos
mestres e seus ensinos, o apóstolo Paulo adverte: “Tende cuidado para que
ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a
tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl
2.8). As “filosofias”, aqui são conceitos mundanos, contrários aos princípios
cristãos concernentes à doutrina e à ética. Paulo afirma que tudo isso nega
Cristo. Vejamos:
1. “Ninguém vos
faça presa sua” (Cl 2.8a).
O significado de
“presa” revela o que acontece, ainda hoje. O verbo grego “sylagogeo” significa:
“levar
como despojo, prisioneiro de guerra, sequestro, roubo”, descreve o
estado espiritual dos que seguem os falsos mestres. Um dos objetivos dos
promotores de heresias é escravizar as suas vítimas para terem domínio sobre
elas (Cl 2.18). Hoje, muitos estão nos grilhões da espiritualidade holística
como escravos (Gl 4.17).
2. “Por meio de
filosofias” (Cl 2.8b).
Não há indícios de
que o apóstolo esteja fazendo alusão às escolas filosóficas da Grécia. O
estoicismo e o epicurismo eram as filosofias predominantes do mundo romano na
era apostólica e são mencionadas em o NT (At 17.18). As “filosofias” de que
Paulo trata são conceitos mundanos, contrários à doutrina e à ética cristã.
Qualquer sistema de pensamento, ou disciplina moral, era, naqueles dias,
chamado de “filosofia”.
3. “Vãs sutilezas”
(Cl 2.8c).
Engano e sutileza,
nesse contexto, significam a mesma coisa. A palavra grega usada para sutileza é
“apate”, isto é, “engano” (Ef 4.22), “sedução”
(Mt 13.22). É usada para referir-se a pessoas de conduta enganosa e embusteira
que levam outras ao engano. É mediante tais recursos que os mestres do erro
conduzem suas vítimas ao desvio. Tais sutilezas impedem as pessoas de verem a
verdade e, como consequência, tornam-se cativas das astúcias de Satanás através
das espiritualidades holísticas.
4. “Segundo a
tradição dos homens” (Cl 28d).
Não é a tradição
apostólica nem judaica, mas um sincretismo de elementos cristãos, judaicos e
pagãos como por exemplo: angelolatria, astrologia e ascetismo. Eram práticas
que se opunham ao evangelho. Trata-se de tradição humana, ao passo que o
evangelho veio do céu (Gl 1.11,12).
CONCLUSÃO
As superstições, independentemente
de sua origem, são nocivas à fé cristã. Crer em coisas triviais, ou nas
aparentemente bíblicas, é rejeitar a fé em Deus ou acrescentar algo além dEle.
Nós cremos num Deus que pode guardar-nos de todos os males (2Tm 1.12).
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø BICKEL,
B.; JANTZ, S. Guia de Seitas e Religiões. CPAD.
Ø CHAMPLIN,
Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. vol. 3.
Hagnos.
Ø GONÇALVES,
J. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás nestes
dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. CPAD.
Ø HANEGRAAFF,
H. Cristianismo em Crise. CPAD.
Ø MARTIN,
Walter. Como entender a Nova Era. Editora Vida.
Ø GEISLER,
N. L.; RHODES, R. Resposta às seitas. CPAD.
Ø ROMEIRO,
P.; RINALDI, N. Desmascarando as seitas. CPAD.
Ø SOARES,
E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás.
CPAD.
Ø SOARES,
E. Manual de apologética cristã. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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